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terça-feira, 17 de junho de 2014

Faltou pouco para o 'povo' nazareno enfrentar o governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, e o comandante geral da polícia, coronel Muniz Faria.


"(...) Tenente Manoel Neto já tinha sido notificado de que tinha sido excluído da Força Pública de Pernambuco, à qual tinha servido tão bravamente.

O quadro político em Pernambuco tinha mudado bastante. O novo Governador e o novo Comandante da Polícia, o qual era considerado pelos nazarenos como sendo “um homem rancoroso e desumano”. 

Também na Bahia, os nazarenos que estavam em campanha contra Lampião tiveram que enfrentar graves contratempos com as autoridades locais. Foram excluídos das tropas e convidados a retirarem-se do Estado no prazo mais breve. Nesse quadro tão desalentador para os nazarenos e com Manoel Neto sentindo-se profundamente humilhado e “punido tão severamente por ter defendido o Governo anterior, ao qual servira como ajudante de ordem, no Palácio, regressou ao sertão, decidido a organizar um grande grupo de sertanejos para enfrentar o novo Governo. Os meses seguintes foram cruciais para os nazarenos. Presos, perseguidos e humilhados pelo governo, estes tiveram que agir rápido para não serem dizimados, política e militarmente. Nazaré tornou-se uma fortaleza, disposta a resistir até o fim contra as novas autoridades. Nazaré e os nazarenos estavam em xeque-mate. Manoel Neto, como líder dos nazarenos, jurou que “Nazaré não se dobraria jamais”. Em março de 1931, o Governo aumentou a sua pressão, no sentido de desarmar todos os nazarenos. 

Os nazarenos decidiram dividir-se em grupos de cem homens e embrenharemse nos sertões da Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe. Em outras palavras, os nazarenos estavam propondo passar para a ilegalidade total e transformarem-se, de fato, em cangaceiros, utilizando as mesmas táticas de Lampião. Diante da ameaça dos nazarenos de partirem para a confrontação total, partindo para a guerra de guerrilha numa região onde eles e Lampião eram senhores absolutos, o Governo decidiu contemporizar. As negociações foram iniciadas e os nazarenos impuseram suas condições; Manoel Neto seria reincluído na Força Pública num grau superior ao que estava quando foi excluído; toda família de Manoel Neto seria incorporada à Força Pública e mais “um grande número de parentes que desejassem ser soldados”. 

Proposta feita, proposta aceita. E assim, os nazarenos, depois de amargarem um período de ostracismo e perseguições, voltaram a ser novamente os fiéis guardiões da nova ordem e com a vantagem de todos passarem a ser, a partir de então, funcionários públicos do Estado (...)". Fonte Tese Sertão Sangrento: Luta e Resistência de Jovenildo Pinheiro de Souza( usando como fonte de pesquisa as obras dos autores abaixo relatados) LIRA, João Gomes de.Lampião (Memórias de um Soldado de Volante. pág. 458.

FERRAZ, Marilourdes. Lembrai-vos Companheiros. - Polícia Militar de Pernambuco, pág. 191.
LIRA, João Gomes de. Ob. cit., pág. 475.
LIRA, João Gomes de. Idem, pág. 478. Obs.: foto capturada no blog Lampião aceso

Fonte: facebook

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