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quarta-feira, 1 de março de 2023

LIVINO FERREIRA CANGACEIRO

 Por José Mendes Pereira


Livino Ferreira da Silva é irmão do cangaceiro capitão Lampião, e é o segundo filho (dela), dona Maria Sulena da Purificação e é o primeiro com José Ferreira da Silva ou dos Santos.

O primeiro filho de dona Maria Sulena é o Antônio Ferreira da Silva, que na literatura lampiônica ele aparece como sendo filho de um fazendeiro de nome Venâncio. 

Antônio Ferreira da Silva irmão de Lampião
http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2014/12/25-de-dezembro-de-1926-morre-antonio.html

Mas o escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão, afirma em seu livro "Lampião a Raposa das Caatingas", que Antônio Ferreira também era filho de José Ferreira, sendo assim, ele é o primeiro do casal. Como ele soube desta informação? Soube através da Certidão de Casamento do casal, e ele garante que tem em mãos documentos que comprovam isto.


Todos os filhos de José Ferreira dos Santos e dona Maria Sulena da Purificação foram:

1895- Antonio Ferreira dos Santos, 1896- Livino Ferreira da Silva, Virgolino Ferreira da Silva - 1898 - Virtuosa Ferreira, 1902 - João Ferreira dos santos, Angélica Ferreira, 1908- Ezequiel Ferreira, 1910- Maria Ferreira (Dona Mocinha) e 1912- Anália Ferreira.

O escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Basseti, já falecido, ele afirmou que Lampião tinha mais duas irmão que nasceram mais ou menos 1912 1913, e uma delas faleceu queimada. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2019/04/joao-ferreira-irmao-de-lampiao.html

Adquira-o com o professor Pereira através deste e-mail:

 franpelima@bol.com.br

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MENINA DE ENGENHO

Por José Cícero

Enquanto ela brincava a contemplar seu pai na lida dando ponto ao mel.

As moendas do engenho de Antônio Argeu mastigavam, literalmente, os canaviais.

Barulho intermitente dos afazeres do eito. Gentes e burricos fustigados sob a gritaria matuta e alegre dos cambiteiros.

Braseiro da fornalha alimentando os tachos quentes de metal.

A casa Grande no alto. Os pés de Oitis, o tabuleiro, a estrada de areia e barro batido, a paz, como a dormitar no alpendre do casarão. O riozinho sempre corrente.

A harmonia de todas as coisas parecia beirar a perfeição primordial.

Enquanto isso, a bagaceira secava ao sol como a querer pintar de cinza e branco o sagrado chão do mundo inteiro. Enquanto a menina do engenho colocava um a um, os seus sonhos e utopias no varal.

E a própria vida ali mesmo parecia se encher de aromas, fumaça e doçura.

Ao tempo em que nas gamelas de pau d'arco e de angico, o bom melaço dava forma definitiva à rapadura.

Garapa e tiborna no parol e nos tonéis de madeira do alambique sob os olhares experientes do mestre Pedro.

Os ventos frescos e adocicados, além da fumaça no ar de todo dia eram, por assim dizer, a incorporação quase factual do mito de Prometeu e Sisifo a se espalhar pelos baixios de cana.

Mas à frente, o povoado... os bodegueiros, o quadro da feira e a capelinha ancestral de Santo Antônio, o padroeiro.

Fartas águas das nascentes das Barreiras: sangue na veia dos canaviais.

E de verdade, a menina estava feliz. O mundo não era assim tão grande. E viver tão somente se constituía como um detalhe a mais, na ligeira e abundante perspectiva da verdadeira felicidade.

A menina de repente cresceu, se fez guerreira e aprendera ser feliz por si mesma e para todo o sempre.

Enfim, a força da memória venceu o esquecimento total.

https://www.facebook.com/josecicero.silva.33/posts/pfbid0A3Y4J8j5HjxEiasTKzpCJrFHkQznB7osYoLWdX3qHgWGNB7u6XRAZ78kbv4PWSZUl?notif_id=1677678971549750&notif_t=tagged_with_story&ref=notif

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O COMPRADOR DE CINZAS

Clerisvaldo B Chagas, 28 de fevereiro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.846


Homenagem ao comprador de cinzas para os patrões dos curtumes de Santana do Ipanema do século XX. Compravam cinzas, cal e cascas de angico para curtição do couro.

Jumentos e burros transportavam o material comprado: cal e cinzas em sacos de pano e, cascas de angico em feixes amarrados com embira. A poesia vai ser encaixada no livro “Santana, Reino do Couro e da Sola”.

Dê a sua opinião se a homenagem é justa. Caso não entenda o sentido de algum verso da estrofe, indague nos comentários. Responderemos. Gratos pela leitura e apreciação.

   

O COMPRADOR DE CINZAS

Autor Clerisvaldo B. Chagas.

 

O comprador de cinza é empregado

Do dono usurário dos curtumes

Sai à noite com céu iluminado

Pelo dia vagueia pelos cumes

 

Vão as cinzas nos sacos encardidos

Que seus burros transportam com firmeza

Paga a compra dos preços discutidos

Pela rua do rico ou da pobreza

 

Um idílio na mente viageira

Do seu rancho à trilha é transladado

Para o casco do burro e da poeira


E se amor de caminhos não embasa

Como a cinza mais frágil do comprado

Mas no rancho, não cinzas... Só a brasa.


http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/02/o-comprador-de-cinzas-clerisvaldo-b.html

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