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sexta-feira, 31 de maio de 2019

VEJA O QUE ACONTECE COM ESSES CANGACEIROS NO MOMENTO DE SUAS EXECUÇÕES


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EXPOSIÇÃO MACABRA.

As primeiras fotografias das cabeças dos cangaceiros mortos em Angico chegavam aos grandes centros e jornais como o "A Noite" do Rio de Janeiro, estampavam em suas primeiras páginas as fotografias da cabeça decepada do temível Lampião. Uma exposição macabra que enchia os olhares dos curiosos, que se dividiam em um misto de satisfação e antipatia.

As cabeças do casal Lampião e Maria Bonita foram levadas para o Museu do Instituto Médico-Legal doutor Nina Rodrigues em Salvador, Bahia, onde permaneceram até fevereiro de 1969, quando foram liberadas para sepultamento.

Geraldo Antônio De Souza Júnior

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LEMBRANÇAS

Uma imagem que vocês não verão nos tradicionais livros da história cangaceira.

Trata-se uma fotografia que foi a mim gentilmente cedida pela minha amiga Gilaene “Gila” de Souza Rodrigues (In memorian), filha do casal cangaceiro Sila (Cila) e Zé Sereno, ambos antigos integrantes do bando de Lampião.

Na fotografia vemos Sila (Cila) e sua neta Patricia Rodrigues Szabo em registro realizado, provavelmente, no decorrer da década de 1970. Um momento de felicidade de Sila (Cila) que ficou registrado para a posteridade.

Um registro fotográfico exclusivo, que apesar da pouca qualidade, tenho o prazer de trazer ao conhecimento de todos vocês, para que conheçam um pouco da vida desses importantes personagens da história cangaceira, no período pós-cangaço.

Espero que apreciem.

Geraldo Antônio De Souza Júnior


INTERNADO EM UTI NA BAHIA, AGNALDO TIMÓTEO SAI DO COMA INDUZIDO E JÁ RESPIRA SEM AJUDA DE APARELHOS


Artista está no Hospital Roberto Santos, em Salvador, desde o dia 21 de maio, quando foi transferido de Barreiras após um AVC.


O cantor Agnaldo Timóteo, que está internado em Salvador desde o dia 21 de maio, saiu do coma induzido na noite de quinta-feira (30). A informação consta em um boletim médico do Hospital Roberto Santos, onde o artista está, divulgado no início da tarde desta sexta-feira (31).
Aina segundo a unidade médica, Agnaldo, que tem 82 anos, tem apresentado melhora clínica gradativa e, na tarde desta sexta, começou a respirar sem ajuda de aparelhos. O artista segue na unidade de terapia intensiva (UTI), sem previsão de alta.

Caso

Agnaldo Timóteo foi transferido para Salvador em uma UTI aérea — Foto: Blogbraga/ Repórter Ivonaldo PaivaAgnaldo Timóteo foi transferido para Salvador em uma UTI aérea — Foto: Blogbraga/ Repórter Ivonaldo Paiva
Agnaldo Timóteo foi transferido para Salvador em uma UTI aérea — Foto: Blogbraga/ Repórter Ivonaldo Paiva
Agnaldo Timóteo teve um mal-estar em um hotel na cidade de Barreiras, no oeste baiano, no dia 20 de maio, onde estava hospedado para fazer um show no município de Rita de Cássia, que também fica no oeste baiano. A apresentação, no entanto, foi cancelada por causa do estado clínico do artista.
No mesmo dia em que passou mal, Agnaldo Timóteo, que, inicialmente, foi levado para a Upa de Barreiras, foi transferido para o Hospital do Oeste, na mesma cidade. No dia seguinte, ele foi transferido para o Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, onde segue internado. Os médicos informaram que ele teve um acidente vascular cerebral (AVC).
Na terça-feira (28), oitavo dia de internação, o quadro clínico do cantor se agravou, após uma infecção urinária e outras complicações, e Agnaldo passou a respirar com a ajuda de aparelhos. Na manhã da última quarta-feira (29), um outro boletim apontou uma "discreta melhora" no quadro de saúde do cantor.
De acordo com o hospital, o artista tem respondido bem ao tratamento e evoluindo com melhoras.


APENAS PARA O SEU ARQUIVO - ABRINDO OS SERVIÇOS DE 2013 CLEMENTINO QUELÉ "2": O CANGAÇO MARCOU SEUS PASSOS

Por João de Sousa Lima publicado em 2 de janeiro de 2013

Clementino Francisco da Silva, “Quelé”, nascido em  Canindé do São Francisco, Sergipe, em  08 de novembro de 1914, filho de José Francisco e Júlia Alves, teve várias facetas de sua vida ligadas com o cangaço. Primeiro foi criado na fazenda Jerimum, sendo amigo de infância da cangaceira Dulce Menezes, a Dulce companheira do cangaceiro Criança.
  
Seu Quelé e João de Sousa no terreiro de sua casa, no povoado Nambebé, 
reduto de Cangaceiros.

Quelé estava em Canindé do São Francisco quando a cidade foi invadida pelos cangaceiros comandados por Lampião  tendo por companhia o perverso Zé Baiano que ferrou as irmãs Marques. Quelé viu os cangaceiros entrando na cidade e depois ouviu o clamor das mulheres que tiveram suas faces ferradas com as iniciais JB.
 Maria Marques e a marca ferrada.

Quelé hoje reside no povoado Nambebé, em Paulo Afonso, Bahia. Mora justamente na casa de Pimba que era tio dos cangaceiros "Bananeira" e "Artur", era irmão de “Lixandrão”, grande coiteiro de Lampião.

Em uma das entradas de Lampião no Nambebé Pimba denunciou a passagem à polícia e Lampião ficou sabendo da entrega, voltando ao povoado com o intuito de matar o delator e só por pedido de Lixandrão que era um coiteiro respeitado e pai do cangaceiro Bananeira foi que Lampião não concluiu sua intenção.

Por castigo Pimba teve tatuado em sua testa uma cruz feita por Lampião, ferida aberta pela afiada lâmina de um canivete.
 Escombros da casa do coiteiro Lixandrão, pai dos cangaceiros Bananeira e Artur, 
povoado Nambebé, Paulo Afonso/Bahia.

Quelé é casado com Maria Teixeira, filha do coiteiro Antonio Curvina. Antonio Curvina foi um ótimo artesão em couro e era quem fazia chapéus, cartucheiras, alpercatas, cintos e bandoleiras para Lampião e seus seguidores. Quando do combate da Lagoa do Mel onde morreram dezenove soldados e o Ezequiel (irmão de Lampião), um dos soldados que fugiu ao cerco, se perdeu dentro da mataria fechada e saiu justamente no povoado Nambebé.
 Maria, filha de Antonio Curvina e esposa de Quelé

Com o alerta que ali era reduto de Lampião o soldado pegou Antonio Curvina e o menino Epifhânio de Félix como reféns e ordenou que eles o levassem até Santo Antonio da Glória. No trajeto, o soldado bastante cansado, entregou seus pertences ao Antonio Curvina para que ele o ajudasse a levar o material. Assim que eles saíram do Nambebé alguns cangaceiros que vinham no encalço do soldado chegaram ao povoado. Maria, esposa de Antonio, contou a história acontecida com seu marido e a falou da preocupação que estava passando por ver seu companheiro nas mãos do militar.

Os cangaceiros seguiram por outro caminho que levava em um tempo mais curto até o povoado Salgadinho. Ganhando tempo os cangaceiros chegaram a um ponto e armaram emboscadas para pegar o soldado. Ao longe avistaram as três pessoas que seguiam uma vereda, Antonio Curvina vinha com os bornais e o chapéu do soldado. Os cangaceiros confundiram o coiteiro com o soldado e atiraram, o soldado correu, o garoto Epiphânio de Félix se emparelhou em uma árvore e nada sofreu, Antonio Curvina caiu morto.
 Cruz de Antonio Curvina

O soldado chegou ao povoado Salgadinho e justamente na casa da irmã da cangaceira Lídia, que avisou a ele que ali era coito de cangaceiros. O soldado se negou a sair da residência.
 Escombros da primeira casa de Pimba

No encalço dos cangaceiros e do soldado, montado em um burro,  vinha o primo de Antonio Curvina, o jovem Lindo de Zezé. Lino encontrou o primo morto e saiu em perseguição ao soldado indo encontrá-lo no povoado Salgadinho. Lino pegou o soldado, amarrou-o, montou no burro e saiu arrastando o soldado, na subida da Serra do Padre Lino matou o soldado, pegou seu armamento e foi se apresentar ao cangaceiro Lampião que ouviu sua história e de imediato o aceitou em seu bando, passando Lino a ser chamado de Pancada, o famoso cangaceiro Pancada.
 
 Lino José da Silva, Vulgo Pancada

Quelé chegou a Paulo Afonso ainda na década de 1940. Com o começo das obras da CHESF Quelé derrubava a golpes de machado, frondosas árvores que eram utilizadas pela companhia para fazer as pontes para os caminhões passarem transportando material para a construção das usinas.

Hoje, aos 99 anos de vida, Quelé ainda é lúcido e bom de conversa residindo no povoado Nambebé onde todos os dias uma numerosa família senta-se ao seu redor para ouvir suas histórias de vida e seus ensinamentos de homem justo, correto e trabalhador. Lutando contra um problema de próstata, sempre de olho na sonda que lhe acompanha, o velho senhor enumera seus passos que coincidiram com as passagens do cangaço e entre um misto de orgulho e de dono do seu tempo, ele conta histórias, encanta, recita versos, declama histórias completas aprendidas nos cordéis, relata fatos, emociona e emociona-se, considera suas andanças nas ásperas veredas que o sertão lhe impôs. Sábio cavalheiro de um tempo que tem perdido a oralidade dos fatos pela idade dos períodos corridos.

Tá tudo lá no www.joaodesousalima.com


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APENAS PARA FAZER PARTE DO SEU ARQUIVO - ADEUS A "VINTE E CINCO"! - MORREU O ÚLTIMO CANGACEIRO

Por Kiko Monteiro

Nos informou João de Sousa Lima 

Depos de Neco de Pautilia, a memória do cangaço perde mais um ícone. Faleceu hoje 15 de junho, na capital alagoana José Alves de Matos, o ex cangaceiro "25". Aos 97 anos de idade, 'Vinte e cinco' era "oficialmente" o último ex-cangaceiro vivo. Dos remanescentes do cangaço "lampionico" resta apenas Dulce que foi companheira do cangaceiro "Criança".

Aposentado como funcionário público estadual, ao longo dos anos o ex cangaceiro recebeu visitas em sua residência  para falar do seu tempo de cangaceiro. O que ajudou a costurar a história desse movimento tão complexo.
Vinte e cinco recebeu o escritor João de Sousa Lima 
no dia 29 de Abril de 2014.

Vinte e Cinco era de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs. Do segundo casamento do seu pai nasceram mais cinco homens e três mulheres. Teve vários primos e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: "Santa Cruz", "Pavão", "Chumbinho", "Ventania" e "Azulão 3". No dia que entrou para o bando de Corisco o seu sobrinho Santa Cruz era aceito no grupo de Mariano.
 

Por conta de uma discussão com a cangaceira Dadá saiu do grupo de Corisco para o grupo de Lampião. 

No fatídico 28 de Julho de 1938 ele não se encontrava entre o bando porque havia sido incumbido de ir junto com os dois irmãos Atividade e Velocidade buscar uns mosquetões e umas munições.
 Na ocasião das entregas junto com vários cangaceiros.

Após a morte de Lampião Vinte e cinco se manteve escondido até se entregar as autoridades em novembro de 1938 junto com outros cangaceiros. Permaneceu preso por quatro anos em Maceió e dentro da cadeia começou a estudar, quando recebeu o alvará de soltura conseguiu através de um amigo emprego no estado como Guarda Civil. Quando o governador Ismar de Góis  Monteiro descobriu que ele havia sido cangaceiro convocou o secretário de Justiça do Estado, o senhor Ari Pitombo e disse que não podia admitir um criminoso na guarda ja que ele havia sido cangaceiro, o secretário procurou o chefe da guarda, o major Caboclinho que afirmou com toda convicção que entre os 38 guardas José Alves era o melhor profissional entre eles. 
  
 Vinte e Cinco, Cobra Verde e Santa Cruz
a disposição da justiça.

O Secretário resolveu fazer um concurso entre os guardas e José Alves contratou duas professoras. Esqueceu as festas e curtições e foi estudar bastante o que lhe rendeu o primeiro lugar na primeira fase, na segunda fase se classificou entre os melhores mas quase foi reprovado justamente na "prova" de tiro, pois era acostumado com a Parabellum e teve que atirar com um revolver 38, abriram uma exceção para o candidato que então conseguiu provar sua habilidade e destreza. Atirando com uma parabellum ele acertou o alvo, depois de duas sequencias de erros com a outra arma. 

Segue abaixo uma entrevista concedida a Antonio Sapucaiapara o Jornal Gazeta de Alagoas edição de 16 de setembro de 2012.

José Alves de Matos, o conhecido ex-cangaceiro “Vinte e Cinco”, que por cinco anos integrou o bando de Lampião.

Era casado com Maria da Silva Matos desde 1959, pai de uma prole de sete filhos, entre os quais há dentista, economista, assistente social, técnica de saúde e uma funcionária pública federal. Acerca do casamento, dizia que acreditava no destino, considerando que a esposa nasceu em 1938, exatamente no ano do extermínio do grupo de Lampião; ambos não tinham pai nem mãe, e o matrimônio, realizado em Maceió, já dura 55 anos de felicidade.

Considerava-se um homem de bem com a vida, não se arrependeu de nada que fez, principalmente no tempo de cangaceiro, de cuja época dizia ter saudades, “porque ali todo mundo era tratado como igual e todos eram amigos confiáveis. A vida era bastante complicada”, disse com certo ar de tristeza, “mas era muito boa, e se havia momentos de agonia, os momentos de alegria e de prazer eram maiores" 

Nascido no dia 8 de março de 1917, em Paripiranga, na Bahia, ingressou no mundo do cangaço aos 16 anos de idade, no dia 25/12/1933, razão porque Corisco o apelidou de "Vinte e Cinco". 

“Ao ingressarem na vida do cangaço”, “todos esqueciam os seus verdadeiros nomes e a partir daí passavam a ser conhecidos pelos apelidos que recebiam. Também recebiam ordem de manter o máximo de respeito entre eles, pois seriam tratados como verdadeiros irmãos e irmãs. Se alguns deles se dispersavam do bando, após algum tiroteio, mesmo que fossem homem e mulher, havia respeito total entre ambos, até que novamente o grupo se reencontrasse. Uma coisa que Lampião fazia questão de manter, aumentando o vigor da voz, era o respeito absoluto entre todos”.
Vinte e Cinco confessou: 
A Polícia era cheia de analfabetos, havia oficial que não sabia sequer atender a um telefonema. Além disso, eram excessivamente violentos, e foi essa violência desmedida que levou muitos jovens a ingressar na atividade do cangaço, entre os quais eu me incluo”.
E continuou: 
“Os policiais, conhecidos como macacos, chegavam à casa dos agricultores e indagavam se Lampião havia passado na localidade; se a resposta fosse negativa, eles apanhavam porque poderiam estar mentindo; se a resposta fosse positiva, apanhavam ainda mais porque não informaram, antes, sobre a presença deles no local”.
A respeito do seu ingresso na vida do cangaço, respondeu: 
“Havia uma família que tinha parentes na Polícia, e fez uma denúncia de que a nossa tinha admiração por Lampião. Daí, terminaram dando uma pisa em um sobrinho meu, que passou três dias acamado. Dias depois, encontramos com um membro dessa família, que já não gostava do meu sobrinho por causa de uma namorada, terminou havendo uma briga entre nós, pelo que fiquei foragido durante dois anos, carregando como lembrança uma cicatriz na cabeça, cujo ferimento foi curado com pó de café”.
“Ao regressar, fui a uma feira colocar sola em um sapato, cujo sapateiro era cabo da Polícia, de nome Passarinho, que me reconheceu. Terminei preso durante doze horas e, como consequência, resolvi fazer parte do bando dos cangaceiros onde eu já tinha cinco parentes. Mantive contato inicialmente com Corisco, que chefiava um grupo, tendo-o encontrado junto com Dadá, sua companheira, e um cachorro de nome ‘Seu Colega’”.
Vinte e Cinco recordou que vez por outra Lampião pedia a Corisco que o colocasse à sua disposição e, em meio a essas oportunidades, terminou ficando com o Rei do Cangaço, até quando ocorreu a chacina de 28 de julho de 1938, em Angico, no Estado de Sergipe.

O regime que imperava no cangaço era rigoroso, mas todos viviam satisfeitos. Não faltava comida – carne de bode, carneiro, boi, farinha, sal, queijo –, uma vez que os fazendeiros ordenavam aos vaqueiros para abastecer os grupos, o que não acontecia com relação aos que faziam parte da Polícia. Do mesmo modo, não faltavam bebidas, mas aquele que as adquiriam era obrigado a experimentá-las antes de serem servidas a Lampião.
Escritor Sérgio Dantas, em visita à "Vinte e cinco"

A propósito – lembrou Vinte e Cinco – Lampião quando passava em lugar que não tinha aguardente ou conhaque, ele deixava dinheiro com alguém para que os produtos fossem comprados. Tinha mais: orientava no sentido de que as bebidas fossem enterradas no quintal da casa, bem arrolhadas, e que um dia retornaria para degustá-las.

Sabe-se que certa vez Lampião deixou alguma importância com determinada mulher para a compra de bebidas e, dias depois, retornou para saboreá-las. Antes de ingeri-las, pediu à mulher que as experimentasse, o que foi recusado por ela. A mulher terminou confessando que a Polícia a havia obrigado a colocar veneno na aguardente. Depois de perguntar como é que a Polícia soube que a bebida estava enterrada no quintal, mandou que a mulher ficasse despida, saísse correndo e se abraçasse com um pé de mandacaru que estava mais adiante.

Nada faltava ao grupo, conforme relata Vinte e Cinco. Havia alegria, principalmente em razão de alguns tocarem realejo, e dinheiro também não faltava, distribuído por Lampião, periodicamente, não sendo verdade que recebiam semanalmente importância fixa, como já foi noticiado.

Não faltavam mulheres para a prática sexual, pois alguns tinham as suas companheiras no bando. Para os solteiros também não faltavam mulheres, quando chegavam às fazendas, e muitas vezes eram mandadas para as suas companhias pelos próprios maridos, pois além de serem bem compensadas financeiramente, presenteavam-nas com brincos, cordão de ouro, anel etc. – relatou Vinte e Cinco

Os cachorros de nome “Seu Colega” e “Guarani” exerciam papel importante, haja vista que, além de serem adestrados para despertar a atenção do grupo quando algum estranho se aproximasse, muitas vezes comiam antes uma parte das comidas que seriam servidas aos cangaceiros para terem a certeza de que não estavam envenenadas.

Sobre Lampião, explicou que “era um tanto fechado, mas em alguns momentos se mostrava brincalhão. Era portador de uma espécie de enxaqueca e, quando amanhecia acometido do mal, falava muito pouco com a gente. Em nenhum momento ouvi dele dizer-se arrependido da vida que levava e, igualmente, nunca manifestou a intenção de abandonar o cangaço, como já foi dito por aí”. Era católico; das 4h30 da manhã para as 5 horas, os cangaceiros acordavam, colocavam os joelhos no chão e começavam a rezar.

Vinte e Cinco confessou que somente Lampião, Luiz Pedro e Quinta Feira sabiam quando e onde eram adquiridas as armas utilizadas pelos bandos. Algumas eram guardadas em ocos dos paus até que delas precisassem, mas era proibido perguntar onde eram adquiridas. Além dos chapéus de couro que portavam e dos apetrechos que conduziam, eram indispensáveis dois cobertores de chitão, um servia para forrar o chão e o outro para cobrir-se.


Barreira, Santa Cruz, Vila Nova e Peitica. 
sentados - Pancada, Vinte e cinco e Cobra Verde.

Vinte e Cinco participou de vários tiroteios, mas preferiu não relacioná-los, referindo apenas ao que ocorreu em Pedra d’Água, em Sergipe, quando morreu "Barra Nova". Nunca foi vítima de ferimentos graves, carregando nos ombros alguns arranhões que não lhe causaram mal algum. Recordou que "Barreira" que foi funcionário da Secretaria da Fazenda de Alagoas – degolou Atividade, colocou a cabeça em um saco e foi se entregar à Polícia.

Sobre Pedro de Cândido, diz que era o homem de maior confiança de Lampião, entre os coiteiros. Recorda que a intimidade era tanta entre os dois que havia uma certa ciumeira por parte dos cangaceiros, ou seja, ele “não entrou no espinhaço do grupo”, expressão que significava não simpatizar, não gostar do outro.


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