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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

2ª EDIÇÃO FORO NOVAIS HERÓI OU BANDIDO?


A 2ª edição do livro "Floro Novais: Herói ou Bandido", de Clerisvaldo B. Chagas e França Filho.

Adquira-o com Francisco Pereira Lima através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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FESTAS NAS ALAGOAS

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.039

     Início de ano no estado de Alagoas representa uma delícia para quem aprecia significativos eventos. Os nativos e milhares de turistas invadem os municípios que oferecem tradicionalmente as Festas do Santo Reis e do Bom Jesus dos Navegantes. No Médio Sertão acontece com fidelidade a também chamada Festa de Reis no município de Poço das Trincheiras, vizinho a Santana do Ipanema. Esse festejo tornou-se tradição sendo o principal evento naquela região, em início de janeiro. Conhecida ainda como “A Festa do Poço”, atrai gente de Alagoas e Pernambuco deixando a cidade pequena para a multidão. Além dos motivos religiosos, tem a parte profana da festa através de inúmeras atrações folclóricas e bandas famosas. O Poço das Trincheiras é banhado pelo rio Ipanema e ainda oferece aos visitantes a história do lugar.

BOM JESUS EM PENEDO. (FOTO: AGÊNCIA ALAGOAS).

     Outras atrações estão nos municípios ribeirinhos com a Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Nessa época de janeiro faz gosto visitar qualquer uma das cidades sanfranciscanas. Muitas atrações são oferecidas por esses municípios pequenos ou maiores, mas com a mesma intensidade e brilho. A fama da festa depende das proximidades de quem as frequenta, mas qualquer que seja o município visitado, não existe arrependimento para o turista. Pão de Açúcar, Traipu, Belo Monte, Penedo, são alguns deles. O movimento religioso é duradouro e culmina com a famosa procissão conduzindo a imagem do Bom Jesus dos Navegantes. O cortejo percorre trechos da terra e do rio São Francisco numa animação incomparável, com muitos cânticos e foguetórios.
     Muita gente acompanha o cortejo em barcos e canoas, outros preferem aguardar à beira d’água. Mas não é somente a parte religiosa que atrai as multidões, também as tradições folclóricas e as bandas famosas contratadas para animação prolongada. Muita gente de fora aproveita a festa e passa mais alguns dias curtindo os ares, a culinária, a cortesia, costumes, lugares aprazíveis e históricos da região. A festa, além do objetivo principal que é louvar o Bom Jesus dos Navegantes, gera empregos temporários e renda, mexendo positivamente com a economia do “Velho Chico”. Muitas são as outras atrações naturais que não fazem parte dos festejos, mas  acesa dos desejos turísticos. Nessas ocasiões existe um reforço inquebrantável no entrelaçamento Alagoas/Sergipe.
     Simplesmente ARRETADO.


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VIRGULINO E SEU PAPEL...

Por Urbano Silva
Urbano Silva ao lado de Manoel Severo no Cariri Cangaço

Como nenhum outro personagem de sua época, Virgulino entendeu e definiu o seu papel no teatro social do nordeste, tendo com cenário a paisagem árida e os grandes vazios territoriais, espaço o qual ele soube preencher singularmente. Vaidoso, ostentava a auto denominação de Governador do Sertão, e assinava como Capitão, tendo como sua corte e exército seus fiéis cangaceiros. Conhecedor das estradas, atalhos e caminhos ocultos, era consciente da força de sua imagem para a posteridade, e tratou dela com todo o cuidado para as lentes do Benjamin. E foi sua vaidade que deu rosto ao Cangaço, fornecendo imagens que diretamente contribuíram para a sua implacável perseguição e morte.

Urbano Silva
Caruaru, Pernambuco

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MITO OU ÍCONE, E AÍ HEIM, VIRGULINO ?!

Por Manoel Severo

"Lampião foi, em nossa opinião: fora da lei, assassinou; matou; castrou; extorquiu; sequestrou; ferrou; incendiou;destruiu bens públicos e particulares, em outras palavras, foi um bandido.... Mas, por outro lado, foi uma pessoa inteligente, com QI acima da média, astuto, religioso; em certo período de sua vida, ele e sua família foram injustiçados, perseguidos, porém , depois fez do cangaço "um meio de vida"; esqueceu seus inimigos nºs 1 e 2 ( Zé saturnino e Ten. Lucena ), porque não interessava mais a contenda com os mesmos, para não quebrar o seu "escudo ético", na lição do mestre Frederico Pernambucano. 

O bravo Optato Gueiros escreveu em seu famoso livro, que ele daria um bom general. Por seu turno, o valente Ten. João Bezerra, em entrevista concedida, disse:"que se fosse hoje, teria dado um tratamento diferenciado ao Rei vesgo do Cangaço, ou seja, não o mataria. Lampião, é o 2º personagem mais bibliografado na América Latina ( o 1º é Che Guevara ), é estudado em Universidades em todo mundo, quando o tema é " banditismo ", para mim, ele é história ; e um mito, e os mitos, nunca morrem. Respeito quem pensa de modo diferente, pois, faz parte da democracia, e, do estudo do cangaço." Afirma o pesquisador e colecionador do cangaço, Ivanildo Silveira, Conselheiro Cariri Cangaço.

  
Ivanildo Silveira, Rostand Medeiros e Kiko Monteiro, Conselheiros Cariri Cangaço no Cariri Cangaço Piranhas 2015

"Justificando minha definição de Virgulino, o Lampião; ele ficou para a história como um MITO, (uma palavra que seria uma boa sugestão) mas como sempre o assunto arremete a polarizações, e das mais diversas, uso um termo mais contemporâneo, algo midiático. Como justificativa final diria que MITO- o celebra como algo bom. Porém, Ícone, o deixa como uma referencia, a historia do tema que o trás a tona:Cangaço." Opina o Assessor de Marketing Institucional do Cariri Cangaço, Heldemar Garcia.         
Heldemar Garcia e Louro Teles

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ANETE, VINTE ANOS DEPOIS

*Rangel Alves da Costa

Até meados dos anos 80 do século passado, as terras pertencentes aos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, no sertão sergipano, na sua grande maioria pertenciam a um reduzido número de proprietários, latifundiários que pouco exploravam suas riquezas e mantinham aquelas vastidões muito mais pelo poder da posse do que seu efetivo uso. Um destes latifúndios, de propriedade de Antônio Leite, o Toinho Leite de Ribeirópolis, e denominada Barra da Onça, enquadrava-se no contexto da improdutividade pela sua dimensão e como afronta àqueles que, pelos arredores ou mais distantes, sonhavam em ter apenas um pedacinho de chão para garantir a sobrevivência.
Foi neste cenário que começaram as lutas pela reforma agrária na região sertaneja, até que no ano de 1986 surgiu, enfim, o Assentamento Barra da Onça, pedra fundamental para o grande número de desapropriações e assentamentos que surgiram daí em diante. Contudo, uma vida de grandes dificuldades para os assentados, principalmente pela necessidade de se reinventarem na terra árida, seca e sem opções produtivas, mas também pela demora nas ações governamentais que garantissem a digna sobrevivência. Nesta moldura de esperança ensolarada é que estava igualmente retratada a família de Agenor Miguel da Silva e Maria de Fátima da Silva, gestora de uma prole que passaria a somar treze filhos, sendo nove mulheres e quatro homens.
Dentre as filhas de Seu Agenor e Dona Maria de Fátima estava uma franzina de dez anos, de cabelos escorridos e alourados, olhos grandes e melancólicos, de sorriso pouco e sonhadora. Seu nome: Anete Alves Silva. Desde criança convivendo com um mundo de pobreza e dificuldades, morando em casa de taipa apinhada de gente, passando até fome, a menina Anete só começou a perceber alguma mudança em sua vida quando o assentamento foi visitado por pessoas desconhecidas e retratando aquela realidade através de fotografias. Segundo ela, já estava na escola da comunidade com a professora e mais dois colegas quando chegou um senhor pedindo para fotografá-la ali mesmo sentada na cadeira escolar. Este fotógrafo outro não era senão o mestre da fotografia Sebastião Salgado.


Com a despedida dos visitantes, a difícil vida tomou sua normalidade. Verdadeira dádiva sagrada quando a família recebia alguma cesta de alimentos ou qualquer quilo disso ou daquilo para ajudar na sobrevivência de tantos num só e empobrecido lar. Na imaginação de Anete - que sequer recordava mais daquele retrato tirado na sala de aula -, nada mudaria senão por força do tempo e destino. Tudo estava nas mãos de Deus. Até que cerca de um ano após a fotografia chegaram outros visitantes e dessa vez para afirmar que o seu retrato havia sido escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para figurar nas cartilhas e cartazes da Campanha da Fraternidade de 1998.
E mais: que dali em diante Anete teria seus estudos pagos e que a família seria ajudada no que necessitasse para a sobrevivência. E não demorou muito para que chegassem doações não só para sua casa como para outras famílias da Barra da Onça, e também para outras comunidades de Poço Redondo. Desse modo, segundo Anete, toda sua vida começou a mudar a partir daí, como num sonho bom que estava acontecendo. E o sonho foi acrescido quando o então governador Albano Franco mandou providenciar uma casa bem maior e confortável para a numerosa família.
Assim os passos da mudança na vida de Anete, a menina da Barra da Onça fotografada por Sebastião Salgado e que ganhou mundo na Campanha da Fraternidade de 1998 (Fraternidade e Educação: A Serviço da Vida e da Esperança). Em março de 98, comentando sobre a fotografia contida no cartaz, Dom Ervin Kräutler, Bispo de Xingu/PA, teceu as seguintes observações: "Com seu rosto e cabelos desordenados, esta menina representa milhões e milhões de crianças-jovens, do Oiapoque ao Chuí, de Fernando de Noronha a Tabatinga. Pode ser da roça ou das periferias das cidades. Sua posição, suas mãos segurando o lápis, seu olhar e sua boca nos dizem: 'Olhe, estou aqui! Quero aprender! Quero ver! Quero ter vida digna! É por isso que me esforço, faço até sacrifícios! Mas eu preciso de vocês! Quero que me ajudem!'. Seus olhos, tão expressivos, abrem-se para um futuro que se deseja melhor: justo, fraterno, solidário. São olhos ávidos de amor e compreensão. Seu brilho traduz e expressa uma grande esperança: a de que um dia todas as lágrimas serão enxugadas e, finalmente, haverá de surgir um mundo novo, sonhado e querido por Deus".


Hoje Anete, mais conhecida como Nety, está com trinta e um anos de idade, ainda moradora da Barra da Onça, permanecendo muito agradecida àquele inusitado acontecimento em sala de aula, quando uma fotografia mudou totalmente os rumos de sua vida. Casou-se aos dezessete anos, mas hoje está separada e em relacionamento com outro sertanejo. Concluiu o ensino fundamental e não prosseguiu nos estudos. Atualmente, conforme confessa, seu sonho maior é fazer tratamento para ter um filho, vez que um problema de ovário sempre a impediu de ser mãe, esperança grande que ainda deseja realizar.
Desse modo, vinte anos depois e Anete, ou a Nety de agora, pode ser ainda encontrada na Barra da Onça, sempre bela, alegre, com sorriso largo e olhos bem diferentes daqueles retratados por Sebastião Salgado. Olhos de vida, de agradecimento, vívidos e esperançosos pela dádiva maior que lhe possa acontecer, sob os préstimos da medicina: conseguir ser mãe, enfim. E quem desejar ajudá-la a realizar seu tratamento, pode entrar em contato com este articulista pelo telefone (79) 99830-5644. Anete ficará muito grata por mais este presente de vida.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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PEDALAR É BOM PARA A SAÚDE

Por Aderbal Nogueira

Sou ciclista, já pedalei muiiito ao longo da vida, mas cruzar com inúmeros ciclistas nessa região isolada e com clima implacável me tornou um insignificante pedalante. 

São centenas de quilômetros entre uma pequena vila e outra, região desértica com despenhadeiros assustadores e pedregulhos intermináveis. 

Entre tantos encontrei essa brasileira pedalando sozinha, só nesse trecho seria 1 semana de pedal, acampando, dormindo em locas ou cabanas abandonadas. 

Ushuaia? Nada mais é que um ponto turístico badalado por ser considerada o fim do mundo, em relação a grandeza dessa vasta região, Ushuaia é apenas um pequeno grão de areia nessa gigantesca terra chamada de Patagônia.

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O ZEPELIN PELO CÉU DO RECIFE, NOS ANOS 30.

O Graf Zeppelin (LZ-127) sobrevoando o bairro de Santo Antônio. Recife, década de 1930. A suástica no dirigível mostra força do nazismo da época. (Acervo do Museu da Cidade do Recife).

O Zeppelin (LZ-127) sobrevoando o Rio Capibaribe, no Recife. Outubro 1931.

Atracação do Zeppelin no Campo do Jiquiá, Recife, década de 1930.

Adquiri no facebook na página de Ana Cecília Correia Lima 

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/

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TODOS PODERÃO TER ATÉ QUATRO ARMAS. VEJA NOVAS REGRAS DE BOLSONARO

Por Sara Alves

O novo decreto que flexibiliza a posse armas no Brasil, assinado na manhã desta terça-feira (15/1) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), permite que todo cidadão possua até quatro armas. Caso alguém queira ter mais algumas, também será permitido, desde que seja comprovada a necessidade.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Essa era uma das principais promessas de campanha capitão da reserva. Se por um lado a medida ampliou o número de pessoas que podem ter armas, por outro manteve regras anteriores, como permitir a posse apenas a maiores de 25 anos e pessoas que não tenham nenhuma condenação.

Ao anunciar o decreto, ele destacou que a nova regulamentação trata apenas da “posse”, e não altera as regras sobre o porte. Dessa forma, o cidadão que optar por ter um armamento não poderá carrega-lo fora de ambientes controlados.

“O povo decidiu por comprar armas e munições”, afirmou durante evento onde anunciou a nova medida. “Como o povo soberanamente decidiu, fazendo o referendo de 2005 [sobre o desarmamento], para lhes garantir esse legitimo direito à defesa, eu, como presidente, vou usar essa arma”, disse, mostrando a caneta que usou para assinar o decreto.

Confira como ficaram as novas regras:

Quem pode solicitar a posse?

Agentes públicos e militares;

Moradores de área rural

Residentes de áreas urbanas nos Estados com mais de dez homicídios a cada 100 mil habitantes por anos, isso implica em todos as unidades da federação

Donos de comércio ou indústria

Colecionadores registrados pelo Exército

Quantas armas podem ser adquiridas?

Cada cidadão pode ter até quatro armas de fogo.

Caso comprove a necessidade, poderá adquirir mais

Comprovação de necessidade

Quem quiser ter armas, terá de provar que realmente necessita

Terá de comprovar a idoneidade

Mostrar que tem capacidade psicológica para manter o armamento

Renovação do registro

O prazo para renovação do registro da arma saltou de três para dez anos

Local seguro

Todas as pessoas que morem em residências com crianças e pessoas com necessidades especiais deverão comprovar que possuem um local seguro para guardar a arma

O cofre deve possuir tranca

Regras mantidas:

Ter mais de 25 anos

Apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa

Comprovar capacidade técnica e aptidão psicológica

Não fazer parte de organização criminosa

Não responder a processos criminal e não ter condenações

Não fazer declarações falsas no pedido

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HISTÓRIA: CÂMARA FEDERAL RECONHECE HECATOMBE DE GARANHUNS COMO FATO HISTÓRICO NACIONAL

Por Cláudio Gonçalves

Há 102 anos a História de Pernambuco registrava uma das maiores tragédias por questões políticas do Estado, a Hecatombe de Garanhuns. A repercussão nacional que a Hecatombe de Garanhuns tomou naquele início do século XX seria reconhecida pelos pesquisadores do Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados Federais, em novembro de 2018, os quais avaliaram a Hecatombe de Garanhuns com um dos mais graves crimes por razões políticas da República Velha, essencial para a compreensão do contexto histórico desse período da historiografia nacional, assim como outros acontecimentos trágicos da nossa História.



Esse fato histórico teve como estopim o assassinato no dia 14 de janeiro de 1917 do Coronel Júlio Brasileiro (foto ao lado)no Café Chile em Recife. No dia seguinte, 15 de janeiro, o assassinato do chefe político de Garanhuns seria atribuído a um complô urdido pelas principais lideranças da oposição, o que resultou na vinda para a cidade de vários jagunços fortemente armados para vingar a sua morte, resultando na invasão de lojas e casas dos seus adversários políticos. Convencidos pelo delegado Tenente Meira Lima para se refugiarem na cadeia como único lugar seguro, os ex-prefeitos Coronel Manoel Antônio de Azevedo Jardim, Francisco Veloso da Silveira, Argemiro Tavares Miranda, seu irmão Júlio Tavares Miranda, o comerciante Major Sátiro Ivo da Silva e o Doutor Antônio Borba Junior (fotos abaixo) ficaram recolhidos ao quarto do “Estado Maior” e sobre a proteção do Cabo Antônio Pedro de Souza, o Cabo Cobrinha, Sargento Pedro Cavalcanti Malta e mais quatro soldados.
  


Reduzido contingente policial que apesar da bravura, tombaram no cumprimento do dever tentado conter a invasão da cadeia, entre eles, o Cabo Cobrinha que momentos antes da invasão enfrentou o jagunço Vicentão, dizendo-lhe que ele só entraria na cadeia depois de passar por cima do seu cadáver. Daquela força policial apenas o Sargento Pedro Malta, conseguiu escapar da refrega. Entre os que estavam encurralados no tiroteio, escaparam o pequeno Theotônio Miranda, filho de Argemiro Miranda, os presos comuns e os cidadãos, Arthur Pereira, o ex-Sargento Araújo, Jesuíno Veras e Presciliano Josué. Todos os que foram recolhidos sobre proteção policial não escaparam a tragédia.




A Hecatombe de Garanhuns deixou alarmado o país. Os principais jornais do Brasil publicaram em suas páginas os tristes fatos ocorridos em Garanhuns. Em Pernambuco o fato foi diariamente publicado pelo Jornal do Recife, Jornal Pequeno, A Província e Diário de Pernambuco, que cobriram toda ação judicial até o julgamento dos réus. No Rio de Janeiro a cobertura foi realizada pelas revistas O Malho, Careta, Jornal do Brasil, O Paiz, Correio da Manhã e O Imparcial. Em São Paulo deram destaque os jornais Estado de São Paulo e o Correio Paulistano. Também teve enorme repercussão no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Alagoas e Ceará. No exterior o jornal A Capital, de Portugal, publicou a chegada do então Tenente Theophanes Torres (foto), responsável pela captura de alguns criminosos e de ter evitado que outros crimes fossem praticados.

Dos gabinetes oficiais foram enviadas duas mensagens, a primeira do Governado Manoel Borba, dando explicações sobre o atraso da chegada dos reforços policiais a cidade e a segunda do Presidente Wenceslau Braz exigindo do Governo do Estado a apuração dos envolvidos no crime e dando condolências às famílias das vitimas.

Embora muitos envolvidos na Hecatombe de Garanhuns tenham sido levados ao banco dos réus, poucos receberam a sentença de condenação, entre eles o delegado Meira Lima e o Juiz Dr. Pedro de Abreu e Lima, pronunciados como principais autores intelectuais da tragédia.

Depois da Hecatombe de Garanhuns o acontecimento passou anos velado, voltando a ser narrado na publicação do historiador Alfredo Leite Cavalcanti, História de Garanhuns. Em seu relato, Alfredo Leite, trouxe preciosos detalhes, principalmente porque ninguém menos que Alfredo Leite fora testemunha ocular dos fatos, pois trabalhava no armazém do Major Sátiro, e no dia da Hecatombe, juntamente com seus irmãos chegaram a esconder o Major Sátiro Ivo num esconderijo dentro do seu estabelecimento.

Em 1992 é publicado o livro Anatomia de Uma Tragédia - A Hecatombe de Garanhuns, do Professor Mário Márcio de Almeida Santos, obra que traz uma interpretação marxista da Hecatombe. O Professor e escritor Mário Márcio analisa os fatos a partir da disputa pelo poder local entre duas classes distintas, a ala Julista representando o ruralismo e a ala Jardinista, composta por elementos do setor comercial e profissionais liberais, contrários ao mandonismo político e aos desmandos do Coronelismo. A obra do saudoso professor Mário Márcio contribuiu para uma nova visão desse fato histórico.

Em 2009 o professor e escritor Cláudio Gonçalves lança o livro Os Sitiados – A Hecatombe de Garanhuns, um romance histórico que retrata a visão de um repórter correspondente naquelas horas que abalaram Garanhuns.

Incansável nas pesquisas, o escritor Cláudio Gonçalves publica em 2017 o livro A Cobertura Jornalística da Hecatombe de Garanhuns, resultado do acervo documental que reuniu em vinte anos de pesquisas: iconografias, processo, relatórios, revistas e testemunhas. O autor traz uma interpretação político-econômica para os fatos, analisando a trajetória da formação política de Garanhuns com a implantação da República, a partir do predomínio do Jardinismo a ascensão de Júlio Brasileiro dentro de um contexto histórico político, econômico e cultural, que seria decisivo para o estopim da Hecatombe de Garanhuns. O livro também destaca a contribuição política dos principais personagens para Garanhuns e os destinos dos envolvidos na chacina política.

Outras obras destacaram a Hecatombe de Garanhuns, embora não sejam especificas sobre o tema, são elas:

Os Tempos de Dantas Barreto, Costa Porto, Os Pinto Ferreira de Portugal, Os Lins de Rio Formoso e os Brasileiros de Garanhuns, de Pinto Ferreira, Raízes, de Arthur Carlos Villela e Recife Sangrento, de Hélio Batista.

Além das publicações impressas ao longo desses 102 anos, a Hecatombe de Garanhuns tem seus registros históricos na cidade, no Estado e no Brasil.

A partir da Comissão do Memorial da Hecatombe, empossada em 10 de março de 2017, com o intuito de organizar os eventos do centenário em 15 de janeiro de 2017, foram promovidos vários momentos para registro dessa memória, mas, sobretudo, com o objetivo de deixar marcos de reverência àqueles que contribuíram com o desenvolvimento de Garanhuns. Assim, em 14 de junho de 2016 foram entregues em solenidade no Palácio Celso Galvão os quadros dos ex-prefeitos Júlio Brasileiro, Manoel Jardim, Francisco Veloso e Argemiro Miranda que passaram a fazer parte da Galeria dos ex-prefeitos de Garanhuns.

No dia 15 de janeiro foi realizada a Caminha da Paz e descerrada uma placa na antiga cadeia, atualmente Loja de Atendimento da COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento -, localizada a Praça Irmão Miranda. No mesmo dia por força da Lei Municipal 4352/17 ficou determinado que a cada 15 de janeiro em reverência as vítimas da Hecatombe a bandeira do município ficaria a meio mastro. Na Assembléia Legislativa do Estado o centenário da Hecatombe de Garanhuns foi registrado nos anais daquela histórica casa legislativa.


Em 15 de dezembro de 2017 foi inaugurado por iniciativa do Comandante do 9º BPM, Tenente-Coronel Paulo César Gonçalves Cavalcanti, o Memorial ao Cabo Cobrinha e os soldados mortos em defesa da cadeia, sendo composto por um busto esculpido pela artista plástica e oficial da PM da Reserva, Coronel Telmira Cavalcante Sá e uma placa com dados históricos do oficial e soldados.

Vale lembrar que a História de Garanhuns apesar dessa página triste e lamentável, tem belíssimas passagens, que nos destacam na historiografia pernambucana e que nos enche de orgulho, entre eles: a inauguração da estação ferroviária, a doação das terras a Confraria das Almas por Simoa Gomes, a formação das nossas comunidades quilombolas, a criação dos nossos colégios tradicionais, a criação da Diocese, a instalação do Banco do Brasil, a construção do Palácio Celso Galvão, a inauguração da Rádio Difusora de Garanhuns, a criação do nosso Festival de Inverno. São apenas alguns fatos, entre tantos, que sempre merecem destaque e revisitação para a sua preservação. 

Sendo assim, lembrar os fatos do Café Chile e todos os seus desdobramentos seria sublinhar apenas os atos de violência e esquecer as contribuições desses personagens que contribuíram com a história da cidade através de seus trabalhos, como o deputado Júlio Brasileiro que no seu primeiro mandato como prefeito de Garanhuns iniciou a arborização da cidade, o processo de eletrificação e água encanada, e com apoio federal criou o campo de lavoura seca, a época apenas quatro cidades haviam sido contempladas. O Capitão Sales Vila Nova, com diversos serviços sociais prestados, como a fundação da primeira sociedade mortuária, a criação da comissão pró-flagelados da seca de 1915 e idealizador do Natal das Crianças Pobres.

Muitas cidades têm em sua historiografia páginas tristes, Garanhuns, “Cidade Jardim”, teve seus espinhos, mas prevaleceu na sua história o aroma das flores.

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O CANGACEIRO DE LAMPIÃO O VOLTA SECA

Por José Mendes Pereira

Antônio Alves de Souza (Saco TortoMalhador, 13 de março de 1918 – Leopoldina, 1997), conhecido como Volta Seca, foi um cangaceiro sergipano do bando de Lampião.

Era o mais jovem dos cangaceiros do bando, tendo-se juntado a ele ainda aos onze anos de idade, para fugir dos maus tratos de sua madrasta.


Foi capturado em 1932 e levado para a Casa de Detenção da Bahia, onde cumpriu 20 anos de prisão.[1]


Vida após o cangaço[editar | editar código-fonte]

Gravou, em 1957, o LP de 10 polegadas "As cantigas de Lampeão", com direção do maestro Guio de Morais e narração do locutor da Rádio Nacional, Paulo Roberto. Lançado pela gravadora Todamérica, o disco continha as músicas do Cangaço, entre elas "Mulher Rendeira" e "Acorda Maria Bonita".[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Volta_Seca

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