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sábado, 25 de novembro de 2017

REITORES DE UNIVERSIDADES ESTADUAIS DECLARAM APOIO À UERN E AOS SEUS SERVIDORES


A Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM) emitiu nesta sexta-feira (24) uma nota de apoio e solidariedade à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e seus servidores, que sofrem há dois anos, com os atrasos salariais por parte do governo do Estado.

A nota é assinada pelo presidente da Abruem, reitor Aldo Nelson Bona, e foi proposta pelo reitor da Uern, Pedro Fernandes, durante reunião do 61º Fórum de Reitores da ABRUEM, que acontece em Boa Vista/Roraima, envolvendo 23 reitores de 16 estados federativos.

O reitor Pedro Fernandes compartilhou com os reitores das outras instituições estaduais e municipais, a situação do atraso salarial que penaliza os servidores da UERN há mais de dois anos e que levou à greve do segmento docente, decretada no dia 10 de novembro.

Na nota, a Abruem destaca a importância da UERN, sobretudo por levar conhecimento ao interior do Rio Grande do Norte e contribuir com o desenvolvimento do estado. Em um dos trechos, a defesa contundente da universidade pública: “Reafirmamos, portanto, a necessidade urgente de que cada estado passe a enxergar suas universidades com a atenção e respeito que elas merecem. O investimento na qualidade e autonomia plena das universidades estaduais é a garantia de um futuro melhor para os estados e o povo”, afirma a nota.

Segue nota na íntegra:


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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NOTA DE REPÚDIO


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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OS DISFARCES DO PRECONCEITO

*Rangel Alves da Costa

É no próprio contexto da definição de preconceito onde se encontram as provas de sua disseminação por todo lugar, perante as pessoas e meios. Tem-se, assim, que o preconceito expõe-se e expande-se abertamente, através de palavras, gestos e atitudes, mas principalmente através de sutilezas e múltiplos disfarces.
Por definição, preconceito é qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico. É o sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio. É um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. É ainda uma ideia formada antecipadamente e que não tem fundamento crítico ou lógico.
Muitos outros conceitos, definições e significados, poderiam ser dados com relação a preconceito. Mas em todos, invariavelmente, sempre a noção de repulsa, de não aceitação, de negação do outro. Então, o que sempre se tem é uma crítica pessoal acerca do outro, seja na sua roupa, na sua opção sexual, na sua cor, na sua religião, no seu jeito de ser e conviver. Basta que alguém confronte uma idealização ou uma concepção, então já se terá o preconceito.
Diz-se muito do preconceito de raça e de credo. O evangélico tem aversão ao católico, o católico sente repulsa ao umbandista, o ateu execra todas as religiões, apenas para servir de exemplo. O negro é evitado pelo branco, o branco é negado pelo negro. Alongando a exemplificação, não raro que rico não goste de pobre, moradores de áreas nobres não gostem de favelados, vaidosos e egoístas não gostem da humildade e da simplicidade. E mais um rol infinito de situações onde o preconceito é percebido, ainda que não totalmente visível.
Contudo, o que dizer do preconceito no olhar, na palavra dissimulada, no forçado convívio social? O que dizer da ação supostamente despretensiosa, mas que carrega em si forte dose de desfazimento do outro? O que dizer das relações que se dão entre forças superiores e inferiores, onde os níveis ou classes sociais pontuam as formas de tratamento? O que dizer das amizades baseadas na pretensão de um sobre outro, onde o menos favorecido economicamente é visto como servil?
Ademais, não adianta dizer que respeita o outro que seja desta ou daquela religião, que possua esta ou aquela cor, que tenha esta ou aquela origem. Nada disso tem valia se no íntimo da pessoa existe uma concepção bem diferenciada de tudo isso. Ora, existem pessoas que não dizem – ou juram de morte que não são assim -, mas que não suportam sequer ter uma mão de um “dito” inferior estendida em sua direção. Relatos existem de políticos que simplesmente levam álcool nos seus veículos para a limpeza das mãos após o contato com seus eleitores empobrecidos.
As pessoas não dizem, sempre se negam a dizer ou demonstrar, mas no fundo da alma há muito mais preconceito do que imagina qualquer vã filosofia. O que se vê é um monte de demagogos, de interesseiros e ambiciosos, que forjam sentimentos para tirar proveito de pessoas e situações. Ama o eleitor, adora o eleitor, sente saudade do eleitor, procura o eleitor, mas somente nas proximidades das eleições. Passado o pleito e por muito tempo, o adeus, o esquecimento. Por que assim acontece? Ora, a política não gosta de povo além daquilo que este, enquanto votante, possa servir a seus propósitos de poder e mando.
Outro exemplo claro do preconceito disfarçado, e desta vez de humanitarismo, está presente nos hospitais, nos postos de atendimentos, nos prontos-socorros. Relatos existem de tratamentos desumanos e até bestiais de enfermeiros e médicos contra pacientes indefesos e seus familiares aflitos. Aqueles que deveriam cuidar da vida, prestar socorro com paciência e zelo, de repente se transformam em algozes, em bárbaros, onde pessoas entre a vida e morte são tratadas como bichos de tanto faz. Um preconceito contra a doença, o doente, o necessitado, como se aquela vítima ou paciente fosse um estorvo, um fardo que não mereça um olhar verdadeiramente humano.
No meio social, dificilmente se encontra aquele que tem o outro como verdadeiro irmão, que o trata com carinho puro, com o afeto mais profundo que possa existir. Não é fácil avistar aquele que abraça o pobre como se tivesse abraçando a um pai ou a um filho, aquele que se revela amigo com suas feições mais positivas. Basta ter como exemplo a seguinte situação. Mesmo perante velhos e bons amigos de infância, quantos não os tornam como que esquecidos e vão atrás de estender a mão a poderosos desconhecidos? Juntos, o preconceito e a desonestidade moral.
Diga-se, por fim, que a cachorrinha de raça da madama não pode sequer passar perto de mendigo de calçada. A Luluzinha pode pegar doença de pobre: infecção, sujeira, imundície, pobreza mesmo. Mas a madama é a mesma que tudo faz para fingir seu arraigado preconceito. Faz parte de uma liga qualquer de assistência aos desvalidos e empobrecidos.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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“A MARCHA DE LAMPIÃO: ASSALTO A MOSSORÓ”

Por Francisco Veríssimo de Sousa Neto

“A Marcha de Lampião: Assalto a Mossoró”, é o título de livro escrito por Raul Fernandes, filho do Coronel Rodolfo Fernandes de Oliveira, ex-prefeito de Mossoró, na época em que a cidade foi invadida pelo bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva vulgo “Lampião”.


O livro retrata os principais acontecimentos da passagem de Lampião e de seu bando pelo Estado do Rio Grande do Norte, destacando o ataque à cidade de Mossoró no dia 13 de junho de 1927, bem como assaltos à diversas outras vilas e cidades importantes do RN.

ADENDO - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Acho que o leitor irá encontrar este livro com Francisco Pereira Çom, la da cidade de Cajazeiras no estado da Paraíba através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

http://www.caldeiraodochico.com.br/a-marcha-de-lampiao-assalto-a-mossoro/

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PEQUENO PERFIL DO FOTÓGRAFO BENJAMIN ABRAHÃO CALIL BOTTO (1901 – 1938) ARSENIO ALVES DE SOUZA - ALGUNS DADOS AGREGADOS

Por Rubens Antonio

Imagem em processo de retificação
-
Foto original com dedicatória a uma irmã deste, manuscrita pelo mesmo, atrás, datada de 1949.

Imagem em miniatura em porcelana, que era utilizada por outra irmã deste, em um pendente de ouro.


Um dos filhos de Arsenio, aos 2 anos de idade, em 1935.
Fernando Carlos

Do Almanaque da Polícia Militar do Estado da Bahia, ano 1954
.
No livro de assentamentos do Cemitério do Campo Santo, em Salvador, inscrito em 29 de dezembro de 1955:


Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço o baiano Rubens Antonio

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PEQUENO PERFIL DO FOTÓGRAFO BENJAMIN ABRAHÃO CALIL BOTTO (1901 – 1938)


Segundo seus familiares, Benjamin Abrahão Calil Botto nasceu, em 1901, em Zahle, na época uma cidade da Síria e atualmente do Líbano, e veio para o Brasil, na década de 1910, provavelmente, fugindo da Primeira Guerra Mundial. Segundo o próprio, havia nascido em Belém, mesma cidade natal de Jesus Cristo. Tinha parentes no Recife. Trabalhou como mascate na cidade e no interior nordestino. Foi durante algum tempo secretário particular do venerado padre Cícero Romão Batista (1844–1834), na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará. O reverendo havia ficado impressionado pelo fato de Benjamin ter nascido em Belém.

Foi em 1926 que Benjamin provavelmente conheceu Lampião, que havia ido fazer uma visita ao Padre Cícero, organizada por Floro Bartolomeu (1876–1926), deputado federal e coronel poderoso da região do Cariri (Jornal do Recife, 10 de abril de 1926).  Na ocasião, Lampião e seu bando foram convencidos a entrar para o Batalhão Patriótico, uma milícia para combater a Coluna Prestes, e Lampião recebeu a patente de capitão, armamentos e uniformes do Exército. Pouco tempo depois, o acordo foi desfeito.

Cerca de um ano após a morte do Padre Cícero, ocorrida em 1934, Benjamin levou a Adhemar Bezerra de Albuquerque (1892 – 1975), proprietário da Aba Fim, em Fortaleza, um projeto para fotografar e filmar Lampião e seu bando. Adhemar forneceu a Benjamin equipamentos cinematográficos e fotográficos, além de filmes e, entre 1936 e 1937, Benjamin produziu fotografias e um filme sobre o rei do cangaço.

Em matéria publicada no Diário de Pernambuco de 27 de dezembro de 1936, Benjamin foi apresentado como sírio naturalizado brasileiro e como fundador do periódico Cariri, em Juazeiro do Norte. Segundo a mesma reportagem, em meados de 1935 ele havia tido a ideia de documentar a vida de Lampião. Meteu-se numa roupa de brim azulão, sacudiu a tiracolo sua máquina fotográfica e se internou nas caatingas. Ao longo de 18 meses, viajou pelo sertão de Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe, e encontrou-se duas vezes com Lampião.

Ao longo de 1937, várias fotos de Lampião e de seu bando produzidas por Benjamin foram publicadas pelos Diários Associados. Foi também divulgado um bilhete escrito por Lampião atestando a autenticidade dos registros de Benjamin (Diário de Pernambuco, 18 de fevereiro de 1937).


‘Illmo Sr. Bejamim Abrahão
Saudações

Venho lhe afirmar que foi a primeira pessoa que conseguiu filmar eu com todos os meus pessoal cangaceiros, filmando assim todos os movimentos da nossa vida nas caatingas dos sertões nordestinos.

Outra pessoa não conseguiu nem conseguirá nem mesmo eu consentirei mais.

Sem mais do amigo
Capm Virgulino Ferreira da Silva
Vulgo Capm Lampião’

Benjamin Abrahão foi assassinado com 42 facadas, em Águas Belas, hoje Itaíba, no interior de Pernambuco, em maio de 1938 (Diário da Noite, 9 de maio de 1938, na quarta coluna,  Diário de Pernambuco, 10 de maio de 1938, na quarta coluna e Diário de Pernambuco, 19 de maio de 1938, na quinta coluna). 

Os motivos de sua morte ainda não estão esclarecidos. As hipóteses vão desde crime passional até queima de arquivo, já que ele sabia do envolvimento de autoridades com Lampião.


http://brasilianafotografica.bn.br/?p=9527

Enviado pelo professor e pesquisador Adinalzir Pereira Lamego lá da cidade maravilhosa do Estado do Rio de Janeiro.

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A OUTRA FACE DA MORTE

Por Chic Filho
Poeta, escritor e radialista

A OUTRA FACE DA MORTE.
Naquele que se debate
No triste leito da dor,
O abraço doce da morte
É como um beijo de amor;
Quando ela chega e ponhe fim
No sofrimento de um ser,
A morte serve de alento
Para mim ou pra você.

Pra muitos a morte é feia
A sua força faz tremer,
Mas a mim não mete medo
A encaro sem temer.
Sou feliz com a minha vida
Mas não cultivo ilusão,
Pois eu sei que cedo ou tarde
Vai parar o meu coração.

Na terra nós construímos
Compramos e acumulamos
Amamos tanto a matéria
Que em morrer não pensamos.
Sem esperar, certo dia
A morte vem me abraçar
E daquilo que é meu
Nada vou poder levar.

Muita gente abomina
Quando a morte é o assunto,
Mesmo tendo a certeza
Que um dia será defunto.
Se empanturra com a matéria
E não cuida do Espírito
Quando ver a cova aberta
Se assusta e dar um grito.

O orgulho e a vaidade
Ao ser humano escravisa
O ter devorando o ser
De Deus ninguém mais precisa
Assim que falam os tolos.
O homem pensa ser eterno
Dizendo que é ilusão
Essa de Céu e Inferno.

A morte é igualitária
Não escolhe a quem levar,
Ela é cega, surda e muda
Trabalha sem descansar.
Nasceu, cresceu, produziu
Na morte não há mistério
A matéria definhou
O endereço é o cemitério.

Não consigo entender
Pra quê tanta divisão
Se não importa quem seja
Tudo finda num caixão.
A endeusada riqueza
A pobreza desprezada
Nada aqui é para sempre
A existência é pré-datada.

Na morte não há mistério,
Misteriosa é a vida,
Pois a morte é uma certeza
Mesmo que seja doída;
Já a vida, ninguém sabe
Quando a mesma vai findar,
Você pode ir dormir
E nunca mais acordar.

São Francisco de Assis
Quando estava pra partir,
Chamou a morte de irmã
E a recebeu a sorrir.
Falou para seus irmãos:
-A morte é uma jovem bela.
E assim adormeceu
Nos suaves braços dela.

A morte é natural
Tanto quanto a vida é
Não precisa alvoroço
Basta um pouco de Fé
E acreditar que morrer
É apenas um processo
Que leva o ente que veio
Ao verdadeiro regresso.

Chico Filho.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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POSICIONAMENTO DO REITOR JAIRO JOSÉ CAMPOS DA COSTA, DE ALAGOAS


Venho, através deste texto, manifestar a minha indignação contra o governador nefasto do meu Estado de origem, o Rio Grande do Norte, Robinson Faria, que no dia de hoje, através da PM, agrediu, humilhou e jogou bomba e pimenta sobre os meus queridos mestres, professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, em Natal.

Nunca pensei, aos meus 41 anos de idade, ver uma situação dessa com pessoas de alto nível, que se doutoraram em centros de excelência do Brasil, que me ensinaram valores que carrego até hoje e pelo fato de exigirem o pagamento de seus salários e reivindicarem respeito à Universidade que me formou em 1997 e que até hoje forma pobres e sitiantes, sobretudo do Sertão potiguar, são agredidos e humilhados desta forma. Não se faz isso com professor, governador! Aprenda a ser gente! Tenha vergonha nessa cara!

Como pode, estudantes, professores universitários e servidores administrativos que labutam, diariamente, pela construção de uma educação superior pública de qualidade, as cabeças pensantes formadoras de novos profissionais, serem tratados dessa forma? Onde iremos chegar?

Aproveitemos cenas terríveis como essas e reflitamos a real situação em que esse país se encontra. Esses ladrões vestidos de paletó que nós elegemos anos a fio, escória da pior estirpe, excremento podre, carrapatos do cao precisam ser expurgados da política. Precisam ir pra cadeia, pelo saque que fizeram nos cofres do meu Estado. O Rio Grande do Norte faliu por práticas espúrias, constantemente praticadas por esse monte de sanguessuga do erário público.

Respeite os meus professores! Respeite a UERN! Respeite os homens e as mulheres de bem que com a suas lutas diárias, fazem ciência, produzem saber, formam profissionais, contribuem, pela educação, para a construção de um mundo melhor.

Em nome da Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL que dirijo. Sou solidário aos meus mestres e quero crer que dias melhores virão. Que outra sociedade é possível ser construída pelo processo de emancipação dos sujeitos pela Universidade pública. Leiamos a cena de hoje como uma aula de campo. Como um daqueles dias que a gente volta pra casa de consciência tranquila por ter ensinado muito aos nossos alunos. Não nos acabamos. Vamos olhar pra frente e continuar a luta, diária, cotidiana, pela sobrevivência da UERN. Esse grande patrimônio público, gratuito e de qualidade que há meio século emancipa pessoas e ajuda no processo de desenvolvimento do Estado potiguar.

Banff-Canadá, em 24 de novembro de 2017.
Prof. Jairo José Campos da Costa
Reitor da Universidade Estadual de Alagoas

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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UM POUCO SOBRE O CANGAÇO E SOBRE A MORTE DE LAMPIÃO

Por Andrea C. T. Wanderley - Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O cangaço, segundo Moacir Assunção, é um fenômeno social característico da sociedade rural brasileira.  No nordeste, existiu desde o século XVIII, quando José Gomes, o Cabeleira aterrorizava populações rurais de Pernambuco. O movimento atravessou o século XIX, só terminando em 25 de maio 1940, com a morte de Corisco (1907 – 1940), sucessor de Lampião e seu principal lugar-tenente, pela volante de Zé Rufino (Diário de Pernambuco, 1º de junho de 1940, na sexta coluna).

‘Os homens do cangaço espalhavam fama, violência e aplicavam um conceito muito particular de justiça em sete estados do Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia sofriam não apenas nas mãos desses grupos nômades, mas também com a seca, com a fome e com uma sociedade desigual e injusta, que perpetuava um modelo pérfido de exploração do trabalho.'(Ângelo Osmiro Barreto in Iconografia do Cangaço, 2012).

Em 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, perto da divisa com o estado de Alagoas, o bando de Lampião foi cercado por uma força volante comandada pelo tenente João Bezerra da Silva (1898 – 1970), pelo aspirante Ferreira Mello e pelo sargento Aniceto da Silva. Além de Lampião, foram mortos sua mulher, Maria Gomes de Oliveira (c. 1911 – 1938), conhecida como Maria Bonita, e os cangaceiros Alecrim, Colchete, Elétrico, Enedina, Luiz Pedro, Macela, Mergulhão, Moeda e Quinta-feira. Foram todos decapitados. No combate, foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza. João Bezerra e outro militar ficaram feridos (Jornal do Brasil, 30 de julho de 1938, na primeira colunaDiário de Pernambuco, 30 de julho de 1938, com uma fotografia de autoria de BenjaminDiário de Pernambuco, 31 de julho de 19383 de agosto de 1938 e  25 de agosto de 1968). Quando Lampião foi morto o, o fotógrafo Benjamin Abrahão havia sido assassinado há cerca de dois meses.


No dia seguinte à morte de Lampião, foi publicada uma entrevista dada por Chico Albuquerque (1917 – 2000), filho do proprietário da Aba Film, na primeira página do Diário da Noite, onde contou a história da produção do filme sobre Lampião produzido por Benjamin (Diário da Noite, 29 de julho de 1938).
  


As cabeças decapitadas dos cangaceiros, após exposição nas escadarias da prefeitura de Piranhas em Alagoas, seguiram para a capital do estado, Maceió. De lá, seguiram para Salvador, onde ficaram no Museu Nina Rodrigues, também conhecido como Museu Antropológico Estácio de Lima. Em 1969, as cabeças de Lampião e Maria Bonita foram enterradas no cemitério Quinta dos Lázaros, na mesma cidade (Correio da Manhã, 13 de fevereiro de 1969, na última coluna).
  


Uma curiosidade a respeito do apelido de Lampião, segundo publicado no Diário da Noite de 8 de fevereiro de 1937, na primeira coluna:

 ‘Lampião é um cabra desconfiado e perverso. O apelido que usa é o seu maior orgulho. Foi lhe dado num combate no início de sua carreira criminosa quando se filiou ao cangaço do famoso Luiz Padre. Na peleja, travada ao descambar da tarde, Virgolino atirava com tanta rapidez que da boca do seu rifle saía verdadeira faixa de fogo, iluminando o chão.

_ “Nós não precisa mais de sol porque já temos um lampião!”, gritavam os cangaceiros.


E desde aí ficou ele com o seu nome de guerra consagrado’.


Enviado pelo professor Adinalzir Pereira Lamego lá do Estado do Rio de Janeiro

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ROBINSON ACIONA JUSTIÇA E PM ATACA EDUCAÇÃO E SAÚDE COM BOMBA, SPRAY E GÁS

Por Rafael Duarte Fotos: Divulgação

O jornalista Millôr Fernandes cravou uma frase durante a ditadura militar que alguns anos depois viraria verso numa canção do Cazuza: “os fãs de hoje são os linchadores de amanhã”. A frase resume a atuação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, por determinação do governador Robinson Faria, na desocupação do prédio da secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças, no início da noite desta sexta-feira (24), por aproximadamente 60 professores e servidores da saúde. Embora as duas categorias tenham pautas distintas, há um ponto que unifica a luta. Os trabalhadores reivindicam receber os salários em dia. Há 22 meses os servidores estaduais não sabem o dia em que o pagamento pelo mês trabalhado cairá na conta.

Há duas semanas, a PM estava na iminência de aderir à greve com as demais categorias do Estado que estão há quase dois meses sem receber salários. No entanto, o Governo mudou a estratégia e anunciou que honraria os pagamentos dos policiais antes dos demais servidores. Foi a senha para a PM recuar da paralisação e a pretexto de cumprir uma ordem da Justiça partir para cima dos trabalhadores.

Com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e spray de pimenta, a tropa de choque da Polícia Militar cumpriu decisão judicial expedida pelo juiz Bruno Lacerda a pedido do governador Robinson Faria e reprimiu os trabalhadores que ocupavam o prédio da Seplan desde segunda-feira como ápice de uma greve que já dura 11 dias. Não houve confronto físico nem feridos, mas a atuação da PM foi classificada de “covarde” pelos servidores que esperavam receber apoio dos policiais ao invés de bombas.

Várias categorias de servidores, que também estão sem receber salários, levaram apoio aos grevistas. A vereadora Natália Bonavides (PT) e o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) tentaram sem sucesso intermediar as negociações entre Governo e servidores. Os dois estavam dentro da Seplan quando a PM iniciou a desocupação lançando bombas de gás lacrimogênio para dentro da secretaria. Precavidos, alguns manifestantes seguravam panos úmidos para amenizar os efeitos do gás.

Repressão

Os momentos que antecederam a entrada da PM na Seplan foram de tensão. Os policiais entraram por duas entradas: uma interna, por onde os secretários de Estado de Planejamento e da Controladoria tem acesso, e pela frente do prédio. Houve uma última tentativa de negociação por 20 minutos, mas a maioria dos servidores desejava permanecer no local. Assim que as negociações foram encerradas, uma equipe da PM passou a lançar bombas de gás para dentro do prédio e ameaçar os servidores. Com a repressão, em pouco tempo o prédio foi desocupado.

A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde) Simone Dutra lembrou inclusive que os policiais militares estão no Fórum Estadual de Servidores, que debate uma pauta unificada com as demais categorias do Estado.

– É muito difícil estarmos juntos com policiais em alguns momentos, como no Fórum Estadual dos Servidores, e em outros sermos tratados dessa forma. Os policiais foram priorizados pelo Governo e parece que a única coisa que vão pagar é a segurança pública.

Professora do Departamento de Comunicação Social da UERN, Ana Lúcia Gomes contou que nunca havia passado por situação semelhante.

– A violência que a PM promoveu foi covarde. A gente não esperava isso de uma categoria que há 15 dias estava ao nosso lado. Eu sei que eles estavam cumprindo ordens, só que a ordem veio de Robinson Faria, de cima para baixo. Sabemos quem deu a ordem e estamos aqui para denunciar. Jamais iremos nos calar.

Oito anos depois de passar no concurso da UERN, a professora de história Andrezza Oliveira também não esperava enfrentar a PM para poder receber o salário em dia. Ela questiona o papel da Justiça no processo de desocupação, especialmente pelo acúmulo de privilégios num momento em que os servidores do Executivo estão com os salários atrasados.

– Nunca imaginei que para defender meu salário tivesse que levar bomba de gás da polícia, enfrentar a truculência policial. Mas isso também enche nossos corações de resistência. Se o Estado esta contra nós, significa que a classe trabalhadora segue no caminho certo. Nossa luta é para receber o salário pelo que já trabalhamos. E não pagá-lo é nos negar um direito básico, o direito à alimentação. Onde está a Justiça ? Na reintegração de posse de um prédio público ocupado pelo povo para receber o salário em dia?

A vereadora Natália Bonavides (PT) acompanhou os momentos de tensão antes da entrada da PM e destacou o fato de trabalhadores da educação e da saúde, duas áreas que o Governo diz que são prioridade, se submeterem à violência policial.

– O aparato do Estado se movimenta para a retirada de direitos, para a manutenção do atraso de salários e, agora, para a violência contra trabalhadores que lutam por salários. A atitude do Governo do Estado, de sequer receber as categorias para dialogar, foi de grande autoritarismo e truculência. Não há como deixar de mencionar, ainda, a cômoda posição do Poder Judiciário, cujos membros, do alto do conforto de quem recebe auxílio moradia, ordenam a retirada violenta daqueles trabalhadores, sem que sequer os responsáveis pela decisão estejam lá para acompanhar o cumprimento.

Sem diálogo

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) passou o dia tentando intermediar um diálogo entre Governo e servidores. Segundo ele, não houve da parte do Estado qualquer tentativa para evitar a repressão policial.

– É surreal os servidores lutarem para o cumprimento da lei que garante o plano de cargos deles e, ao mesmo tempo, o Governo entrar na Justiça e conseguir uma liminar para desocupar um prédio público. Isso é o retrato extremo da falta de diálogo. A greve dos professores da UERN e dos servidores da saúde não é um problema judicial e muito menos policial. Os trabalhadores só queriam que o Governo anunciasse uma data para recebê-los, isso foi presenciado pela OAB. Se o Governo tivesse dito isso, os servidores desocupavam. Mas esse Governo não dialoga.

Questionado se a crise econômica é razão suficiente para que o Governo siga atrasando os salários dos servidores, Mineiro cita três questões que poderiam ser enfrentadas pelo Estado, mas não são.

– Para mim há três questões para enfrentar: o combate à sonegação, a destinação dos recursos aos demais Poderes, que proporcionalmente é a maior do país, e a política de isenção fiscal do governo. Nos últimos quatro anos, o Governo destinou R$ 2 bilhões de isenção fiscal. Será que isso é necessário ? Gera emprego e renda para quantas pessoas? Atinge o pequeno e médio empresário ou as isenções são apenas para as grandes empresas ? São três questões importantes, que vêm de outros governos, mas o governo Robinson não toma nenhuma providência sobre isso.

http://www.saibamais.jor.br/2017/11/24/robinson-aciona-justica-e-pm-ataca-professores-com-bomba-e-gas/

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