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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

SINHÔ PEREIRA E LAMPIÃO

Do acervo do José João Souza

De 1915 a 1922, Sinhô Pereira combateu os seus inimigos sem desfalecimento. Em 1920 ele aceitou em seu bando de cangaceiros três rapazes, Virgulino Ferreira e dois irmãos, Antônio e Levino, os quais deram um maior poder de fogo ao grupo de Sinhô Pereira. 

Durante os dois anos em que Virgulino Ferreira e os irmãos lutaram sob o comando de Sinhô Pereira, os combates contra os Carvalho e a polícia, intensificaram-se. Neste período, um dos combates mais duros foi o da serra da Forquilha, em São Francisco, onde Sinhô Pereira foi cercado numa casa por 120 soldados, contando ele com apenas 11 cangaceiros, entre os quais os irmãos Ferreira. O cerco foi rompido, sem nenhuma baixa por parte dos cangaceiros. Foi neste combate que Virgulino Ferreira ganhou o apelido com o qual passaria a ser conhecido na história do cangaço. Durante o tiroteio entre os cangaceiros e os policiais, observou-se o fato de que o rifle de Virgulino Ferreira, de tanto atirar para dar saída aos homens de Sebastião de dentro da casa em que se encontravam, mais parecia um candeeiro ou lampião aceso, resolveram dar-lhe o apelido de Lampião. Neste e em outros combates, Sinhô Pereira teve oportunidade de observar Lampião em situações limite e, quando resolveu abandonar a vida do cangaço, em 1922, não hesitou em nomear Lampião como seu sucessor.

Do livro: Sertão Sangrento - Luta e Resistência

De: Jovenildo Pinheiro

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