Seguidores

sábado, 20 de outubro de 2018

A IMPORTÂNCIA DO SARAU LITERÁRIO QUARTA ÀS QUATRO, DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES – UBE

Por Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho

Em primeiríssimo lugar, gostaria de louvar ao Bom Deus e parabenizar a persistência dos que fazem, com muito amor, o nosso querido programa literário, pela bravura e ousadia em manter tão importante movimento, que, apesar do tempo, já se encontra em seus treze anos de saudável convivência e devidamente consagrado no calendário cultural de Pernambuco.

Em seguida, informar que, de acordo com anotações realizadas no segundo livro das atas de reuniões – o primeiro foi perdido –, Vital Correa de Araújo, então presidente da União Brasileira de Escritores – UBE, registra que o projeto Quarta às Quatro, foi lançado em 19 de março de 2003. Registra, também, que aquele encontro semanal, com início às quatro horas da tarde, era aberto ao público, gratuito, realizado na presença de literatos, no pátio da UBE, sob as mangueiras e o coro de cigarras – as famosas cigarras de Casa Forte –. Registra, finalmente, que entre o primeiro programa e o final de 2004, ocorreram 90 (noventa) reuniões, todas registradas em atas informais.

O poeta Lúcio Ferreira, por sua vez, deu suas bênçãos àquele projeto e uma pequena plêiade de abnegados, amantes da cultura, aí me incluindo, passaram a apoiar aquela fantástica ideia, comparecendo aos encontros realizados na Rua Santanna, 202, Casa Forte, sede da nossa querida Casa Paulo Cavalcanti, carinhosamente chamada Casa Rosada, e, também, em atividades itinerantes, denominadas de Volantes Culturais.

O projeto inicial, denominado Quarta às Quatro, por insistente menção dos frequentadores, nos anos seguintes, foi carinhosamente rebatizado para Quartas às Quatro. Nesta primeira década de incansáveis atividades, vem sendo desenvolvido com temáticas livres, escolhidas pelos próprios participantes e contempla, entre outras coisas: declamações de poemas; ensaios; apresentações de números musicais, de teatro e contos, que encantam uma plateia bastante heterogênea, composta por uma média de cinquenta pessoas – na faixa dos 08 aos 88 anos – embora já tenhamos uma dezenas delas que já passaram dos 88 –. Dentre os participadores, destacamos: acadêmicos, escritores, historiadores, pesquisadores, poetas, cineastas, músicos, cordelistas, pessoal de artes dramáticas, e diversos curiosos. Destaque-se, também, para o fato de que o programa, desde sua primeira reunião, é franqueado para todas as pessoas, não se fazendo necessário ser sócio da UBE e tem se revelado um excelente laboratório cultural da nossa região.

Sabedores de que os bons administradores culturais têm como constante desafio despertar, no seu ávido e fiel público, novas oportunidades de participar de eventos culturais, mantendo ardente a chama da nossa tradição literária, não nos aquietamos nunca! Fomentar esta autêntica farra de uma UBE denominada de todas as artes, é a nossa bandeira.

Para os que frequentam as nossas reuniões, em uma média de 50 (cinquenta) pessoas, fica claro que nosso programa atinge, sem distinção, todas as manifestações artísticas, tão características da rica cultura do nosso Estado.

Desde sua implantação, participo, com o maior carinho, das atividades que são desenvolvidas durante a apresentação do que ficou sendo conhecido como o Sarau Literário da UBE. Segundo depoimentos dos diversos partícipes, tomar parte do programa é a possibilidade de ser curado dos males que afligem, indistintamente, o ser humano, tais como, timidez, medo, preconceito, doenças patológicas, principalmente daqueles que já se encontram na boa idade. O mais recente epíteto para o programa, criado por mim e aceito pela maioria dos participantes, com a maior justeza, é Quartas às Quatro, o aconchego da cultura pernambucana.

Nosso querido Vital, em outubro de 2003, não conseguindo permanecer na condução do programa, me convidou, a coordená-lo, alegando que eu tinha perfil de um comandante militar e, por isto, colocaria ordem naquilo que fosse preciso. Tornei-me assim, com muito orgulho, segundo as palavras do querido amigo Olímpio Bonald Neto, O Pastor dos poetas da UBE.

O reconhecimento inicial do nosso valoroso trabalho deu-se, definitivamente, quando da realização da ducentésima apresentação do programa, no dia 18 de abril de 2007, em solene reunião ocorrida na Academia Pernambucana de Letras. Naquela oportunidade, foi dado o pontapé inicial para as comemorações do Jubileu de Ouro da UBE, que seria comemorado em 17 de janeiro de 2008.

A ideia de materializarmos nossas reuniões, em forma de papel, surgiu em meados de 2007, oportunidade em que externei ao então Presidente da UBE, Vital Corrêa, a ideia de concretizar o nosso Sarau em um livro que demonstrasse ao mundo, tudo aquilo de excelente que realizávamos nos jardins da nossa Casa Rosada. O lançamento da tão esperada Antologia Quartas às Quatro, oportunidade em que 68 escritores ofereceram à sociedade brasileira suas visões específicas sobre o seu significado, tornou-se realidade, enfim, durante as comemorações do programa de número 300, realizado no Gabinete Português de Leitura, no dia primeiro de julho de 2009. O livro foi editado pela incansável empreendedora Salete Rego Barros, através da sua Novoestilo, edições do autor.

Em 09 de novembro de 2011, durante as comemorações dos 53 anos da UBE e dos 08 anos da criação do nosso programa, a Câmara Municipal do Recife, instituição tricentenária, de relevante papel histórico em nossa cidade, nos honrou com a comemoração, em suas dependências, da reunião de número 400. Na oportunidade, foi lançada a Antologia Um grito pelo Capibaribe, fruto da denúncia do jornalista Tavares de Lima, encampada por mim e pelos frequentadores do nosso Sarau literário, outra publicação da Novoestilo, que contou com a participação de 71 escritores.

Durante as comemorações dos 55 anos da criação da UBE, celebramos a reunião de número 458. Além das reuniões ordinárias, lembramos que foram realizados também, diversos encontros itinerantes – FLIPORTO, Bienal Internacional do Livro, Fundação Gilberto Freyre, Festival Recifense de Literatura, A LETRA E A VOZ, Festival Lítero Cultural da cidade de João Alfredo/PE, Primeiro encontro de Poetas do Sertão do Pajeú, em Afogados da Ingazeira/PE, Encontro Literário na Cidade de Surubim/PE, entre outros... –, denominados de Volantes Culturais, ocorridas em diversos lugares do nosso Estado.


No dia 22 de maio de 2014, durante a edição do programa de número 500, nos 56 anos da UBE, fomos homenageados pela Casa de Joaquim Nabuco, a operante Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco – A Casa de Todos os Pernambucanos –.  Naquela oportunidade foi lançada a Antologia Quartas às Quatro nº 02, mais uma excelente publicação da Novoestilo, edições do autor, onde 45 escritores, em temática livre, deram o melhor de si em prol da unidade cultural. Esta obra, reveladora de anseios e talentos, possibilitou mostrar, num pequeno espaço, as mais expressivas manifestações literárias contemporâneas.

É com esta alegre filosofia de vida e sabedores da impossibilidade da criatura humana ser feliz sozinha, que ultrapassamos, pioneiramente, uma década de atuação, preservando e promovendo a cultura em Pernambuco. Um momento em que se pede uma comemoração grandiosa e colaborativa dos amantes da nossa tão rica tradição.

No dia 15 de junho de 2016, ao comemorarmos, na Escola de Magistratura Federal da 5ª Região – ESMAFE5, a incrível marca dos 600 programas, durante as comemorações dos 58 anos da UBE, apresentamos para o ávido público alguns dos mais incríveis talentos do nosso querido encontro cultural.

Hoje, na busca de alcançarmos a reunião de número 700, que deverá ocorrer no início do mês de novembro, do corrente ano, não mediremos esforços para conseguir tão desafiante intento.

Assim, com a devida vênia, esperamos que todos os que frequentam o Jardim mágico da União Brasileira de Escritores, continuem a manter acessa a chama da nossa tão rica cultura e a mergulhar, por muitos e muitos anos, no mundo da poesia, do conto, da história, da trova, do romance, do cordel, do cinema, do teatro, enfim, do fantástico universo da nossa tradição cultural, sendo acolhidos pelos zelosos braços dos que fazem O Aconchego da Cultura Pernambucana.

Viva a UBE! Viva o Programa Quartas às Quatro!
Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho
Coordenador do Programa Quartas às Quatro

http://www.minhodigital.com/news/literatura-31?fbclid=IwAR2eT8t3JW0ZJNZO4VVRb7EHrAszA2nG42ZsKQO5A9XP7kwwKboLAlgkem0

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário