Seguidores

domingo, 12 de maio de 2019

ENTREVISTA CADIM MACHADO, ÚLTIMO COITEIRO DE CORISCO

Geziel Moura

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MORTE DE JURITI



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima. 

-  franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOVO LIVRO NA PRAÇA "O PATRIARCA: CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO, IOIÔ MAROTO".


O livro "O Patriarca: Crispim Pereira de Araújo, Ioiô Maroto" de Venício Feitosa Neves será lançado em no próximo dia 4 de setembro as 20h durante o Encontro da Família Pereira em Serra Talhada.

A obra traz um conteúdo bem fundamentado de Genealogia da família Pereira do Pajeú e parte da família Feitosa dos Inhamuns.

Mas vem também, recheado de informações de Cangaço, Coronelismo, História local dos municípios de Serra Talhada, São José do Belmonte, São Francisco, Bom Nome, entre outros) e a tão badalada rixa entre Pereira e Carvalho, no vale do Pajeú.

O livro tem 710 páginas. 
Você já pode adquirir este lançamento com o Professor Pereira ao preço de R$ 85,00 (com frete incluso) Contato: franpelima@bol.com.br 
fplima1956@gmail.com

http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2016/08/novo-livro-na-praca_31.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

“LAMPIÃO E MARIA BONITA - UMA HISTÓRIA DE AMOR E BALAS” TRAZ DETALHES DA VIDA DOS CANGACEIROS

LIRA NETO E THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 29/10/2018, 

O jornalista Wagner Barreira mostra como o amor de Maria Bonita e Lampião provocou uma revolução no cotidiano dos cangaceiros.

Uma sertaneja amoleceu o coração de pedra do Rei do Cangaço. Foi Maria Gomes de Oliveira, a Maria Déa, também conhecida como Maria Bonita. Separada do antigo marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, foi a primeira mulher a entrar no cangaço. Antes dela, outros bandoleiros chegaram a ter mulher e filhos, mas nenhuma esposa até então havia ousado seguir o companheiro na vida errante no meio da caatinga.


O primeiro encontro entre os dois foi em 1929, em Malhada de Caiçara (BA), na casa dos pais de Maria, então com 17 anos e sobrinha de um coiteiro de Virgulino. No ano seguinte, a moça largou a família e aderiu ao cangaço, para viver ao lado do homem amado. Quando soube da notícia, o velho mestre de Lampião, Sinhô Pereira, estranhou. Ele nunca permitira a presença de mulheres no bando. Imaginava que elas só trariam a discórdia e o ciúme entre seus “cabras”. Mas, depois da chegada de Maria Déa, em 1930, muitos outros cangaceiros seguiram o exemplo do chefe.

Mulher cangaceira não cozinhava, não lavava roupa e, como ninguém no cangaço possuía casa, também não tinha outras obrigações domésticas. No acampamento, cozinhar e lavar era tarefa reservada aos homens. Elas também só faziam amor, não faziam a guerra: à exceção de Dadá, mulher do cangaceiro Corisco e depois líder ela própria, não participavam dos combates – e com Maria Bonita não foi diferente. O papel que lhes cabia era o de fazer companhia a seus homens.

A chegada das mulheres coincidiu com o período de decadência do cangaço. Desde que passou a ter Maria Bonita a seu lado, Lampião alterou a vida de eterno nômade por momentos cada vez mais alongados de repouso, especialmente em Sergipe. A influência de Maria Déa sobre o cangaceiro era visível. Foi em um desses momentos de pausa e idílio no sertão sergipano que o Rei do Cangaço acabou sendo surpreendido e morto, na Grota do Angico, em 1938, depois da batalha contra as tropas do tenente José Bezerra.

Agora, o livro Lampião e Maria Bonita - Uma história de amor e balas, de Wagner Barreira, ex-editor da AH, apresenta uma biografia completa do casal de cangaceiros. Após se debruçar em artigos e realizar entrevistas com familiares de Lampião e Maria Bonita, Barreira oferece ao leitor uma oportunidade de conhecer detalhes da vida dos personagens. São relatados os momentos mais importantes do rei do cangaço e sua amada.
As cabeças dos cangaceiros expostas após a execução - Reprodução

A obra impressiona pela exatidão dos fatos narrados. Um exemplo, é o capítulo que detalha a insólita exposição da cabeça dos cangaceiros após a execução. Confira um trecho:

Uma a uma, os soldados retiram as onze cabeças das latas de querosene. Ajeitadas em forma de pirâmide invertida nos quatro degraus da prefeitura de Piranhas, interior de Alagoas, elas fedem, pingam uma mistura de álcool, salmoura e fluidos humanos. Lampião ocupa o centro do primeiro degrau, a pele morta e encharcada puxa olhos, bochechas e boca para baixo, como se escorressem pelas laterais do crânio. Há marca de bala no rosto, as orelhas estão desalinhadas. Os tecidos não parecem colados ao osso.

Lampião e Maria Bonita - Uma história de amor e balas, Wagner Barreira, Editora Planeta, 224 páginas, R$ 44,90.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VISITA A ÚLTIMA SOBREVIVENTE DE ANGICO.

Dulce Menezes dos Santos nasceu no estado de Sergipe no dia 23 de maio de 1923. Aos 14 anos de idade foi retirada do ambiente familiar e levada contra sua vontade por um cangaceiro chamado Criança III (Vitor Rodrigues Lima), pertencente ao subgrupo liderado pelo cangaceiro Zé Sereno (José Ribeiro Filho), ambos subordinados a Lampião.

No dia 28 de julho de 1938 na ocasião em que a Força Policial Volante alagoana, que tinha o comando do então Tenente João Bezerra da Silva, atacou o coito onde os cangaceiros estavam acampados há aproximadamente uma semana, Dulce e seu companheiro estavam presentes e mesmo diante de intensa fuzilaria, conseguiram escapar ilesos, sem serem atingidos, fato que não ocorreu com onze de seus confrades de cangaço, inclusive Lampião e Maria Bonita, que foram mortos durante o ataque. Pegos de surpresa os cangaceiros não tiveram tempo para organizar um contra-ataque e uma tímida troca de tiros teve início, sendo logo sufocada pelo intenso e organizado ataque militar.

Finalizado o ataque foram contabilizados doze mortos, sendo, onze cangaceiros, incluindo Lampião e Maria Bonita e um soldado chamado Adrião Pedro de Souza, integrante da tropa comandada pelo Aspirante Francisco Ferreira de Melo.

Chegava ao fim o reinado do maior e mais temido cangaceiro de todos os tempos.

Com a morte de Lampião a vida do cangaço perdeu o sentido. Não havia mais um grande líder para organizar e manter a unidade entre os "Cabras". Fugir ou se entregar para as autoridades em busca de uma possível garantia de vida eram as únicas opções naquele momento. O cangaço iniciava sua derrocada.

Dulce e Criança a exemplo de tantos outros cangaceiros resolveram se entregar às autoridades e pouco tempo depois obtiveram o indulto (Perdão) presidencial, concedido pelo então presidente Getúlio Vargas.

Após obter a liberdade o casal cangaceiro resolve abandonar o Nordeste e seguir em direção à região sudeste do país, passando primeiro pelo estado da Bahia onde trabalharam em fazendas da região como forma de obter recursos financeiros para seguir adiante na jornada em direção ao estado de Minas Gerais. Chegando à Minas Gerais foram acolhidos pelo fazendeiro Antônio Anastácio (Jacó), na cidade de Jordânia no referido estado.

Nesse meio tempo Dulce e Criança se separam e seguem caminhos opostos.

Dulce Menezes, que tinha dois filhos com o cangaceiro permanece em Jordânia/MG e passa a conviver com Jacó, com quem teve dezoito filhos. Criança III (Vitor Rodrigues Lima), com a guarda dos dois filhos, segue para o estado de São Paulo, onde veio a falecer no dia 28 de julho de 1997, ocasião em que se completava 59 anos da morte de Lampião.

Dulce Menezes dos Santos completará noventa e seis anos no próximo dia 23 de maio de 2019 e atualmente ela é a última sobrevivente de Angico e a última cangaceira, ainda viva.

Agradeço a dona Dulce Menezes dos Santos e a sua filha Martha L. Anastácio Menezes, por nos receber em sua residência e nos proporcionar, além de entrevistas e depoimentos sensacionais, uma calorosa e acolhedora recepção, sem esquecer também de agradecer a presença dos amigos; José Francisco Gomes de Lima, Neli Maria da Conceição “Lili cangaceira”, filha do casal de cangaceiros Moreno e Durvinha e a amiga Rosália Pereira da Silva, que estiveram presentes durante o encontro ocorrido na cidade de Campinas no interior do estado de São Paulo.

Meus agradecimentos a todos e desejo vida longa com saúde e lucidez para dona Dulce Menezes dos Santos a última testemunha dos acontecimentos de Angico.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

Chegando à cidade de Campinas/SP com o amigo José Francisco Gomes de Lima. 

Sentadas: Dulce Menezes dos Santos e sua filha Martha L. Anastácio Menezes.

Em pé da esquerda para a direita: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Cangaçologia), 
Neli Maria da Conceição, filha do casal cangaceiro Moreno e Durvinha e José Francisco 
Gomes de Lima. Sentadas:  Dulce Menezes dos Santos e sua filha Martha L. Anastácio 
Menezes.

Em pé: Neli Maria da Conceição e José Francisco Gomes de Lima.

Com Marta L. Anastácio Menezes filha de Dulce Menezes dos Santos.

Neli Maria da Conceição "Lili cangaceira" filha do casal cangaceiro Moreno e Durvinha. 

Rosália Pereira da Silva. Amiga da família do casal cangaceiro Moreno e Durvinha e 
uma das pessoas responsáveis por cuidar do casal durante seus últimos anos de vida. 

Martha L. Anastácio Menezes durante entrevista para o canal Cangaçologia (YouTube).

Dulce Menezes autografando o livro que apresenta a sua biografia.

Dulce.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PRATO DE CUSCUZ

*Rangel Alves da Costa

Chega dá água na boca só em pensar, disse Joaninha quando, distante de sua terra, alguém lhe falou da gostosura que é o cuscuz sertanejo. E Joaninha chegou até mesmo a entristecer de saudade do cuscuz. Ora, criada no cheiro do cuscuz ralado em quintal, crescida no cuscuz espalhado no prato de estanho, feito gente (como se diz), comendo cuscuz e mais cuscuz. E jamais enjoou. Pelo contrário, até gostava de repetir o prato ou botar mais um tiquinho.
Mas cuscuz de verdade mesmo. Por isso que o cuscuz aqui descrito não é nem nordestino, pois sertanejo mesmo, matuto de pai e mãe, tabaréu desde a raiz. E por isso mesmo o melhor cuscuz do mundo. E não é nordestino por que na região há também muitas variedades no preparo da farinha de milho. E quando digo matuto é para me referir ao cuscuz nele mesmo, sem frescura, na farinha molhada, deixada apurar e depois levada ao cuscuzeiro e ao fogo. De dar água na boca!
E daria ainda mais água na boca se o cuscuz fosse como aquele de antigamente, ou seja, ralado no quintal, com os grãos miúdos e a polpa deitados em bacia, e depois despejados em cuscuzeiro grande, com pano de prato limpo amarrado na boca. Em seguida, deixar por alguns minutos no fogão de lenha até que o cheiro bom vá tomando os ares. Por cima do pano úmido pelo calor, a névoa saborosa subindo e subindo.
Ainda nesse tempo, no tempo do cuscuz ralado e cheiroso igual a sertão, enquanto as chamas do fogão envolviam o fundo do cuscuzeiro, a senhora dona da casa já corria aos outros preparos. Cuscuz sertanejo todo mundo come e se farta até sem nenhuma mistura por cima, mas o costume é que um naco de qualquer coisa faça companhia ao prato. E o que não faltava era coisa boa para misturar. Mesmo num sertão empobrecido, a cozinha sempre teve a guarnição para as necessidades.


E o que a senhora dona da casa fazia, então? Ia depressa ao varal com uma faca amolada e passava a lâmina na carne de sol ali estendida, no pedaço de porco gordo ali depurando, na tripa, no bucho ou qualquer coisa. Sem falar nos ovos de galinha de capoeira e na banha de porco para fazer chiar gostosamente a frigideira. Mesmo sem carne, bastava cortar toucinho e misturar com os ovos. Ou então fazer o mesmo com a tripa, o bucho e outros miúdos do gado e do porco. Há mistura melhor para o cuscuz mais gostoso que tudo na vida?
Café a gosto, gordo, cheiroso, quase espumante, como aquele que Dona Lídia fazia aos entardeceres de Poço Redondo. O café de Dona Lídia era mágico, enfeitiçado, só podia ser. Antes mesmo da boca da noite e a cidade inteira era tomada pelo cheiro inebriante daquele café. Como dizia o outro, só faltava ficar com a xícara à mão e beber pelo cheiro. Eu mesmo testemunhei as proezas desse café. Já vi fila ser formada para ter ao menos um tiquinho como experimentação.
Mas voltando ao cuscuz, companheiro inseparável do café, a verdade é que ele continua sendo bom e saboroso de todo jeito. Dificilmente ainda é possível encontrar um cuscuz ralado em quintal e preparado no fogão de lenha. Tal costume somente nas distâncias interioranas e onde os mais velhos não desapartem do prazer de comer o que realmente vale a pena ser saboreado. Comida simples, barata, humilde, singela, mas que não há coisa igual. E perguntem ao do mato se ele prefere um prato de cuscuz ou uma macarronada. Podem levar o cardápio inteiro e nada substituirá o bom e velho alimento de milho.
A verdade é que o cuscuz é mesmo um prato interessante. Ele não assenta com determinadas misturas de jeito nenhum. Despejar receitas estrambólicas por cima dele de forma alguma. É como se ele dissesse que só aceita ser comido com os já conhecidos da terra. Por isso mesmo que o cuscuz sempre pede uma boa manteiga, carne de bode ou de gado, carne de porco torrada, toucinho misturado com ovos, tripa de porco e bucho. Também o queijo de coalho lhe causa encantamento. E quem tiver seu suco nem se aproxime. Cuscuz só assenta com café. E pronto.
E deu-me agora uma fome danada. Mas na mesma situação de Joaninha na sua distância. Tudo daria por um prato de cuscuz com carne de bode ou ovos de galinha de capoeira. Mas apenas entristeço.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O UMBUZEIRO DA BANDIDA E O ÚLTIMO GEMIDO DE UMA CANGACEIRA EM DOR DE MENINO..!


Por Manoel Belarmino /pesquisador/ escritor

Recentemente, eu postei aqui um texto de minha autoria com o título "A Cangaceira Adelaide Soares e o Umbuzeiro da Bandida". O texto conta de forma resumida a história da cangaceira Adelaide Soares, porém ainda eu não havia feito nenhuma foto do local onde a cangaceira morreu. E agora volto a postar novamente sobre esse assunto e com fotos do famoso Umbuzeiro da Bandida em Curituba, no Município de Canindé de São Francisco. Fui na manhã de hoje, dia 11 de maio, na Curituba, buscar mais informações e, na companhia do jovem Manoel de Juarandir, fui no Umbuzeiro da Bandida fazer as fotografias.

A mocinha Adelaide Saores era filha de Dona Pureza e Lê Soares, ambos da Família Soares do Sítio de Poço Redondo e tia do autor deste texto. A menina dos Soares deixou sua família junto com a sua irmã Rosinha (Maria Rosa Soares), no mesmo dia, para entrarem no Cangaço. Adelaide e Rosinha são primas da valente cangaceira Áurea Soares. Adelaide foi conviver na vida cangaceira com o cangaceiro Criança e Rosinha com Mariano.

Logo a cangaceira Adelaide engravida. Mesmo grávida, as andanças pelas caatingas eram intensas na companhia do cangaceiro Criança no bando. Os nove meses de gravidez já se completavam. O coito nas serras da Serra Negra, entre Poço Redondo e Lagoa da Serra Negra, poderia ser um lugar tranquilo para Adelaide "dar a luz" ao menino.

Todos estão ali tranquilamente acomodados no coito, naqueles meses finais do ano de 1936. Os moradores da serra já haviam levado beiju, tapioca, farinha, pé-de-moleque, e outros produtos para o bando no coito. Alguns barracos de palha de licuri já estavam ali armados. O esconderijo é seguro. Mas um tiro inesperadamente é disparado. Um tiro ecoou nas serras. Um cangaceiro, que havia entrado no Cangaço há poucos dias, de nome Serapião, inexperiente, dispara, acidentalmente, o seu rifle. Todos os cangaceiros fogem do coito às pressas. Imaginam ser uma tentativa de cerco das volantes.

Naquele corre-corre e no susto, Adelaide começa a sentir as "dores de menino". Os cangaceiros andam muito pelas caatingas. Passam pelo Boqueirão, Barra de Baixo, Risada, Surrão, Pedra D'água, e chegam na fazenda Planta do Milho onde moram duas parteiras bastante conhecidas dos cangaceiros, Dona Maria e a jovem Afonsina. As parteiras rapidamente recebem Adelaide. Fazem de tudo, rezam, oferecem chás, mas o menino não nasce. "As dores de menino" e o sofrimento da parturiente aumentam. Os cangaceiros desesperados decidem levar Adelaide em uma rede para o povoado Curituba, em Canindé de São Francisco, na tentativa de salvar a mãe e o menino. Antes de chegar no povoado, Adelaide morre. A sombra de um pé de umbuzeiro serviu para o derradeiro gemido de Adelaide.

O cangaceito Criança acendeu uma vela de cera ali junto do corpo da sua amada, rezou e chorou. Depois os cangaceiros levaram o corpo de Adelaide para o Cemitério de Curituba, onde foi enterrado. O Cemitério de Curituba é aquele mesmo das margens do Riacho Cutituba, pertinho do Quilombo Rua dos Negros.

No local da morte da cangaceira Adelaide Soares, sob aquele pé de umbuzeiro, ainda existe uma cruz. E aquele umbuzeiro é conhecido ainda hoje como "Umbuzeiro da Bandida".

Aquele umbuzeiro é testemunha do última gemido de uma cangaceira em dor de menino.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANTÔNIO PORFÍRIO E SUA ALAGADIÇO

Sawaninha e a réplica do famoso ferro de Zé Baiano, mantido no Museu de Alagadiço

Gostaria de compartilhar um telefonema que recebi nesta sexta-feira do confrade Antônio Porfírio, de Frei Paulo, quer dizer, de Alagadiço, Sergipe. Há dois anos tive a satisfação de visitar juntamente com minha família; Danielle, Sawanna, Pedrinho, Emily e Manoela; a simpática Alagadiço, famosa pelos episódios de triste lembrança, perpetrados pelo "Gorila de Chorrochó", Zé Baiano. Ali, sob a orientação do pai do amigo Porfírio, conhecemos boa parte da história de sofrimento da vila e de seu povo.

Quando Virgulino Lampião estava no auge de seu "segundo reinado" em terras sergipanas, estabeleceu Frei Paulo como sesmaria pertencente ao perverso Zé Baiano, da famosa família de cangaceiros Ingracias. Por ali o grande Rei do Cangaço passou por quatro vezes e ali se deu o episódio de emboscada e morte do ferrador do cangaço Zé Baiano. No local, sob a coordenação do amigo Porfírio foi erquido um mausoléu e um museu, reunindo parte do espólio dos personagens da saga  cangaceira em Alagadiço.
  
Local da morte de Zé Baiano e seu grupo

Pois bem, nesta sexta-feira a tarde qual não foi minha supresa ao receber a ligação de Antônio Porfírio, que entre uma conversa e outra, comentava sobre o importante papel do blog do Cariri Cangaço no fortalecimento dos espaços de pesquisa e discussão do tema cangaço, ao mesmo tempo em que nos assegurou a excelente aceitação de nossa humilde revista eletrônica no estado de Sergipe. Em tempo nos convidou para participar no próximo dia 12 dos festejos da padroeira de Alagadiço e confirmou sua presença no Cariri Cangaço 2011.

Ao amigo Porfírio e sua família o abraço do Cariri Cangaço.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O DONO DA PASSAGEM POR:LAMPIÃO ACESO .

Tomaz Cisne, Carlos Eduardo, Ângelo Osmiro e Afrânio

"2001 foi um ano importante para a rota do cangaço em Pernambuco. Uma certa propriedade localizada no povoado São Domingos, as margens do riacho São Domingos e aos pés da Serra Vermelha estava com placa de venda. Era um sítio, mas não era um sítio qualquer era a Passagem das Pedras que um dia pertenceu à dona Jacosa a avó de Virgulino. Neste local o jovem foi criado e educado por ela. O valor imobiliário estava ao alcance de muitos conterrâneos do antigo e ilustre morador, mas o valor histórico não estava sendo considerado. Quem sabe a cancela e a memória fossem fechadas para sempre aos estudiosos e curiosos do assunto? Carlos Eduardo Gomes pensou assim e adquiriu o lugar....

Lampião Aceso entrevistou o "cangaceiro carioca" durante o Cariri Cangaço 2010.


Qual o livro preferido de Carlos Eduardo?

Como já relatei O livro de Chandler que me introduz nesta saudável confraria. Mas o trabalho que considero a de maior importância na literatura é sem dúvida Guerreiros do Sol do Frederico Pernambucano.

Qual o capitulo?

A polêmica morte de Lampião em 1938. Polêmica porque me diverte: Chego a comparar com a convocação da seleção brasileira... Ninguém está satisfeito, não se chega a uma conclusão. Tem sempre uma tese tentando explicar o porquê daquele acontecido. Por que Lampião estava distraído? Houve ou não envenenamento? Olha, eu tenho convicção que se tivéssemos a presença de uma câmera registrando toda a cena, ainda não seria suficiente para evitar estas opiniões contraditórias. Pensando bem se acabar... perde a graça.

Trecho da fantástica entrevistra concedida pelo amigo Carlos  Eduardo Gomes ao amigo Kiko Monteiro, por ocasião do Cariri Cangaço 2010. Para ver toda a entrevista e conhecer um pouquinho mais de nosso "Cangaceiro Carioca" , visite lampião aceso:


Abraço fraterno aos amigos, Carlos Eduardo Gomes e Kiko Monteiro

Manoel Severo


http://blogdomendesemendes.blogspot.com