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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

ANÁLIA, IRMÃO DE LAMPIÃO

 Por Francisco Alvarenga Rodrigues

ADENDO;

Bela arte, Alvarenga!

Senhores leitores, não confundir Anália com Amália. Esta primeira era irmã de Lampião e o segundo nome era irmão de Maria Bonita.

J. Mendes Pereira

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LÍDIA... AMOR E DESDITA DO CANGACEIRO ZÉ BAIANO.

 Por José Bezerra Lima Irmão


No segundo semestre de 1931, depois de uma viagem por Alagoas e Pernambuco para se reabastecer de munição, Lampião havia escondido a munição excedente na fazenda Maranduba, perto da Serra Negra, indo descansar nas imediações do povoado Poços, na entrada do Raso da Catarina. Ele conseguira também com seus amigos em Pernambuco algumas armas, porém a maior parte apresentava defeitos. Decidiu então levá-las para o seu amigo Venâncio Teixeira, residente em Olhos d’Água do Sousa, nas imediações de Santo Antônio da Glória – Venâncio era muito bom nesse negócio de armas velhas, deixava-as novinhas em folha.


No caminho, Zé Baiano começou a sentir dor de cabeça. Tinha febre. Tremia de frio em pleno meio-dia. Estava saindo um caroço no pescoço. Não suportava nem o chapéu na cabeça.

Lampião conhecia um velho chamado Luís Pereira, que morava no Salgadinho, ao lado da Serra do Padre. A mulher dele, Maria Rosa (dona Baló), era costureira e já havia feito muitas roupas para os cangaceiros. Lampião pediu ao velho que cuidasse do doente, enquanto o resto do bando prosseguia a viagem.

A casa de Luís Pereira tinha uma sala ampla, 3 quartos, cozinha espaçosa, e no fundo ficava o chiqueiro dos bodes, pegado a um tanque. Zé Baiano passou uns 15 dias ali. O tumor era tratado com remédios dos matos – chás e emplastros de ervas. Era bem cuidado por todos, inclusive pela filha caçula de Luís Pereira, chamada Lídia, uma linda garota de 15 anos. Quando ficou bom, o cangaceiro fugiu com a menina.

Lídia não foi propriamente raptada, mas, muito jovem, não sabia o que estava fazendo, e no mesmo dia, ao perceber a vida que teria pela frente, tendo de dormir nos matos e viver se escondendo como bicho, se arrependeu de ter saído de casa. Mas aí já era tarde.

Zé Baiano fazia de tudo para agradá-la. Cobria-a de presentes. Quando iam comer, ele reservava os melhores pedaços de carne para ela, cortava a carne em pedacinhos e punha-os na boca de sua beldade. Só tinha olhos para ela.

Nada, porém, era capaz de tirar da mente da garota a mágoa por ter sido arrancada do convívio de sua família. Não escondia de ninguém a revolta com o seu destino. No fundo, odiava Zé Baiano, o causador de sua desgraça.

Havia no bando um cangaceiro chamado Ademórcio, que Lídia conhecia desde criança, nascido e criado no Arrasta-pé. No bando, ele recebera o apelido de Bentevi. Aquele era o rapaz com quem ela gostaria de viver, e se ambos não tivessem sido arrastados para o cangaço poderiam, quem sabe, ter casado, pois seus pais eram amigos. Com o tempo, Lídia e Bentevi passaram a corresponder-se. Encontravam-se às escondidas sempre que Zé Baiano estava viajando.

Lídia Pereira de Sousa foi possivelmente a mais bonita das mulheres que participaram do cangaço. Era uma morena cor de canela, de cabelo liso, rosto bem delineado, lábios carnudos, olhos negros, com uma dentadura que parecia um colar de pérolas.

Um cangaceiro chamado Coqueiro apaixonou-se por ela. Vivia seguindo-lhe os passos. Certo dia, viu-a mantendo relações sexuais com Bentevi. Coqueiro deixou que os dois terminassem o ato. Bentevi vestiu-se, foi embora. Lídia ficou só. Então, Coqueiro apresentou-se, dizendo:

– Eu vi tudo, do cumeço até o fim. E eu quero tamém...

Lídia refugou:

– Vai-te pros inferno, cabra nojento! Nun tá veno qui eu nun me passo pra um canaia da tua marca? Nun seja besta!

– Ou resorve ou vou contá tudo a Zé Baiano... E tem qui sê agora...

– Pode ir contá até pro diabo! Eu já diche qui não, e pronto!

Isto foi na segunda semana de julho de 1934. O bando estava acoitado perto de Poço Redondo, nas Pias das Panelas, junto ao Riacho do Quatarvo, em terras da fazenda Paus Pretos do coronel Antônio Caixeiro. 

Uma imagem inédita na literatura. Foto artística de Antonio Caixeiro quando prefeito. A original não existe, pois fora consumida por um incêndio na década de 70. (Cortesia de Lauro Rocha para o Lampião Aceso) do pesquisador do cangaço Kiko Monteiro.

Lampião tinha chegado de Alagadiço, onde havia matado um filho de Cazuza Paulo. Zé Baiano havia ficado por lá para fazer umas “cobranças” junto a fazendeiros daquela região. Quando ele chegou às Pias das Panelas, Coqueiro decidiu contar o que tinha visto. À noite, os cangaceiros estavam sentados no chão, uns vinte ou trinta, inclusive as mulheres, em volta do fogo onde assavam carne de bode. O delator expôs o que viu, omitindo, porém, a parte que o comprometia. Zé Baiano franziu a testa, os olhos arregalados, como se não estivesse escutado direito, e rosnou para a companheira:

– O qui esse sujeito tá dizeno é verdade, Lida?

– É verdade, Zé – sustentou Lídia, com voz firme. – Só qui esse canaia nun diche a histora toda... Ele dexou de dizê o preço quiizigiu pelo segredo. Ele quiriaqui eu desse a ele tamém, pra nun lhe contá. Se eu tenho quimorrê, qui morra, mais um cabra safado desse nun me come!

Um silêncio de chumbo caiu sobre o acampamento. Zé Baiano ficou olhando para Lampião, aguardando ordens.

Lampião levantou-se, andou de um lado para outro, remoendo o terrível problema. Depois, sentenciou:

– O causo dela aí o cumpade Zé Baiano é qui resorve. Ela é dele, faça o quiacháqui deve fazê.

Fez uma pausa, ajeitou os óculos, e continuou:

– Agora, Coquero e Bentevi é cum a gente mermo. Gato, mate esses cabra!

Gato puxou o parabelo, aproximou-se de Coqueiro e deu-lhe um tiro na cabeça. Coqueiro, colhido de surpresa, não esboçou nenhuma reação. Não teve tempo sequer de pedir clemência.

Chegada a vez de Bentevi, percebeu-se que ele havia fugido. Os cabras queriam ir procurá-lo, mas Lampião mandou que tivessem calma:

Zé Baiano mandou que Demudado amarrasse Lídia num pé de imburana. Ele, que já supliciara tantos homens e mulheres com a sua palmatória de baraúna, de repente estava sem saber o que fazer. Lídia era tudo para ele. Passou o resto da noite acordado, sem falar com ninguém. Quando o dia amanheceu, pegou um cacete, foi até o pé de imburana, desamarrou a mulher e matou-a a pauladas, quebrando-lhe vários ossos. Lídia não emitiu uma palavra sequer, não gritou, nem ao menos gemeu. Como arremate, Zé Baiano esmagou a sua cabeça, como se faz com uma cobra. Sangue e massa cefálica esguicharam pela boca, narinas, olhos e ouvidos.

Depois, sem pedir ajuda a ninguém, o cangaceiro cavou uma cova rasa, enterrou-a e, não suportando mais, chorou.

Junto ao pé de imburana, no sangue coagulado, começou a juntar formigas.

Texto: Livro Lampião – A Raposa das caatingas de José Bezerra Lima Irmão.

Fonte: facebook - Transcrição: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador).
Grupo: O Cangaço

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SURPRESA DOIDA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de novembro de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica; 3.143

Como observador da Natureza, quase caio de costas ao abrir a porta da rua, ontem pela manhã. O Sol já estava alto e pude contemplar no pé de pau-brasil da casa vizinha, três pássaros típicos da minha adolescência. São muitas dezenas de anos que não me deparava com um bicho daquele. E com desmatamento contínuo do Sertão, já apareceram na minha rua, bem-te-vis, rolinhas-brancas, rolinhas caldo-de-feijão... todos esses pássaros fugindo do desmatamento e encontrando restos de comidas nas ruas e nos lixos da cidade. Ainda não tinha visto de perto os três anus-pretos que pulavam da árvore para o chão e vice-versa. Passado o susto da grande surpresa, vi-me novamente rapaz pelas capoeiras, pela caatinga, pelos quintais longos repletos de pássaros e, entre eles, o anu-preto.

Quando em nossas caçadas de peteca (estilingue, baladeira) já sabíamos que dois passarinhos são muito difíceis de matar: o Zé Neguinho e o anu. O Zé Neguinho, pequeno e preto parece debochar do caçador a cada tiro disparado, pula para cima e para baixo na cabeça da estaca e grita como quem está lhe dizendo: “Atire mais seu bestão”. Já o anu-preto não se move tanto, mas é muito difícil acertá-lo. Daí vai que no Sertão alagoano existe um ditado que diz: “Quem tem pólvora pouca, não atira em anu”. Uma grande reflexão para a vida. E diante de tantas coisas passadas, é interessante como voltam à memória diante de uma cena como a que me deparei. Sim, que a minha casa está situada a cem metros do rio Ipanema, cujo leito seco é um jardim, porém, de todo jeito é surpreendente.

Podemos dizer que a presença dos pássaros em nossas vidas urbanas é verdadeiro colírio e não deixa de ser. Mas, por outro lado, quando se pensa no desaparecimento das matas, também aperta o coração, principalmente dos que provaram das suas delícias na juventude. O problema é que as árvores das ruas, no geral, não são frutíferas; o que faz com que a passarada vinda dos sítios rurais procurem o lixo e as migalhas das ruas ou os quintais que oferecem frutas variadas. Os ninhos e ovos dessas criaturas divinais estão ficando cada vez mais fácil de encontrá-los na arborização das avenidas e nos pátios das escolas. Os passarinhos perderam o medo dos transeuntes e do barulho das máquinas que diariamente cruzam as vias. Esqueci de dizer: no Sertão não se come anu-preto, consumidor de carrapato.

E você o que acha?

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

DONA MARIA

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de novembro de 2024.

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.142

Nos anos 60, estava em moda na cidade, a Revista Nacional “O Cruzeiro”, revistas novelas como “Capricho”, “Contigo”, “Idílio” e mais uma ou duas. Era dos gibis “Zorro”, “Fantasma”, “Tarzan”, “Os Sobrinhos do Capitão”, “Popay e muito mais. Além disso, figurinhas de jogadores de diversos times do Brasil, enroladas em confeito (bala doce) para colecionarmos. Portanto diversão para moças e adolescentes e que além disso, havia ainda as revistas de passatempo: “Palavras Cruzadas” e Charadas. Todas essas coisas chegavam de Maceió, no ônibus ou ainda na “sopa” –  que era um tipo de ônibus com bagageiro no teto externo –  de quinze em quinze dias ou de mês em mês. Ávidos pelas atualizações, comprávamos essas coisas na casa de Dona Maria, esposa de Seu Quinca Alfaiate, bem pertinho da Cadeia Velha.

ÔNIBUS SOPA (IMAGEM PINTEREST).

Mulher já de idade, Dona Maria tratava muito bem todos os clientes. Quando o ônibus chegava com as mercadorias, sua casa se enchia de adolescentes e moças. Revistas novas, cheiro gostoso de gráfica, de papel novo, embriagava. Quanto as figurinhas de jogadores, comprávamos e trocávamos as duplicatas com os colegas. Umas erem raras, com os jogadores mais famosos do momento, Ademir do Vasco, Zizinho, se não me engano, do Palmeiras.  João Neto de Zé Urbano, João Neto de Coaracy e Vivi de Seu Antônio Alcântara, colecionavam gibis. O primeiro tornou-se advogado, o segundo, médico, o terceiro, Juiz de Direito. O que vos escreve, professor e escritor romancista.

No caso de charada, o maio charadista de Santana e região era o Antônio Honorato ou Tonho de Marcelon que também era o melhor no jogo de Xadrez. Minha mãe, Helena Braga gostava muito de Charadas e eu de Palavras Cruzadas. E para ajudar a desenvolver a nossa leitura, comprávamos na feira os folhetos, folhetos de cordel, ou romances, daquelas maravilhosas histórias em versos: Cancão-de-fogo, Pedro Malasarte, índia Necy, João Grilo, o Pavão Misterioso, o Cachorro dos Mortos, A chegada de Lampião no Inferno e muitos outros da produção cordelista nordestina. O médico e o juiz, acima, já fizeram passagem. Continua eu e o João Neto Oliveira, como os sobreviventes dos gibis.

Estamos apenas querendo colaborar com as histórias do Sertão com suas virtudes e defeitos. Fui.

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𝑻𝑶𝑵𝑯𝑶 𝑪𝑨𝑵𝑬𝑳𝑨 𝑬 𝑴𝑨𝑵𝑬́ 𝑴𝑶𝑹𝑬𝑵𝑶

Acervo do Jaozin Jaaosinn

Antônio Canela, ou Tonho Canela, era um caboclo conhecido nas regiões alagoanas e sergipanas pelos seus trabalhos de vaqueiro. Nasceu numa localidade chamada Bonito/AL, porém, veio a se fixar em Curralinho/SE para salvar a sua vida.

Contam que, nos anos de 1937, quando ainda vivia em Alagoas, Tonho teria participado de um grupo paisana para dar combate ao bando de Lampião, ainda dizendo que iria dar cabo do Chefe Maior, assim que este chegasse a Entremontes/AL. Pegaram em armas, preparam estratégias e tocaia pronta... Mas para a sorte de Canela e cia, o temido Rei do Cangaço acabou não passando naquelas redondezas. Certamente, para se safar do ferro quente e frio do bandoleiro, acaba migrando para Curralinho/SE, conseguindo por lá a sua vida de volta, trabalhando como vaqueiro.

Nos meses de junho do mesmo ano, a fazenda Camarões - situada nos Altos do Curralinho, pertencente a Poço Redondo/SE -, de Juvêncio Rodrigues, se encontrava em festa: uma vaquejada para assim dizer. Neste momento se via alguns vaqueiros, sendo eles Chiquinho de Aninha, Flávio, Seu Alves, Libéu, Angelino e João Cirilo. Todos estavam desde a madrugada na pega de boi no mato pertencente a Camarões; iriam juntar a boiada de Juvêncio para levarem até a fazenda Pedrata.

Era de manhã quando uma chuva forte e pesada cobria a região em que a vaqueirama estava. Todos se abrigaram na casa sede de Juvêncio, bebendo cachaça, comendo carne de bode e aboiando. Lá distante, via-se alguém chegando... Era Antônio Canela, procurando um jumento nos arredores. Soube da animação que estava Camarões e seguiu destino pra lá, com objetivo de se alegrar, comer e beber, além de se proteger das chuvas. E curtia que só aquele momento; momento de risos, descontrações, relembrando histórias, improvisando versos... Mal sabia ele que seria sua derradeira farra.

Apontam três versões sobre como iniciou: a primeira diz que Virgolino soube dessa resistência de alguns moradores contra ele em Entremontes, acabando por incumbir Mané Moreno para prestar contas com o mentor (Antônio Canela); a segunda diz que os moradores de Curralinho e arredores saiam falando esse causo de Tonho para Deus e o mundo, caindo nos ouvidos de Mané Moreno, onde este vai tirar satisfação com o vaqueiro; e o terceiro, através do texto de Alcino Alves da Costa (in memorian), Zuza de Invenção, para servir bem os cangaceiros, acaba repassando a história de Tonho e sua valentia contra Lampião para os bandoleiros que alí estavam presentes, que seria Mané Moreno.

De qualquer forma, o temido Engrácia teria seus traços costurados com o de Canela.

Após a chuva se reduzir e "escafede-se", João Cirilo abre uma das janelas da casa, avistando um grupo a cavalo chegando e cercando a fazenda: eram cangaceiros chefiados por Manoel Moreno. Estavam todos encharcados. Vão ao alpendre, saúdam os visitantes, e estes fazem o mesmo. Apertos de mão ali e aqui, até que chega a vez de Tonho Canela. Mané vê-lo, aperta a sua mão forte, puxa-o e diz: “𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑡𝑎́ 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑜!”.

Todos se assustam. Angelino e João tentam valer a vida do amigo, mas sem sucesso.

“𝑁𝑎̃𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎 𝑝𝑖𝑑𝑖𝑑𝑢 𝑛𝑖𝑛𝒉𝑢𝑚 𝑝𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑏𝑟𝑎. 𝐸𝑙𝑒 𝑣𝑎𝑖 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑝𝑟𝑢𝑞𝑢𝑒̂ 𝑚𝑒𝑟𝑒𝑐𝑒!” diz o chefe.

Tonho, com coragem, pergunta o que ele fez para merecer isso.

Pancada - que ele e grupo tinham se juntado com o de Moreno - responde: “𝑠𝑒 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑢 𝑞𝑢𝑖 𝑎𝑛𝑑𝑎𝑣𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑟𝑎́ 𝑖𝑚 𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜”?.

Com a valentia que ainda sobrara, responde ao cangaceiro: “𝐹𝑜𝑖 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜. 𝑆𝑜́ 𝑡𝑖𝑣𝑖 𝑝𝑒𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑛𝑢𝑚 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑐𝑒𝑢.”

Alecrim, possesso pela resposta do vaqueiro, saca seu canivete e perfura inúmeras vezes o corpo do prisioneiro; Cravo Roxo acaba bufeteando, a coronhada de fuzil, o rosto de Antônio barbaramente. O grupo, enraivado com o rapaz, amarram-no na garupa de Alecrim e levam-no embora do local.

A fazenda é consumida pela tristeza, não se escutava mais as risadas e gritos de alegrias, o gado berrava dolorosamente, aboios se cessam, trovoadas de soluços são escutados de longe, e agora quem fazia o papel da chuva era as lágrimas dos vaqueiros ali presentes. No caminho, Antônio olha em direção para Áurea, amansia de Mané Moreno, e pergunta se iriam o matar. Ela responde acenando a cabeça, confirmando que sim. Em desespero, o destemido vaqueiro consegue pular do cavalo e corre loucamente para outra direção. Mané Moreno, que já estava bravo com a atitude do valente, fica mais ainda na tentativa de fuga do rapaz. É perseguido pelo bando onde conseguem o alcançar. Moreno pede para o rapaz abrir a boca. Iria atirar ali dentro. Antônio só teve tempo de virar a cabeça, fazendo com que a bala atingisse o seu ouvido. Acaba não caindo, e então recebe o segundo, no rosto, fazendo com que caísse em cima das macambira's. Depois, vem Pancada e sangra-o. Como se não fosse bárbaro suficiente, segundo Alcino, Cravo Roxo se aproxima do corpo estirado, todo tingido da cor vermelha; se agacha, e como se fosse um morcego, bebe o sangue que borbulha da veia do pescoço do infeliz.

O mais triste é que tudo isso foi visto pelos olhares de seus amigos que estavam a pouca distância. Todos deslumbram a triste sina de Antônio Canela, por uma atitude louca de tentar enfrentar o Rei do Cangaço, e vítima de uma das maiores armas de morte que se encontram até nos dias de hoje: o fuxico, a fofoca, a língua solta.

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝐶𝑎𝑟𝑖𝑟𝑖 𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜 𝑃𝑜𝑐̧𝑜 𝑅𝑒𝑑𝑜𝑛𝑑𝑜, 𝑅𝑜𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜́𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑒 𝐴𝑛𝑜𝑡𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠 - 𝑀𝑎𝑛𝑜𝑒𝑙 𝐵𝑒𝑙𝑎𝑟𝑚𝑖𝑛𝑜 𝑒 𝑅𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎; 𝐿𝑎𝑚𝑝𝑖𝑎̃𝑜 𝐴𝑙𝑒́𝑚 𝑑𝑎 𝑉𝑒𝑟𝑠𝑎̃𝑜: 𝑀𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑒 𝑀𝑖𝑠𝑡𝑒́𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴𝑛𝑔𝑖𝑐𝑜 - 𝐴𝑙𝑐𝑖𝑛𝑜 𝐴𝑙𝑣𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑠𝑡𝑎; 𝐵𝑙𝑜𝑔 𝑑𝑜 𝑀𝑒𝑛𝑑𝑒𝑠.

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CANGACEIRA ADÍLIA

Por Helton Araújo

Adília, foi companheira do cangaceiro Canário, era irmã do também cangaceiro Delicado e prima de Penedinho, o "caba" que deu fim a vida de seu companheiro.

Adília entrou no cangaço por amor, mas depois viu que seu companheiro era um demônio e o arrependimento foi grande!

Qual sua opinião sobre a cangaceira Adilia?

Aproveitando peço que assistam nosso último vídeo postado no canal com tudo sobre a vida do cangaceiro Peitica. Segue o link abaixo para os interessados.

https://youtu.be/7ks2TvpmxrI?si=I4BtO3yIckXnFxm2

Não esqueçam do like, desde já agradeço

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TÚMULO DO EX-CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO

 Por Emmanuel Abreu


Tá aí, pessoal, fotos tiradas no último dia 2 finados no cemitério Nossa Senhora do Carmo (Monte santo)eu já havia fotografado antes mas estava sem a placa agora Sá pra ver bem a escrita túmulo de Antônio Silvino o rifle de ouro.

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UMA MARIA COM SEIS NOMES

 Por Francisco Alvarenga Rodrigues

Maria Vieira da Soledade, Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira do Nascimento, Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da Purificação e Maria Lusulina da Purificação. Seis Marias e todas são uma só pessoa, sendo a mais conhecida Maria Lopes da Conceição. Casou muito jovem com um homem pacato, José Ferreira dos Santos e tiveram nove filhos. O terceiro, ficou famoso: Virgolino. Maria Sulena morreu aos 47 anos em Alagoas. Foi enterrada discretamente no Cemitério Santa Cruz do Deserto. Qual delas você gostou mais?




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BISNETA DA EX-CANGACEIRA DULCE MENEZES E NETA DA MARTHA MENEZES.

 Por Martha Menezes

Hoje completa 12 anos que você chegou para trazer alegria aos nossos corações. Parabéns!

Muitos anos de vida, saúde e muito sucesso. Fico feliz quando você diz: “Te amo, vó!

Meu coração transborda de alegria.

Seja muito feliz. De sua vó que muito te ama!


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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

FILHO DE LAMPIÃO E MARIA BONITA

 Por João de Sousa Lima

https://youtu.be/KWHAO-MeXjw?si=2uizjfV_m5S5o9pH

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LIVRO

 Por Kydelmir Dantas

VOCÊ TEM ATÉ AMANHÃ PARA ADQUIRIR O LIVRO COM PREÇO PROMOCIONAL E FRETE GRÁTIS!
Para adquirir o livro SABINO GOMES: O CARCARÁ DE LAMPIÃO (354 páginas), basta fazer um pix no valor de R$ 70,00 para a chave-pix
ffmagra@hotmail.com
Em seguida, enviar o comprovante da transferência, nome e endereço completo para o WhatsApp da autora:
(83) 98142-8365.
O livro será postado nos Correios a partir de 05 de novembro, com frete grátis e preço promocional durante a pré-venda.
PROMOÇÃO VÁLIDA ATÉ 04/11/2024.

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TRAILER OFICIAL DO FILME "REVOADA".

 Port Join

https://www.youtube.com/watch?v=OdeKnmONHNI

Lançamento nacional em São Paulo/SP, no próximo dia 13 de agosto de 2024 no Espaço de Cinema Augusta que fica localizado na Rua Augusta, 1475. Bairro: Cerqueira César.

Sinopse

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LIVRO

 Por Moisés Reis

Nesse novo livro, abordo os processos movidos contra os cangaceiros do grupo de Ângelo Roque, contra Dadá e Volta Seca. Como a justiça se abateu sobre essas pessoas, quais os crimes pelos quais foram acusados, o indulto de Getúlio Vargas e muito mais. No início de 2025 teremos o lançamento. Aguardem.

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CANTOR AGNALDO RAYOL MORREU APÓS QUEDA EM CASA; SAIBA COMO FOI

 Da CNN

Artista tinha 86 anos e faleceu na madrugada desta segunda-feira (4)

A assessoria do cantor Agnaldo Rayol, que morreu nesta segunda-feira aos 86 anos, divulgou, em nota, o que causou a morte do cantor.

Segundo a assessoria, Agnaldo estava em sua casa, no bairro de Santana, zona norte de São Paulo, quando sofreu uma queda, onde bateu a cabeça.

O SAMU foi acionado, levando o cantor para o Hospital Hsanp. Ele estava lúcido e apresentava um corte na cabeça.

Ainda conforme a assessoria, Rayol deu entrada no hospital ainda lúcido, mas não resistiu ao ferimento e faleceu.

A CNN procurou o Hospital Hsanp para saber a causa médica da morte do cantor e aguarda retorno.

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Agnaldo Rayol

Agnaldo Rayol ficou conhecido pela voz de barítono e sua participação como cantor e apresentador em diversas atrações da televisão brasileira.

Entre os maiores sucesso do artista, estão suas interpretações de canções italianas, tais como “Mia Gioconda” e “Tormento D’Amore”.

Em nota, a assessoria de imprensa do cantor destacou a trajetória de Rayol:

“Agnaldo Rayol deixa um legado inestimável para a música brasileira, com uma carreira que atravessou décadas e tocou os corações de milhões de fãs. A família agradece as manifestações de carinho e apoio. Informações sobre o velório e cerimônia de despedida serão divulgadas em breve”, diz o comunicado.

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A INCRÍVEL HISTÓRIA DO EX-CANGACEIRO CAJARANA, O HOMEM DE DUAS FACES.

 Por Rangel Alves da Costa

“Cajarana é nome de fruto que é cajá e que é manga ao mesmo tempo, de casca lisa e fina”, denominação mais que apropriada ao sertanejo que recebeu tal apelido, pois esteve dos dois lados da mesma moeda no tempo do cangaço. Quer dizer, foi cangaceiro e depois caçador de bandoleiros nas caatingas, que tanto conhecia no passo a passo de que lado estivesse.

Seu nome de batismo era Francisco Inácio da Silva, mas comumente conhecido como Chico Inácio. Nasceu enraizado numa afamada e portentosa família do então distrito de Poço Redondo: a Família Vito, trazendo no sangue também laços dos Clemente, família esta de presença constante na história do cangaço em Poço Redondo. Era irmão de João Inácio e outros.

Seu pai era Inácio Vito (irmão de Pedro Vito das Pedras Grandes, de Zefa de Clemente, de Badu e de Canuta de Zé Vicente, dentre outros. A família de Chico Inácio vivia estabelecida na região da atual povoação poço-redondense de Santa Rosa do Ermírio (nas proximidades do Couro e Lagoa Escondida), mas espalhada também além da divisa, principalmente na Ponta da Serra, já adentrando nas terras da baiana Serra Negra (a mesma Serra Negra do Coronel João Maria de Carvalho e do posto de comando da tropa de Zé Rufino).

Pela configuração geográfica, o moço Chico Inácio muito convivia com a presença dos cangaceiros na região da divisa de Sergipe e Bahia, local de passagem costumeira de Lampião e seu bando. E também de soldados das forças volantes. Uma região, pois, insegura e ameaçadora. De qual lado ficar? Muito indagava Chico Inácio. Mas o cangaço era uma demonstração de força e até de proteção, também dizia a si mesmo. Um dia resolveu enveredar no cangaço, e assim fez. Foi aceito e logo recebeu a alcunha de Cajarana.

Mas a vida no Cangaço era mais difícil do que ele imaginava. Segundo relato de Antônio Neto Aboiador (importante membro da família Clemente), um antigo problema numa perna começou a importunar o já cangaceiro Cajarana, principalmente pelo peso dos apetrechos que tinha de carregar. Ficava cada vez mais insuportável conviver nas durezas da caatinga naquela situação. Pensou e pensou no que fazer para sair daquele meio aterrorizante e doloroso.

Como conhecia a fama e o poder do Coronel João Maria de Carvalho e sua influência perante Lampião, não teve dúvidas de que o Coronel da Serra Negra seria sua tábua de salvação. E assim aconteceu, mas não antes que resolvesse fugir. Sua desesperada e agonizante fuga foi de cena cinematográfica. Segundo o referido Antônio Neto, Cajarana se afastou um pouco dizendo que precisava urinar. Uma vez no mato, ficou observando se a cangaceirama se afastava. Ao perceber que já iam muito adiante, então resolveu correr, mesmo com o dolorido na perna.

Quanto mais corria mais olhava pra trás, quando de repente percebeu um cachorro vindo em correria em seu encalço. Lembrou que trazia um pedaço de carne no embornal, então foi cortando o alimento e jogando em direção ao cachorro, que parava para comer, e assim foi se afastando cada vez mais até não se sentir mais perseguido. Em seguida, na mesma correria, foi bater à porta do casebre de um parente que morava na região.

Imaginou que logo os cangaceiros estariam vasculhando por ali à sua procura, mas assim não ocorreu. Já se sentindo em segurança, logo tratou de mandar um recado a seu pai, pedindo que fosse urgentemente procurar o Coronel João Maria para dizer que precisava se entregar. O Coronel da Serra Negra assegurou que nada lhe aconteceria se fosse se entregar, mas que dali em diante passaria a servir a Zé Rufino. Quer dizer, um ex-cangaceiro indo pro outro lado. Sendo Zé Rufino também comandado por João Maria, nenhuma objeção foi imposta ao ex-cangaceiro, tão somente que ao invés de volante, de caçador de cangaceiro, ele seria informante, em virtude do problema na perna.

E assim Chico Inácio, o ex-cangaceiro Cajarana, foi vivendo os seus dias. Não sabia, contudo, que o episódio de sua fuga jamais seria esquecido por Lampião. E assim porque, ao fugir, o então cangaceiro levou consigo as armas e tudo do cangaço que carregava, fato jamais perdoado pelo rei cangaceiro. E Lampião esbravejava: “Ainda quero ver Cajarana como ‘taba’ de pirulito, todo furadinho”.

Assim, pode-se dizer que Chico Inácio teve vida dupla no contexto do Cangaço, vez que primeiro foi cangaceiro e depois se tornou informante da volante. Na vida pessoal, arrumou casamento, mas enviuvou anos após. Casou novamente, e desta feita com Elzira, com quem teve outros filhos, dentre os quais Zé Acrísio, Nélson e Zelino. Com a nova família, Cajarana fixou residência nas proximidades da sede de Serra Negra, na localidade conhecida como Malhada da Onça.

Na Malhada da Onça, o ex-cangaceiro viveu durante cerca de quarenta anos, e onde faleceu. A casa ainda existe e é cuidada por seu sobrinho Augusto Inácio. Nas fotos abaixo, o próprio ex-cangaceiro e o local onde está sepultado no cemitério da Ponta da Serra, na antiga Serra Negra da Bahia. Ao lado da sepultura avista-se o seu filho Nélson e Antônio Neto Aboiador (de camisa escura).

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VALENTIA E CORAGEM DE LAMPIÃO

 Por Leandro Roberto Dos Santos Alves

Muito é comentado sobre a valentia e coragem de Lampião, sobre sua ousadia em enfrentar os inimigos e desafiar rivais. Agora, sem querer desmerecer os fãs do cangaço e do próprio Lampião, vocês acham mesmo que ele era tão valente assim ou se confiava em seus companheiros de grupo? 

Digo isso pois sabemos que Lampião jamais atuou sozinho, e além disso sempre esteve acompanhado de muitos companheiros, que assim como ele, andava sempre bem armados e municiados. Na minha opinião é muito fácil ser valente em tais situações onde você é superior ao oponente. 

Em matéria de coragem e valentia eu me atrevo a dizer que Jesse James e Billy the Kid foram bem mais valentes, pois sempre atuaram sozinhos, sem depender da ajuda de outros companheiros.

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DESTINO CRUEL

 Por Aderbal Nogueira

https://youtu.be/pvw852mb2dI?si=zy3iAEegwGrk7eUP

Nesse vídeo João de Sousa e Petrúcio Luiz gravam no local onde Zé Pretinho foi morto após o combate da Lagoa do Mel e mostra também a casa de Dona Generosa, famosa coiteira de Lampião. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @cangacoaderbalnogueira   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com #lampiao #cangaço #maria bonita #cangaceiros

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