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quarta-feira, 26 de março de 2025

RUA TERTULIANO

 Clerisvaldo B. Chagas, 26 de março de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.215

Continuando sua vocação para comércio desde os remotos tempos de vila, essa atividade se expande, engolindo rua e ruas tradicionalmente residenciais. Qualquer cidadã, qualquer cidadão pode notar transformações na terra em que nasceu e vive, porém, vejo isso com um olhar da vocação geográfica. Foi assim que aproveitando a procura por um objeto de construção, terminei numa inspeção pela Rua Tertuliano Nepomuceno, a primeira rua dos antigos cabarés de Santana. Rua que se inicia no Beco do Mercado de Carnes e se estende até a Ponte do Colégio Estadual Prof. Mileno Ferreira, passando pelo viaduto do Aterro na BR-316. Aos sábados, esta rua faz parte extensiva da feira livre. A princípio foi afastando os cabarés para os lados do Bairro que se iniciava, Artur Moraes sempre tangendo as casas de prostituição definitivamente para o Aterro.

E essa rua de cabarés, de bares, de boêmios, foi aos poucos cedendo lugar ao pequeno comércio, engolindo as residências e as transformando em barbearia, casas de construção, artigos de couro, mercadinhos, casas de móveis, artesanato, lanches, quitandas e muito mais. Era também no início desta rua onde se compravam chapéus de palha, abanos, esteiras, panelas de barro, porcos e galináceos e que até já foi chamada Rua dos Porcos. Já no Aterro, os cabarés após décadas de apogeu, entraram em decadência, dizem que pelo sistema de namoro avançado da modernidade. Tem também residências normais, casas de comércio e feira complementar como a chamada Feira do Rolo.

Mas, conversando com antigo morador da Rua Benedito Melo, Rua Nova, também tenho a mesma notícia: a antiga rua de residências da classe média e impensável para negócios mais profundos, vai no mesmo processo da Rua Tertuliano Nepomuceno. Casas antigas sendo vendidas e comércio pequeno e médio e até grande, vão apagando a Rua Nova em que você viveu e conheceu. Esses fenômenos sociais urbanos me fizeram classificar -  há cerca de dois anos – três áreas comerciais em Santana do Ipanema   e que

estão se interligando com o Centro através de corredores. Quem vai saindo dessas ruas, vai agora procurar conjuntos, loteamentos, condomínios nas periferias onde estão sendo formados novos bairros.

Só não entendi ainda porque a cidade não passa de 49.000 habitantes nas contagens oficiais?



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