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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O ALEIJAMENTO DO DIABO.

 Por João Filho de Paula Pessoa

Em Outubro de 1939, com Lampião morto, Corisco, o Diabo Loiro, embora com um bando menor e com dificuldades, ainda resistia e estava a caminho da Fazenda Lagoa da Serra/Se para visitar sua filha com Dadá, que lhe seguia fielmente no bando. Ao chegarem próximo de seu destino foram surpreendidos por uma volante que abriu fogo contra os cangaceiros, Guerreiro foi atingido na nuca e caiu, Roxinho abriu fogo bravamente, mas também foi atingido e morreu.

Corisco e Dadá e os outros seguraram o fogo contra as volantes, Dadá guerreou ferozmente até ficar sem balas, continuando na luta jogando pedras nos soldados, Corisco ao tentar recarregar seu fuzil foi atingido por uma rajada de metralhadora que atingiu seus dois braços ao mesmo tempo, dilacerou o osso de seu braço direito que ficou pendurado por fiapos de carne e feriu gravemente seu braço esquerdo que ficou inutilizado, momento em que caiu e gritou por Dadá, mostrando a desgraça em seus braços. 

Os demais cangaceiros ao verem aquilo, fugiram, e Dadá correu para acudir seu companheiro, pegou seu fuzil, recarregou e seguiu lutando contra os soldados até eles debandarem e conseguir fugir resgatando Corisco, aleijado dos braços e fora de combate. 

Dadá reagrupou o bando mais na frente e assumiu a liderança em virtude da impossibilidade de Corisco, tomando as decisões necessárias, no entanto os demais cangaceiros não aceitaram ser liderados por uma mulher e os abandonaram, restando assim, somente Dadá, cuidando de Corisco em todos os sentidos, e em todas as necessidades, e seguindo em frente. 

(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 18/12/2019.

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