Seguidores

sábado, 16 de julho de 2022

JATOBÁ E O CANGAÇO - LAMPIÃO EM SÃO JOSÉ DE PIRANHAS

 Por Francelino Soares


Vista parcial de São José de Piranhas
in Portal Férias   

É benfazeja a afinidade que a cidade de Cajazeiras mantém com os municípios vizinhos. Na minha infância, conhecia alguns desses lugares com outros nomes. Assim é que Cachoeira dos Índios se chamava Catingueira; São João do Rio do Peixe passou a se chamar Antenor Navarro, voltando depois ao nome original; São José de Piranhas, durante um certo tempo, era chamado de Jatobá, nome oriundo de um antigo sítio – foi proclamado cidade pelo Interventor da Paraíba, Argemiro Figueiredo, em 1º de janeiro de 1939 – tendo somente voltado ao nome anterior em 14 de novembro de 1952, obedecendo a um Projeto de Lei do Deputado Estadual Humberto Lucena (in memoriam).

Essas estão entre as cidades irmãs e vizinhas que continuam mantendo com Cajazeiras os mais civilizados relacionamentos nos vários setores de atividades, sejam industriais, comerciais, culturais, sociais… Que assim permaneça sempre!



Mas essas considerações vêm a propósito de tentativa que estamos fazendo de diversificar o enfoque desta Coluna. Tanto é assim que hoje apresentamos aos leitores fatos inusitados ocorridos na vizinha cidade. Assim como já havia ocorrido com Cajazeiras, em 28 de setembro de 1926, quando "Sabino das Abóboras" fez uma tentativa de invasão de nossa cidade, assim também os nossos vizinhos piranhenses também estiveram na mira do cangaço.


Sabino das Abóboras

Em 25 de outubro de 1925, Lampião, que já era por demais conhecido no mundo do cangaço, junto com os seus “cabras”, fez uma incursão no sítio Catolé, quando um dos seus sequazes assassinou covardemente um popular de nome João Pelonha, que seria seu desafeto. Embora Lampião, não tivesse aprovado o crime, prendeu o senhor Antônio Gonçalves, que passou a servir-lhe de guia, rumando até o sítio Cachoeirinha.

Dessa incursão, ainda existem sinais dos destroços praticados pelo bando, mormente nas proximidades da antiga ponte do Riacho da Corda, localizada no sentido São José de Piranhas para Galante. Aí ocorreram as estripulias do bando, que, em busca de dinheiro, chegou a fazer ameaças ao fazendeiro Firmino Faustino.

Todas as redondezas sofreram as ameaças dos cangaceiros que passaram ainda pelo então sítio Cabrais, por Santa Fé, pela serra do Capim, pelo sítio Queimadas… Daí, após provocarem todo um rebuliço, Lampião com o seu bando dirigiram-se para Bonito de Santa Fé, então distrito de São José de Piranhas, de onde rumaram para as bandas do Ceará.

Se os leitores desejarem saber detalhes aventureiros da passagem do famoso bando de Lampião por essas paragens sertanejas, estão convidados a buscar e ler a obra São José de Piranhas – Um Pouco de sua História – de autoria do professor e historiador Messias Ferreira de Lima, cuja leitura certamente lhes proporcionará momentos de conhecimento imprescindíveis para quem cultiva o hábito de uma boa leitura.

Pesquei em Coisas de Cajazeiras

E eu repesquei no lampião Aceso.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Cajazeiras

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ANGICO, 76 ANOS DEPOIS; UMA IMPORTANTE "REVELAÇÃO" QUEM ERA REALMENTE O CANGACEIRO "NÃO CONHECIDO"

 Por Luiz Ruben (*)

A matéria a seguir chegou às minhas mãos através de uma troca de documentos feita com Marcos Edilson, Doutor em História e autor do livro: "Lampiões Acesos - O Cangaço na Memória Coletiva", atualmente residindo em Palmas Tocantins. Esse intercâmbio aconteceu em 2010 e só agora, em 2014, redescobri essa importante informação que estava em minhas mãos, publicada no Jornal de Alagoas em novembro de 1938.

Na identificação das cabeças cortadas, na famosa foto tirada nas escadarias da Prefeitura de Piranhas em 28 de julho de 1938, o cangaceiro que está entre Cajarana e Diferente, na última fileira, (de baixo para cima), tendo Enedina na outra extremidade, é citado como “não conhecido”. Na matéria do Jornal de Alagoas ele é identificado como sendo "Luiz de Thereza".


Segue a matéria na íntegra, apenas com a ortografia atualizada. Também a foto das cabeças na escadaria e o fac-símile do Jornal de Alagoas.

Espero que esse achado tenha eliminado de vez mais um dos “mistérios de Angico”.

Transcrição:

Jornal de Alagoas, 9 de novembro de 1938
Quem era o bandido que não foi identificado no sucesso de Angicos.

Quando a força policial sob o comando geral do capitão João Bezerra, no feliz reencontro de “Angicos”, fulminou o facínora “Lampeão” e os mais temíveis de seus asseclas, um dos cangaceiros não fora identificado.

Surgiram até, comentários em torno do bandido desconhecido, pensando algumas pessoas que se tratasse de um aventureiro que houvesse se incorporado ao grupo sanguinário do “Rei do Cangaço”.
Assim, por muito tempo ficou constituindo uma interrogação a identidade do mesmo. Entretanto, agora, chegam ao nosso conhecimento informações a respeito do famigerado desconhecido, enfim sua identificação.

Uma carta ao Cel. Camargo.

Ontem, lemos uma carta ao cel. Theodureto Camargo do Nascimento, comandante do Regimento Policial Militar, a qual lhe fora dirigida pelo senhor Sr. Mauricio Ettingen, residente no município “São Paulo”, no estado de Sergipe, de onde é filho o bandido desconhecido, assim, passamos a transcrever um trecho da referida carta, para ciência dos nossos leitores:
“Era meu desejo escrever-lhe, logo que me chegou às mãos a fotografia dos bandidos que foram mortos no feliz combate de “Angicos”, a fim de identificar o “cabra” desconhecido, o que faço no momento.
Filho de "São Paulo" de Sergipe
O referido bandido era filho deste município, tendo nascido no lugar denominado “Pulgas”, próximo a Carira. Era casado e tinha vários filhos. Incorporou-se ao grupo de “José Sereno”, na noite do último São João, após uma animada dança de que fez parte. Não sei o seu nome por extenso, mas era conhecido aqui, de todos, por “Luiz de Thereza”.
Indivíduo de má índole
“Sempre demonstrou ser um indivíduo de má índole, o que se verificava em suas atitudes habituais. Depois que se tornou assecla do grupo, muitas pessoas daqui, ficaram muito apreensivas, uma vez que o cabra conhecia bem o lugar, como também vários proprietários de quem fora empregado.”
 ---------------------------------------------------------------------------------
Algumas observações

- O município “São Paulo” no estado de Sergipe, citado na matéria, hoje se chama Frei Paulo.
- O cargo do Coronel Theodureto Camargo era de Comandante Geral do Regimento, mas ele era oficial do exército brasileiro.
- “Angicos”, refere-se a Fazenda Angico, local do combate no estado de Sergipe, onde Lampião morreu.

Paulo Afonso - BA, Maio de 2014

Luiz Ruben é Economista e Turismólogo Pesquisador do Cangaço e de Ferrovias.
_____________________________________________________________________________
Democratizando

Se o objeto da pesquisa em destaque é um jornal de época, por que o nome "Zé de Thereza" nunca apareceu antes na literatura cangaceira. Levo ao conhecimento de muitos de nosso seguidores que a identificação das vitimas de Angico não é de consenso geral. 

O renomado pesquisador e escritor Antonio Amaury é um dos que contestam veemente a nomeação dos "quatro últimos" cabras que tombaram no 28 de julho de 1938.  Segundo o livro "Cangaceiros de Lampião de A a Z" de autoria de Bismarck Martins, os cangaceiros "Alecrim 2" e "Moeda" eram os irmãos José Rosa e João Rosa naturais da Serra da Guia município de Poço Redondo.
"Colchete 2" irmão do também cangaceiro "Pau Ferro" era o vulgo de Euclides Rodrigues sem mais referencias quanto a sua naturalidade...

...Então fica a pergunta:  
Zé de Thereza seria nome e vulgo do cangaceiro desconhecido?
Se não, qual seria sua alcunha?
Ou foi o Zé, apelidado de "Macela" já que este não tem qualquer referencia quanto a sua real identidade nas biografias existentes.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2014/05/76-anos-depois-uma-importante-revelacao.html 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ENTREVISTA DO CANGACEIRO “COBRA VERDE” - ENTROU NO CANGAÇO PARA GANHAR UNS “COBRES", E, NA MADRUGADA DO TIROTEIO EM ANGICO, FOI BUSCAR O LEITE....!

Fonte: A Noite ( edição ..14/11/ 1938 ) Transcrição de Ivanildo Silveira


Cobra Verde tem apenas 21 anos de idade , segundo nos declarou. Há dois anos e 10 meses que é cangaceiro. Natural de Piranhas-AL, fazia parte do grupo de ‘Moreno’. O primeiro combate que teve foi no povoado Navio, com a força do sargento ‘Negrinho’.

Perguntamos a ele por que abandonou a vida pacata da cidade para viver como bicho na caatinga, ao que ele respondeu, em sua própria linguagem : “
"Eu era operário da Fábrica da Pedra [Delmiro Gouveia, AL] e ganhava de dez a quatorze mil réis por semana . Era um aperreio para mim, rapaz novo e que queria viver limpo como os outros . Era muito injustiçado na vida. Por isso resolvi ser bandido para ver se arranja uns cobres. Achei boa a vida. Cheguei a possuir dois contos de réis, fora o 'ouro'".
Conta que nunca maltratou alguém, e que vivia no cangaço só para arranjar “ uns cobres “. Disse que fez diversos saques, alguns com Luiz Pedro. No último apresentou aos bandidos, apenas nove contos de réis, escondendo o resto. O chefe era muito bom , mas era muito sabido.

Declarou-nos, ainda, que esteve no Combate de Angico (quando morreu Lampião ). Não dentro do cerco, mas fora porque fora buscar leite muito cedo para a tropa, a mandado do Capitão. Quando foi chegando no coito viu a bagaceira (tiroteio ) de longe, saiu correndo para a Fazenda Cuiabá onde encontrou Balão e outros que, igualmente, haviam fugido do tiroteio.

O Grupo – continua  - era composto de 42 homens e 7 mulheres. Com a morte de Lampião esfacelou-se o cangaceirismo no nordeste , porque era o “ chefe”  que fornecia e dava ordens a todos os grupos de cangaceiros.

O desejo de Cobra Verde é trabalhar honestamente. Não quer voltar para o sertão.

Certificado de reservista do exército de Cobra Verde.
Créditos Ciro Barbosa , grupo Viva Piranhas (Facebook).

OBS: Foto de Cobra Verde (autor desconhecido) por ocasião das entregas dos cangaceiros à polícia. Ano: 1938 no Quartel da polícia em Santana do Ipanema-AL. 

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Cobra%20Verde

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

BASTIDORES DE UMA OBRA ROSTAND MEDEIROS EM AÇÃO

Entre os meses de Agosto de 2009 a Fevereiro de 2010, estive percorrendo as áreas rurais por onde o bando de Lampião no Rio Grande do Norte, como parte de uma consultoria que prestei ao SEBRAE, dentro do projeto “Território Sertão do Apodi - Nas Pegadas de Lampião” (www.sertaodoapodi.com.br)Desde a cidade de Luís Gomes, a Mossoró e finalizando em Baraúna, percorri "todo o mesmo trajeto dos cangaceiros" de todas as formas percorrer o mesmo caminho originalmente palmilhado por estes cangaceiros. Para traçar esta rota, além das obras escritas sobre a história da passagem do bando de Lampião pelo Rio Grande de Norte, fiz uso de materiais históricos existentes nos arquivos do Rio Grande do Norte, Paraíba e de Pernambuco. Após seis meses, foram percorridos, entre idas e vindas, mais de 4.000 Km, onde visitamos 82 sítios, fazendas, comunidades e cidades. Foram entrevistadas 123 pessoas e obtidas mais de 2.000 fotos. Em grande parte deste trajeto, a motocicleta se mostrou um aliado muito mais eficiente para se alcançar estes distantes locais.

Compartilho com os leitores e rastejadores do Lampião Aceso alguns momentos dessa minha aventura!

Uma pausa para um café. Aqui junto ao mototaxista Moisés Pautilho, de Luís Gomes. Quem quiser sair da frente do computador e ir ver estes locais, contrate este sertanejo honesto e trabalhador e pode rodar pelos caminhos de Lampião com segurança e satisfação.

Com o Sr. Pedro Belo do Nascimento, Sítio Tigre, zona rural de Luís Gomes. Na época da passagem do bando, o Sr. Pedro percorreu as mesmas fazendas pouco tempo depois das depredações e sequestros e contou muita coisa interessante. Quem quiser ir lá não perde a viagem. Lúcido em seus 99 anos, conta muita coisa em detalhes e fumando um cigarrinho feito por ele mesmo.

Casa do Sítio Baixio (ou Baixio dos Leites), as margens da BR que liga Major Sales (RN) a Uiraúna (PB). Segundo Sérgio Dantas, esta foi a primeira fazenda visitada por Lampião no RN. Falo visita, pois esta era a casa do pai de Massilon Leite, o cangaceiro que guiou o bando de Lampião no RN e o clima foi de tranquilidade. A data foi 10 de junho de 1927.

O que resta da fazenda Aroeira, de onde a Sra. Maria José Lopes foi sequestrada pelo bando. Zona rural da cidade de Paraná.

Segundo membros da comunidade, nesta antiga casa grande do Sítio Barro Preto, na zona rural do município de Tenente Ananias, que pertencia a família Paula, Lampião e seus homens passaram pelo local sem criar problemas, pois o proprietário era amigo de Massilon.

Segundo Dona Maria Emília da Silva, estas marcas circulares foram deixadas pelos canos dos fuzis dos cangaceiros, no umbral da porta principal da casa do seu pai, no Sítio Panati. Para ela, a existência destas marcas é fator de orgulho.

Dona Terezinha Queiroz, Sítio Juazeiro, zona Rural de Marcelino Vieira. Ela reclama que os mais jovens da região não se interessam mais pelas histórias da passagem de Lampião.

Segundo Dona Terezinha Queiroz, foram estes baús que os cangaceiros arrombaram quando invadiram o Sítio Juazeiro.

 
Marcos simbólicos existentes as margens do Açude da Caiçara no distrito homônimo. Conhecido como “O Cruzeiro do soldado”, existe para recordar o “Fogo da Caiçara”.


   
Detalhe


Na capela da Comunidade do Junco, construída no local original onde foi rezada a primeira “missa do soldado”, em 1928. Todo os anos, sempre no dia 10 de junho, a comunidade local não esquece o sacrifício do soldado José Monteiro de Matos e realizam uma missa em sua homenagem.


Placa comemorativa do trigésimo aniversário do “Fogo da Caiçara”.


Da direita para esquerda vemos o professor de geografia da rede municipal de ensino de Marcelino Vieira, Ênio Almeida, o Secretário de Cultura desta cidade, professor Romualdo Antônio Carneiro Neto, o comerciante Francisco Assis da Silva e o autor deste trabalho. Com a ajuda destas pessoas foi possível levantar a história da memória em relação a passagem de Lampião e seu bando por Marcelino Vieira.


Aspecto atual da cidade de Marcelino Vieira.


Marcas de fuzis, mantidas preservadas na porta principal da casa da fazenda Lajes, zona rural de Marcelino Vieira.


Aspecto atual da abandonada casa do Sítio Cascavel, na zona rural do município de Pilões. Esta foi à primeira casa “visitada” pelo bando na manhã de 11 de junho de 1927.


Após o Sítio Cascavel, vemos o Interior da casa do Sítio São Bento, igualmente invadida pelos cangaceiros.


Pelos caminhos de Lampião, muita dor, sangue e lágrimas.


Segundo os moradores da região, esta ermida, em honra a Jesus, Maria e José, foi uma obra edificada para o pagamento de uma promessa feita pela família do coronel Marcelino Vieira da Costa, proprietário da fazenda Caricé.


Marcas da passagem do bando, na porta da antiga residência do morador José Nonato, na Fazenda Caricé.
Nesta residência, na Fazenda Nova, zona rural do município de Pau dos Ferros, até hoje é comum a apresentação de cantadores de viola afamados da região e até de outros estados, onde o público se acomoda nestas toras de carnaúba colocados em forquilhas. Sempre é solicitado aos cantadores que narrem à história do fazendeiro Antônio Januário de Aquino, que em 11 de junho de 1927, pediu a Lampião que não deixasse seus homens fazerem mau a suas três filhas e ele foi atendido. A fundo da fotografia vemos os contrafortes da Serra de Martins.


Vista da Serra da Veneza, a partir da estrada que liga as cidades de Pilões e Martins. O ponto branco, bastante distinto na foto, localizado praticamente no meio da serra, é uma capela dedicada a São Sebastião e construída como uma promessa pelo fato de três familiares terem escapados incólumes das garras de Lampião.
Casa da Fazenda Morcego. Abandonada e sem conservação.
Uma entrevista, um diálogo sobre o cangaço, ou sobre a passagem de Lampião e seu bando pela região, é sempre foi sempre bem aceito pelos sertanejos, que em nenhuma ocasião se negaram a receber este pesquisador.
A capela de Santo Antônio. Construída 1901, estava em festa quando da passagem dos cangaceiros pela vila de Boa Esperança, atual município de Antônio Martins.


A Prefeitura Municipal de Antônio Martins criou uma insígnia honorífica, no formato de ma pequena placa de acrílico, personalizada, em honra das vítimas da passagem do Bando de Lampião.


Na ocasião em que visitamos Antônio Martins, tivemos oportunidade de presenciar o nosso amigo, o Secretário Municipal de Turismo e Cultura, Chagas Cristovão, entregando uma das ordens honorificas a um dos familiares de uma das vítimas da passagem do Bando de Lampião.


No Sítio Cruz, na zona rural de Frutuoso Gomes, encontramos o agricultor Glicério Cruz e sua família. Aos 96 anos, seu Glicério continua altivo e memorioso, onde recordou o medo das pessoas da região quando da passagem de Lampião e seu bando. Este agricultor participava da manifestação folclórica conhecida como Rei Congo, ou Rei do Congo, onde atuava no papel do monarca. Último remanescente deste grupo folclórico lamenta que a atual juventude não se interesse mais por este tipo de manifestação cultural.


Marcas deixadas pelos cangaceiros em uma das janelas da casa do Sítio Serrota.
Placa onde a comunidade de Lucrécia homenageia as vítimas do bando de Lampião.
Na zona rural desta cidade temos a casa do Sítio Serrota e os membros da família Leite na atualidade. Na noite de 11 de junho de 1927, o fazendeiro Egídio Dias da Cunha foi sequestrado pelos cangaceiros e sua esposa, Donatila Leite Dias passou por sérios apuros.
Após o sequestro de Egidio Dias, um grupo de parentes e amigos tentou buscar seu resgate na antiga vila de Gavião, atual município de Umarizal. No trajeto o grupo encontrou o bando de cangaceiros e três homens foram mortos. As margens da RN-072, este monumento, conhecido como “A cruz dos três heróis” marca o local do combate.
Na comunidade rural do sítio Caboré atua uma organização denominada Grupo Juventude Unida de Caboré, que atua no desenvolvimento da cultura local, utilizando principalmente o teatro como ferramenta e meio de expressão, através de um grupo de teatro denominado “Tribo da Terra”. Conhecemos o grupo e ficamos sabendo que eles desenvolveram uma peça teatral denominada “Na boca do povo e das almas”, onde tratam exclusivamente dos trágicos episódios vividos pela incipiente comunidade em junho de 1927. Este grupo de teatro, liderados pela estudante de pedagogia Adriane Maia Dias.


Na zona rural do município de Umarizal visitamos uma das mais belas e bem preservadas propriedades rurais existentes no trajeto, a Fazenda Campos, que foi invadida na manhã de 12 de junho de 1927.
O agricultor Pedro Regalado da Costa, memória viva da passagem do bando na comunidade Traíras, zona rural do município de Apodi.


Aspecto da casa principal do Sítio João Dias, invadido pelo bando, se mostra muito bem conservada e original na sua arquitetura tradicional.
Antiga casa grande da Fazenda Santana, atualmente prestes a desabar por falta de conservação. Aqui o prisioneiro Antônio Gurgel do Amaral teve o primeiro contato com Lampião.


 Antonio Gurgel, neto e esposa.


Marcas do projeto em várias localidades do Rio Grande do Norte, como aqui em Itaú.
O agricultor João de Deus de Oliveira no caminho que segue para a Ladeira do Mato Verde, onde o bando de cangaceiros galgou a Chapada do Apodi.


No alto da Chapada do Apodi, com meu “Cavalo de aço”, atrás do rastro dos cangaceiros 83 anos depois.


No Sítio Arapuá, zona rural de Felipe Guerra, conhecendo um pouco dos fatos relativos à passagem do bando junto ao agricultor Edmundo Paulino da Silva (de óculos escuros) e seus familiares.


Na região do Sítio Carnaubinha, onde existia uma pousada conhecida como “pouso de Pregmácio”, atacada pelos cangaceiros, o senhor Francisco Barbosa de Lima, de 87 anos, conhecido em toda a região como “Caiolin”, aponta o caminho que seu pai afirmava ter sido originalmente percorrido pelo bando.


No Sítio Camurim, zona rural da cidade de Governador Dix Sept Rosado, junto a José Euzébio de Freitas, filho de Cícero Secundino, onde narrou como o bando levou um bom cavalo de seu pai.
Às margens da rodovia estadual RN-117, na atual zona rural do município de Mossoró, no Sítio Lagoa dos Paus, encontramos o agricultor Expedito Evangelista de Oliveira, que narrou as agruras que seu sogro, João Abdias de Araujo, passou junto ao bando.


Deitado na rede de uma das casas do Sítio Cajueiro, Lucas José da Silveira, nascido em 1924, narra os episódios que envolveram o sequestro do seu parente Pedro José da Silveira, proprietário do lugar em 1927.


À direita vemos o amigo da cidade de Governador Dix Sept Rosado, Jonathan Halyson, que muito ajudou neste projeto. Ao seu lado este senhor conduz tropas de jumentos e burros entre as cidades da região.
Luís Ferreira da Silva, morador do Sítio Bonito, zona rural da cidade de Governador Dix Sept Rosado. Nascido em 19 de agosto de 1910, de aspecto frágil, possui, entretanto uma impressionante memória, onde ainda declama versos sobre lendas locais e a passagem dos cangaceiros pela região.
Feliz por estar a apenas sete quilômetros de Mossoró, na casa do Sítio Picada, invadida na manhã de 13 de junho de 1927, onde foi sequestrado o fazendeiro Azarias Januário de Oliveira.
Seguindo pelas estradas existentes nas margens do Rio Apodi, os cangaceiros seguiram em direção a Mossoró.


Utilizando a antiga ponte ferroviária de Mossoró, um idoso agricultor, segue todos os dias para o seu roçado. Sob esta ponte, após o ataque frustrado a cidade, mesmo ferido, o perigoso cangaceiro Jararaca atravessou o Rio Mossoró, buscando fugir da polícia potiguar.

Final do trajeto e uma pausa para uma última conversa.


ATENÇÃO: Não é permitida a cópia ou utilização destas imagens para quaisquer fins sem a devida autorização do autor. 

Contatorostandmedeiros@gmail.com  / (84) 99904-3153  

http://blogdomendesemendes.blogspot.com