Seguidores

quinta-feira, 15 de março de 2018

ADUERN APRESENTA DOCUMENTOS AO GOVERNADOR BUSCANDO ENCERRAR GREVE NA UERN

Por Assessoria de Comunicação

A Direção da ADUERN, acompanhada pelos comandos de greve docente e técnico e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), protocolou junto ao Governo do Estado, um ofício (nº 28/2018) contendo quatro propostas que podem garantir que o movimento grevista na instituição se encerre. Também foi enviada ao Governador uma carta de apoio com assinaturas de diversas autoridades políticas do estado reivindicando solução para o impasse.

O documento, que foi apresentado em coletiva de imprensa na manhã de hoje (14) na ADUERN, propõe que o Governo apresente saídas para o atraso salarial e um calendário de pagamento para os servidores em greve. O ofício coloca como condicionantes:

•Pagamento do mês de fevereiro até o final de março;

• Regularização dos pagamentos ate o final de abril;

• Um calendário de pagamento até o dia 20 de cada mês; 

• Pagamento do décimo 13º Salário de 2017 até Maio de 2018.

A direção da ADUERN também apresentou durante a coletiva de imprensa, uma carta de apoio que vem recolhendo inúmeras assinaturas em todo o estado de apoio a luta dos servidores da universidade. A carta, que foi redigida pelo Comando de Greve e sindicato, será remetida ao Governo do RN como instrumento de pressionar o executivo a negociar com as categorias em greve.

A presidenta da ADUERN, Rivânia Moura, lembrou que a proposta inicial dos docentes era a regularização imediata dos salários, porém, após quatro meses de greve e inúmeros enfrentamentos com o Governo, a categoria observou a indisposição de Robinson em negociar e apresentou uma contraproposta de sua própria reivindicação inicial.

“Apresentamos hoje uma proposta rebaixada, que diminui aquilo que pedíamos inicialmente em nossa greve. Queremos voltar a trabalhar, os técnicos também querem, os estudantes querem voltar a estudar e por isso estamos sacrificando nossa pauta e nosso direito a um salário em dia imediatamente. A ADUERN, os comandos e o DCE tem disposição para negociar, agora resta saber se o Governador também tem”, afirmou Rivânia.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CASARÃO DO CAPITÃO ÂNGELO GOMES DE SÁ E O SEQUESTRO DO CEL DAVI JACINTO PELO BANDO DE LAMPIÃO

Por Cícero Aguiar

Esse imponente casarão, maltratado pela ação do tempo, fica localizado no sítio Cabaças, Verdejante-PE, segundo moradores da localidade como o Sr. Manoel Henrique, essa casa pertenceu ao Capitão Ângelo Gomes de Sá, filho do Alferes Manoel Gomes de Sá e de Maria dos Anjos da Purificação, primeiro matrimônio com Maria Angélica de Jesus e o segundo com Feliciana Gomes de Sá, as esposas eram irmãs, filhas de Antônio Gomes de Sá irmão de Ângelo. 


O capitão Ângelo Gomes de Sá, era tio de David Jacinto de Sá, um dos fundadores da cidade de Verdejante-PE, Davi Jacinto nasceu em meados do ano de 1859 e faleceu com 85 anos de idade no dia 04 de dezembro de 1944. A fazenda Bezerros, hoje cidade de Verdejante, era distrito de Salgueiro, a sua localização e a distância entre as cidades de Salgueiro-PE e São José do Belmonte-PE, dificultava o comércio dos produtos agrícolas e outras mercadorias. Por volta de 1915, ano da grande seca, as lideranças do lugarejo sentiram a necessidade da criação de uma feira semanal para a comercialização de mercadorias, assim foi criada a feira aos domingos. 
  


No ano de 1917 o então prefeito de Salgueiro, o Cel. Romão Sampaio, tomando conhecimento da criação da feira, ordenou a sua proibição, destruindo as barracas e desarmando o chefe político David Jacinto. Em dezembro do mesmo ano, em campanha política, Agamenon Magalhães visitou a vila, e prometeu interceder, de fato cumpriu a promessa, inclusive devolvendo a arma do chefe político local David Jacinto. Na celebração das festas natalinas, o Padre Manoel Firmino, pároco de Salgueiro, sugeriu que fosse construído uma capela.


As lideranças políticas e os chefes de famílias, se reuniram e acertaram a construção da igrejinha, o Sr. David Jacinto, e o seu cunhado Mariano Gomes de Sá e Cirilo Ribeiro fizeram a doação do terreno para a construção. Em forma de mutirão, a Capela foi erguida e inaugurada no dia 08 de dezembro de 1918 com a chegada da imagem de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, e uma celebração de uma festa.



“O sequestro do Cel. David Jacinto de Sá pelo bando de Lampião”

Em meados do ano de 1926, Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) invade e saqueia o povoado de Bezerros, o alvo era Cel. David Jacinto, o chefe político do lugar. Lampião exigiu a quantia de 10 contos de réis do coronel, que prontamente se negou a entregar a quantia. Lampião ficou muito irritado com a negativa, então, ordenou que os cangaceiros amarrassem o coronel de costas num jumento e o sequestrou. A esposa do sequestrado, a Sra. Joana Tavares de Sá (ou Joana Gomes de Sá, Joana Tavares Muniz) (Dona Joaninha), recorreu ao Cel. Veremundo Soares de Salgueiro, e ele empresta os 10 contos de réis para pagar o resgate, Dona Joaninha faz uma promessa, que se o seu esposo voltasse para casa a salvo, ela mandaria celebrar uma missa. 


Com o dinheiro emprestado por Veremundo, Dona Joaninha entrega a quantia ao Sr. Manoel Coelho e pedi que ele saia a procura do bando de Lampião, era do conhecimento que o grupo de cangaceiros tinha indo em direção da localidade chamada Carnaúba, então o dinheiro foi entregue pelo portador, Lampião solta o sequestrado e ele volta a salvo para sua casa. Para cumprir a promessa foi mandado celebrar uma missa e uma festa com os vaqueiros no dia 08 de dezembro, dando então início a tradicional Missa do Vaqueiro, que até hoje é realizada.

Cicero Aguiar Ferreira, Pesquisador

Fonte de pesquisas: ACAVE (Associação Cultural e Artística de Verdejante), Manoel Henrique, Genealogia Pernambucana, documento digitalizado do cartório de Verdejante (assentamento do óbito de David Jacinto de Sá).

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2018/03/casarao-do-capitao-angelo-gomes-de-sa-e.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

TERRA DOS MONXORÓS

Por Aluísio Barros Oliveira


A Terra dos Monxorós alcança 166 anos de emancipação política. Parabéns para o povo da terra da Índia Kathauã. (Catedral de Santa Luzia), marco zero da cidade. 


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10216111975937500&set=a.10201414668954011.1073741826.1393373857&type=3&theater&comment_id=10216114229553839&notif_t=feedback_reaction_generic&notif_id=1521150089937102

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

DIA DO CACHORRO DOIDO

*Rangel Alves da Costa

Que dia mais esquisito é esse: dia do cachorro doido. Geralmente os cachorros endoidam qualquer dia, ficam raivosos a qualquer dia, danam-se em estripulias a qualquer dia. Mas ter um dia específico para endoidar é a primeira vez que ouço dizer.
Durante o período quaresmal dizem que é comum surgirem os lobisomens e outras esquisitices da noite. Também em diversas ocasiões aparecem os encantados, os fogos-corredores, as mulas-sem-cabeça, dentre outros. Mas essa história de cachorro doido?
Naquela manhã Sinhá Purcina sequer teve tempo de se ajoelhar direito perante o seu oratório. Sua preocupação maior desde a hora que levantou era a de fechar bem fechada cada janela e cada porta, pregando com ripa onde houvesse brecha maior. Por que tudo isso? Por causa do cachorro doido.
Naquela manhã não houve sino da igreja tocando nem preces e orações das velhas beatas na igreja. Ora, ninguém era doido de sair no meio da rua, fosse a qualquer hora do dia, por medo de que de repente se visse diante do tão temido cachorro doido. No silêncio o sino estava e assim ficou durante o dia inteiro.
A mocinha apaixonada, lacrimosa como sempre, estava mais desesperada ainda por que naquele dia não haveria sequer esperança de o carteiro chegar. E aflição somada à angústia de não poder abrir a janela e se derrear no umbral para derramar filetes amorosos. Quanto aperto naquele coração em frangalhos e mais ainda pelas razões desse tal de cachorro doido.
Quando um doido despercebido do perigo da situação, pulou o muro e danou-se para o meio da rua, foi um deus nos acuda. Ao invés de o insano jogar pedras, eram pedradas que recebia e vindas não se sabe de onde. Uma verdadeira saraivada de pedras para sair do meio da rua e retornar ao seu esconderijo. Ao invés disso, sumiu em correria que não se sabe onde foi parar.


A cidade inteira parecendo um deserto. Nenhum pé de pessoa que fizesse sombra. Ruas poeirentas que pareciam do outro mundo, folhagens que passavam ligeiro sendo levadas pela ventania. Nem pessoa nem gato ou cachorro normal. Também sem galinhas, galos ou qualquer outro bicho de estimação. Apenas um deserto esquisito e assustador.
Dentro das casas protegidas e quase fortificadas, as pessoas metidas debaixo das camas, dentro dos guarda-roupas, nos buracos cavados com antecedência. Os mais velhos, se apegando na fé, entrecruzavam os dedos entre rosários e orações, entre preces e rogos para que aquele dia do cachorro passasse logo e sem provocar o que mais se temia.
De repente se ouviu um barulho terrível, ribombento, aterrador. Em seguidos uivos alucinantes, berros apavorantes, gemidos agonizantes, urros endiabrados. O fim do mundo. Ou mais que isso. Diante de situação tão terrível, as pessoas se mijavam nas roupas, suavam de correr em rios, estremeciam feito vara verde tremelicante. Mãos levadas à boca e ao coração, as dores terríveis da agonia. Desmaios, chiliques, gritos sufocados por medo do cachorro doido.
Mas quem olhasse além das portas, no meio das ruas e além-esquinas, nada avistava de anormal, a não ser a ventania mais forte da estação e que ia espalhando restos de folhagens por todo lugar. Apenas isso. De resto apenas o medo injustificado nas pessoas. Ou justificado demais se forem consideradas as reais motivações daquele alvoroço todo.
Num tempo distante, em dia de sermão na igreja repleta de fervorosos fiéis, o velho vigário disse em alto e bom som que aquela vida pacata, porém segura e longe das maldades do mundo, não poderia ser ameaçada pela chegada do cachorro doido. E o termo cachorro doido para se referir ao forasteiro ou desconhecido que acaso ali chegasse.
Depois da missa não deu outra coisa, não se falou em nada mais senão no cachorro doido. E o pior que de tanto se falar, logo toda a população já havia assimilado a ideia de qualquer forasteiro como um verdadeiro cachorro doido.
E o cachorro doido, fosse ele quem fosse, ali chegaria para revirar o lugar de cabeça pra baixo, pra desonrar as mocinhas, para judiar dos mais velhos, para atanazar a vida de todo mundo. Por isso mesmo que ninguém sequer suporta ouvir em forasteiro.
Mas por que o dia do cachorro doido? Assim por que num dia da semana o trem chegava apitando na estação da cidade vizinha. Ali não chegava trem, ônibus, veículo, nenhum meio de transporte. E chegando lá podia se dirigir até aquele lugar.
O dia era sexta-feira. O dia da chegada do trem na vizinha estação. Por isso que tanto se temia que um forasteiro ali descesse e mais tarde despontasse na estrada. E feito cachorro doido acabasse com toda paz e todo sossego.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UERN MOSSORÓ (RN)


Envaido pelo professor , escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PEGA DE BOI BRABO NO MATO, NA FAZENDA ARACATI


Benedito Vasconcelo Mendes

Eu era criança quando assisti pela primeira vez meu avô e o vaqueiro Sales derrubarem um enorme touro brabo, dentro de uma mata garranchenta e espinhenta na Fazenda Aracati. Eu estava  passando minhas férias escolares de meio de ano na referida fazenda, juntamente com meu pai, que também estava de férias de seu emprego no Banco do Brasil. Corria o mês de junho, ainda com chuvas, o gado gordo e a vegetação verde, viçosa e florida.                                                                                        
O Sales era o vaqueiro mais experiente da fazenda Aracati e meu avô era o melhor pegador de gado brabo da redondeza do município cearense de Sobral.                                                         

Depois do café da manhã, meu avô tirou sua camisa azul de mescla  de quatro bolsos, vestiu seu gibão-de-couro de veado-catingueiro, as perneiras, o guarda-peito, os guarda-pés, as luvas, as esporas e o chapéu de couro e depois foi arrear seu garboso cavalo Estrela. Com seu cavalo arreado, inclusive com peitoral de couro de boi curtido, para enfrentar a caatinga espinhenta, meu avô entrou em casa e se dirigiu até o oratório, ajoelhou-se, pediu proteção a São Raimundo Nonato, protetor dos vaqueiros, benzeu-se e saiu para o alpendre. Minha avó, que não tinha conseguido dormir à noite,  preocupada com o risco que seu esposo iria correr, rezava sem parar, invocando a proteção divina. Pouco tempo depois, chegou o vaqueiro Sales, também encourado, montado no seu cavalo. Em seguida, saíram os dois rumo à Mata do Serrote, que era uma reserva de caatinga virgem, que fazia parte das terras de meu avô. Eu e meu pai fomos a cavalo assistir, de longe, a perigosa aventura do meu avô. Os dois vaqueiros, ao se aproximarem da caatinga fechada, avistaram, na beirada da mata, o enorme touro zebu, de cor cinza, com cabeça, cupim e peito  quase pretos e chifres arqueados, com pontas afiadas. Meu avô e o Sales rapidamente se aproximaram do bovino que, ao perceber a presença deles, entrou em disparada carreira na mata  espinhenta  e  foi seguido, de perto, pelos dois corajosos e hábeis vaqueiros. Logo que meu avô conseguiu pegar no rabo do touro xucro, derrubou o gigantesco animal e, numa rapidez espantosa, o vaqueiro Sales saltou em cima da cabeça do barbatão caído, enfiando os dedos nas ventas dele e entortando a sua cabeça para cima, dominando-o totalmente. Rapidamente, meu avô saltou da sela do cavalo e  colocou a careta (máscara) sobre os olhos e laçou um longo relho de couro cru trançado nos chifres dele. O valente e enfezado touro, totalmente domado, foi levado até o curral e preso no grosso mourão de aroeira,  para aparar as pontas dos chifres, com um pequeno serrote de carpinteiro, e ser ferrado com o ferro do meu avô, na anca direita, e com o da ribeira, no lado esquerdo. Este touro por ser muito arisco, quando solto, nunca tinha se aproximado  do curral. Foi criado na caatinga e ainda não tinha sido ferrado.                                                                                 
Estas cenas de bravura do meu avô, que presenciei, me influenciaram de tal maneira que eu passei, a partir daí, a dizer que, quando crescesse, queria ser vaqueiro. O destemor, a destreza e a força demonstrados pelo meu avô fizeram com que ele passasse a ser também meu herói. Hoje, quando assisto pela televisão a pega de boi no mato, como um evento esportivo, recordo-me do heroísmo do  meu avô ao executar aquela perigosa tarefa de sua lida rotineira.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

PARA DESCONTRAIR (PIADA DE MATUTO) - 3 O CABRA MACHO NO CÉU


Material do acervo do Ruy Lima

O matuto está no portão do céu, esperando para entrar, enquanto São Pedro folheia o livro sagrado, checando toda a vida dele para ver se é um cabra de valor. Depois de um bom tempo, São Pedro olha-o severamente e lhe diz:

— Não vejo nada que seja realmente ruim em sua vida, mas, também, não há nada que seja especialmente bom. Se me provar que fez algo muito bom, você está dentro.

O matuto pensou por alguns instantes e disse a São Pedro:

“Ah, teve uma vez que estava indo pela estrada, quando vi um bando de cangaceiros mexendo com uma garotinha indefesa. Diminuí a velocidade do meu burro para ter certeza do que estava acontecendo. Vi uns cinquenta cabras tentando tirar as roupas da menina. Parei o burro, desci, peguei um facão e fui em direção ao chefão do bando.

O cabra, quando me viu, puxou um punhal duas vezes mais comprido do que o meu facão e gritou: - Tá querendo o que, cabra safado?

Enquanto eu me aproximava dele, os outros foram fazendo uma roda em volta de mim.

Mas eu tava cego de raiva e com muita pena da menina, e lembrei-me doque que meu velho pai dizia: “não tem ninguém frouxo nesta família.” E para não decepcionar o meu véi, levantei meu braço com o facão e gritei: - Deixem essa menina em paz! Vocês não passam de um bando de covardes! Voltem pra suas tocas antes que eu perca a paciência e acabe com suas raças, seus animais!”

São Pedro, realmente impressionado, perguntou-lhe:

— E quando isso aconteceu?

— Ah, faz uns dois minutos, São Pedro!

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1843229132366181&set=gm.1908620672783768&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O LIVRO O FOGO DA JUREMA JÁ ESTÁ À VENDA COM O PROFESSOR PEREIRA


Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba,  que ele tem e está disponível aos amigos. 

São 318 páginas, preço R$ 50,00 com frete incluso.
Pedidos: franpelima@bol.com.br e fplima156@gmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MÃE DO FILHO DO LIXO


Por José Ribamar Alves

Amigo leitor,  acabo de chegar de uma viagem imaginária,
Trazendo na bagagem da memória, uma história mais pegajosa do que visgo, mais linda do que um rio transbordando e, mais triste do que uma mulher nos três primeiros dias de viuvez.

Desta feita, descrevo a história de uma jovem chamada Divilene,
Filha de um casal conhecido por Andrelito e Sofia Bonabela.
Diz a história que a jovem donzela, por falta de melhores graus de escolaridade, fora para uma cidade grande, chamada Monte das Flores, no intuito de fazer faculdade, pois onde residia não teria como realizar esse sonho.

Então, da cidade Trilha dos Ventos, onde morava, distanciou-se essa sonhadora, à procura do seu objetivo, mas acabou sendo vítima dum dilúvio de contradições, tormentos e infelicidades.

Chegando então, Divilene, a Monte das Flores, um lugar estranho,
e movimentado, conseguiu amparo na casa de Susileia, irmã de seu pai Andrelito.

E como todos os princípios são flores, ela nos primeiros meses,
Sentiu-se bem acolhida, que até parecia estar em sua própria casa.
Mas, o que é bom dura pouco e, logo veio-lhe a decepção e, todo àquele afeto efêmero transformou-se em humilhação e cara feia.

Então, para livrar-se dos cochichos e piadas, obrigou-se a procurar um outro abrigo, porque já não suportava mais tanto sofrimento.
E apesar de meio confusa, lembrou-se de uma amiga que chamava-se Gracilene, que residia sozinha, em um simples apartamento, daquela floresta de tijolo, de ferro, de cimento e luzes artificiais.

Decidida e confiante Divilene, deixa àquele refúgio de dissabores e constrangimentos e vai ao encontro da amiga de quem lembrara.
E, Gracilene a dita moça, a quem Divilene, resolvera recorrer...
não hesitou em dar uma forcinha à sua amiga que encontrava-se suprida de problemas.

Então, como caridade, só é caridade, se for completa, Gracilene conseguiu um emprego para Divilene, que passara a trabalhar durante o dia e estudar durante a noite.

E, satisfeita, fazia faculdade na intenção de concretizar seu sonho de tornar-se pediatra. Mas durante o curso de medicina, se deixou envolver com um jovem que viria em pouco tempo, trazer-lhe transtornos e dores.

Divilene, completamente iludida e apaixonada, deixou-se, por inexperiência, talvez, pegar uma gravidez indesejada, que seria a coisa mais impensada de sua vida.
Mas, para os pais, no interior, Divilene não mandava dizer, nas correspondências, que estava grávida, muito menos para o povo da casa de sua tia Susileia.

Com a gravidez, a pobre moça, impressionada, abandona os estudos,
Ao sentir-se desprezada pelo príncipe dos seus desejos e, por pouco não perdera seu emprego.

Mas no dia em que teve de ir para maternidade, para dar a luz à criança, já fora cheia da maldade, pois não queria que a criança viesse a viver, porque não teria como trabalhar, estudar e cuidar do próprio filho.
E dez dias após o parto, Divilene conduzindo o filho, pega um táxi,
Dizendo que iria para favela, passar o dia na casa de uma conhecida, dela.
E atormentada pelo desespero e o descontrole, ao chegar ao fim da rua,
Avista uma um senhor sentado riscando o chão, então pergunta?
Senhor, saberia me informar onde posso encontrar um lixão?
Responde o velho, completamente inocente, apontando com o dedo, àquela vereda, esbarra num lixão e não é tão longe.

Então, havendo àquela pobre mãe, já mandado o taxista voltar,
Sem demora pegou a vereda, sem deixar que o velho que riscava o chão, percebesse que o pacote que levava era uma criança.

E ela, ao chegar ao lixão, procurou uma migalha de sobra, agasalhou o seu filho, despediu-se banhada de lágrimas e voltou chicoteada pelo remorso, arrastando a cruz da tristeza, chagada pela incerteza de que seu filho se salvaria.

E voltando pela mesma vereda, não percebera que o mesmo velho de quem havia solicitado informação sobre o lixão, ainda estava no mesmo local.
Mas o velho, por baixo da sombra das suas pálpebras grisalhas, , percebera grande estranheza no semblante daquela infeliz mulher e, tendo ela sumido do alcance dos seus olhos, o velho ordenou que um filho  fosse até o lixão, ver se descobriria algum mistério.

E de imediato, o rapaz foi e, ao chegar ao local, deu de cara com uma criança colocada em uma pequena caixa de papelão e, a poucos metros, avistou um cachorro amigo, que havia puxado a caixa com a criança dentro, para debaixo da sombra novamente, pois aquela migalha de sombra já havia sido devorada pelo sol da manhã.

E, percebendo o cão, que a criança estava a salvo, retira-se talvez, consciente do bem que havia feito.
Então, aquele jovem, pega o menino e leva-o até seu velho pai,
Que diante de tão grande falta de humanidade, resolve fazer ciente
o conselho tutelar, daquela cidade, que em poucos minutos aparece e,
Toma o menino para sua custódia, encaminhando-o para o orfanato.

 Desse momento em diante, o destino começa a mover-se em seu favor daquela criança, permitindo-lhe que as coisas benévolas intercedessem pelo seu futuro.  

Enquanto isso, a mãe descabelava-se no apartamento onde vivia,
Acorrentada pelo remorso descomunal, que, sem piedade alguma,
Martelava sua sofrida consciência.
E chorando se perguntava entre a loucura e a dor, será que meu filho ainda vive, meu Deus? Ou será que um animal predador tirou-lhe a vida. Mas as respostas não chegavam até as abas dos seus ouvidos.

Mas, às onze horas do dia seguinte, quando ainda via-se ferida pelo distúrbio, laçada pela corda do alvoroço e tocada pelos açoites pungentes das aflições, chega Gracilene, do trabalho e a interroga:
O que houve, filha de Deus? Responde Divilene, entre a cruz e a espada...
Doei meu filho amado para uma mulher desconhecida e agora estou morta por dentro como um feto que morre no ventre de sua amada mãe.
Ainda confessa a Divilene: Cometi este ato impensado, para evitar que meus pais, em Trilha dos Ventos, soubessem que sepultei meus estudos, meu único futuro.

Nessa hora Gracilene, dá-lhe um calmante, na esperança de que ela
Volte ao seu estado normal e consiga raciocinar como antes.

No dia seguinte, sai no jornal mais badalado da cidade;
Um bebê saudável é deixado no lixão da cidade e, graças a Deus, foi encontrado vivo.
Porém, um cidadão residente na favela Toca do Desprezo, afirma ter sido interrogado, ontem, por uma senhora que conduzia um pacote e desejava saber onde poderia encontrar um lixão, confessando ter dito onde ficaria...
Ainda afirmar ter mandado um filho verificar, depois de ter visto a mulher voltar sem o pacote.

O cidadão falou também, que seu filho teria encontrado a criança e trazido para sua casa e que ele teria entregue o menino ao conselho tutelar desta cidade.

Depois, Divilene vendo a foto do filho no jornal, sentiu-se na obrigação de culpar-se ainda mais pelo ocorrido e, dez dias após o noticiário, Divilene empurrada pelo arrependimento impiedoso, destina-se até o orfanato, disfarçada de anjo da guarda dos desfavorecidos, na esperança de, pelo menos, poder ver seu filho.

Mas outra vez é ferida pelo sabre da tristeza, ao descobrir que seu filho havia sido adotado por uma senhora há poucos dias.
A chefe do orfanato ainda lhe dissera: Ela o batizou com o nome de Aparecido de Deus!

Divilene, memoriza o nome do menino e volta para casa, calada como uma pedra retirada do caminho, além de desconsolada e cabisbaixa, parecendo uma senhora casada, grávida de outro homem.

E ficou Divilene morando em Monte das Flores, alimentando suas esperanças com pequenos grãos de fé que lhe restaram.

E o tempo continuou passando, passando, como uma fileira de vagões arrastados por um trem, até que um certo dia, ela leu uma matéria de revista, que dizia assim: O hospital regional de Monte das Flores, contrata o grande cardiologista Aparecido de Deus.


Mas, o remorso, o medo, a insegurança e a sentença da culpa, não permitiram que ela tomasse coragem de se aproximar do seu amado filho.
E, já com cinquenta e três anos de idade, sem formatura, sem marido e sem um bom emprego, volta Divilene para Trilha dos Ventos, depois que seu pai e sua mãe mudaram-se para a cidade dos descarnados e mortos.
Mesmo assim, Divilene ainda volta cheia daquela felicidade que só quem é mãe, pode tê-la, por ter tido a plena certeza de que seu filho não enveredara pelo caminho do descaminho!  
Que destino irônico, que mulher sofredora, que filho abençoado pelo destino que judiara de sua própria mãe. FIM

José Ribamar Alves: 15/03/2018

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

MISSA DE 7º. DIA!



Convidamos os alunos, ex-alunos, funcionários do Colégio COFRAG e da Faculdade IESPA, os pais, os professores, os parentes e os amigos para a MISSA DE 7º DIA da Professora BETINHA AGUIAR Francisco DE Paula Melo Aguiar Aguiar (foto).

Dia 17/03/2018 = 19:00 h = Matriz de Nossa Senhora da Conceição - SAPÉ/PB;

Dia 18/03/2018 = 19:00 h = Igreja de Nossa Senhora das Graças - SANTA RITA/PB.


REFLEXÃO: A doçura que expandia de seus lábios a fez estimada por todos aqueles que a cercavam. Deus é testemunha da estima e do afeto que devotava aos seus e aos que dela se aproximassem. Jamais será esquecida. É digna da paz celestial pela afeição que na terra soube espalhar. Assim viverá eternamente na glória do Senhor e na memória daqueles que a amaram. SENHOR, daí-lhe o merecido descanso.
Antecipadamente agradecemos os comparecimento.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1001900429974567&set=a.112702338894385.22431.100004638574155&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVROS


As duas maiores livrarias da Bahia não aceitam livros de autores baianos em consignação. A livraria do aeroporto fechou. O sebo do Brandão, em Recife, fechou. Sebos não mais vendem senão através da Estante Virtual. Só restam aos escritores vender de porta em porta ou em bancas de jornais. 

Os livros de Oleone, Lampião na Bahia, Sergipe na guerra de Canudos e Um Jagunço em Paris, estão expostos no Shopping Barra, no Ponto Cultural. Pergunte a Robson Nunes Santos.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1181917535277500&set=a.107393372729927.7336.100003777943026&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com