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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

FOI ROUBAR LAMPIÃO E SAIU ROUBADO

 Por Histórias da Vida Real

https://www.youtube.com/watch?v=xQsGpI-RkVM&ab_channel=Hist%C3%B3riasdaVidaReal

Lampião foi jogar baralho em uma budega, entrou u rapaz no jogo que tentou roubar, trapacear no jogo de baralho... quando Lampião descobriu a trapaça, ficou uma fera... veja só o que deu essa história em detalhe no vídeo. 

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CANGACEIRO CATINGUEIRA AFRONTOU LAMPIÃO E MORREU

 Por Histórias da Vida Real

https://www.youtube.com/watch?v=Mp3a1SiHA5Q&ab_channel=Hist%C3%B3riasdaVidaReal

Cangaceiro de Lampião tinha coragem burra... era inconsequente, falava o que pensava, e um dia afrontou lampião, dizendo que o rei do cangaço não era homem... e aí o bixo pegou e o caldo entornou..deu Ruim.... 

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CORONEL APANHA DE CHICOTE E TOMA 6 BALAÇOS

 Por Histórias da Vida Real

https://www.youtube.com/watch?v=bFyUxRsqTfo&ab_channel=Hist%C3%B3riasdaVidaReal

Lampião pega coronel pelo colarinho e o entrega para ser justiçado nas mãos de um amigo que teve a familia espancada por ordem do coronel que encontrou o caminho das arraia do gancho. detalhes no vídeo. 

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CORISCO - O VAQUEIRO QUE O DESTINO LEVOU AO CANGAÇO

 Por Cultura Popular Brasileira

https://www.youtube.com/watch?v=gQjJE-av5yU&t=602s&ab_channel=CulturaPopularBrasileira

A história de Corisco, o diabo louro, contada pelo pesquisador Múcio Procópio.

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VÍDEO..! A HISTÓRIA DE SILVIO BULHÕES..!

Por Pedro da Rocha
https://www.youtube.com/watch?v=atXq0d8PSeY&t=672s&ab_channel=PedrodaRocha

POR QUE AS CINZAS DO CANGACEIRO CORISCO, SEU PAI, FORAM JOGADAS AO MAR ?....etc..etc..

Filho do casal de cangaceiros Corisco e Dadá, o menino Sílvio assusta-se ao confrontar suas verdadeiras origens; o rapaz Sílvio parte em busca da mãe biológica; e o homem Sílvio inicia uma jornada para dar aos restos do pai um mínimo de dignidade.

FONTE: Pedro da Rocha/ YOUTUBE

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A ÚLTIMA MORADA DE DONA MARIA FERREIRA DA SILVA (QUEIROZ) “DONA MOCINHA” IRMÃ DE LAMPIÃO.

 


Ontem (13/01/2016) comecei o dia preparado para colocar em prática algo que há dias estava programado e saí de casa logo cedo, saindo da Zona Sul em direção à Zona Norte de São Paulo/SP, rumo ao “Cemitério Chora Menino” que fica localizado no Bairro Imirim, local em que está sepultada a Senhora MARIA FERREIRA DA SILVA (QUEIROZ) “MOCINHA”, irmã de Lampião.

Dona Maria Ferreira da Silva (Queiroz)

Apesar de ter obtido informações através da administração do cemitério, a localização da sepultura não foi fácil, devido à posição geográfica e a aglomeração dos túmulos ali existentes.

Após certo tempo de procura deparei-me com uma sepultura simples parcialmente coberta por folhas e galhos de árvores, repleta de barro em sua superfície, e sem a devida placa de identificação, a qual após fazer uma busca pelas proximidades consegui localizar jogada entre os túmulos em meio ao mato e o barro.

Fiz uma limpeza superficial em cima da laje da sepultura com o auxílio de um dos coveiros, que me ajudou na limpeza da placa, e a colocamos na posição e no local correto, para finalmente poder realizar as fotografias.

Confesso que para mim que estudo há anos o cangaço foi duro presenciar aquela cena que sinceramente não condiz com o valor histórico que essa personagem tem para a história do cangaço e do Nordeste.

Dona Mocinha mesmo não tendo tido envolvimento direto com a história do cangaço, assim como suas demais irmãs (Virtuosa, Angélica e Anália) e irmão (João Ferreira), conheceu segredos familiares e sofreu as dores e agruras causadas por causa do envolvimento de seus irmãos (Virgulino, Antônio, Livino e Ezequiel Ferreira) com a vida cangaceira. Em vida tornou-se referência para estudiosos e pesquisadores por ter sido irmã do célebre cangaceiro Lampião.

Além de ter testemunhado e presenciado momentos difíceis da vida de sua família, teve a grande dor de perder seus pais ainda na flor da adolescência, tendo ainda que conviver durante toda a sua existência com o estigma de ser irmã do cangaceiro mais procurado e considerado inimigo público número 1 (um) do Nordeste, sofrendo preconceitos e discriminações.

Dona Mocinha residiu durante seus últimos dias de vida no bairro de Santana na Zona Norte de São Paulo, onde morava com familiares (Filhos).

Embora em seu documento de identidade conste a data de 01 de janeiro de 1906 como a de seu nascimento, conforme podemos observar na inscrição da placa (Foto), havia outro documento comprovando que ela teria nascido no ano de 1910.

Dona Mocinha faleceu no dia 10 de fevereiro de 2012 na cidade de São Paulo/SP, e era a última irmã de Lampião ainda viva.

FICA AQUI O REGISTRO PARA O CONHECIMENTO DOS MEMBROS, AMIGOS (AS) E SIMPATIZANTES DO NOSSO GRUPO.
DESCANSE EM PAZ...
LOCAL DO SEPULTAMENTO: CEMITÉRIO CHORA MENINO
BAIRRO IMIRIM (ZONA NORTE) - SÃO PAULO/SP.
QUADRA GERAL: 02
TERRENO: 51

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)
Grupo: O Cangaço

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O LIVRO SAIU DO FORNO DA GRÁFICA IPSIS...

 Por Ricardo Beliel

O livro Memórias Sangradas já saiu do forno da gráfica Ipsis e vai entrar em pré-lançamento na próxima semana, com venda inicial pelo site da editora Olhares (https://editoraolhares.com.br/.../memorias-sangradas.../).

Para marcar esse momento vamos fazer três lives, comentando o conteúdo do livro, em que estarei conversando com Luciana Nabuco, Milton Guran e Luiz Antonio Simas.

As lives podem ser acessadas através do canal youtube.com/editoraolhares nos dias e horários indicados.

Em breve o livro estará nas livrarias

Luciana Nabuco

Jornalista, tradutora, escritora e artista plástica. Nascida em Rio Branco, Acre, mora atualmente no Rio de Janeiro. Foi professora na Universidade Federal de Roraima e atualmente ministra workshops sobre literatura. Dirigiu, escreveu e produziu o documentário “Mãos feitas de fé” sobre cultura afro-brasileira. Colaboradora do projeto “Nas Trilhas da Literatura” para formação de leitores concebida pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, seção brasileira do International Board on Books for Young People - IBBY, órgão consultivo da UNESCO e Academia Brasileira de Letras – ABL. Autora dos livros Okan, A Casa de Todos Nós, Imigram meus pássaros e Nossas almas murmuram na sombra. Como ilustradora foi vencedora do concurso nacional em 2018 pela Ong "Fábrica de Imagens" de Fortaleza para realizar a identidade visual da mostra "Curta O Gênero" com o tema "Política, democracia e Feminismos Latino Americanos", com exposições na caixa Cultural de Fortaleza e Centro Cultural Dragão do Mar.

Esteve presente como parceira do projeto Memórias Sangradas, tendo participado como pesquisadora e nas entrevistas dos personagens.

Milton Guran

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 1948, morou durante certo tempo em Brasília, onde fundou a Agência Ágil de Fotojornalismo e foi presidente da União dos Fotógrafos de Brasília e secretário da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas), entre 1980 e 1983. Retornando depois ao Rio, onde foi fotógrafo do Museu do Índio, entre os anos de 1986 e 1989.

É mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (1992) e doutor em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Marselha, França (1996). Publicou os livros: Encontro na Bahia (Ágil, 1979); Linguagem fotográfica e informação (Editora Gama Filho, 1992); Agudás: os brasileiros do Benin (Nova Fronteira & Editora Gama Filho, 2000).

Exerceu papel de liderança em diversos setores, tendo sido responsável pela criação da coleção de livros de fotografia da Editora Dazibao, no início dos anos 1990; pela implantação do curso de pós-graduação em Fotografia da Universidade Candido Mendes (Rio de Janeiro); bem como pela criação do FotoRio (Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro), em 2003.

Luiz Antonio Simas

Luiz Antonio Simas é professor, historiador e escritor. É autor de diversos livros, como Dicionário da História Social do Samba, escrito com Nei Lopes e vencedor do Prêmio Jabuti 2016 na categoria Livro de Não Ficção do Ano; Fogo no Mato: a ciência encantada das macumbas (2018), com Luiz Rufino; Samba de enredo: História e arte (2010), com Alberto Mussa, Maracanã, quando a cidade era terreiro, com fotos de Ricardo Beliel. Trabalhou como consultor, ao lado de Ruy Castro, Sérgio Cabral, Jairo Severiano e Hermínio Bello de Carvalho, no processo de criação do novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e recebeu, em 2014, por serviços prestados à cultura do Rio de Janeiro, o conjunto de medalhas da comenda Pedro Ernesto, conferido pela Câmara Municipal. Tem mais de uma centena de artigos e textos publicados em jornais e revistas sobre a cultura popular brasileira. É jurado do Estandarte de Ouro, a mais tradicional premiação do carnaval carioca e autor dos livros Almanaque Brasilidades – Um inventário do Brasil popular e Arruaças – Uma filosofia popular brasileira (com Luiz Rufino e Rafael Haddock-Lobo), editados pela Bazar do Tempo.

Ricardo Beliel

Inicia seu interesse por arte estudando gravura no MAM/RJ com Fayga Ostrower, Ana Letycia e Ruddy Pozzati e no Centro de Estudos de Arte Ivan Serpa. Em 1973 começa a fotografar, trabalhando com músicos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e O Terço. Em 1976 entra para o jornalismo como fotógrafo contratado do jornal O Globo, passando depois por Manchete, Placar, Fatos e Fotos, Veja, Isto É, agência F-4, Manchete Esportiva, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo. Foi editor de Fotografia da revista Manchete e sub-editor no jornal Lance, no qual participou da equipe fundadora. Durante seis anos fez parte da agência GLMR & Saga Associés em Paris, produzindo reportagens fotográficas na América Latina e África. Como jornalista e fotógrafo independente colaborou com Grands Reportages, Figaro Magazine, VSD Magazine, Time, National Geographic, Victory, Voyage, Colors, Geo, La Vanguardia, Los Tiempos, Ícaro, Terra, Próxima Viagem, Vice, Placar e Angola Hoje entre outros.

Recebeu da Organização Internacional de Jornalistas o prêmio Interpressphoto e da Confederação de Jornalistas da União Soviética o prêmio Alexander Rodchenko, ambos em 1991. Foi finalista cinco vezes do Prêmio Abril de Jornalismo, sendo vencedor em três anos consecutivos. Em 1997 foi finalista no Prêmio Esso de Jornalismo com uma reportagem sobre a expedição da Funai para estabelecer o primeiro contato pacífico com os índios korubo na floresta amazônica.

Participou de 99 exposições em locais como Kunsthaus, em Zurich, Museo Carillo Gill, na cidade do México, Museo de Bellas Artes, em Caracas, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Telemar, Museu de Arte do Rio/MAR e Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro, e Museu de Arte de São Paulo. É graduado em jornalismo na Faculdade Hélio Alonso e pós-graduado em Fotografia nas Ciências Sociais na Universidade Cândido Mendes, em Comunicação e Políticas Públicas na Escola de Comunicação/UFRJ e Teoria e Prática da Educação de Nível Superior na ESPM/RJ. Foi professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), na Universidade Estácio de Sá, na Universidade Candido Mendes e no Ateliê da Imagem. Jurado do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018

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HOJE QUEM ESTÁ NOS DEIXANDO É A DONA QUITÉRIA MARIA DA CONCEIÇÃO...

 Por Geraldo Júnior

... aos 105 anos de idade, moradora da cidade paraibana de Princesa Isabel e uma das últimas, se não a última testemunha dos fatos e acontecimentos que envolveram a chamada Revolta de Princesa, tendo também conhecido o cangaceiro Lampião no auge de sua juventude.

Expresso aqui meus sentimentos a todos os familiares e amigos de dona Quitéria Maria da Conceição e que rogo para que Deus a conduza em sua nova jornada.

Aos interessados:

O sepultamento acontecerá no dia de hoje (17/11/2021) às 16:00 horas no Cemitério Monte Santo na cidade de Princesa Isabel, Paraíba.

Estão todos convidados a participarem desse ato de fé e solidariedade cristã.

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'HECATOMBE DE GARANHUNS': CHACINA POLÍTICA COM 18 MORTOS FAZ 100 ANOS

 Por Joalline Nascimento e Lafaete VazDo G1 Caruaru

'Hecatombe de Garanhuns' ocorreu na cadeia pública (foto) e vitimou 18 pessoas (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves)

Assassinatos aconteceram no dia 15 de janeiro de 1917, em Pernambuco. Tragédia foi motivada pela morte do prefeito eleito na época, Júlio Brasileiro.

Dezoito pessoas mortas em uma cadeia pública. Este foi o resultado da tragédia que ficou conhecida como "Hecatombe de Garanhuns". Neste domingo (15), a chacina que vitimou políticos e comerciantes do município do Agreste de Pernambuco completa 100 anos. Ao G1, o coordenador da Comissão do Memorial Centenário da Hecatombe de Garanhuns, o professor Cláudio Gonçalves, afirma que o episódio foi uma das maiores tragédias políticas da história local.

Tudo começou em julho de 1916, quando houve eleição para prefeito de Garanhuns. O tenente-coronel Júlio Brasileiro e José da Rocha Carvalho disputavam a gestão municipal. "Júlio era deputado e Dr. Rocha era apoiado pelos antigos políticos que dominavam o município, que eram os Jardins. Essa eleição foi bastante tumultuada, com ameaças de surra de cipó de boi, listas negras ameaçando os adversários políticos, cruzes negras nas portas destes adversários", detalha o professor Cláudio.

O episódio de Hecatombe ficou marcado pela série de assassinatos, que teriam sido motivados pelo resultado da eleição de 7 de janeiro de 1917. Durante a campanha política, surgiu a figura do capitão Sales Vila Nova, que apoiava Rocha Carvalho. Como opositor político, o capitão matou a tiros o então prefeito eleito, Júlio Brasileiro - que não chegou a tomar posse, pois foi assassinado no dia 14 de janeiro daquele ano, no Recife.

As outras pessoas - aliadas de Rocha Carvalho - foram assassinadas dentro da Cadeia Pública de Garanhuns, após os correligionários de Júlio armarem uma emboscada para vingar a morte do prefeito eleito. Os documentos mostram que cerca de 18 pessoas foram mortas na unidade prisional.

Júlio Brasileiro, prefeito eleito de Garanhuns em 1917 (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves)

Motivação da morte de Julio

De acordo com o coordenador da Comissão do Memorial da Hecatombe, o capitão Sales Vila Nova descobriu que Júlio não poderia ser candidato à Prefeitura de Garanhuns, já que ele era deputado e não havia terminado o mandato.

"Tudo isso levou o governo do Estado, por meio do governador Manuel Borba, a anular a eleição. Ele era aliado de Júlio e marcou uma nova eleição para 7 de janeiro de 1917. A oposição não participou desse processo eleitoral, já que Dr. Rocha renuncia, assim como o vice, Dr. Borba Júnior", explica Cláudio Gonçalves.

Ao G1, o professor contou que antes de ocorrer essa eleição, durante o período de campanha, Júlio Brasileiro se encontrou com o capitão Sales Vila Nova no Centro de Garanhuns, onde havia a feira. Na ocasião, o tenente-coronel candidato à prefeitura ameaçou agredir Sales com cipó de boi. Este revidou a ameaça, dizendo que se fosse agredido, mataria Júlio.

Capitão Sales Vila Nova, assassino do prefeito eleito de Garanhuns (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves).

"Na eleição, Júlio concorreu sozinho e foi eleito prefeito de Garanhuns. No dia seguinte, ele foi para a recepção do general Dantas Barreto, que estava visitando Recife. Passados seis dias, em 13 de janeiro, Sales foi cercado por seis homens mascarados - que eram os sobrinhos e irmãos de Julio, e um secretário da prefeitura. Ele levou a surra de cipó de boi e ficou todo retalhado. Até hoje, acredita-se que Júlio foi o mandante", revela Cláudio.

No dia 14 de janeiro, o capitão Sales viajou para o Recife, encontrou Júlio e atirou nele. Segundo conta Cláudio Gonçalves, o prefeito eleito de Garanhuns estava no terraço de um restaurante quando foi atingido por dois disparos. Ele chegou a perseguir o capitão, mas foi ferido com outros dois tiros e morreu no local. No mesmo dia, Sales Vila Nova foi detido pela morte do tenente-coronel.

Aviso da morte de Júlio Brasileiro

No dia seguinte ao assassinato, o caso que ocorreu no Recife chegou em Garanhuns. A viúva, Ana Duperron Brasileiro, recebeu um telegrama que informava sobre a morte do marido dela. Depois disso, os aliados de Júlio começaram a chegar na casa onde ele morava.

Tomada pelo ódio, a viúva de Júlio disse: 'Não derramarei nenhuma lágrima, se as outras não derramarem. E só vestirei luto depois que as outras vestirem'. A partir disso, foi iniciada uma trama para vingar a morte do tenente-coronel"

Cláudio Gonçalves

"O irmão de Júlio não aceitou que a morte dele [Júlio Brasileiro] tinha sido vingança de Sales, mas achou que foi a mando dos Jardins [e dos seguidores de Rocha Carvalho], que queriam tomar a chefia política de Garanhuns", disse o coordenador da Comissão do Memorial Centenário da Hecatombe.

Segundo Cláudio Gonçalves, "tomada pelo ódio, a viúva de Júlio disse: 'Não derramarei nenhuma lágrima, se as outras não derramarem. E só vestirei luto depois que as outras vestirem'. A partir disso, foi iniciada uma trama para vingar a morte do tenente-coronel".

'Hecatombe de Garanhuns'

Os familiares de Júlio Brasileiro decidiram vingar a morte dele. O sobrinho da vítima, Álvaro Viana, mandou um telegrama para o irmão, Alfredo Viana, convocando ele e outros homens para irem até Garanhuns.

Com a chegada de Alfredo no município do Agreste pernambucano, cerca de 100 homens fortemente armados se reuníram na cidade. Eles começaram a invadir as casas dos adversários de Júlio Brasileiro. "Invadiram a casa de Borba Júnior, que era candidato a vice-prefeito de Rocha Carvalho. O delegado Meira Lima chegou a tempo e impediu a morte de Borba, dizendo que ele deveria ir para a cadeia pública", contou Cláudio ao G1.

A trama da vingança do assassinato de Júlio reuniu familiares, o juiz Abreu e Lima e o delegado Meira Lima. A ideia era levar todos os adversários do prefeito morto para a cadeia. Eles foram convencidos de ir até o local para se proteger, conforme destacou o professor Cláudio Gonçalves.

Sete políticos foram assassinados na cadeia pública na Hecatombe de Garanhuns (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves)

Vários grupos cercaram o local e começaram a atirar. "Argemiro Miranda [um dos correligionários de Rocha Carvalho] conseguiu uma arma, enviada pela esposa de Francisco Veloso [outro opositor de Júlio], e revidou os tiros. Ele tentou escapar, mas morreu na porta da cadeia, que estava cercada", destaca Cláudio.

Na ocasião, morreram 18 pessoas. Entre elas, sete políticos e um jovem que havia ido visitar o tio na cadeia. O nome "Hecatombe de Garanhuns" surgiu porque uma senhora - após perceber que haveria uma chacina - enviou um telegrama para o comandante da polícia, no Recife, com a frase "Enviar forças urgente, haverá uma hecatombe". 

Hecatombe que é um termo grego que significa sacrifício de 100 bois ou massacre de um grande número de pessoas. "Os jornais locais começavam a falar do 'sucesso de Garanhuns', que era [o mesmo que] chacina. Mas, após o telegrama [do pedido de ajuda] ser publicado, começaram a chamar e episódio de hecatombe", explica o professor.

Julgamento da chacina e novo prefeito

O julgamento da Hecatombe de Garanhuns teve início no dia 27 de setembro de 1918. A última sessão para a sentença ocorreu em 19 de novembro de 1918. O capitão Eutíquio da Silva Brasileiro – irmão de Júlio – foi condenado a 30 anos de prisão; Álvaro Brasileiro Viana – primo do prefeito assassinado – foi absolvido unanimemente; Alfredo Brasileiro Viana – também primo de Júlio, foi condenado a 30 anos de prisão; o delegado Meira Lima foi condenado a perder o emprego.

Tragédia foi noticiada em em jornais locais de PE - (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves)

Quem assumiu a prefeitura de Garanhuns naquele ano foi Joaquim Alves Barreto Coelho, que era Presidente do Conselheiro Municipal. O vice de Júlio Brasileiro, o capitão Thomaz Maia, não assumiu porque foi preso acusado de fornecer querosene para incendiar as casas comerciais das vítimas após a Hecatombe.

Livro sobre testemunha da tragédia

O maestro francês Fernand Jouteux se mudou para o Brasil em busca de inspiração, como afirma o escritor Ígor Cardoso, autor do livro "Fernand Jouteux - O maestro de chapéu de couro”. O músico morou durante 35 anos em Garanhuns e se baseou no livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha, para escrever uma das suas maiores obras. 

"A grande obra da vida dele foi uma ópera chamada “O Sertão”, composta na fazenda “Belle Alliance” e inspirada na nossa cultura, em Canudos e em Antônio Conselheiro. Acabou se radicando na cidade por ser perto do Sertão", conta Ígor.

Fernand era um grande amigo do cônego Benigno Lira, um dos personagens centrais da hecatombe. Lira era erudito, poeta e gostava de música clássica e também chegou a colocar letra em uma de suas partituras. Além de vir de uma importante família de Alagoas e Pernambuco, dona de usineiras.

Relatório da hecatombe foi apresentado ao Supremo - Tribunal de Justiça (Foto: Acervo pessoal/Cláudio Gonçalves)

"Ele [Lira] tem participação em todos os eventos. Apoiou a estratégia da viúva e ao mesmo tempo convenceu os políticos a se recolherem na cadeia", revela.

O maestro tentou ser fazendeiro, mas logo depois do desastre da hecatombe, o pai dele morreu na França, e ele voltou ao país de origem. Também não conseguiu o apoio que queria para montar a ópera.

"Ele chega a compor uma valsa, a 'Bela Aliança', onde cita nominalmente as amarguras que tem passado e fala sobre a hecatombe, o grande motivo de ter desistido de ser fazendeiro e de viver em Garanhuns. Fernand volta para a França, passa um tempo e não fica feliz. Retorna para o Brasil, vai morar novamente em Garanhuns e encontra um cenário diferente", completa o escritor.

O livro "Fernand Jouteux - O maestro de chapéu de couro” foi lançado no dia 25 de julho de 2015, no Instituto Histórico Geográfico e Cultural de Garanhuns (IHGCG), durante o Festival de Inverno.

Livro foi lançado durante o Festival de Inverno de Garanhuns (Foto: Divulgação/Marta Patriota)

tópicos: GaranhunsPernambucoRecife

http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2017/01/hecatombe-de-garanhuns-chacina-politica-com-18-mortos-faz-100-anos.html

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NOVA IMAGEM DO CAPITÃO LAMPIÃO


 A imagem pertence ao acervo do blog - http://lampiaoaceso.blogspot.com

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