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terça-feira, 12 de maio de 2015

RAIMUNDO SOARES DE BRITO

Por José Rodrigues da Costa

Conheci Raimundo Soares de Brito, em 1964, na época, durante as festividades de setembro, era formado um batalhão, Raimundo Soares de Brito, Walter Wanderley, Vingt-un Rosado, Raimundo Nonato, João Batista Cascudo Rodrigues e Lauro da Escóssia.

Durante vários anos, dia 30 de setembro, era formado aquele grupo. Atualmente, somente eu estou participando, dos eventos, e registrando os acontecimentos, para que, no futuro outros contem por mim. 

Escritor Raimundo Soares de Brito

Dia 29 /11/2012 terminou o período de permanência de Raimundo Soares de Brito. Partiu deixando um grande acervo, com informações de grande importância para as gerações do futuro.

Algumas vezes estive em sua casa, em Natal, dando prova da minha amizade e minha consideração. A consideração e o respeito que Raimundo Soares de Brito dispensava à minha pessoa, é parte do meu patrimônio. Tenho em meu acervo de imagens, algum material, com a sua participação. Acredito que as melhores fotografias de Raimundo Soares de Brito foram produzidas por mim. Aproveito para prestar a minha homenagem, aos familiares, por terem tido oportunidade de ter tido Raimundo como orientador durante esses anos todos. Tenho orgulho de ter gozado da sua amizade. Agora é tempo de descansar. Suas pegadas ficaram bem visíveis. Que o nosso ser superior analise o seu trabalho e conforte a sua família.

Fonte: o Jornal do Turismo do RN RECEPTIVO
Fundador: José Rodrigues da Costa
Página 9

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SAINDO UM POUCO DO NOSSO TEMA - ZOOLÓGICO HUMANO


Foto de um zoológico humano, tirada em 1958 na Bélgica. Há menos de 60 anos, existiam zoológicos como este, onde negros, geralmente africanos, eram expostos para as crianças brancas. Me pergunto se algum dia, sentiremos tanta vergonha em ver animais em zoológicos, quanto sentimos hoje por essa foto.

Para quem não sabe, em zoológicos animais passam cerca de 8 horas por dia expostos e as outras 16h (quando o zoológico fecha e ninguém está olhando) confinados em jaulas minúsculas, sem luz e nenhum espaço para se movimentar. Durante o dia, a maioria é deixada sem comida ou água para “não atrapalhar a vista dos visitantes”. Eles sofrem uma vida inteira, deprimidos, solitários, doentes e malcuidados, para que as pessoas tenham algumas horas de entretenimento e tudo isso é financiado pelo seu ingresso.

Diga não à zoológicos. Boicote quem confina e condena centenas de vidas inocentes a prisão, miséria e sofrimento. Não visite, não contribua, não financie.

Fonte: facebook
Página principal: Luisa Mell
Segunda fonte: José Romero De Araújo Cardoso 

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VISITA DE D.PEDRO II A CACHOEIRA DE PAULO AFONSO, EM 1859.

A família de Dom Pedro II, Imperador do Brasil – da esquerda para à direita: Conde d’Eu (marido de Isabella), Dom Pedro II, Teresa (sua esposa) e Isabella (sua filha).

Continuando a jornada, o vapor Pirajá atraca na povoação de Piranhas, onde Pedro II destaca a aparência pobre do lugarejo: “O aspecto do lugar é tristíssimo e o calor é horrível.” Dali em diante, o trajeto seria feito a cavalo, sob o comando do guia, major Manuel Calaça, proprietário de grande fazenda naquela região, que passava informações curiosas sobre a fauna e a flora do sertão, falando muito, por exemplo, sobre o xiquexique, o mandacaru e a quixabeira. O monarca ficou impressionado com a vegetação da caatinga, bem como destacou os trajes, os costumes e o desembaraço dos nativos sertanejos.



Prestes a comemorar seus 34 anos, Pedro II enfrentou muitas dificuldades durante o trajeto à cachoeira – devido à extensa distância, ao calor insuportável e à escassez de água. Por outro lado, mostrou-se afável, apesar do visível incômodo com o intenso clima do sertão. O jovem monarca traçou, no diário, relevantes esboços dos lugares por onde passava e de seus acidentes geográficos.

DESLUMBRANTE... 

Ao amanhecer do dia 20 de outubro de 1859, o imperador chegou à famosa cachoeira de Paulo Afonso. Pôs-se logo a apear e a percorrer vários pontos da cachoeira, examinando tudo o que observava na natureza que, ainda não sabia ele, futuramente seria sacrificada pelos interesses do progresso nacional.


Ao começar a descida pelos rochedos, ele se deparou com a magnífica vista. Não hesitou diante do risco das quedas e escalou trechos perigosos na ida à furna dos morcegos, inclusive “dando, contudo, três quedas nesta última exploração” – devido a essa incidência, escreveu no diário. Em suas anotações, em um misto de admiração, de espanto e de alegria, registrou: “Tentar descrever a cachoeira em poucas páginas, e cabalmente, seria impossível, e sinto que o tempo só me permitisse tirar esboços muito imperfeitos.” O correspondente do Jornal do Commércio evidenciou o contentamento do monarca diante daquele cenário: “Havia alguma coisa de solene na contemplação silenciosa do Imperador: a fadiga da viagem desaparecia de sua fisionomia.” Passou a noite em um barracão erguido pelo coronel Pedro Vieira, que não poupou esforços a fim de que nada faltasse à comitiva imperial.


O barão de Jequiá, o barão de Atalaia, o doutor Titara, o doutor Oiticica, o major Calaça, o tenente Joaquim Siqueira Torres (futuro barão de Água Branca) e o 2º tenente Augusto Mendonça foram alguns dos que acompanharam a visita imperial à cachoeira, além de muita gente que lá aguardava – vinda dos diversos lugares da região. Em face da educação rígida a que fora submetido, d. Pedro II se revelou nas visitas uma pessoa com inteligência orgulhosa, mas totalmente despojado da mesquinhez aristocrática.

- Davi Roberto Bandeira da Silva é organizador da coletânea 150 anos da visita imperial: D. Pedro II e a Cachoeira de Paulo Afonso.

Fonte: facebook

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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

Por Antonio José de Oliveira

Na realidade Pesquisador Mendes, o livro LAMPIÃO: A RAPOSA DAS CAATINGAS oferece total segurança nas informações, por ser fruto de um trabalho minucioso e didaticamente perfeito, realizado em profundidade durante onze anos de pesquisa.


Posso afirmar sim, uma vez que tive o prazer de lê-lo por completo. O autor desenvolveu uma ampla pesquisa de campo, além da bibliográfica e documental. 

Autor deste livro José Bezerra Lima Irmão e o escritor João de Sousa Lima

Não conheço pessoalmente o Bezerra Lima, mas pelo que pude interpretar na leitura do seu livro, trata-se de um escritor que, na medida do possível buscou a "verdade verdadeira". Acredito Mendes, que esta segunda edição irá logo desaparecer das prateleiras das livrarias, e ele terá que partir para uma TERCEIRA ETAPA.

A 2ª edição continua sendo vendida através dos endereços abaixo:

josebezerra@terra.com.br
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 
Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com 

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br 

Atenciosamente,
Antonio Oliveira - Serrinha

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MAIS DUAS CONFIRMAÇÕES PARA O CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015


Oleone Coelho Fontes e José Bezerra Lima Irmão, a Bahia com presença forte em julho em um dos mais esperados Encontros de Pesquisadores de Cangaço do Brasil - Cariri Cangaço Piranhas 2015. Onde o Brasil de Alma Nordestina se Encontra. Veja Programação Completa em:

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João de Sousa Lima: 'Nas Trilhas do Cangaço!'

"Cariri Cangaço é um Grupo que realiza Eventos sobre o Cangaço em todo Brasil. Foi fundado no Ceará por Manoel Severo e eu participo como Conselheiro"- João de Sousa Lima.
Filho de Rosália de Souza Lima e de Raimundo José de Lima, João de Sousa Lima nasceu no dia 20 de dezembro de 1964 na cidade de São José do Egito/PE e chegou em Paulo Afonso com 5 anos de idade. Tem 3 irmão (José de Souza Lima, Manoel José de Lima e Maria Bernadete Lima Santos). Separado, é pai de Stéfany e Letícia.
Cursou Técnico em Contabilidade no Colégio Sete de Setembro e fez Faculdade de História na FASETE/UNIASSELVI. No Exército Brasileiro foi fuzileiro do 2º Pelotão, na 1ª Companhia de Infantaria.
Participou de Concursos Estudantis de Contos e Poesias e escreveu 09 (nove) livros: Lampião em Paulo Afonso; A Trajetória guerreira de Maria Bonita, a Rainha do Cangaço; Moreno e Durvinha: sangue, amor e fuga no Cangaço; Maria Bonita: diferentes contextos que envolvem a vida da Rainha do Cangaço; 100 Anos de Luiz Gonzaga; 100 Anos da Usina Angiquinho; O Rio São Francisco, Delmiro Gouveia e a CHESF; Na Mala do Poeta; No Silêncio do Ocaso, as caatingas, sertanejos e sertanejas no bioma caatinga. Segundo João, os livros "Lampião em Paulo Afonso" e "A trajetória guerreira de Maria Bonita, a Rainha do Cangaço" fizeram com que ele obtivesse notariedade no meio artístico.
Diretor de Cultura do Município desde o dia 05 de maio, João de Sousa Lima diz ter como desafio "realizar alguns projetos com os artistas que vivem sua cultura que chamamos de cultura marginalizada; dar apoio aos que nunca puderam publicar ou realizar seus projetos por falta de apoio. Para isso, buscar os Fundos Culturais Federais e do Estado, para que possa continuar o processo de crescimento que o Brasil prega que estamos vivendo".
Historiador, João contribui com estudiosos e escritores do tema do Cangaço, divulgando um capítulo da nossa história ainda pouco divulgada. Para ele "Lampião é história! Hoje já não cabe a visão distorcida de ver o Cangaço como apologia ao banditismo, o fenômeno é antes de tudo a raiz histórica e cultural de um povo: o povo nordestino! Devemos ver o Cangaço pela ótica da preservação histórica e cultural, devemos apenas registrar os fatos e torná-los capítulos da historiografia brasileira. Devemos investir no Cangaço como arte: na literatura, no cinema, na dança, xilogravura, música e principalmente no Turismo, onde as comunidades sejam envolvidas e passem a usufruir do que o Cangaço representou para sua localidade. Exemplo maior do que estou falando é a cidade de Piranhas, Alagoas, que leva milhares de turistas pra conhecer suas Rotas e Trilhas do Cangaço. Só para se ter uma idéia, o Museu do Homem do Sertão, no ano de 2014, levou 40.000 (quarenta mil) pessoas para visitar o seu acervo. A cidade hoje é autossustentável só com o Turismo e o Comércio voltados para o tema Cangaço. Aqui em Paulo Afonso, temos vários Roteiros que podem ser aproveitados, inclusive o Museu Casa de Maria Bonita!".
Pesquisador, membro da Academia de Letras de Paulo Afonso (ALPA), cadeira nº 06, e da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), João de Sousa Lima é Colecionador de peças referentes ao Cangaço. Atuou em diversas produções, tanto em livros, Vídeos e Documentários e registrou a Tragetória de "Gato" no Cangaço.
João de Souza Lima diz que é feliz e se define como um homem simples que vive para suas filhas e os amigos. 
http://www.ozildoalves.com.br/internas/read/?id=23976

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DOCUMENTÁRIOS SOBRE O CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO

https://www.youtube.com/watch?v=D42Cl1p4Mmg

Cangaceiro Antônio Silvino na fazenda Maxinaré Pedra Lavrada PB

https://www.youtube.com/watch?v=ZIJYA_QE_8U

Visita ao local da prisão do cangaceiro Antônio Silvino.

https://www.youtube.com/watch?v=ci34sCHpDlY

Visita ao local da prisão do cangaceiro Antônio Silvino (parte II)

https://www.youtube.com/watch?v=B6xt-ctdEaQ

Visita ao local da prisão do cangaceiro Antônio Silvino (parte III)

Fonte: Youtube

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Centenário (1915 - 2015) de parceiros do Luiz Gonzaga:


Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe à 12km de Exu, filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus (Mãe Santana). O Rei do Baião faleceu no dia 02 de agosto de 1989, às 5:15min da manhã no Hospital Santa Joana, em Recife. http://kairosserra.blogspot.com.br

Humberto Teixeira 5 de janeiro: 1915


Humberto Cavalcanti Teixeira (Iguatu, 5 de Janeiro de 1915 — Rio de Janeiro, 3 de Outubro de 1979) foi um advogado, deputado federal e compositor brasileiro.

É nacionalmente conhecido como parceiro de Luís Gonzaga, o Rei do Baião. Um grande sucesso da dupla é a composição Asa Branca, lançada em 1947.

Foi advogado, político, instrumentista, poeta, compositor, fundador e Presidente da Academia Brasileira de Música Popular. 
http://pt.wikipedia.org

Haroldo Barbosa 21 de março 1915

Compositor e radialista, nascido no Rio de Janeiro RJ, no bairro de Laranjeiras, dia 21 de março de 1915, aos sete anos foi morar em Vila Isabel. http://www.collectors.com.br

Jorge de Castro 25 de fevereiro 1915


Jorge de Castro (Rio de Janeiro25 de fevereiro de 1915) é um compositor brasileiro, com mais de cem músicas gravadas por diversos artistas, dos quais em sua maioria incorpora o estilo samba.1 - http://pt.wikipedia.org - orlandosilveira1956.blogspot.com

Luiz Bittencourt 21 de março 1915
Gerson filho 12 de maio 1915
Rosil Cavalcanti 20 de junho 1915
Fernando Lobo 26 de julho 1915

Org. Luiz Ferreira
Caruaru-PE, maio de 2015.

Enviado pelo poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas

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LAMPIÃO CONCEDEU UMA ENTREVISTA E CONTOU COMO SE FEZ BANDOLEIRO


AMIGOS,

O que dizer desta publicação de “O Globo”, edição de 16 de maio de 1927, senão que intrigante e questionadora?
Este importante jornal, em 1926, conforme pude observar, nada disse a respeito da famosa entrevista concedida por Virgulino Ferreira, Lampião, ao senhor Otacílio Macedo, tudo sob o auspício do padre Cícero Romão Batista, exatamente na ocasional da visita do cangaceiro a Juazeiro com o objetivo de receber a prometida patente de capitão do Exército, e a incumbência de ajudar no combate à Coluna Prestes. Para, mais de um ano depois, trazer a lume a matéria que acabo de descobrir, alardeando tratar-se da Entrevista que Lampião concedera na terra do padre Cícero, à inominada pessoa, e sob patrocínio deste chefe político e reverenciado vigário.
Ora, se não consta da historiografia do cangaço que Lampião, no ano seguinte de 1927, estivera mais uma vez com Padre Cícero, o que podemos dizer deste intempestivo artigo do diário carioca? Estaria "O Globo" querendo dizer aos seus leitores ser esta a autêntica entrevista de Lampião dada no Juazeiro, ou apenas se referir à famosa entrevista de Lampião, publicada no jornal “O Ceará”, nos dias 17 e 18 de março de 1926, de cujo conhecimento eu presumo o grande jornal do Sul saber, entrevista esta, a por nós conhecida, dada ao sobredito Otacílio, matéria que, por sinal, só voltou a ser republicada nas décadas de 1970 e 90, mesmo assim, com as palavras ditas por Lampião adaptadas à linguagem convencional pelo renomado escritor Nertan Macedo, segundo leio.
Gostaria, por fim, de dizer que, em relação à informação de “O Globo” de que sua postagem é uma reprodução de publicação do “Jornal de Aracaju”, salvo melhor informação, este extinto jornal sergipano teve seus dias nos idos do século XIX, portanto não poderia ter publicado tal artigo; e que desconheço, nos jornais sergipanos dos anos de Lampião, especialmente o “Correio de Aracaju” (porque o único que se assemelha no nome ao citado "Jornal de Aracaju"), alguma coisa neste sentido.
À consideração e apreciação dos amigos.
"O GLOBO" - 16/05/1927
LAMPIÃO CONCEDEU UMA ENTREVISTA
E CONTOU COMO SE FEZ BANDOLEIRO
Nos domínios do padre Cícero.
O “Jornal de Aracaju” publica, em sua edição de 5 do corrente, a seguinte entrevista, obtida do célebre bandoleiro dos sertões do Nordeste, denominado “Lampião”.
Juazeiro:
A multidão se aglomerava. O jornalista estranho ao meio interrogava a população adventícia.
- Qual a razão desse ajuntamento?
- É Lampião, senhor, que está na terra.
- “Lampião”?!
- Sim.
- Onde?
- Na casa do padre Cícero.
O terror lampionesco, se bem tenha afastado os jornalistas pusilânimes, não foi bastante para desviar a curiosidade do jornalista estranho. Fomos para lá.
“Lampião saíra há dois minutos da residência do patriarca de Juazeiro.
Dirigimo-nos ao reverendo; e, depois dos cumprimentos protocolares, abordamos o assunto.
- Então, reverendo, é certo que “Lampião” se encontra aqui?
- Sim, meu filho. Por uma razão de hospitalidade, sem procurar acoitar bandidos, fui obrigado a franquear esta cidade à sua entrada (!).
- Seria difícil, reverendo, falar a esse homem?
- É fácil, meu filho, contanto que não lhe peça entrevistas.
- ? ?
E o reverendo, curvado, o ombro penso, mostrou-nos o sobradinho onde estava Lampião. Para lá fomos.
Lá chegados, a imagem de um arsenal guerreiro se patenteava aos olhos curiosos.
Entramos. A escada íngreme, estreita e longa nos extenuara. Chegamos ainda sob a impressão das tragédias passadas em que a arma dos bandidos levava de roldão a vida, o sossego e a conservação das famílias.
Estacamos de pronto.
Um caboclo de estatura mediana, lenço grande e vermelho em forma de gravata, com um anel fazendo o laço, dedos cheios de brilhantes, roupa caqui, cintada à “touriste”, óculos, para nós se dirigiu, ar espantado, tímido e como que receoso...
- Coronel “Lampião”! – dissemos, por ter distinguido pelo aparato com que os asseclas o cercavam.
Depois de um “shake hand” sentamo-nos.
- Estivemos, agora mesmo, em casa do padre Cícero e, mostrando nós desejo de conhecer sua pessoa, disse-nos ele que poderíamos vir falar-lhe, adiantando, porém, que nós não pedíssemos uma entrevista, por ser contra o seu gênio concedê-la a jornalistas.
- Sim! Os homens dos jornais não dizem a verdade.
O doutor carcule que o meu nome, hoje, está explorado de tal forma que, se eu faço dez (textual), dizem que eu fiz cem.
- Mas, no fim de contas, nós queríamos tão somente uma palestra, de cuja discrição não abusaremos.
- Sendo assim, eu só poderei ser grato a V. Ex. (sic).
- Como começou sua vida armada?
- Ah! Foi uma tragédia. Calcule o senhor que éramos uma família pacata. Nunca fôramos incomodados pela polícia.
Um dia, por umas questões de terras, fomos obrigados, eu e meus irmãos a agir de pronto.
Houve luta, e da luta saíram três feridos e um morto. Eu fui o mais perseguido por ter “estirado” o que morreu.
Homiziei na casa de um fazendeiro conhecido. A polícia soube e foi lá buscar-me.
Eu estava na roça, e o fazendeiro, por ser amigo, negou que eu ali estivesse acoitado. Quando cheguei, após a retirada da polícia, 25 praças comandadas pelo tenente Rangel, o fazendeiro me disse que para não se reproduzirem tais cenas era conveniente que eu me retirasse. Desde então começou a minha vida errante. Ora aqui, ora ali, sempre só, fugindo dos lugarejos onde havia quarteis; levei uma temporada de um ano e tanto. Depois, encontrando outros que tinham crimes e andavam também foragidos, juntei-me a eles e fizemos o primeiro grupo composto de nove homens. Arranjamos rifles e saímos, depois de termos bebido muito, e saquearmos uma população onde não havia soldados. Ali exigimos pela força, de uma família, cujo chefe se chamava Pedroso, um conto de réis. Ele não tinha essa importância e nos deu trezentos mil réis, dois cavalos e uma vaca que adiante vendemos por noventa mil réis. Distribuímos entre nós o dinheiro, e continuamos a nossa marcha.
Nas proximidades de Afogados de Ingazeira, num rancho, em conversas, descobrimos que ali estavam dois criminosos de morte, Sabino Pinto e Joãozinho, justamente dois “cabras” de minha confiança.
- E ainda andam consigo?
- Sim, o Sabino é este que está nas costas do doutor.
Olhando para trás, vi, com a mão apoiada no espaldar da minha cadeira, um tipo alto, forte, trigueiro, bigodes grandes e espessos, fisionomia fechada, sério e carrancudo.
- Mas, coronel Lampião, porque não deixa essa vida?
- Por que não deixo?
Pois se os governos me perseguem?
O que se dá comigo já se deu com Antônio Silvino. O homem queria deixar a vida do cangaço, queria trabalhar, mas os governos não consentiram. É justamente o que se dá comigo.
- Sim, nos Estados do Norte.
Porque não vai o coronel para o Sul, disfarçadamente?
Era melhor: descansavam o povo, os governos, a sua família e a sua vida também.
- Não! Enquanto eles me perseguirem, esses tenentezinhos de polícia, eu não descanso.
Ou morro ou mato.
Era um dilema terrível. Levantamo-nos. À saída, ouvimos um rumor na escada que levava ao sótão. Era uma romaria que subia. Aguardamos sua chegada.
Vencendo os últimos degraus que levavam ao sobradinho, tirou do seio uma moldura tosca, com uma moldura tosca, com uma imagem estranha e falou:
- “Seu” coronel, eu queria que o senhor me comprasse esta santa.
Lampião pegou da moldura, olhou-a, virou-a, e disse?
- Obra milagre?
- É muito milagrosa. É Nossa Senhora das Vitórias. Quem tem esta santa, bala não entra no corpo, inimigo não o vence.
- Quanto custa, perguntou Lampião?
- O coronel dá o que quiser.
Metendo a mão no bolso das calças o bandido retirou dali um maço de cédulas e separando uma de 50$000 deu à romeira.
Ficamos estáticos, diante, não da prodigalidade, senão da quantidade de dinheiro que o bandido carregava consigo.
Tinham-no em todos os bolsos, em avultadas somas.
Despedimo-nos e regressamos à casa do patriarca de Juazeiro.
Lá chegados batemos à porta, fechada, contra a invasão dos romeiros. Veio abrir-nos a porta a beata Mocinha, depois de termos, em uma placa de níquel colada à fechadura da porta, batido com uma moeda.
- O reverendo está ocupado?
- Não, senhor, pode entrar.
Entramos.
Duas mocinhas sentadas em frente às máquinas de escrever, tratavam da correspondência do padre.
Passados instantes apareceu o reverendo.
Contamos a nossa palestra com Lampião e dirigimos a conversa para o caso em foco, qual fosse a candidatura do senhor Juvêncio Sant’Ana, juiz de direito local para deputado federal, candidatura esta imposta pelo patriarca, mas repugnada pela coligação dos partidos democrata e conservador.
O velho padre, pensativo, após nossa estranheza sobre o motivo por que não fora aceita a candidatura de seu amigo, rematou, num tom sentido e triste:
- O senhor já leu a fábula Fedro?
- Sim, Reverendo.
- Pois eu, hoje, sou como o leão de Fedro, quando me manso se tornou cordeiro até os burros lhe deram couces.
E ficou em atitude contemplativa e vaga, ombro penso, como a gozar ou a sofrer o conceito e a moralidade dessa história...”

Fonte: facebook

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