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domingo, 19 de novembro de 2023

ISAÍAS VIEIRA DA SILVA, O ZABELÊ.

Guilherme Velame Wenzinger

Registro inédito de Isaias Vieira da Silva, o Zabelê, então preso na casa de detenção do Recife.

Arquivo digital: Guilherme Velame.

Publicação: A Província, 29/09/1929.

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PADRE JOSÉ KEHRLE E OS CANGACEIROS

Por Beto Rueda

Padre José Kehrle, homem admirável, culto, proveniente de família Judia, nasceu em 19 de maio de 1891, na cidade de Rheinstetten, Alemanha.

Cursou medicina na Universidade de Munique mas desistiu da carreira no último ano de faculdade para ingressar no seminário e tornar-se sacerdote.

Veio para o Brasil em 1909, optando pela vida religiosa e ordenou-se em 14 de março de 1914, no Mosteiro de São Bento, em Olinda-PE.

Transferiu-se no ano seguinte para Quixadá-CE. e chegou a ter contato com o Pe. Cícero, em Juazeiro do Norte.

Foi encarregado de assumir a secretaria do bispado de Floresta e ficou por quatro anos. Tornou-se o primeiro pároco de Rio Branco, atual Arcoverde.

Assumiu a paróquia de Nossa Senhora da Penha, em Vila Bela (atual Serra Talhada), ficando também responsável pela paróquia de São José do Belmonte.

José Kehrle tinha um irmão, também padre, chamado Luiz Gonzaga Kehrle, que foi pároco na cidade de Araripina - PE, entre 1923 e 1951.

Conheceu Virgolino Ferreira ainda no começo de sua vida como cangaceiro, inclusive seu confessor e conselheiro.

Ainda em sua missão pelo Sertão pernambucano, o padre alemão passou pelas cidades de Venturosa, Afogados da Ingazeira, Brejo da Madre de Deus e Moxotó. Por fim, chegou em Buíque no ano de 1947.

No ano de 1967, a pesquisadora e escritora Aglae Lima de Oliveira, foi a Buíque e coversou com ele:

"Tive a satisfação de conhecê-lo pessoalmente. Pesquisador do banditismo, inteligente, forte sotaque germânico, estimadíssimo na cidade. Conta com 76 anos de idade. Possui vasto documentário sobre o cangaço. Conheceu de perto todos os problemas desse fenômeno. Recorda-se de Lampião como cangaceiro iniciante em Vila Bela.

Perguntei:

- Padre, Lampião e os cabras confessavam-se com o senhor?

- Não.

Nunca se confessaram comigo, os outros padres, tenho certeza, não os receberam no confessionário.

- Fale padre, sobre a personalidade de Lampião, pois tão bem o conheceu.

- Eu fui vigário em Vila Bela, conheci Lampião quase menino. Ele me obedecia. Tomava-me a benção, desarreado e desarmado. Todos os cangaceiros assistiam a Santa Missa, com os chapéus na mão, respeitosos. No momento que chegavam às capelas, as armas eram ensarilhadas, guardadas e trancadas na sacristia.

Os cabras não perdiam missa, principalmente se incursionassem nas fazendas e povoados pertencentes a paróquia onde eu era vigário. Eram fiéis as missas celebradas por mim. Prestavam atenção ao aviso das próximas, fitavam-me com respeito e absoluto silêncio.

- A polícia sabia que Lampião assistia a missa nas capelas da sua Paróquia?

- Sabia, e nunca foram procurá-los nas igrejas.

- Padre, fale sobre Sinhô Pereira.

- Conheci muito. Era de família nobre, neto do barão Andrelino Pereira do Pajeú. Teve suas razões para entrar no cangaço.

- Padre Kehrle, conheceu outros cangaceiros?

- Conheci todos em minha região, até 1940.

- O que achava da personalidade deles, da religião, costumes e da vida que levavam?

- Observava que o meio e as injustiças sociais foram responsáveis por todos os bandidos do Nordeste. Sobre a religião, eu ficava impressionado diante da fé e da confiança. Não desviavam a atenção das imagens e da minha pessoa. Ouviam o meu sermão cabisbaixos. Rezavam rosários e orações fortes.

- Padre Kehrle, fico impressionada com a personalidade complexa dessa gente. Eles não temiam a surpresa de as volantes cercarem as capelas?

- Não.

As volantes também me respeitavam e jamais escolheriam as igrejas para cercar bandos desarmados. A polícia também nunca castigou padres. Lembro-me de que, depois da missa, eu retirava do bolso da minha batina a chave da sacristia e Lampião distribuía as armas e os arreios.

Anotei os costumes e a vida que levavam e consegui encher uma mala cheia de documentários.

- Padre, o senhor aparenta gostar também do assunto?

- Imensamente.

Sou alemão de nascimento mas amo profundamente o Brasil. É a minha segunda pátria, vivo a muitos anos nos sertões.

- O que mais o impressionou em Lampião?

- Seus modos. Era calmo. Falava manso. Atendia aos meus pedidos.

- O senhor lhe solicitava que abandonasse o cangaço?

- Sim. Várias vezes.

Ele baixava a cabeça, segurava o fuzil e dizia:

- Padre José, não tem mais jeito."

José Kehrle faleceu em Buíque no dia 06 de agosto de 1978, aos 87 anos. Foi sepultado na capela Nossa Senhora das Graças, construida por ele. Sua grandiosa contribuição é lembrada para a história do interior de Pernambuco.

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA. Aglae Lima de. Lampião, cangaço e Nordeste. 2.ed. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1970.

MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.

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IRMÃS DO CANGACEIRO CORISCO.

 Por Guilherme Velame Wenzinger

Irmãs de Cristino Gomes da Silva Cleto, o "Corisco". Povoado Verdão, Pariconha(AL). Ambas falecidas.

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𝑭𝑶𝑹𝑪̧𝑨 𝑫𝑬 𝑺𝑬𝑮𝑼𝑹𝑨𝑵𝑪̧𝑨

 Jaozin Jaaozinn

𝙵𝚘𝚝𝚘𝚐𝚛𝚊𝚏𝚒𝚊 𝚍𝚎 𝚞𝚖𝚊 𝚖𝚒𝚕𝚒́𝚌𝚒𝚊 𝚖𝚘𝚗𝚝𝚊𝚍𝚊 𝚙𝚎𝚕𝚘 𝚂𝚛. 𝙰𝚗𝚝𝚘̂𝚗𝚒𝚘 𝙱𝚊𝚝𝚒𝚜𝚝𝚊 𝙼𝚊𝚒𝚊 (𝚎𝚖 𝚙𝚎́ 𝚊̀ 𝚎𝚜𝚚𝚞𝚎𝚛𝚍𝚊), 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚛𝚎𝚜𝚐𝚊𝚝𝚊𝚛 𝚊 𝚜𝚞𝚊 𝚒𝚛𝚖𝚊̃ 𝙼𝚊𝚛𝚒𝚊 𝙹𝚘𝚜𝚎́ 𝙻𝚘𝚙𝚎𝚜, 𝚚𝚞𝚎 𝚏𝚘𝚛𝚊 𝚌𝚊𝚙𝚝𝚞𝚛𝚊𝚍𝚊 𝚙𝚎𝚕𝚘 𝚐𝚛𝚞𝚙𝚘 𝚍𝚎 𝙻𝚊𝚖𝚙𝚒𝚊̃𝚘 𝚚𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚎𝚜𝚝𝚊𝚟𝚊𝚖 𝚗𝚊 𝚛𝚎𝚐𝚒𝚊̃𝚘 𝚍𝚘 𝚁𝚒𝚘 𝙶𝚛𝚊𝚗𝚍𝚎 𝚍𝚘 𝙽𝚘𝚛𝚝𝚎, 1927.

𝙵𝚘𝚗𝚝𝚎: 𝚂𝚎́𝚛𝚐𝚒𝚘 𝙳𝚊𝚗𝚝𝚊𝚜.

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𝑽𝑶𝑳𝑨𝑵𝑻𝑬𝑺

 Jaaozin Jaaozinn

Fotografia dos volantes (da esquerda para a direita) Zenon Costa e Manoel de Oliveira Dantas, em Águas Belas/PE, 1935.

𝒁𝑬𝑵𝑶𝑵:

Era pernambucano, integrou a Polícia Militar de Pernambuco e, depois, participou da força volante montada em Vila Bela/PE. Na década de 1930, foi mandado para a Bahia, ingressando na força de Manoel Netto, como um contratado.

𝑴𝑨𝑵𝑶𝑬𝑳:

Como o seu companheiro Zenon, era pernambucano e integrou a Polícia Militar de Pernambuco, depois participando da força volante montada em Vila Bela/PE. Participou do famoso combate da Serra Grande/PE, no ano de 1926. Seguiu a mesma caminhada, sendo mandado para a Bahia, ingressando na força de Manoel Netto, também como um contratado, na década de 1930.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑶 𝑪𝒂𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝑨𝒄𝒂𝒖𝒂̃, 𝒅𝒆 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒍𝒐𝒖𝒅𝒆𝒔 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒂𝒛; 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑽𝒐𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂̀ 𝒁, 𝒅𝒆 𝑩𝒊𝒔𝒎𝒂𝒓𝒄𝒌 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒔 𝒅𝒆 𝑶𝒍𝒊𝒗𝒆𝒊𝒓𝒂.

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𝑨 𝑳𝑰𝑺𝑻𝑨

 Jaozin Jaaozinn

𝘍𝘰𝘵𝘰𝘨𝘳𝘢𝘧𝘪𝘢 𝘥𝘰 𝘊𝘢𝘱𝘪𝘵𝘢̃𝘰 𝘟𝘢𝘷𝘪𝘦𝘳 𝘊𝘰𝘴𝘵𝘢, 1933.

Creio que todo mundo já está familiarizado com a famosa lista do preço das cabeças de alguns cangaceiros do bando de Lampião no final da década de 1920. Porém, conhece quem foi o mentor ou um dos que influenciaram a sua criação?

Um dos foi o Capitão Xavier Costa, em que, possivelmente, atuava na região da Bahia. Ele sempre foi dessa opinião, em colocar prêmios nas cabeças dos bandoleiros para que chama-se a atenção de sertanejos e o interesse de capturá-los ou matá-los fosse maior. Sua ideia venceu, fazendo com que fosse organizada a lista:

• Lampeão - 50 contos

•Corisco - 10 contos

• Luiz Pedro, Cirilo e Mariano - 5 contos

• Gato, Zé Baiano e Serra Branca(?) - 4 contos

• Arvoredo e Moderno - 4 contos

• Beija Flor, Medalha e Cajueiro - 2 contos

• Jurema e Maçarico - 2 contos

• Suspeita e Calais - 2 contos

• Jacarandá e Bem-te-vi (de Moreno) 1 conto

• Bem-te-vi (de Corisco) - 1 conto

• Avião (ou Gavião?) e Coqueiro - 1 conto

• Alecrim e Duca - 1 conto

• Pai Velho e Português - 1 conto

• Franqueza e Boi Manso - 1 conto

• Pó Corante e Nevoeiro - 1 conto

• Criança e Moita Brava - 1 conto

• Butão e Bom-de-Veras - 1 conto

• Pancada e Pedra D'Ave - 1 conto

Nesse período, Azulão acabou sendo morto pela força de Zé Rufino, onde sua cabeça era avaliada por quatro contos, e à de seus companheiros, Zabelê e Canjica, por um conto. Meia Noite II, capturado na mesma década, tinha o seu preço por um conto também.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬: 𝑨 𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆/𝑹𝑱 - 1933.

.𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪̧𝑶 𝑩𝑹𝑨𝑺𝑰𝑳𝑬𝑰𝑹𝑶.

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𝑻𝑬𝑵𝑬𝑵𝑻𝑬 𝑱𝑶𝑨̃𝑶 𝑴𝑰𝑮𝑼𝑬𝑳 𝑫𝑨 𝑺𝑰𝑳𝑽𝑨

 Guilherme Velame Wenzinger

No ano de 1932, comissionado como capitão da força pública da Bahia, integrou a campanha contra o cangaço organizada pelo governador Juracy Magalhães. Organizava o serviço de rádio da polícia, melhorando a eficiência da comunicação com as forças volantes.

João Miguel concedeu entrevista e falou, entre outros temas, da suposta invulnerabilidade de Lampião. Disse ele:

"Os sertanejos têm a superstição de que Lampeão tem o ‘corpo fechado’, que não há bala que o alcance, nem armadilha que o colha. (...) eu não sou sujeito a superstições (...), no entanto, estou meio convencido de que o bandido tem mesmo estrela. (...) quando entreguei o comando ao tenente Liberato tinha a impressão de que Lampeão estava perdido. Pois não é que ele conseguiu furar o malho da rede? Eu quase vim convencido de que os sertanejos têm razão... (DIÁRIO DA BAHIA: 30 DE MAIO, 1931.).

Fontes: O cangaço e a representação mística de Lampião, trabalho de Marcos Edilson de Araújo Clemente. O Jornal(RJ).

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