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sábado, 30 de agosto de 2025

JORNAIS.

 A Noite (RJ) - 23 de Abril de 1934


O jornal noticiava a morte do cangaceiro Manoel Victor, após 7 anos de estripulias. 


Manoel é considerado por alguns pesquisadores como o único cangaceiro comunista, pois teria se aliado ao partido comunista em 1934. Caso queiram saber mais sobre a história desse bandido que não era do bando de Lampião, pelo contrário, tinha inimizade com ele, basta pesquisar vídeos de canais sérios no youtube que contam a sua biografia. 

Na foto estão, da esquerda para direita: Soldado Toinho Rocha, o cangaceiro Manoel Victor já morto, escorado para foto e o soldado Gerôncio Calaça.

Créditos: Guilherme Velame Wenzinger (Facebook Lampião Cangaço e Nordeste)

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NÃO MORDA A LÍNGUA NÃO DESPERDICE MATERIAL, NÃO CONFUNDA...

 Por Kiko Monteiro


Amigos, sei que falta muita, mas muita coisa.

Avaliei os principais tropeços, reunindo nosso humilde conhecimento e nos valendo de textos e respectivos autores de seriedade, e selecionamos as informações que vocês verão a seguir.

Preciso dizer que o conteúdo do artigo parte do princípio básico.

É direcionado a quem precisa colher, corrigir ou está aplicando tais informações em determinado trabalho e ainda pode refazê-las.

A sofistica é persistente, são muitos os "erros primários" cometidos principalmente pela imprensa, revistas de variedades, música, cinema... e por nós blogueiros inclusive etc.

Vamos aos deslizes menos técnicos.

Engana-se, ou insiste no erro, quem pensa que Virgolino só se tornou cangaceiro com a morte do pai.

De fato, desde a briga com Zé Saturnino, que Virgulino e os seus irmãos Antônio e Levino já estavam vivendo uma vida nômade. Quando foram para Alagoas, juntaram-se ao bando dos Irmãos Porcino. Se os Porcinos já eram cangaceiros famosos no nordeste precisamente no sertão de Alagoas, e Virgulino se junta a eles, certamente já estava sendo cangaceiro.

Ou será que ele estava lá “catequizando” os bons irmãos?

Irmãos Ferreira e irmãos Porcino fizeram um assalto grandioso à Vila de Pariconha/AL, o que gerou a perseguição comandada pelo então Tenente José Lucena, e que veio a culminar com o assassinato do patriarca José Ferreira. Dona Maria Lopes a matriarca da família Ferreira não foi assassinada junto com seu marido. Morreu de infarto fulminante aos 47 anos de idade dia 22 de maio de 1921 na localidade de Engenho Velho próximo ao vilarejo de Santa Cruz do deserto/AL.

José Ferreira aos 48 anos no dia oito de Junho de 1921 é assassinado pela volante comandada por José Lucena Albuquerque Maranhão acompanhado do delegado Amarilio Batista e do sargento Manoel Pereira .

Zé Saturnino, sempre esteve ao alcance de Lampião, e esse, não desejou mais matá-lo, como também, ao grande inimigo Ten. José Lucena. O fato de Lampião deixar seus inimigos ( nº 01 e 02 ), com vida, é para justificar perante a população nordestina, ou seja, pretexto para continuar no cangaço, matando, estuprando, sequestrando, extorquindo, além de outros crimes. Ele passou a gostar da vida errante, e do dinheiro que essa lhe rendia. O escritor Frederico Pernambucano de Mello, denomina isso de " ESCUDO ÉTICO ", em sua belíssima e recomendada obra: Guerreiros do Sol. Também, para justificar sua vida no cangaço, o rei vesgo invoca a morte do seu genitor, no sentido de vingança.

Zé Saturnino faleceu em sua fazenda, a 05 de Agosto de 1980, com a idade de 86 anos e já sem lucidez.

Quanto a Zé Lucena faleceu em maio de 1955, vitimado por uma doença.

Lampião passa a ver no cangaço, " UM MEIO DE VIDA ", uma profissão, visando lucro, vejamos uma interessante passagem colhida por Frederico.

O facínora Pedro Barbosa da Cruz, vulgo 'Pedro Miúdo', encontra-se com o bando de Lampião na Faz Riacho Fundo, perto de Antas, município de Águas Belas. O rei do cangaço, o convida para acompanhá-lo, ao que "Miúdo" lhe responde, que fora soldado de uma volante comandada pelo Ten. José Lucena, e o mataria por "cinco contos de réis". Surpreso, Lampião agradeceu a oferta com um raro gesto de prodigalidade: dá-lhe de presente, uma faca de cabo trabalhado. Em seguida, dirigindo-se ao cabra, devolve a surpresa com a seguinte confidência:
" Deixe isso. Essas questões já estão velhas". (Fonte: Livro - Guerreiros do Sol, pg.123).
 José Lucena e Zé Saturnino.
Questões superadas.

...Que Lampião era cego em virtude de um Glaucoma. Errado.
Virgulino sofria com um Leucoma

De fato, Glaucoma é endurecimento e aumento do volume do globo ocular, causado por um aumento de pressão sanguínea naquela região. Leucoma, ainda segundo o Dicionário Aurélio, é o “embranquecimento ou turvamento da córnea que é transparente”. Até onde se sabe, Lampião já trazia o Leucoma desde a juventude, e se agravou em um combate com um grupo de nazarenos. Reza a história que David Jurubeba, após disparar um tiro, este atingiu uma moita de quipá (palmatória), e um espinho veio a atingir o olho de Lampião, provocando um agravamento de uma situação já preexistente.

... Que o  fato das volantes se trajarem igual aos bandoleiros era tática ou ordem oficial.
Governo nenhum deu determinação para que soldados se vestissem de Cangaceiros. Foi um uso que se formou com o tempo, tanto que em 1926, o Governador de Pernambuco Sérgio Loreto, fez baixar ‘Portaria’ exigindo o uso do traje militar para as tropas volantes.

Aqui é uma das forças volantes de "Nazaré" sob o comando de Euclides Flor.
Por conta das suas vestes as imagens dos Nazarenos em sua totalidade são quase sempre assimiladas aos cangaceiros. 

Encontrei diversos artigos ilustrados que fizeram os grandes chefes se revirarem no túmulo. 

... Que o cangaceiro José Leite de Santana, O Jararaca, "abriu a própria sepultura". 

 Homero Couto, que foi o motorista do carro que levou Jararaca, desmente . Disse que o “buraco já estava aberto e que a ação não durou mais que dez minutos”. Ou dá pra se abrir uma cova nesse espaço de tempo?

 LEGENDAS E TERMOS

Não é gruta  
É GROOOOOOOOTA

Angico não é e nunca foi território Alagoano. 
A fazenda pertencia à antiga região de Campo-Santo do Morgado do Porto da Folha. Porto da Folha, também em Sergipe, é uma  cidade "vizinha" e permanece com este mesmo nome.

  Ambas cidades circuladas no canto superior

Não é Eronildes
É Eronides.

Não é Pedro de "Cândida". 
É Pedro de Cândido, seu nome completo era Pedro Rodrigues Rosa. A mãe de Pedro se chamava Guilhermina, e o pai, Cândido.

 Esta moça não é Maria Bonita é a cangaceira Inacinha
uma das companheiras do cangaceiro Gato. 

Esta também não é Maria. É "Nenêm"
companheira de Luís Pedro.

 À esquerda. novamente "Nenêm", ao centro "Luís Pedro"
seu esposo e a direita "Maria Bonita".

Este é o ator Chico Dias e não o cangaceiro Corisco". Ele interpretou o "diabo loiro" num longa de 1997. Foram detectados trabalhos incluindo esta foto de divulgação entre fotos originais de cangaceiros.

 Vários livros apontaram essa bela cabrocha, Maria Jovina, companheira do cangaceiro 'Pancada' como sendo Lídia, a cangaceira que fora assassinada pelo seu companheiro Zé Baiano, que não possui fotografia.

Pesquisa a partir de textos de: Sérgio Augusto de Souza Dantas, Ivanildo Silveira e Kydelmir Dantas. Os amigos podem colaborar sugerindo outras correções via comentário ou email para uma próxima edição.

Abraçando
Kiko Monteiro 

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DAS 3 MAIORES BATALHAS - NO FOGO DO SERROTE PRETO.

 Por Valdir José Nogueira de Moura.

Corria o ano de 1925, em fins do mês de março daquele ano, a cidade de Vila Bela, no sertão de Pernambuco, presenciava um intenso movimento de forças volantes, sob o comando do coronel João Nunes, que havia chegado aquela cidade do Pajeú no dia 23, com numerosa força policial deste Estado, incluindo mais dois Estados, da Paraíba e Alagoas, num total de 200 homens, cujo objetivo era proceder combate ostensivo ao terror impetrado na zona sertaneja pelo banditismo.

 João Nunes

No dia seguinte da sua chegada, o coronel João Nunes distribuiu essa numerosa força em vários contingentes que seguiram no encalço de Lampião, sob o comando dos capitães José Caetano, José Lucena, tenentes, Muniz de Andrade, Pedro Malta, Hygino e Clementino.

O coronel João Nunes ficou com os tenentes João Gomes e o belmontense Sinhozinho Alencar, este como seu secretário e aquele por se achar doente.

Durante a sua estadia em Vila Bela, foi o coronel João Nunes muito visitado no Paço do Conselho Municipal, onde ficou hospedado. A notícia da sua chegada ao Pajeú deixou a princípio a população local muito esperançosa, e muito confiante nas medidas que haviam sido tomadas pelos governos dos três Estados nordestinos, ora coligados para o extermínio do bando de Lampião. Entretanto, a chegada da força policial à Vila Bela gerou comentários nas rodas de amigos, nas calçadas, nas budegas, na feira...diziam alguns sertanejos, com suas astutas experiências que não seria ainda daquela vez que Lampião, seria pilhado.

 Lampião com a visão além do alcance.

Cangaceiro dos mais terríveis que já deu o sertão de Pernambuco, o “dito-cujo” era de uma audácia sem nome. Prova-o a última façanha ocorrida em fevereiro de 1925 no “Serrote Preto”.

Sabendo da aproximação de uma força policial composta de 75 homens sob o comando de três bravos oficiais, 2 da Paraíba, e 1 de Pernambuco, tenentes Francisco Oliveira, Joaquim Adauto e João Gomes; em vez de fugirem, os cangaceiros os esperou, apesar da inferioridade numérica de seus 24 comparsas. E os esperou com uma sorte tal, que além de deixar o campo juncado de cadáveres inimigos, ainda conseguiu fazer o devido saque.

Assim é que, dias depois, de rota batida para o Pajeú passou o cangaceiro por Vila Bela conduzindo grande quantidade de armas e munições, apanhadas no conflito do “Serrote Preto”.




 Fotos de achados, fruto de uma pesquisa de campo  em Serrote Preto
do escritor Lourinaldo Telles

Como nas coisas mais sérias da vida, há sempre um lado cômico e engraçado até, dizem que Lampião prometeu não mais matar soldados, mas sim, somente oficiais, isto por ter encontrado no bolso do oficial morto 2 contos de réis, enquanto que, no bolso de um soldado, apenas 300 réis.

Lampião tinha no seu cangaço dois irmãos: Levino e Antônio Ferreira, e que nos encontros com a polícia formavam sempre três grupos, com retaguardas etc. No combate do “Serrote Preto”, foi a retaguarda de Levino que desbaratou a polícia, causando-lhe 12 mortes, inclusive dois oficiais e vários feridos.

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