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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

LANÇADA E ESPERANDO POR VOCÊ

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franpelima@bol.com

Benjamin Abrahão - ENTRE ANJOS E CANGACEIROS


Autoridade na cultura do Nordeste do Brasil, o historiador Frederico Pernambucano de Mello, nos apresenta o livro Benjamin Abrahão: entre anjos e cangaceiros (Escrituras Editora), que traz a biografia do secretário particular do padre Cícero, do Juazeiro, de 1917 a 1934, além de fotógrafo autorizado do cangaceiro Lampião, tendo acompanhado os diferentes bandos de que este dispunha em sete Estados do Nordeste, no meado de 1936, creditando-se como responsável pela mais completa documentação do cangaço jamais obtida, ao incorporar a imagem cinematográfica às velhas fotografias conhecidas.

A obra é ensaio interdisciplinar que ocupou boa parte da vida do autor, e também um livro de arte, com dezenas de fotografias e de fotogramas históricos da trajetória do sírio Benjamin Abrahão Calil Botto -- um “conterrâneo de Jesus”, como se declarava, por conta do nascimento em Belém, na Terra Santa --, que desembarcou no Porto do Recife em 1915, aos 15 anos de idade, fugindo da Grande Guerra, para trilhar uma aventura extraordinária pelos sertões do Brasil setentrional.

No livro, Pernambucano de Mello, reconhecido por Gilberto Freyre, já em 1984, como “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, apresenta pesquisa profunda, feita ao longo de 40 anos. Pela primeira vez, é divulgado o conteúdo da caderneta de campo deixada por Benjamin Abrahão, recolhida pela polícia no momento de seu assassinato com 42 punhaladas, no começo de 1938, no sertão de Pernambuco, aos 37 anos de idade. Cobrindo os anos da missão sobre o cangaço, a caderneta abrange o período 1935-1937, com lançamentos alternados em português e em árabe, assim impusesse a necessidade de sigilo sobre o assunto.

O historiador trabalhou por três anos, com dois professores de árabe, traduzindo, ponto a ponto, o conteúdo averbado -- muitas vezes resultante de conversas noite adentro com Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros -- que são relatos que matam polêmicas e contestam versões atuais sobre fatos e figuras das décadas de 1910, 1920 e 1930, como o polêmico Floro Bartolomeu da Costa e a apregoada amizade entre Lampião e o padre Cícero, além de informações que dizem respeito ao real combate do Batalhão Patriótico à Coluna Prestes, para o qual traz entrevista inédita que fez com Prestes, em 1983, no Recife.

Particularmente importante, pela originalidade, é a revelação da matriz setecentista e estrangeira do pensamento social brasileiro dos anos 1930 sobre o cangaço, presente, sobretudo no chamado romance nordestino, tendente a culpar a sociedade e a desculpar os excessos dos protagonistas do fenômeno. O mesmo se diga sobre a revelação, de todo desconhecida até o presente, dos esforços de apropriação internacional do apelo épico que o tema encerra, por parte das facções travadas em luta de morte ao longo da década aludida: o Reich alemão contra o Soviete russo, Hitler contra Stalin, ao tempo em que Lampião dava as cartas na caatinga.

O livro traz ainda apêndice com a reprodução de importantes documentos, colhidos em pesquisa que contou com o apoio de muitos colaboradores e instituições, como a Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, a Cinemateca Brasileira de São Paulo, os arquivos Renato Casimiro/Daniel Walker, do Juazeiro, e da antiga Aba-Film, de Fortaleza, ambos do Ceará, entre outros.

Sobre o autor:

FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO possui formação em história e direito. Na Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre, de 1972 a 1987, período em que se especializou no estudo da cultura da região Nordeste do Brasil, tendo publicado os seguintes livros: Rota batida: escritos de lazer e de ofício, Recife, Edições Pirata, 1983; Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil, Recife, Editora Massangana/ Fundação Joaquim Nabuco, 1985 [ora em 5ª edição pelo selo A Girafa, de São Paulo]; Quem foi Lampião, Recife-Zürich, Stähli Edition, 1993 [ora em 3ª edição]; A guerra total de Canudos, Recife-Zürich, Stähli Edition, 1997 [ora em 3ª edição pela A Girafa]; Delmiro Gouveia: desenvolvimento com impulso de preservação ambiental, Recife, Editora Massangana/ Fundação Joaquim Nabuco-CHESF, 1998; Guararapes: uma visita às origens da Pátria, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2002; Tragédia dos blindados: a Revolução de 30 no Recife, Recife, Editora Massangana/Fundação Joaquim Nabuco, 2007; Estrelas de couro: a estética do cangaço, São Paulo, Escrituras Editora, 2010, livro finalista do Prêmio Jabuti de 2011, nas categorias projeto gráfico e ciências humanas. 

É membro dos Institutos Históricos de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, e da Academia de História Militar Terrestre, tendo sido curador internacional da Fundação Bienal de São Paulo para a Mostra do Redescobrimento – Brasil 500 Anos, São Paulo, 2000, e presidente da União Brasileira de Escritores – Seção de Pernambuco.  Na Academia Pernambucana de Letras, ocupa a cadeira 36 desde o ano de 1988. Pela originalidade de seus estudos, pelo volume da obra que produziu, e por se dedicar a aspectos de nossa história considerados ásperos e de pesquisa difícil, tem sido considerado o “historiador do Brasil profundo”, na palavra do professor Nelson Aguilar.

Prefácio: Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes
Texto das orelhas José Nêumanne Pinto
Gênero História/Cangaço e cangaceiros/Usos e costumes/Ensaio interdisciplinar.
Formato brochura, com mais de "97 imagens. Páginas "352

Carmen Barreto – comunicação e imprensa – imprensa@escrituras.com.br
escrituras editora e distribuidora de livros ltda.

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*Matéria gentilmente enviada por Alfredo Bonessi
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2012/12/lancada-e-esperando-por-voce.html

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A CASA CAIU, SENHORITAS!

 Cangaceiras aprisionadas

 Manchete de 18 de maio de 1935, no jornal “Diário de Noticias” BA

As meninas Anna e Otilia

A presença de cangaceiras aprisionadas foi uma das marcas do momento. Anna Maria da Conceição, nascida em Jeremoabo, era companheira do cangaceiro "Jurema". Caminhava com Jurema, Juremeira, Beija-Flor e Nevoeiro, quando a volante do sargento Vicente caiu sobre o subgrupo. Foi alvejada com dois tiros de fuzil, que lhe atingiram os braços, sendo capturada.

Já o seu parceiro e companheiros não tiveram a mesma sorte...

Jurema, Jureminha e Nevoeiro
Foto não compoe a matéria original
Cortesia do amigo Sergio Dantas

Otilia Teixeira Lima, de Poços, era companheira de "Mariano". Adentrou o Cangaço em 1931, depondo que constituíam o bando, naquele momento em que adentrou, Lampeão, Mariano, Zé Bahiano, Pó Corante, Gato, Bananeira, Volta Secca, Maçarico, Cajueiro, Balisa, Cabo Velho, Nevoeiro, Luis Pedro, Virgínio, Suspeita e Medalha, além de Maria Bonita e algumas mulheres que não indicou os nomes.

Deslocava-se, em 1935, junto com Mariano, Criança, Pai Velho e Pau Ferro, quando foi o subgrupo cercado pela volante do sargento Rufino. Cerrada brigada, foi cercada, não conseguindo Mariano romper o seu cerco para libertá-la. Acabou entregando-se.
“Lampeão” não quer negocios com a policia da Bahia
Dois minutos de interessante palestra com as mulheres de Mariano e “Jurema”, chegadas, hontem, presas .. .A vida, para o banditismo, “no outro lado”, está melhor... 
O DIARIO DE NOTICIAS offerece, hoje, aos seus innumeros leitores, a opprtunidade de uma entrevista com as mulheres de Mariano e “Jurema”, dois dos peores scelerados que teem palmilhado a zona escaldante e longinqua do nordéste bahiano.

São ellas Anna Maria da Conceição, com 23 annos de idade, mestiça, nascida nas Baixas, no município de Geremoabo, e Otilia Teixeira Lima, parda, de 25 annos, estatura média, procedente das caatingas de Poços, distante 15 leguas daquella cidade.

Fomos encontra–las, hontem, na delegacia Auxiliar. Momentos antes, haviam chegado do nordéste, pelo trem do horario, devidamente escoltadas por seis praças da Policia Militar.

Como foi presa a primeira

Anna foi presa nas caatingas do logar denominado São José, tendo, nessa occasião, recebido dois tiros de fuzil, que lhe perfuraram os braços. Estava ella em companhia de “Jurema”, “Beija–Flôr”, “Nevoeiro” e “Juremeira”, quando surgiu, inesperadamente, a força volante do sargento Vicente, que, de ha muito, vinha sequindo as pégadas do bando sinistro. Logo que viu os policiaes, “Jurema” rompeu cerrado tiroteio contra os mesmos, que, reagindo valentemente, puseram em fuga os cangaceiros. No embate, que durou poucos minutos, caiu ferida Anna Maria. “Jurema” quis, ainda, soccorre–la, mas, acossado pelas balas, teve que fugir, deixando a companheira nas mãos dos seus perseguidores.

A outra “descansava”...

Otilia estava com o bando de Mariano, na Fazenda “Mucambo”, junto com “Páo Ferro”, “Criança” e “Pai Velho”. Minutos após a chegada do grupo, dois cáibras fôram escalados para arranjar montadas na vizinhança. Foi quando appareceu, de surpresa, o contingente do sargento José Rufino, que, com 15 praças, vinha procurar pousada na alludida fazenda.

Reconhecendo os bandidos, a força entrou a tiroteiar contra os mesmos, pondo–os em fuga, depois de cerca de duas horas de fogo. Otilia estava descansando na casa da fazenda, quando começou a fuzilaria.
Receiosa de ser attingida pelos projectis, alli deixou–se ficar, sendo finalmente presa e conduzida para esta Capital, onde se encontra. Mariano, seu velho companheiro conseguiu, habilmente, cortar a rectaguarda da força, fugindo á chuva de balas que se despejava sobre elles.

Contando a sua vida...

– E ainda dois graças a Deus, de estar aqui! Pensei que a força me fuzilasse, no momento em que fui presa. Ha cerca de quatro annos, ingressei no bando de “Lampeão”. Por essa occasião, o “Capitão” andava lá pelo Raso da Catharina, acompanhado de José Bahiano, “Gato”, Pó Corante”, Mariano, “Bananeira”, “Volta Secca”, “Maçarico”, “Cajueiro”, “Balisa”, “Cabo Velho”, “Nevoeiro”, Luis Pedro, Virginio, “Suspeito” e “Medalha”. Viajava para Poços, com meus dois irmãos, quando deparei o bando do “Cégo”.
Mariano botou os olhos em cima de mim e me ordenou que o acompanhasse. Não tive outro jeito senão seguir. Juntei–me ás outras mulheres e comecei a andar pelo matto, sem pouso, passando fome e sêde, até o dia em que fui presa.

Como ciganos

– E como vivem os bandidos?
– Pelos mattos, dormindo hoje aqui, amanhã alli, comendo carne do sol e ás vezes, um pouco de farinha. Agua arranja–se nas raizes de umbú. Á noite, todos se deitam no chão e embrulham–se com as suas cobertas. Quem tem mulher dorme separado, debaixo de algum pé de paó... É uma vida desgraçada... – concluiu Otilia.

Anna Maria assistia á conversa, com o corpo descansando sobre os calcanhares.

Uma historia de amôr...

– Vivia com a minha familia nas Baixas, cerca de onze leguas de Geremoabo. Um dia, a força do tenente Macedo appareceu por lá e, sabendo aque alli moravam os parentes de “Jurema”, queimou tudo. Até as roças de feijão! Eu era noiva de um irmão de Jurema, que estava no bando de Lampeão, e tinha o mesmo appellido. Vendo–o, a força prendeu–o. E já iam longe, quando o meu noivo, conseguindo intimidar os dois soldados que o escoltavam, fugiu. No caminho, convidou–me para fugir com elle. Aceitei. Dias depois, estávamos no meio do bando de Lampeão. Quis voltar. Não tive mais jeito. Ordem era ordem. Tinha que acompanhar obando. Assisti a innumeros combates, durante estes tres ultimos annos.

... E o peor tiroteio

O peor, porém, – continúa – foi o de Maranduba, onde morreram “Sabonete”, “Quina–Quina” e “Catingueira”. Foi um tiroteio que durou varias horas. Quase fiquei surda. Eramos seis mulheres e estavamos separadas do bando. Dois caibras ficavam de sentinella comnosco, sempre que havia um combate. Depois, com os córtes da rectaguarda, Lampeão abria caminho e assim podiamos fugir.

Lampeão luta como uma féra!

– E Lampeão vai tambem para a frente?
 Sim, senhor. Lampeão é uma féra. Não tem mêdo de nada. É o primeiro que atira e vai ba frente. Quando eu entrei no bando, Lampeão estava com duas marcas de bala. Uma, no pé, e outra no braço. Foi nessa occasião que “Gato” foi ferido tambem...

Falando sobre o “Capitão”...

– Queremos alguns informes sobre Lampeão...
– O Capitão é de estatura média, bem moreno e cabello castanho. Usa oculos amarellos, pois é cégo de um olho. Traja sempre uma roupa mescla, chapéo de couro e alpercatas. Carrega um mosquetão, uma “parabellum” e tres cartucheiras, além de varios bornaes cheios de bala. Atravessado na cintura, um grande punhal.

Não quer nada com a nossa Policia

Deixei elle agora do outro lado, com varios cáibras, pois a coisa está preta no nordéste.
 E onde é o outro lado?
– Lá, em Alagôas e Sergipe. As coisas lá não são como aqui. Vive–se mais tranquillo e mnos perseguido. Estávamos satisfeitos.

A verdade, ainda uma vez...

Effectivamente, a situação do nordéste é outra, hoje. O bandido não tem para onde se mexer. Difficilmente, desloca–se de um ponto para outro. A sua acção tornou–se quase nulla. Vive, agora, passando uma vida de miserias...

As novas directrizes traçadas pelo Cap. João Facó e executadas pelos seus auxiliares, na campanha contra o banditismo, lograram, felizmente, verdadeiro exito. Hoje, já se respira nas caatingas. Não ha mais aquelle pavor de outr’ora, quando pairava nas caatingas o espectro sinistro da morte.

Cap João Facó
Cortesia de Ivanildo Silveira

Pescado no  Açude do confrade Rubens
Que mais uma vez promove um belo trabalho de resgate de fatos e fotos históricas na webAo transcrever não deixe de citar que, foi o C.S.I. Rubens Antonio quem fuçou! Leia aqui o tutorial.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Ana%20de%20Jurema

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INACINHO

 Morador do Rio, filho de cangaceiros do bando de Lampião lembra história marcante de reencontro com o pai e a mãe, em Minas

Inácio Carvalho Oliveira, hoje com 86 anos, passou mais de 40 dias no cangaço antes de ser deixado com um padre no interior de Pernambuco.

Por Elcio Braga — O Globo

PM reformado do Rio é o último nascido dentro do bando de Lampião

Apesar de ser apenas um bebê quando viveu no bando de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, o pernambucano Inácio Carvalho Oliveira, de 86 anos, carregou por grande parte da vida o peso de ser filho do cangaço. Para fugir de constrangimentos e das zombarias, deixou Tacaratu, pequena cidade no interior de Pernambuco, para viver no Rio de Janeiro, onde o passado entre os cangaceiros seria omitido. Curiosamente, aproveitou a oportunidade para se tornar um homem da lei. Fez carreira na Polícia Militar, onde foi reformado. Atualmente, entre todos que estiveram no bando de Lampião, apenas ele e a própria filha do rei do cangaço, Expedita Ferreira, de 92 anos, estão vivos.

Inácio é casado e mora com Maria Odete Moraes Carvalho, com quem teve um casal de filhos, em Vista Alegre, na Zona Norte do Rio. Lúcido e saudável, costuma passear pela cidade e manter uma rotina com boas caminhadas.

— Hoje, Inacinho e Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita, são as duas últimas pessoas que estiveram “dentro” do cangaço e com Lampião ainda em plena atividade, se assim podemos dizer. Embora Expedita tenha permanecido alguns dias com os pais, ela não nasceu no cangaço. Maria se ausentou para o parto. Ficou em um “coito” (esconderijo) até a criança nascer — explica Geraldo Antônio de Souza Júnior, pesquisador do cangaço e responsável pelo canal Cangaçologia, no YouTube.

Inácio Oliveira aos 67 anos, ao reencontrar os pais, Moreno e Durvinha, e os cinco irmãos em MinaS. Foto: Acervo pessoal

O último dos cangaceiros foi José Alves de Matos, o Vinte e Cinco, natural de Paripiranga (BA). Ele morreu aos 97 anos em 2014, em Maceió (AL). Lampião, Maria Bonita e mais nove integrantes do bando não resistiram ao ataque da volante (força de segurança) na Grota do Angico, em Sergipe, em 1938.

Lembranças turvas

O filho do cangaço não sabia quase nada sobre suas origens. Tudo o que conhecia até os 67 anos era que os pais, os cangaceiros Moreno e Durvinha, expoentes do bando de Lampião, o haviam deixado com o padre Frederico Araújo, pároco da pequena Tacaratu, no interior de Pernambuco. Uma carta acompanhava a criança: trazia o nome dos avós. Os pais alegaram que o bebê, ao chorar, vinha chamando a atenção das volantes que os perseguiam.

Inácio e a irmã Lili, que iniciou a busca pelo irmão, e a mãe, a cangaceira Durvinha, após o fim do segredo do passado no bando de Lampião.
Foto: Reprodução (Fernando Lemos)

Depois da morte de Lampião, os pais tiveram de abandonar o cangaço às pressas. A perseguição aos cangaceiros remanescentes era intensa. Na fuga, Moreno e Durvinha cruzaram a pé por 60 dias o interior do Nordeste até Minas Gerais, onde passaram a residir escondidos. Durvinha ainda levou uma picada de cobra no caminho e quase morreu.

— Moreno, cujo nome verdadeiro era Antônio Ignácio da Silva, passou a se chamar José Antônio Souto, impossibilitando dessa forma ser descoberto pela Justiça e por antigos rivais. Durvalina adotou o nome de Jovina — conta Geraldo.

Durvinha, mãe de Inácio Oliveira, num filme de Benjamin Abrahão Calil Botto proibido no Estado Novo — Foto: Reprodução

Em 2005, aos 67 anos, Inácio estava sem esperanças de ter notícia dos pais. Mas a curiosidade da irmã mais velha Neli “Lili” Maria da Conceição daria fim ao segredo. Pressionada, Durvinha contou a ela que deixara um filho com um padre em Tacaratu antes de se mudar para Minas. O menino nascera debaixo de uma quixabeira, árvore espinhosa típica da caatinga, possivelmente em território alagoano (embora tenha sido registrado em Pernambuco). Neli ligou para a pequena cidade e deixou o contato para o suposto irmão retornar. Inácio, que morava no Rio, ligou de volta:

— “Como é o nome da sua mãe?” Neli respondeu: “Jovina Maria da Conceição”. Aquilo foi um balde de água gelada, porque eu sabia que o nome da minha mãe era Durvalina — relata Inácio, lembrando a frustração.

Lampião com uniforme do Batalhão Patriótico — 
Foto: Pedro Maia

Mesmo assim, o PM reformado resolveu esticar a conversa e pedir para falar com a tal Jovina. Ele se emociona ao recordar.

— A senhora tinha um apelido? Era chamada de Durvinha? A senhora era do arrasta-pé? — perguntou Inácio, citando detalhes que só a mãe biológica poderia saber.

— Como você sabe disso? — respondeu Durvinha, dando a entender que sabia do que se tratava.

— Puta que pariu! Achei minha mãe — concluiu Inácio, vibrando com a realização de um sonho que acalentou por toda a vida.

A ansiedade com a descoberta foi tão grande que Inácio viajou imediatamente do Rio para Belo Horizonte. Não queria perder tempo para encontrar a mãe, o pai e seus cinco irmãos que nem sequer sabiam da história do cangaço. Dois dias depois, ele chegou à casa da nova família, saudado com fogos e festa. Conforme combinado previamente, abraçou ao mesmo tempo o pai, a mãe e a irmã mais velha. Foi a melhor solução para o impasse: todos queriam abraçá-lo primeiro.

Inácio Carvalho Oliveira foi deixado mais de um mês após o nascimento para ser criado por um padre. Os pais cangaceiros tiveram de fugir — 
Foto: Reprodução (Fernando lemos)

Diante do passado

Só a partir daí Inácio saberia detalhes da vida dos pais no bando do rei do cangaço.

 Meu pai foi chefe de grupo do bando. Era como um quartel. Tinha um comando geral que era do Lampião. E eles espalhavam a companhia para um lado e para o outro. Senão a polícia atacava e matava todo mundo — explica.

Moreno era reservado e pouco comentava sobre os tempos do cangaço.

— Meu pai precisava confiar muito na pessoa para falar alguma coisa. Ele contava as bravuras. Um dia, ele me disse: “Meu filho, tenho certeza que matei 22 pessoas. Só que foram mais. Só não contabilizei porque tão fui lá conferir” — relata.

Durvinha se destacou no período do cangaço. Inicialmente, foi casada com Virgínio Fortunato da Silva Neto, o Moderno, morto em ação. Logo depois, ela se relacionou com outro integrante do bando, com o qual viveria o resto da vida. É ela que aparece num filme do caixeiro viajante sírio-libanês Benjamin Abrahão Calil Botto. Ela abre um sorriso e aponta a arma para a câmera. O filme que retrata em 14 minutos Lampião e seu bando no Sertão, entre 1935 e 1936, chegou a ser proibido na ditadura do Estado Novo. No entanto, os rolos empoeirados da película foram redescobertos em arquivo público em 1955.

Ao contrário dos pais biológicos, Inácio seguiu o caminho da lei; entrou para a Polícia Militar do Rio — 
Foto: Reprodução / Fernando Lemos

Visão tolerante

Apesar de ter conhecido a mãe com idade muito avançada, Inácio guarda boas recordações da curta relação em visitas regulares ao longo de três anos.

— A minha mãe era uma doçura. Me colocava no colo e ficava fazendo carinho na minha cabeça — recorda o PM reformado. Me sinto feliz. Conheci meu pai, minha mãe. Foram casados de fato e de direito — conta ele, que se abatia ao ler a expressão “pai desconhecido” em sua certidão de nascimento.

O reencontro com o filho possibilitou que os ex-cangaceiros voltassem a ter contato com os parentes deixados para trás, com a fuga da polícia e posterior troca de identidade. Após quase 70 anos, a família toda voltou a se reunir no Nordeste. Durvinha morreu aos 92 anos em 2008, e o marido, aos 100, em 2010.

Apesar de ter ficado ao lado da lei por ser PM, Inácio tem hoje uma visão mais tolerante sobre o cangaço.

Depois de 67 anos após ser deixado com um padre, Inácio reencontra o pai, Moreno, chefe de grupo no bando de Lampião — Foto: Reprodução (Fernando Lemos)

— Várias pessoas já me perguntaram como classifico o cangaço. Se falarem que os cangaceiros são ladrões, é verdade: roubavam. Eles matavam e furtavam, mas com uma diferença. Eles roubavam o cabrito, o boi e outros animais para se alimentar e não para comprar drogas. O furto deles era para dar a quem tinha menos. Se o fazendeiro tinha muitas posses e era ruim, ele pedia dinheiro para dar aos mais pobres. Meu pai e minha mãe diziam que Lampião não era ruim. Era mau só quando faziam algo contra ele — comenta Inácio.

Para o pesquisador Geraldo Júnior, Lampião é um mito que merece muitas reflexões sobre a História do Sertão. Mesmo 86 anos após sua morte, o rei do cangaço é motivo de debate acalorado entre admiradores e críticos.

— Há os que definem os atos de Lampião como heroicos, possivelmente por desconhecer a sua verdadeira biografia, enquanto outros o enxergam apenas como um bandido frio, cruel e sanguinário. Herói ou bandido? Uma resposta que jamais será unânime, mas que continuará ecoando através do tempo e atraindo curiosos e estudiosos — opina.

LAMPIÃO...

 Por Antônio Corrêa Sobrinho

Foto de Joel Silveira

Em janeiro de 1938, foi anunciada pelos principais jornais do Brasil, a morte do cangaceiro Virgulino Lampião, dizendo ter sido de causa natural, numa fazenda em Sergipe, pertencente ao empresário e chefe político do município de Canhoba, Antônio Ferreira, mais conhecido por Antônio Caixeiro, pai do então interventor federal neste Estado, o capitão-médico do Exército, Eronides de Carvalho. O desmentido não demorou a ser publicado, mas não a tempo de evitar que o notável jornalista Joel Silveira emitisse suas impressões a respeito, uma demora suficiente para o jornalismo e especialmente o "Sergipe Jornal", pela exclusividade, serem premiados com esta aguda percepção a partir de um anguloso ponto de vista, que merece ser considerada porquanto nascida de uma mente que entendia muito de gente.

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LAMPIÃO, JOHN D. ROCKFELLER, BASIL ZAHOROFF E OUTROS…

Joel Silveira (Exclusivo para “Sergipe Jornal”)

O telegrama e o rádio me dizem que o cidadão Virgulino Ferreira morreu de uma forte hemoptise.

E eu, francamente, não sei o que deva pensar ou que deve sentir. Acho a alegria imprópria para o momento e sinto mesmo que, nesta hora, nada me alegrará. Se eu quisesse ser sincero diria o que na verdade estou sentindo: uma angústia estranha, um misto de tristeza e de decepção. Lampião, que morreu assim simplesmente, sem gestos de teatralidade, sem nada de mais que lhe viesse identificar entre o resto dos mortais, me deixa uma situação crítica. Eis aqui um grande problema para mim, se por acaso eu fosse um chefe de Estado. O que fazer diante do acontecimento? Dos Estados Unidos nos vem uma lição ótima que na certa poderia ser aproveitada aqui e com resultados. Vemos John D. Rockfeller glorificado depois de morto, vemos seu corpo baixar à sepultura coberto de flores e ao som de hinos sacros. Os shorts cinematográficos nos mostram retalhos de sua vida e de sua ação, jogando golfe, visitando poços enormes de petróleo, sorrindo numa expressão de múmia, endireitando os óculos negros e enormes, lendo, vivendo em plena glória dos seus noventa anos. E os jornais, os jornais do mundo inteiro que receberam dinheiro dele, estampam fotografias dos milhares de hospitais e das inúmeras escolas que o magnata espalhou pelo globo. Certamente que isto tudo representa uma cortina muito linda e muito útil. E se ficamos horrorizados com o drama e as tragédias que se passam do outro lado – guerras, ruinas, os hospitais inundados de vítimas do imperialismo, as escolas repletas de órfãos, viúvas que perderam os maridos na China, na Abissínia, no Chaco ou na Espanha, mães que perderam os filhos e filhos que perderam os pais – a culpa é exclusivamente da nossa curiosidade. A guerra, na ação mecânica de John D. Rockfeller, era um imperativo. Sendo um imperativo, por força era também uma necessidade. Da sua existência dependia a própria existência de Rockefeller. Sahoroff, esta cratera a vomitar, inesgotavelmente, material bélico sobre o mundo, sempre foi da mesma opinião. E os dois entendiam-se as mil maravilhas. Nunca poderemos sondar o mistério incomensurável e tétrico da ação destes dois homens sobre a terra. Suas vidas se confundem e se embaralham. Ninguém nunca soube direito de onde eles vieram, como surgiram, como nasceu este poder quase sobrenatural que encheu a vida de cada um.

Diante do espetáculo que a morte do nosso modesto Virgulino apresenta, o que eu tenho é uma bruta decepção. Entre Lampião e Rockefeller, entre o cidadão Virgulino Ferreira e o cidadão Basil Zahoroff, a diferença é unicamente de situação. Lampião, ao contrário dos outros, nunca proclamou a sua honestidade. Fez-se bandido, continuou bandido pela vida inteira, nunca desmentiu seus crimes nem ocultou suas ações criminosas. Perseguido a todo momento, seu combate havia se resumido numa trégua decisiva de vida ou de morte. Começou matando por vingança. Talvez depois por sadismo. Já no fim por necessidade. As fotografias que nós conhecemos dele nos apresentam um tipo asqueroso e vil. Os óculos pretos lembram os de Rockfeller. Mas não há, naquele tipo queimado pelo sol e constantemente ferido pelos projeteis e pelas urzes dos caminhos difíceis, a distinção que aqueles seus dois colegas sempre levaram em vida. Lampião podia possuir a sagacidade de um Vanderbilt ou de um Morgan. Mas ninguém colocará sua ousadia e sua coragem abaixo da de qualquer banqueiro europeu ou milionário americano. Nunca especulou na Bolsa. Seu campo era a campina, a caatinga, o sertão bruto e estéril. Não conhecia meios dúbios nem hipócritas. Sua intenção era matar, e realizava-a sem subterfúgios. No entanto somos forçados a reconhecer entre Lampião, Zahoroff e Rockefeller um mesmo ponto de afinidade: é que nenhum dos três enfraqueceu na luta. Resistiram até o último dia. Muitas vezes tombaram feridos, em plena batalha. Mas, pensados os ferimentos, ergueram-se e continuaram a luta.

Com a morte de Lampião, uma morte simples, indigna de um herói do século, o sertão perdeu muito de sua alma. E neste momento os mandacarus e as caatingas imensas devem ter o mesmo ar de tristeza que mora com os poços de petróleo dos Estados Unidos e as oficinas metalúrgicas da Alemanha. Tristeza de quem se vê abandonado, tristeza de órfão...

Aracaju-janeiro.

Sergipe Jornal - 13/01/1938

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O REENCONTRO EX-CANGACEIROS E EX-VOLANTE EM 1968.

 Por Jaozin Jaaozinn

Registro fotográfico do reencontro do ex-volante Adriano Ferreira de Andrade (utilizando um casaco marrom, no canto inferior direito), com os ex-cangaceiros (da esquerda para a direita) Criança, Marinheiro e Zé Sereno, em um almoço promovido por Maria Cristina da Matta Machado e Humberto Mesquita, no ano de 1968, em São Paulo.

Para quem vê o registro destes homens "mansos", de fala tranquila e já na meia idade, nunca pensaria que, há 32 anos atrás, eram ferrenhos inimigos, equipando-se com bornais, cartucheiras, punhais, cantis, jabiraca e chapéu, e o velho companheiro fuzil. Era briga de gato e rato nos carrascais do agreste nordestino.


Adriano, natural da Bahia, entrou na força volante em 1936, por causa de uma pisa que recebeu do famoso chefe de sub-grupo, o terrível Zé Sereno, pertencente a família Engrácia. Naquele momento, dedicou sua carreira no combate contra os cangaceiros, principalmente ao bando de Sereno, e só parou a sua campanha quando o último dos últimos caiu baleado no chão, o Corisco, em maio de 1940. 

 

Adriano e Zé Sereno

O ex-policial estava presente na Grota do Angico, no dia 28 de julho, onde presenciou a morte do companheiro Adrião e dos 11 bandidos, na somatória do cachorro Guarany. Mesmo pela batalha ganha naquele momento, Adriano ficou frustrado por não ter conseguido aniquilar seu desafeto.

Agora nessa foto, encontram-se as duas feras – que por muito tempo trocaram tiros pelo sertão e dariam de tudo para uma maior aproximação, com o objetivo de matar seu inimigo – em pouquíssimos metros de distância, com um largo sorriso no rosto, além de apertos de mãos, relembrando aqueles episódios de sangue e pólvora.

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝑅𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒/𝑅𝐽 - 1969; 𝐹𝑜𝑟𝑐̧𝑎𝑠 𝑉𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑎 𝑍 - 𝐵𝑖𝑠𝑚𝑎𝑟𝑐𝑘 𝑀𝑎𝑟𝑡𝑖𝑛𝑠.

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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

FOLHAS - BANDA DE ROCK

 


Pholhas é uma banda de rock brasileira, da cidade de São Paulo.
Histórico

A banda foi criada em 1969 com a seguinte formação: Helio Santisteban (teclado), Paulo Fernandes (bateria), Oswaldo Malagutti (baixo) e Wagner "Bitão" Benatti (guitarra), com os quatro se revezando nos vocais. Começaram fazendo covers de bandas dos EUA e Inglaterra e passaram a compor também em inglês.


Seu primeiro LP, "Dead Faces", lançado em 1972 pela RCA, continha apenas canções em inglês. Um compacto simples extraído desse álbum, com a música "My Mistake", chegou ao primeiro lugar das paradas, vendendo 400 mil cópias em apenas três meses. Em seguida, outras canções foram lançadas em compactos, como "She Made Me Cry", "I Never Did Before" e "Forever", todas atingindo vendagem superior a 300 mil cópias. Em 1975, o álbum de estréia foi lançado no mercado hispânico com o título de "Hojas", dando ao grupo mais um Disco de Ouro.

Em 1977 o grupo mudou de orientação, lançando o LP "O Som das Discotheques", com covers dos principais sucessos do gênero, e chegando a 150 mil cópias vendidas.

Logo em seguida, Hélio Santisteban resolveu seguir carreira solo e em seu lugar entrou Marinho Testoni, ex-Casa das Máquinas. Isso levou a outra mudança no grupo, que lançou um disco de rock progressivo, e pela primeira vez com letras em português. O disco vendeu bem menos que os anteriores, mas tornou-se cult para um segmento de público.

Em 1978, foi Oswaldo Malagutti quem deixou a banda, sendo substituído pelo baixista João Alberto, também ex-"Casa das Máquinas". Malagutti criou com Santisteban o Estúdio MOSH (acrônimo de seus nomes) e até hoje trabalha com produção e masterização de CDs e DVDs musicais.

Em 1980 Hélio Santisteban retornou ao grupo, que retomou a tradição de cantar e compor em inglês, lançando então o LP "Memories". Poucos meses depois, com a saída de Marinho, o Pholhas chegou à seguinte formação: Bitão (guitarra), Paulo Fernandes (bateria), Hélio Santisteban (teclados) e João Alberto (baixo).

No final de 2007 Hélio Santisteban deixa definitivamente a banda, a partir de então Bitão, Paulinho e João Alberto resolvem não ter mais um tecladista fixo e sim um tecladista especialmente convidado para cada apresentação. Essa formula deu tanto certo que virou um atrativo a mais dos shows.

Ainda na estrada depois de 42 anos, a banda PHOLHAS continua apresentando espetáculos em todo o Brasil e exterior, com recriações de sucessos do rock inglês e norte-americano, especialmente de Bee Gees, Creedence Clearwater Revival, Elvis Presley, Rolling Stones e Beatles.


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O FIM DO CANGACEIRO ZEPELIM...

Por Helton Araújo

Novo vídeo do canal família, está imperdível. Não deixe de assistir, para isso clique no link abaixo

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