Seguidores

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O BUSTO DO MONSENHOR HUBERTO BRUENING ESTÁ LASCADO

Por José Mendes Pereira
Foto do acervo de José Mendes Pereira

Infelizmente o busto do Monsenhor Huberto Bruening foi feito de resina, no lugar da fabricação em bronze. Mas talvez tenha sido por falta de dinheiro, já que um BUSTO com fabricação (BRONZE), custa nos dias de hoje, em média, 20,00 mil reais.

 
http://pebesen.wordpress.com

O bom mesmo era que este busto do monsenhor Huberto Bruening tivesse sido feito de bronze, para se tornar eterno, mas não devemos culpar "a" ou "b", por não sabermos de nada sobre as condições financeiras de quem mandou confeccioná-lo.

Catedral de Santa Luzia em Mossoró

O mais importante para nós mossoroenses é que inteiro ou lascado, o busto do religioso Monsenhor Huberto Bruening permanece ao lado da igreja de Santa Luzia em Mossoró, casa religiosa que ele a dirigiu  com muito amor por várias décadas, no século XX.
   
Monsenhor Huberto Bruening 

"Huberto Bruening era natural de São Ludgero, no Estado de Santa Catarina. Filho de Reinaldo Bruening e de Isabel Rohden. Nasceu em 30 de Março de 1914. Era irmão do Pe. Clemente Bruening, sobrinho do filósofo e teólogo Huberto Rohden e primo irmão de Dom Afonso Niehues.

Padre Huberto Bruening na juventude

Em 1935 seguiu para São Leopoldo, Rio Grande do Sul, a fim de completar a formação com os estudos teológicos. No meio tempo, aconteceu a eleição de Monsenhor Jaime de Barros Câmara para 1º. bispo diocesano de Mossoró, Rio Grande do Norte. 

Monsenhor vir para o Nordeste sozinho, numa diocese carente de vocações e padres. Dom Joaquim Domingues de Oliveira, arcebispo de Florianópolis, permitiu que convidasse alguns seminaristas a acompanhá-lo: Huberto Bruening, Ivo Calliari, Arlindo Thiesen, Walmor de Castro foram os que perseveraram. Excetuando Huberto, os três se integraram à vida episcopal de Dom Jaime em Mossoró, Belém do Pará e Rio de Janeiro.

Foto do acervo de José Mendes Pereira

Huberto Bruening chegou em Mossoró em 25 de abril de 1936, e foi excardinado da Arquidiocese de Florianópolis em 24 de setembro de 1936. Tendo completado os estudos teológicos em Fortaleza, foi ordenado sacerdote na catedral Santa Luzia, em Mossoró, em 30 de janeiro de 1938. Lema escolhido para o sacerdócio: “Pela graça de Deus sou o que sou” (1 Cor 15,10).

Monsenhor Huberto Bruening na velhice

Monsenhor Huberto Bruening faleceu em Mossoró no dia 29 de Agosto de 1995, sem nunca ter lhe faltado a presença de suas “Camilas”, nome pelo qual chamava a todas as senhoras que o ajudavam. Sensibilizado pelo ato de compaixão que via em todas, sempre lhes dizia: “Eu não tenho com que pagar a ninguém, só Deus é que pagará a todas”.

Fonte de pesquisa: http://pebesen.wordpress.com/padres-da-igreja-catolica-em-santa-catarina/monsenhor-huberto-bruening-vida-doada-a-mossoro/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

POMBAL E A ROTA DO CANGACO NA PARAÍBA


Jerdivan Nobrega Araujo - O povo de Pombal tem seus sonhos.

Fonte: facebook
Página: Wbyracy Carvalho 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

1938 - Angico, mais mentiras e mistérios

Por Ivanildo Silveira

O pesquisador e escritor pernambucano Paulo Medeiros Gastão, fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, lançou extra-oficialmente, mais um livro sobre cangaço. Trata-se da obra  "1938 - Angico" impressa na indústria gráfica e editora Montaigne Ltda., de Mossoró/RN. 


O livro tem 144 páginas. É diferente, constam centenas de perguntas e respostas, diretamente relacionadas ao combate em Angico, em que morreram Lampião + 10 cangaceiros, além do soldado Adrião. 

O soldado Adrião o primeiro à esquerda - imagem do acervo do escritor Vilela

O autor que tem mais de 20 anos de pesquisa sobre o tema, procura dar uma resposta, na sua ótica, sobre  as principais dúvidas verificadas neste combate, e de seus personagens ( volantes e cangaceiros ).

A aquisição do livro, pode ser feita diretamente com o autor ( não está á venda em livrarias ), ao preço de R$ 20,00 ( vinte reais + frete ), através do email: paulomgastao@hotmail.com

Abraço a todos, e, parabenizo o autor por mais essa contribuição ao estudo do cangaço.
Fonte:www.lampiaoaceso.blogspot.com

Ivanildo  Alves  Silveira - Natal RN
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC e Cariri-Cangaço

Fontes: http://lampiaoaceso.blogspot.com
http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

“O GLOBO” – 10/09/1927 A PSICOLOGIA DO CANGACEIRO

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Amigos verifiquei agora que a matéria de "O Globo" sobre o banditismo nordestino, publicada em 1927, e que eu prometi compartilhar com vocês, por equívoco meu, deixou de exibir o texto por mim digitalizado. O que faço agora, com minhas desculpas.

“O GLOBO” – 10/09/1927
A PSICOLOGIA DO CANGACEIRO
O BANDITISMO NOS SERTÕES DO NORDESTE BRASILEIRO
UM ENSAIO POLÍTICO-SOCIAL
(Especial para o GLOBO)

A psicologia do cangaceirismo, que nos infesta grandes zonas do sertão, e, por via de regra, se trava com a politicagem, não tem sido até hoje estudado senão superficialmente, da mesma sorte porque o banditismo não tem sido reprimido senão de modo falho, sem consideração ou estudo das origens e do modo de ser daquela gente, a um tempo cruel e altivo, e sempre com todas as surpresas de uma quase inconsciência. É por isto mesmo que não podemos furtar à análise da opinião pública uma série de artigos em que versou tão intrincado assunto um conhecido político e ex-parlamentar do Norte, que se oculta de longa data sob o pseudônimo de Justiniano de Alencar, e vem de escrever especialmente para “O Globo” o referido trabalho ou ensaio, de que hoje oferecemos a primeira parte, dos seis em que ele se divide.

CAPÍTULO I

Há bem pouco tempo os jornais cariocas publicaram telegramas do Ceará, nos quais se noticiava a breve captura do célebre “Lampião” e do seu bando, cercados que estavam os bandidos em uma fazenda do interior daquele Estado. Dizia-se mesmo que essa captura seria uma questão de honra, sendo impossível aos bandidos escapar. As horas passaram; passaram dias, e novos telegramas traziam a triste nova de que o audaz bandoleiro furara o cerco, internando-se no matagal. E os jornais do Rio começaram a bordar comentários zombadores em torno do convênio estabelecido entre os chefes de Polícia dos Estados do Nordeste para a perseguição do bando sinistro, chegando algumas folhas a tecer irônicos ditirambos ao herói do crime.

Entretanto, se aqui, no Rio, se conhecesse a geografia física e política do Nordeste brasileiro, far-se-ia, certamente, mais justiça aos abnegados policiais que vivem arriscando a vida, centena de vezes, contra um inimigo quase invisível, protegido pelos acidentes do terreno, que conhece a palmo, protegido pelas caatingas cerradas, onde rasteja como animal bravio, protegido, em suma, pelo apoio que lhe prestam os parentes e políticos sertanejos, de longa data habituados a um regime quase feudal e a se aproveitarem desses infelizes escorraçados da sociedade para suas vinganças particulares.

Raras, raríssimas vezes, os bandidos enfrentam a força pública que os persegue quando surpreendidos nessas horas noturnais formadas pelas arestas das serras onde se acoitam. Em regra, quando surpreendidos nessas lutas temíveis, tiroteiam durante minutos para abater alguns soldados, e, logo que presentem o assalto da tropa para desalojá-los em luta corpo a corpo, fogem, internam-se nas grotas profundas e quase inacessíveis, onde a perseguição é impossível para uma força organizada e desconhecedora do terreno.

A tropa, então, ou volta para os povoados próximos, onde está aquartelada, ou permanece algum tempo pelas redondezas do local da luta, em pesquisas sempre infrutíferas, porque a tática do cangaceiro consiste em sumir-se como que por encanto, não dar o menor sinal de si, manter-se escondido nos matos durante um espaço de tempo calculado para que a calma de restabeleça, e surgir, de repente, dezenas de léguas distantes dos lugares onde permanece a força policial, para atacar uma fazenda isolada, que ele sabe, de antemão, desprotegida de qualquer auxílio.

Jornadeando durante a noite por (...) atalhos, evitando as estradas públicas, oculto durante o dia nas caatingas – o bando sinistro semelha (...) infernais que aparecem e desaparecem com a rapidez do raio, deixando após sua passagem a desolação e o terror. Como, se prevenirem esses (...)? Como se espalharem forças policiais por uma região onde são percorridas, às vezes, 10, 15 e 20 léguas, sem se encontrar uma casa?

É preciso conhecer-se a gênese do “Cangaceirismo” para se poder avaliar as dificuldades quase insuperáveis que terão de vencer os governos dos Estados nortistas para extingui-lo, quer se considere o desabitado da zona sertaneja, quer a geografia física daquela região, como que projetada para a mantença dessa calamidade, pela abundância de esconderijos constituídos por um mato baixo, cerrado e coberto de espinhos, e por grotas profundas e quase impenetráveis, ou quer se atente para os hábitos astuciosos do cangaceiro, misto de bravura e covardia, de crueldade e clemência, de rapinagem e caridade, de desonestidade e honradez, de fidelidade e perfídia, por mais que isto pareça paradoxal.

O Dr. Raul Azedo, médico insigne em Recife, é uma das inteligências mais cultas do Brasil, conhecedor de grande parte dos sertões de Pernambuco e Alagoas, tem publicado no “Diário da Manhã”, de Recife, uma série de artigos interessantíssimos sobre o cangaceirismo, dos quais se evidencia o enorme esforço que precisarão desenvolver os governos nortistas para vencer esse flagelo dos sertões.

“O problema do cangaceirismo nordestino – diz ele – é um dos mais complexos sobre que se pode exercer a análise do sociólogo. Emaranham-se na sua gênese fatores remotos e atuais, de ordem étnica e física uns, de ordem social e politica outros.

A conquista do interior brasileiro se faz à custa de luta sangrenta e prolongada, em que ao trabuco e à espada do invasor respondiam galhardamente a flecha e o tacape do aborígene.

Não admira, pois, que para tais gentes, a bravura, a força física, a agilidade, a destreza no manejo das armas, constituíssem as virtudes e os predicados mais nobilitantes e invejáveis do ser humano.”.

Três raças, bem diversas, concorreram para formar o tipo de sertanejo do nordeste brasileiro: - a dos índios, em luta constante contra os invasores do seu território, que o caçavam como bestas-feras matando-os ou repelindo-os para o centros portugueses, aventureiros, habituados no morticínio nos combates, que invadiram o interior do Norte, uns sequiosos de ouro, que julgavam encontrar com facilidade, outros para se apossarem de terras doadas pelo governo da metrópole e que ali queriam estabelecer à força seus domínios, mantendo os primitivos donos, sem misericórdia, desde que (como diz Raul Azevedo) “estavam convencidos de se acharem em presença de seres fora da humanidade, relativamente aos quais seriam descabidas a compaixão ou a observância de quaisquer sentimentos afetivos”; e, por fim, a dos negros africanos, escravizados e arrastados para aquelas terras, a serviço desses senhores desumanos.

Assim, ora em luta permanente com os selvagens, ora suspendendo temporariamente as hostilidades e, durante as tréguas, misturando-se, unindo-se sexualmente e procriando, as três raças acabaram, com o decorrer dos tempos, por se fundir em uma, com algumas virtudes inatas ao homem, mas onde predominavam os vícios, e, sobretudo, os instintos guerreiros e sanguinários, alimentados pela ampla liberdade em que viviam, longe dos centros de civilização e sem a mínima sujeição legal.

Em tais condições é bem de ver que, sendo o sertanejo nortista um produto daqueles antigos elementos em luta, desconhecendo os verdadeiros princípios sociais, completamente ignorante de tudo o que não fosse a luta pela vida, livre de códigos e de sanções penais, a sua lei era a lei selvagem – a da “força”; o seu direito era a sua “vontade”; a sua justiça, o “bacamarte” e o “punhal”.

Mais tarde, quando as estradas de ferro foram penetrando pelo interior dos Estados e os governos entenderam levar um pouco de civilização e de ordem àquelas zonas selvagens, a política interveio para transformar os sertões em feudos dos políticos que estavam no poder, e os sertanejos bravios passaram a vassalos das autoridades que os subjugavem com os soldados de que dispunham a seu talante. E, se algumas dessas autoridades procediam com prudência e justiça, outras ligavam-se a uma família sertaneja de maior prestígio na localidade, quer para efeitos políticos, quer para enriquecerem rapidamente, apropriando-se de terras e gados pertencentes a outras famílias.

Mas, como a política varia e os que se achavam no poder caíam de chofre no ostracismo, para dar lugar ao partido adverso, novas autoridades eram enviadas pelos novos governos para os sertões, em substituição dos primeiros, que já se encontravam donas de latifúndios e ligadas a uma ou mais famílias sertanejas; e, como as novas autoridades, devidamente garantidas pela força pública, queriam, por sua vez, criar e organizar seu partido político no sertão, manobravam como as primeiras, ligando-se a outras famílias sertanejas, até então desamparadas de prestígio, e procedendo em tudo e por tudo como aquelas que substituíam.

É claro que, “mutatis mutantis”, a justiça dos novos dominadores, com raras exceções, passava a proteger os sertanejos sectários do seu credo político, em detrimento do “direito” dos adversários, tal qual como estes haviam procedido quando dispunham das autoridades policiais e do prestígio político.

E assim foi a política se imiscuindo na vida sertaneja, dividindo em castas inimigas aquela população bravia, e sucessivamente dando força e prestígio quer a um, quer a outro grupo de famílias, conforme se achava no poder quer um, quer outro dos partidos que governavam a Nação.

Ora, como os instintos selvagens do índio (que não perdoa ao inimigo), associado aos sentimentos autoritários e violentos do europeu invasor, e à barbaria supersticiosa e cruel do africano, continuavam a preponderar o sertanejo nordestino, produto desse amalgama de sentimentos os mais opostos – originaram-se, daquela intervenção vinda do litoral, lutas sangrentas entre as famílias sertanejas que se não sujeitavam à convenção legal, preferindo a justiça como a entendiam: primitiva, rápida, e exercida por suas próprias mãos contra quaisquer ofensas recebidas, com o assassínio do ofensor; de modo que, perseguidos como criminosos, uniam-se a parentes, internavam-se na vastidão do nosso território, em luta perpétua, até à morte, com as autoridades perseguidoras.

Eis como se gerou o tipo do “cangaceiro” – espécie de nômade, como o índio, seu antepassado, sem habitação fixa, vagueando pelas caatingas e pelas serras inacessíveis, vivendo como os animais, e denominado cangaceiro, do vocábulo – “cangaço” (conjunto de armas) pelo fato de andarem esses criminosos carregados de armas diversas.

Justiniano de Alencar.

Fonte: facebook
Página: Antônio Corrêa Sobrinho


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

UMA MOSSOROENSE NO AMAZONAS

Por Vitória Lemos 

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos... Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre... Hoje não tenho mais tanta certeza disso. 

Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados... Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo... 

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: "- Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos... Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. 

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido desta humilde amiga: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Amo demais vocês nunca esqueça disso viu to aqui pra tudo...

Sim, desculpa se esquecei alguém.

Fonte: facebook
Página: Vitória Lemos

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LOCAL FILMAGENS DE ABRAÃO - LAMPIÃO E O LAJEDO DO BOI...!!


LOCAL FILMAGENS DE ABRAÃO - LAMPIÃO E O LAJEDO DO BOI...!!

Um dos locais em que foram feitas as filmagens de Lampião e seu grupo, no ano de 1936, foi no famoso LAJEDO DO BOI, situado na zona rural do povoado Capiá da Igrejinha, em Canapi, no Estado de Alagoas

Acima, temos uma dupla FOTO comparativa, onde se coteja, um fotolito de Abraão Benjamin Botto, com os cangaceiros se abastecendo do precioso líquido, e, uma FOTO ATUAL do local.

Cortesia do escritor, Dr. Sérgio Dantas...

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

CANGAÇO VII

Material do acervo do pesquisador Antonio Morais

Banditismo Profissional.

Quando Lampião entrou no grupo de Sebastião Pereira, adotou o banditismo como profissão. Viveria entre homens marginalizados, condenados pela lei. Fora desse ambiente não encontraria amigos, somente criaturas submissas pelo temor. 

Sargento Optato Gueiros - lampiaoaceso.blogspot.com

O Sargento Optato Gueiros, viajava, em fevereiro de 1921, para Vila Bela. Descansava numa casa isolada, na caatinga, quando foi surpreendido, à meia noite, com a chegada do grupo de Sebastião. Os cabras vinham sedentos. Bebiam água e conversavam com animação. Um deles vendo Optato fardado perguntou:

- Quanto ganha por mês?

- Noventa e cinco mil reis.

- Hum!. Muito pouco, acudiu Lampião. É melhor ser cangaceiro mesmo. 

Para trabalhadores rurais, que viviam na mais completa escravidão econômica, aquela vida prometia algumas compensações. 

Em 1926, Lampião passava, com o seu grupo, em Juazeiro do Norte. Foi entrevistado pelo Dr. Otacílio Macedo, médico e jornalista: 

- Por que não larga essa vida, capitão, o senhor que já tem tanto dinheiro? Por que não vai embora para Goiás ou Mato grosso, deixando de vez essa existência perigosa? 

- Doutor, o senhor estando bem numa vida, o senhor larga ela? Assim sou eu. 

O bandoleiro sentia-se realizado.

É mior ser cangaceiro
E poeta cantador
Que sê bispo ou deputado
Ou mesmo governador.

Querendo andar no cangaço
Inté sou bom cangaceiro
Que isso de matar gente
É serviço mais maneiro

Se o cabra não tem corage
Que mude de profissão
Vá para o rabo da enxada
Aprantá fava e feijão.

Raul Fernandes.

CONTINUA...

http://blogdosanharol.blogspot.com.br/2009/07/cangaco-vii.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com