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segunda-feira, 17 de abril de 2023

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO, UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA

 Por José Mendes Pereira

Raimundo Feliciano e (eu), José Mendes Pereira

Quando eu escrevi, Raimundo Feliciano ainda era vivo.

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano, somente nós podemos falar o que aconteceu de engraçado naquela escola. Tivemos todas as assistências necessárias, segundo os regulamentos que regiam àquela instituição. Lembrar de lá é muito bom, mas melhor seria se você ainda estivesse aqui no meio de nós.

Certa vez, o Zé Fernandes que era filho de Pedro e Telina, chegou das suas férias, trazendo consigo uma enorme rapadura, e o local que ela foi fabricada eu não sei.

Sebastião o natalense (que diziam que o diretor do SAM (posteriormente FEBEM), tinha um namorico com a mãe dele), juntamente com ele, você e eu desejamos comer a rapadura do Zé Fernandes. A solução seria nós roubá-la da sua mala que se encontrava lá no vestiário. Feito o roubo, fomos lá para trás da escola. Com bolachas, fizemos um bom lanche, coisa que nós não sabíamos que iríamos pagar caro.

No dia seguinte, assim que dona Severina Rocha, a vice-diretora chegou na escola, Zé Fernandes enredou-a do furto que haviam feito na sua mala.

Aquele maldito sino, para nós, sempre foi malvado. Sei que você ainda lembra que um toque era para nós, internos, dois toques eram para os funcionários. Quando o sino batia a primeira pancada, nós ficávamos esperando pela segunda, do contrário, todos os internos estavam fritos. Alguém tinha feito algo errado.

Nesse dia, assim que o sino tocou uma batida, esperamos a segunda, mas não houve a segunda. Ali, nós três estávamos fritos. O roubo da rapadura tinha chegado à diretoria.

Fomos todos para diretoria, todos ali amontoados,. Os outros não tinham feitos nada de errado. Somente nós três éramos os responsáveis pelo furto da rapadura de Zé Fernandes.

Um dizia que não tinha sido ele. outro também declarava que não sabia de tal rapadura. outro pedia que quem tivesse furtado a rapadura que se entregasse. Como os outros não eram responsáveis pelo furto, fomos obrigados a declararmos o nosso feito, que nós três éramos os malfeitores da rapadura de Zé Fernandes.

Ficamos uma semana sem sairmos para lugar nenhum, apenas sentados, ao redor de uma mesa, excelo aulas e banhos. Lembro bem que nós só almoçávamos depois que todos os internos fizessem as suas refeições.

A Beatriz que sempre fazia o papel de mãe, implorava a dona Severina que nós deveríamos almoçar juntos com os outros, e que isso era uma humilhação, e não alimentarmos separados como se fôssemos marginais.

Após as refeições dos outros internos, fazíamos as nossas refeições. E quando as empregadas traziam os nossos almoços, geralmente você dizia: "-Lá vem o comer dos três ladrões".

Foram tantas estripulias feitas por nós, principalmente por você, as quais contarei na próxima publicação.

Nota: O que nós fazíamos de errado naquele internato era apenas coisa de adolescente, e nenhum de nós tornou-se ladrão, marginal ou outra coisa parecida.

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IPUEIRAS: ESCOMBROS HISTÓRICOS

 Por José Cícero da Silva

Ruínas da antiga residência de José Cardoso na fazenda IPUEIRAS que pertencia na época ao coronel Isaías Arruda de Figueiredo. Local onde aconteceu o histórico encontro de LAMPIÃO, após descer do serrote do Diamante de Miguel Saraiva com Cardoso, Massilon Leite, Júlio Porto, e todo o bando de jangunços locais e cangaceiros lampiônicos com vistas à famigerada invasão de Mossoró em julho de 1927. 

Ainda, que foi palco do chamado "Fogo da Ipueiras": o tiroteio, o incêndio da manga e a tentativa de envenenamento da comida, quando o bando retornou exausto, perseguido e acuado pelas volantes de três estados.

https://www.facebook.com/josecicero.silva.33

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O ATAQUE DE SINHÔ PEREIRA AS FAZENDAS PIRANHAS E UMBURANAS,DOS CARVALHOS.

 Por Luiz Ferraz Filho

Geograficamente falando, no inicio do século XX não havia possibilidade nenhuma de frequentar a léndaria Vila de São Francisco (antigo distrito de Villa Bella - Serra Talhada-PE), sem passar nas terras das familias Pereira ou Carvalho. E foi exatamente nesse epicentro das antigas questões que estive visitando. A vila era na época um arruado de comercio pujante. Muitas habitantes frequentavam o povoado que crescia rapidamente as margens do Rio Pajeú. 

Clássica foto de Sinhô Pereira e Luis Padre

Qualquer sertanejo da Vila de São Francisco que desejasse visitar a cidade de Serra Talhada pela estrada velha, teria que passar nas fazendas Barra do Exu, Caldeirão, Escadinha, Varzea do Ú, Piranhas, Três Irmãos, Surubim e Umburanas, todas redutos de familiares dos "Alves de Carvalho". Esse grande número de habitantes fez prosperar essas localidades e conseguentemente da famosa vila , fundada na metade do século XIX por Francisco Pereira da Silva, patriarca dos "Pereiras".

Região rica, tal como todo o solo encontrado nas fazendas do oeste serratalhadense, a Fazenda Umburanas surgiu atraves de um dote recebido pelo fazendeiro Manoel Alves de Carvalho (filho de Jacinta Maria de Carvalho e João Barbosa de Barros - o Janjão da Quixabeira) pelo casamento com a prima Joana Alves de Carvalho, herdeira desta parte de terra que pertencia ao seu pai, o coronel José Alves da Fonseca Barros, que morava do outro lado do Rio Pajeú na Fazenda Barra do Exu. 

Marca de bala na Umburanas...

Deste quartel-general dos "Carvalhos das Umburanas", nasceram os celebres irmãos Jacinto Alves de Carvalho (Sindário), Enoque Alves de Carvalho, José Alves de Carvalho (Zé da Umburana) e Antônio Alves de Carvalho (Antônio da Umburana), e posteriomente os outros irmãos Isabel (Yaya), João de Cecilia (falecido jovem), Aderson Carvalho, Enedina e Adalgisa (Dadá). Foi lá, nesta fazenda, que esses celebres irmãos enfrentaram a questão com os primos Sinhô Pereira e Luis Padre.

Aparentados do major João Alves Nogueira, da Fazenda Serra Vermelha, e de Antônio Clementino de Carvalho (Antônio Quelé), que na época já enfretavam questão com Manoel Pereira da Silva Filho (Né Pereira), era somente questão de tempo e de proposito para que os irmãos Carvalhos (vizinhos da vila São Francisco, onde morava os Pereiras) aderissem a essa questão familiar. E o estopim foi justamente o assassinato de Né Pereira, em outubro de 1916, na Fazenda Serrinha, cerca de 6km da Fazenda Umburanas, dos Carvalhos.

Né Pereira, assassinado em outubro de 1916 pelo jagunço Zé Grande, que levou e entregou o chapéu e o punhal para os familiares dos Carvalhos.

O crime foi cometido pelo ex-presidiario Zé Grande (natural de Palmeira dos Indios-AL), que segundo os Pereiras, era ex-jagunço dos Carvalhos e havia fugido da cadeia para em sigilo incorpora-se ao bando de Né Pereira com a intenção de assassina-lo traiçoeiramente. Após matar Né Pereira quando ele tirava um conchilo, Zé Grande levou o chápeu e o punhal do morto para entregar aos Carvalhos, na Fazenda Umburanas, como prova do crime cometido. Revoltado, Sebastião Pereira e Silva (Sinhô Pereira - irmão de Né Pereira) entra na vida do cangaço ao lado do primo Luis Padre, que teve o pai assassinado em 1907, na Fazenda Poço da Cerca, cerca de 6km para as Umburanas.

Casa velha da Fazenda Umburanas, antiga propriedade de 
Manoel Alves de Carvalho e filhos. 
Francisco Batista da Silva (Chico Julio), 67 anos, morador antigo das fazendas Umburanas e Piranhas relembrando alguns episodio e mostrando as casas 
que foram incendiadas.

Localizada no epicentro da questão "Carvalho" e "Pereira", o comercio da Vila de São Francisco regredia devido a infestação de bandos armados. Em julho de 1917, Sinhô Pereira e Luis Padre, juntamente com mais 23 jagunços, resolveram fazer sua maior vingança com os "Carvalhos", cercando e atacando as Fazendas Piranhas e Umburanas. 

Os proprietarios Lucas Alves de Barros (da Fazenda Piranhas), Antônio Alves de Carvalho (da Fazenda Umburanas) e Jacinto Alves de Carvalho (da Fazenda Varzea do Ú) resistiram ao ataque, juntamente com os Pedros - jagunços e moradores da familia - em um combate épico que durou duas horas. O cabra Manuel Paixão, do bando de Sinhô Pereira, morreu ferido na calçada quando tentava entrar na casa velha da fazenda. "Tomamos a casa do Lucas, que fugiu para a casa de Agnelo (Alves de Barros - irmão de Lucas das Piranhas), bem perto. Depois chegaram mais jagunços, amigos dele. O combate durou quase duas horas. Manuel Paixão e outros três ficaram feridos. Um foi preciso a gente carregar. Era Antônio Grande. Por isso, tivemos que nos retirar. Dizem que morreu um deles e dois ou três ficaram feridos", revelou Sinhô Pereira, em entrevista nos anos 70.


Sindário Carvalho, que juntamente com os irmãos Zé e Antônio das Umburanas, resistiu ao ataque de Sinhô Pereira e Luis Padre as fazendas Piranhas e Umburanas
Casa velha da Fazenda Piranhas, propriedade de Lucas Alves de Barros e filhos.
Escombros da casa de Antonio Alves de Carvalho (Antonio da Umburanas), morto em um duelo com Sinho Pereira. 

Furioso, Sinhô Pereira pôs fogo nos roçados e nas cercas das fazendas, como também, queimou 13 ou 14 casas de moradores e agricultores que trabalham na terras dos Carvalhos, situadas bem próximas uma das outras. Depois, Sinhô Pereira, ainda matou algumas criações, cortando o couro para não ser aproveitado, e "arrombou" os pequenos açudes para os peixes morreram sem água. "A casa grande das Umburanas foi incendiada, como (também) as (casas) das Piranhas, e a minha casa nesta fazenda. Atualmente ali não reside ninguém", falou o fazendeiro João Lucas de Barros (filho de Lucas das Piranhas), em entrevista nos anos 70. 

Após esse ataque de Sinhô Pereira, os Carvalhos abandonaram suas moradas e vieram residir em Serra Talhada (PE), onde devido a influência com a politica da época, se aliaram aos militares e iniciaram uma tenaz perseguição ao bando de Sinhô Pereira e Luis Padre. Iniciava assim a fase mais obscura de uma guerra de vindictas familiares que culminaram na morte de Antônio das Umburanas e a ida de Sinhô e Luis Padre para o sudeste brasileiro. "A impunidade em Vila Bela (Serra Talhada) teve o auge em minha juventude", lamentou Sinhô Pereira, em entrevista meio século depois dos acontecimentos. 

Luiz Ferraz Filho, pesquisador - Serra Talhada,PE
(FONTE): (FERRAZ, Luis Wilson de Sá - Vila Bela, os Pereiras e outras historias) - (LORENA, Luiz - Serra Talhada: 250 anos de historia) - (MACEDO, Nertan - Sinhô Pereira, o comandante de Lampião) -  (AMORIM, Oswaldo - Entrevista de Sinhô Pereira ao Jornal do Brasil em fev.1969) - (FEITOSA, Helvécio Neves - Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras)

http://cariricangaco.blogspot.com/2017/12/o-ataque-de-sinho-pereira-as-fazendas.html

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LIVRO

    Por José Bezerra Lima Irmão

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351

Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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O ÚLTIMO DIA DE LAMPIÃO EM JUAZEIRO DO NORTE/CE

 Por Cangaço em Foco

https://www.youtube.com/watch?v=fHxC7TtAAw8&ab_channel=CANGA%C3%87OEMFOCO

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LIVRO

 


O destino de cada pessoa,
Na terra ninguém risca.
E nem se pode alterar.
E nem mudar a escrita.
O plano já tá traçado,
Cada um dar seu recado,
E na história ela fica.
Na malhada da caiçara,
No município de glória.
Ninguém jamais imaginou,
Que lá teria uma história.
Que ia ter uma dimensão,
E ia mecher com o sertão,
E espalhar no mundo afora.
Em mil novecentos e onze,
A oito de março nasceu.
Uma menina morena,
No sertão apareceu.
Numa casinha singela,
Uma menina bela,
Seus pais a recebeu.
Os seus pais não imaginava,
Que destino ela teria.
Se trazia com ela tristeza,
Ou se trazia alegria.
Isso o futuro ocultava,
Sua vida tava traçada,
E o tempo revelaria.
Maria Gomes de Oliveira,
Foi o nome que deram a criança.
Maria,nome da Santa,
Que Gera a esperança.
O nome da mãe de Jesus,
Que foi morto na cruz,
Ela recebeu por herança.
Ela cresceu ficou formosa,
E logo virou uma mulher casada.
E seu nome ganha um acréscimo,
Maria de Déa, era chamada.
Assim era conhecida,
Por vizinhos e amigas,
Assim era apelidada.
Mas ,o casamento não deu certo,
Ela para casa dos pais voltou.
Era para se cumprir o roteiro,
Que o destino traçou.
Um dia um cidadão,
Apelidado de lampião,
Em sua casa chegou.

Aqui começa um romance,
O qual o destino pois um laço.
Maria ganha outro apelido,
Ao lado rei do cangaço.
Maria bonita era chamada,
A sua história traçada,
No sertão tem seu espaço.

Sou um poeta amador.
Que gosta de fazer rima.
Quem conhece bem essa história,
E o escritor João de Sousa Lima.
Junto com outros escritores,
Que são pesquisadores,
Do cangaço da caatinga.

Autor.
Cleumir Ferreira

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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FALA FRANCÊS?

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de abril de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.865

Sou do tempo de transição da moda francesa para a moda inglesa. Essa moda francesa que predominou no Brasil desde o tempo de Santana Vila até os meados do século XX. Santana do Ipanema era um exemplo disso. Falar francês e importar da França era sinal de riqueza e prestígio. Na minha terra, o coronel Manoel Rodrigues da Rocha equipava seus “sobradões” do comércio com importações francesas, a exemplo do prédio de 10 andar onde morou e depois foi biblioteca pública, com a estátua do deus mercúrio (do comércio) no frontispício, ainda hoje exposta no mesmo lugar. Veio da França. Depois, sua residência definitiva no sobrado do comércio, abaixo do primeiro, havia piano, espelho e me parece também vidros das janelas do primeiro 10 andar.

No Ginásio Santana, escola cenecista, estudávamos francês com a educada e ótima professora, Eunice Aquino que fazia biquinho para pronunciar o sim francês: oui. Foi, então que o modismo francês começou a virar para o inglês. A primeira matéria foi extinta e esquecida e o inglês passou a reinar na escola e em tudo. Até mesmo o Latim, difícil e divertido com o padre Luiz Cirilo da Silva, desapareceu do currículo. Acho que da França só não vinha imagens de santos que eram importadas de Portugal. E daqueles momentos franceses, ficaram apenas na memória, a professora Eunice, em Santana do Ipanema e o professor “Juju”, o melhor da época em Maceió. Mais fácil de aprender pela mesma raiz latina do Português, ela nos encantava nas belas melodias francesas que arrepiava o corpo e a alma, com ainda hoje faz.

Estamos ainda na primeira fase do século XX e podemos constatar ainda em Santana do Ipanema, os velhos casarões mais afamados do Centro, abandonados como sítios arqueológicos cujo mato em torno faz cortina para o invisível. E se há estilo ou toque arquitetônico que lembre a França, objetos do interior, nada falam, nada dizem de um passado faustoso de essência francesa. Tudo isso faz pensar na tradição oral da cidade; os hábitos de um comerciante e prefeito dos anos 20: ficava esgaravatando as unhas na calçada do seu estabelecimento. Ao passar uma senhorita, perguntava quem era ela. Após receber resposta dos amigos da roda, fazia gesto com o polegar e o indicador e indagava: “Fala francês?” Numa alusão clara em saber se a mulher era rica.  E por hoje, chaga de francês!

Casarão do deus Mercúrio em Santana do Ipanema (Foto: livro 230/B Chagas)

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RIMANDO

Por José G. Diniz


As rimas são os espaços
Dividindo uma oração
As sÍlabas controlam as métricas
De uma bonita canção
Tem ciência e poesia
As métricas são quem cadencia
Um verso com precisão
Eu exijo precisão
Nas colocações das rimas
Vejo as diferentes paisagens
E as variações dos climas
Nos ritmos que tem nas danças
Sinto saudades e lembranças
De Otacilio e de Dimas
Namorei a três primas
Uma coisa errado que fiz
Me apaixonei por uma
Mas ela não me quis
Não perdi a auto estima
Dei a volta por cima
Para poder viver feliz.

https://www.facebook.com/josegomesd

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O ENCONTRO DO TENENTE JOÃO BEZERRA E O PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS.

Por Cangaçologia
https://www.youtube.com/watch?v=y0n10HSgluI&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Nesse documentário o Tenente João Bezerra da Silva, comandante da Força Policial Volante alagoana que eliminou Lampião e parte de seu bando, fala sobre a sua viagem ao estado do Rio de Janeiro e sobre o seu encontro com o então presidente Getúlio Vargas. Um depoimento que foi gravado pelo escritor e pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo, no decorrer da década de 1960 e que está sendo disponibilizado em primeira-mão aqui no nosso canal. Ouçam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todas as nossas atualizações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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CATA-MILHO, ARTISTA MISSÃOVELHENSE. PRIMEIRO ZABUMBEIRO DO REI DO BAIÃO

Por José Cícero

No início dos anos 5O logo que Luiz Gonzaga resolveu mostrar e divulgar seu trabalho musical pelo país a fora, a primeira formação do seu histórico e pioneiro trio de forró pé-de-serra tinha como zabumbeiro, um filho natural de Missão Velha. Quer seja, João André Gomes, cujo nome artístico era Cata-Milho. O mesmo era filho do Sr. Pedro André que residia à rua São José, embora tenha nascido na zona rural, ou seja, na Serra da Mãozinha no dia 20 de setembro no ano de 1929.

Cata-Milho, inclusive, era primo legítimo do dileto amigo e memorialista Bosco André. Outra feliz coincidência: existem informações esporádicas também dando conta de que a vó materna do rei do baião era de Missão Velha cujo nome era Efigênia Januário.

O trio na época era formado por Luiz Gonzaga na sanfona(voz), Zequinha no triângulo e Cata-Milho no zabumba(foto). Segundo dizem, Cata-Milho tinha problema com bebida. Coisa que Gonzaga não via com bons olhos, visto que, vez por outra, atrapalhava o ritmo das apresentações. Mas, como se tratava de um bom tocador Gonzaga não podia perde-lo de jeito nenhum. Contudo, no ano de 1952/3 durante uma série de apresentações pelo sertão baiano, na região do cacau, numa noite de show na cidade de Itabuna, Cata-Milho passou da conta, de modo que chegou a cair do palco improvisado (a carroceria de caminhão) com zabumba e tudo. Bastante chateado pelo fato, no dia seguinte Gonzaga o demitiu. E, o triânguista Zequinha, por ser muito amigo de Cata-Milho, em solidariedade ao mesmo, também pediu para deixar o grupo em seguida.

Dizem também que na época, sugiram alguns boatos de que por conta de uma namorada chamada Helena se havia dado cabo do zabumbeiro. E que para provar que tudo não passava de mentiras Luiz Gonzaga durante apresentação pelo interior do Ceará tinha chamado Cata-Milho de volta para o trio. Para pôr um fim a taís mentiras. Mas tudo não passou realmente de meras invencionices maldosas.

O certo é que com as saídas de Cata-Milho e Zequinha, ele(Gonzaga) não teria condição de cumprir com o resto da agenda de shows. Então, logo tratou de procurar outros tocadores. Mandando inclusive, buscar no Sul do Piauí um Anão engraçado que ele havia visto outro dia quando passara por lá. Osvaldo Nunes Pereira que ele cognominou de "o Anão do xaxado" e depois passou a chamá-lo em definitivo de "salário mínimo". Era o novo "triangueiro" do grupo. Aliás, até hoje não se sabe, se o termo Cata-Milho tenha sido ou não, mais um apelido inventado também por Gonzagão.

Ainda, de visita à Jequié num posto de gasolina ele vira também um exímio engraxate a tocar de improviso com seus instrumentos de trabalho batucando em sua caixa de madeira. Ele gostou. Era Juraci Miranda, que ele logo deu o nome artístico de Cacau. Seria então, o seu novo zabumbeiro.

Surgindo assim, aquela que seria a segunda formação do seu famoso trio de forró pé-de-serra. Entretanto pairan ainda algumas dúvidas sobre a data exata em que ocorreu este fato, se em se deu no dia 23 de outubro de 1953 ou em 58.

Cata-Milho, um artista do povo. Mais um esquecido personagem importante da história missãovelhense que merece ser lembrado.

José Cícero.

# fonte e fotos:

Folha Patuense e outros informes da Net.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5/posts/pfbid02CZuNCdL1y7iwEoXDRsMMfNU6BQ9copRmEAB2oVRe23aeJEREWECvi6FyMuYba1asl?notif_id=1681740340335287&notif_t=feedback_reaction_generic&ref=notif

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SOU

Autor: José Di Rosa Maria


Sou o Everest da filosofia
Dos homens de bem que só Deus enxerga,
A torre dos sonhos quem ninguém enverga,
O mar do querer, que não se esvazia,
A flor que se abre nos braços do dia
Lançando perfume nos lábios do ar,
O vento que dorme nas mãos do luar
Deixando o silêncio reinar no espaço,
Pra noite escutar os versos que faço
Na hora que o mundo não quer escutar.

Sou a voz da chuva que acorda o grão
Que dorme por baixo da fronha da terra,
O grito do tempo que desperta a serra
Pra escutar óperas na voz do trovão;
Sou o mel do beijo que adoça a paixão
Da alma da vida, na luz do sonhar,
O pranto da nuvem ao se desfiar,
O eco dos anjos que a Deus pedem tanto
Pra noite escutar os versos que canto
Na hora que o mundo não quer escutar.

Sou a maestria das aves canoras
Que suavemente na sua inocência,
Nos cipós da doce magnificência
Gorjeiam na vinda das cândidas auroras;
Sou a solidão noturna das floras
No ápice da calma das águas do mar,
Sou o pensamento que pra viajar
Não pega carona nos sonhos de amigo,
Mas pede pra noite ouvir o que digo
Na hora que o mundo não quer escutar.


https://www.facebook.com/photo/?fbid=2088995057963756&set=a.125013001028648

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