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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Gato, o mais cruel cangaceiro

Por: João de Sousa Lima(*)

Santílio Barros era o verdadeiro nome do cangaceiro Gato e não se tem na história do cangaço, outro homem que tenha sido tão sanguinário, perverso e frio como foi este cangaceiro. Era filho de Ana (Aninha Bola) e Fabiano, um dos sobreviventes da guerra de Canudos, seguidor do reverenciado beato Antonio Conselheiro. Era índio da tribo Pankararé.

Inacinha e Gato

Além de Gato, duas irmãs sua foram pro bando: Julinha, amante de Mané Revoltoso e Rosalina Maria da Conceição, companheira de Francisco do Nascimento, o cangaceiro Mourão.

Mourão mesmo sendo cunhado e primo de Gato, acabou sendo morto por ele, depois que Mourão e Mormaço acabaram uma festa, acontecida no Brejo do Burgo, onde deram alguns tiros colocando a população em pavorosa fuga, Gato sendo cobrado por Lampião que pediu providências por ser o pessoal de sua família, perseguiu e matou os dois companheiros enquanto eles pegavam água em um barreiro, em um dos coitos no Raso da Catarina.  Mourão deixou Rosalina grávida e desta gravidez, nasceu Hercílio Ribeiro do Nascimento, ainda vivo e residindo no Brejo do Burgo.

Gato por pouco não matou sua própria mãe por esta ter feito comentários sobre as constantes passagens dos cangaceiros por sua casa. Gato foi até a casa da mãe com a finalidade de corta sua língua, quando foi dissuadido por alguns familiares do macabro intento, mostrando pra mãe dois facões e dizendo: Este aqui é o cala boca corno e este é o bateu cagou! Gato ainda matou sete pessoas de sua família, em represália a um sumiço de bodes e cabras que estava acontecendo e sendo creditado a Lampião. O cangaceiro perseguiu os envolvidos e encontrando em uma casa de farinha, Calixto Rufino Barbosa e Brás, ceifando a vida dos dois e seguindo até a casa de Valério, na fazenda Cerquinha, onde assassinou Luiz Major e os dois filhos Silvino e Antônio e o sobrinho Inocêncio. Um duro castigo para um pago sem provas.

Antonia Pereira da Silva - primeira esposa do cangaceiro Gato

Gato foi casado com Antônia Pereira da Silva (foto acima, ainda viva, com 104 anos), também índia Pankararé como seu marido. O casamento aconteceu “Nas Caraíbas”, fazenda de Sinhá, no Brejo do Burgo. Gato carregou a outra prima Inacinha e na justificativa de permanecer com as duas primas, teve seu projeto descartado por Antônia, espancando-a. Antônia contou a Lampião o acontecido e no outro dia, fugiu pra casa de um tio que morava na beira do Rio São Francisco, onde ficou por muito tempo escondida.

Gato encontrou a morte depois do ataque a cidade de Piranhas, em Alagoas. Fato acontecido depois da prisão de sua amada Inacinha, realizada pelo tenente João Bezerra. 

Inacinha

Inacinha estava grávida e neste combate saiu ferida. O tiro entrando nas nádegas e saindo no abdômen. Por muita sorte a criança não foi ferida. Gato pede ajuda a Corisco e este organiza o ataque a cidade Alagoana. No trajeto, Gato sai disseminando a morte. A data se tornaria, para algumas famílias, uma lembrança dolorosa. Era 29 de outubro de 1936. Dentre os mortos feitos por Gato, estavam Abílio, Messias, Manuel Lelinho e Antônio Tirana. Sendo refém de Gato, o jovem João Seixas Brito, que seria sangrado alguns minutos depois, quando jurou que não havia policiais na cidade e ao romper o som dos primeiros disparos, ocasionados pe los poucos moradores que se negaram a fugir, abandonando a cidade, o rapazinho de 15 anos de idade foi barbaramente assassinado. 

Assim que os cangaceiros entraram na cidade, o delegado Cipriano Pereira e mais oito soldados fugiram deixando os moradores desguarnecidos. Os populares tiveram que suprir a falta dos “Homens da Lei”. Formaram-se poucos grupos de resistência e entre alguns dos habitantes que lutaram estava 

Cira Britto e o tenente João Bezerra, o matador de Lampião

Cira Brito, esposa do tenente João Bezerra. No cemitério estava Joãozinho Carão e mais alguns companheiros e em um dos sobrados, estavam Chiquinho Rodrigues e Joãozinho Marcelino.

Chiquinho Rodrigues portava um rifle cruzeta e tinha um estoque de 260 cartuchos, dos quais deflagrou 170. Existe uma polêmica em razão do tiro que atingiu o cangaceiro Gato. Uns dizem que o autor do tiro foi Chiquinho Rodrigues, outros creditam o certeiro disparo a Joãozinho Carão. A verdade é que Gato saiu baleado e morreu três dias depois do confronto, acabando-se assim um dos mais cruéis homens que engrossaram as fileiras do cangaço.

João de Sousa Lima

Membro da SBEC, 
Conselheiro Cariri Cangaço
http://www.joaodesousalima.com/

Postado em primeira mão por CARIRI CANGAÇO (Manoel Serevo)

Luiz Gonzaga e Pêdo Mêa Garrafa

Contribuição: Compadre Luiz Lemos

Luiz tinha outro amigo, de nome "Pêdo Mêa Garrafa". (Ele é citado na estória Karolina com K", gravada por Lua. É aquele que dança com Karolina, enquanto Lua toca).

- Pois bom. Cês sabem qual a origem do apelido do "Pêdo Mêa Garafa"?

-Não? 

- Então, prestenção... Pedro, (até intão só Pedro), bebia muito. E Luiz, que gostava muito dele, lamentava o fato. - Luiz não bebia! Uma madrugada, Luiz encontrou com Pedro bêbado, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, e ainda... com uma garrafa de pinga no bolso. Luiz brigou, deu conselho, fez o diabo. E pediu a Pedro para parar de beber. Pedro concordou, dizendo: 

- Se o cumpadi tá pedino... páro na hora. Pronto, parei.

- Então, cumpade, faz o seguinte: para celebrar este momento, DERRAME AQUI NA CALÇADA essa garafa de pinga! - disse Luiz.

Pedro não concorda: 

- Bão... o cumpadi mi disculpe, mas isso eu não posso fazer, não.

Luiz Gonzaga pergunta: 

- Mas, por que não pode?

Pedro 
dar sua desculpa esfarrapada

- Porque sô mêa garrafa é minha. A ôta metade é do Anselmo de Lica!

Luiz Gonzaga: 

- Ôxente!... então joga fora a SUA METADE, home!

Pedro novamente não concorda: 

- Também não posso, cumpade!

- Não pode... por que? - pergunta-lhe Luiz Gonzaga.

- Porque a MINHA metade é a que está POR BAIXO!!!

Dizem que "Pêdo Mêa Garrafa" nunca parou de beber. Mas também nunca mais se livrou do apelido que Gonzaga lhe deu, naquela mesma hora:

"Então vai com Deus, compadre "Pêdo Mêa Garrafa!!!"

http://www.luizluagonzaga.mus.br

O ÚLTIMO COMBATE DE LAMPIÃO

Por Dr. Leandro Cardoso Fernandes*

Na madrugada do dia 28 de julho de 1938, na margem sergipana do Rio São Francisco, em Angico, irrompeu o tiroteio em que morreram Lampião, Maria Bonita, Enedina, Luiz Pedro, Mergulhão, outros 6 cangaceiros e o soldado Adrião Pedro de Souza.

João Bezerra - primeiro à esquerda com seta azul

O ataque foi fruto da ação conjunta entre as volantes do Tenente João Bezerra da Silva, do Aspirante Francisco Ferreira de Melo e do sargento Aniceto Rodrigues, todos da polícia alagoana. Apesar dos contratempos, Bezerra e Ferreira de Melo conseguiram superar a inteligência bélica de Lampião, impondo ao experiente cangaceiro o fator surpresa, com grande êxito.

Neste pequeno artigo, tentaremos reconstituir, de maneira sucinta, o desenrolar da trama que culminou com a morte do Rei e da Rainha do Cangaço.

Desde meados de 1936, após a invasão de Piranhas (AL) por Gato, Moreno e Corisco, que a perseguição aos cangaceiros acirrou-se sobremaneira. Lampião vinha driblando as volantes na região limítrofe entre Alagoas, Sergipe e Bahia, sempre margeando o Rio São Francisco e as caatingas destes três estados, onde estabelecera grande e sólida rede de coiteiros.

Antes do combate do Angico, o último grande confronto de Lampião com forças volantes foi o combate da Lagoa do Domingos João, arredores de Canindé do São Francisco (SE), em meados de 1937, onde fora surpreendido pela volante de Zé Rufino. Desde então, Lampião estava retraído, escondendo-se ora na margem sergipana, ora na margem alagoana do Velho Chico.

Tenente Zé Rufino - Fonte: Acervo pessoal Leandro Cardoso

Neste período, Maria Bonita começou a “escarrar” sangue. Especula-se que tenha sido sequela do tiro que levara na Serrinha do Catimbau (Garanhuns, Pernambuco) dois anos antes ou, quem sabe, tuberculose. Lampião, com a ajuda e proteção do todo-poderoso Coronel sergipano Hercílio Brito, enviara Maria, incógnita, para Propriá, cidade próspera do interior sergipano, para ser tratada adequadamente por médico, o que foi feito a contento.

No período de ausência de Maria, Lampião ficou gravitando entre os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo (SE) e Piranhas. Numa das vezes que visitou a fazenda Pedra D’Água, município de Canindé do São Francisco, de propriedade de Dona Delfina Fernandes. Lampião prometeu, nesta ocasião, que em fins de julho, após o retorno de Maria, retornaria à fazenda para apadrinhar uma criança da fazenda, conforme havia lhe pedido a proprietária.

Quando da travessia do São Francisco, de Alagoas para Sergipe, dias antes do combate do Angico, teria dito ao grupo que estava cansado da perseguição que lhe moviam as volantes da Bahia, Pernambuco (os Nazarenos), Alagoas e Sergipe; que talvez fizesse uma grande viagem para Minas Gerais, e que quem quisesse acompanha-lo estava livre para fazê-lo (palavras do ex-cangaceiro Candeeiro). Disse também que chamara, para uma reunião, os subgrupos de Corisco, Ângelo Roque (o Labareda) e Zé Sereno.

Corisco recebera um bilhete de Lampião, cujo conteúdo (relatado por Dadá) convocava-o para dar uma lição em Zé Rufino, que “queria passar de pato a ganso”. No entanto, o real motivo da reunião, até hoje é motivo de especulação. Corisco ainda chegou até o Angico, dois dias antes do combate, mas disse a Lampião que não gostava daquele lugar que parecia “cova de defunto: com uma entrada e uma saída”. Após conversar com Lampião, atravessou novamente o São Francisco, ficando na margem alagoana, esperando o grupo de Ângelo Roque, que ainda não havia chegado, para novamente se encontrarem.

O coiteiro de Lampião no Angico era Pedro de Cândido, que morava em Entre-Montes, localidade próxima a Piranhas, na margem alagoana do rio. Um vizinho, Joca Bernardes, desconfiou de Pedro, pois este havia comprado muitos queijos, além de ter trazido coisas da feira de Piranhas. Joca, que tinha, talvez, inveja do vizinho (provavelmente pela proximidade deste com Lampião) foi até a delegacia de Piranhas e avisou ao Sargento Aniceto Rodrigues: - Aperte Pedro, que ele tem Lampião!

Aniceto, então, telegrafou para João Bezerra, que estava na cidade de Pedra de Delmiro (AL), com sua volante e com Ferreira de Melo, enviando a seguinte mensagem: “Venha imediatamente. Boi no pasto!”.

Bezerra, que entendeu a mensagem codificada, tomou duas metralhadoras emprestadas da volante do nazareno Odilon Flor, sem nada informa-lo, e apressou-se para retornar a Piranhas.

Na tarde do dia 27, as três volantes (Bezerra, Ferreira de Melo e Aniceto) partiram com a informação dada por Joca Bernardo de que Pedro de Cândido tinha o paradeiro de Lampião. Bezerra, então, manda dois soldados buscarem Pedro em casa.

Pedro é trazido e questionado por Bezerra e Ferreira de Melo. Nega saber do paradeiro de Lampião. O Tenente, então, subjuga-o e arranca uma das unhas de Pedro com a ponta do punhal e “força” sua costela “mindinha” com o cabo do mesmo punhal. Pedro, então, confessa tudo: Lampião está ali perto e ele os levará até ele. Pede, entretanto, para irem buscar seu irmão, Durval Rodrigues Rosa, pois ele sozinho teria dificuldade de guiar as três volantes. Durval, pego de surpresa, é, então, incorporado à tropa.

Procuram o canoeiro Pedro Bengo, que ajouja duas canoas, e, assim, consegue transportar todos os homens para a margem sergipana do rio.

Os soldados seguiram silentes, tomando cachaça com pólvora para vencer o frio e o medo de, naquela madrugada, enfrentarem o Rei do Cangaço.

Voltemos aos cangaceiros.

Após sua recuperação, Maria retorna ao seio do bando, dias antes do combate do Angico. Chega, porém, com uma novidade: cortara o cabelo ‘a la garçon’, então na moda, o que despertou a fúria de Lampião, que não aprovou a “modernidade”. Segundo testemunhas (depoimentos de Dulce e Cila), tiveram um briga feia na véspera do combate.

Na noite daquele 27 de julho de 1938, Maria, Cila e Dulce sentaram-se no alto de uma pedra para fumarem. Maria botou para fora a raiva que estava de Lampião e as três conversaram bastante, inclusive sobre o que aconteceria se fossem presas. Maria dizendo que se fosse presa por uma volante baiana não teria muitos problemas, pois tinha primos que sentaram praça. Cila, por sua vez, disse que preferia as volantes de Sergipe. Em determinado momento, Cila chama a atenção das amigas para uma luz que acendia e apagava ao longe. “- Não será luz de pilha (lanterna)”, perguntou?. Maria, que era a mais experiente, não deu bola e disse que era vagalume. Ledo engano. Era a tropa que avançava.

Enfim, jogaram conversa fora e depois voltaram para dormir. Segundo Balão, todos se recolheram por volta das 22h. Enquanto isso os soldados se aproximavam silenciosamente, tentando fechar o cerco.

Acordaram por volta das quatro e meia/cinco horas da manhã. Lampião convidou para rezarem o Ofício de Nossa Senhora. Os que quiseram, levantaram-se e rezaram. Outros continuaram sob as cobertas, por causa do frio (caso de Candeeiro). Já outros, rezaram e voltaram a deitar-se (caso de Cila). Lampião, Zé Sereno e Luís Pedro já estavam de pé e tomaram um cafezinho feito pelo cangaceiro Vila Nova (o único que estava devidamente equipado naquela hora). Zé Sereno ponderava com Lampião que já haviam se demorado muito ali e que deveriam sair, sob pena de serem emboscados. Lampião disse que sairiam após o café.

Então, Lampião ordenou que Amoroso fosse até um dos caldeirões de água (pequena poça d’água acumulada a uns 70-80 metros de onde estavam). Amoroso, ao chegar no referido caldeirão, se preparou para urinar, e iria fazê-lo em cima dos soldados, que estavam escondidos ali próximos. Estes haviam recebido ordens de João Bezerra para não atirar antes dele, até que o cerco estivesse fechado. Os soldados, porém, não tiveram escolha, pois o cangaceiro estava muito próximo, quase “topando” neles.

Atiraram, então. Mas, por medo ou embriaguez, erraram e Amoroso volta correndo. Nesse ínterim, Maria Bonita vinha na mesma direção, com uma bacia de queijo do reino, para pegar também água. Os soldados, então, não perdem tempo e atiram na cangaceira, que grita: “- Valhei-me, Nossa Senhora!”. Maria foi, então, alvejada na barriga e, quando virou-se para correr, recebeu um balaço nas costas, caindo, logo adiante.

O tiroteio, neste meio tempo, já irrompeu para os lados onde Lampião estava. Zé Sereno, quando ouviu os tiros sobre Amoroso, disse a Lampião: “Não falei que a gente brigava hoje?”.

Logo aos primeiros tiros, o fuzil de Lampião foi atingido no engenho, o que limitou a reação do Rei do Cangaço (palavras de Candeeiro), e o fez ser atingido no tórax e no baixo ventre, caindo ao solo.

Zé Sereno conseguiu escapar ao furar o cerco parcialmente fechado (Aniceto perdera-se e não havia conseguido chegar neste momento) fingindo-se passar por um volante: “- Não atire, que é companheiro!”. Conseguiu, portanto, fugir.

Candeeiro correu, mas topou com os soldados de Aniceto Rodrigues no meio da mata, e foi atingido no braço, perdendo a capacidade de revidar os tiros. Mesmo assim, conseguiu fugir, ajudado por Amoroso e outros cangaceiros.

Cila, que praticamente foi arrastada pelos companheiros, estava em estado de choque. Correu pela caatinga descalça, pois não teve tempo de calçar as alpercatas. Na hora da fuga, a cangaceira Enedina vinha atrás dela. Em determinado momento, Cila sentiu um impacto nas costas e virou-se pra ver o que era. Deparou-se com Enedina caída no chão: levara um tiro na nuca e os pedaços de massa encefálica, meninges e sangue foram às costas de Cila. Segundo relatou em entrevista ao autor destas linhas, demorou muito tempo para tirar as manchas de sangue e cérebro que ficaram no seu vestido.

O tiroteio foi intenso e durou uns 20 a 25 minutos. Um dos soldados, Honorato, deu um tiro na cabeça de Lampião, quando este estava caído no chão, o que suscitou grande reprimenda de João Bezerra, que disse: “-Não atirem na cabeça! Não é pra esbagaçar! É pra cortar e levar!”.

Segundo depoimentos de cangaceiros e volantes, Maria Bonita teria implorado para não morrer. No entanto, foi degolada pelo soldado Santo (na verdade, Sandes), ao que parece ainda com vida.

O tenente João Bezerra foi baleado na perna durante o combate, provavelmente por Zé Sereno. Um soldado, Adrião Pedro de Souza foi morto durante o combate, provavelmente por Balão.

Corisco ouviu o tiroteio, mas como estava no outro lado do rio, não teve como dar uma retaguarda a Lampião. Só depois ficou sabendo o resultado do confronto.

João Bezerra ordenou que os onze cangaceiros mortos fossem decapitados e as cabeças levadas para Piranhas, onde foram fotografadas na escadaria da prefeitura. Depois de condicionadas em latas de querosene, foram levadas para Maceió, não sem antes serem exibidas em várias cidades do interior de Alagoas aos circunstantes, o que muito prejudicou a conservação das mesmas.

Em Maceió, as de Lampião e Maria foram examinadas pelo médico legista da Polícia Militar de Alagoas, Dr. José Lages Filho, que emitiu laudo de necropsia das peças. Posteriormente, foram mandadas para o Instituto Nina Rodrigues, em Salvador, onde ficaram expostas até 1969. Neste ano, foram sepultadas em urnas, após pedido da família.

Aí está, em algumas pinceladas, o combate do Angico, o tiro de misericórdia no Cangaço, que ainda estrebucharia até 1940, com a morte de Corisco. Os grandes vitoriosos deste episódio foram João Bezerra e Francisco Ferreira de Melo, que conseguiram seu intento, apesar dos muitos empecilhos que se apresentaram (a recusa inicial de Pedro em ajudar, o cerco que não estava fechado, a travessia do rio…). As luzes de Bezerra e Ferreira de Melo ofuscaram o brilho de Lampião, que não conseguiu cumprir a promessa que fizera a Dona Delfina. A dona da fazenda Pedra D’Água teve de arrumar outros padrinhos para festa em que aguardava Lampião e seu bando, com muito arroz doce e canjica.

* Leandro Cardoso Fernandes é médico, escritor e consultor da Sertão Games para o Cangaço Wargame. Apaixonado pelo tema desde os 12 anos de idade, coleciona peças e fotos originais. Também realizou várias entrevistas e conversas informais com cangaceiros

Referências:

- Araújo. A.A.C. “Assim Morreu Lampião”. Traco Editora. São Paulo. 1971.
- Depoimentos de Zé Sereno e Balão a Antonio Amaury C. de Araújo. São Paulo. 1970.
- Depoimento de Cila a Leandro Cardoso Fernandes. São Paulo. 2003.
- Depoinento de Leônidas Fernandes (filho de Dona Delfina) a Leandro - Cardoso Fernandes. São Paulo. 2003.
- Candeeiro. Vídeo de Aderbal Nogueira. 2008.

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Semana dedicada à Anathália Cristina Queiroga Pereira


Em plena juventude.


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