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domingo, 28 de março de 2021

( FUZILADOS DO LEITÃO ).

 Por Luís Bento


Leitão é um sítio nos arredores de Barbalha-Ce, cortado pela chamada " Estrada da Feira ", que demandava Crato e Juazeiro. De tanto ser pisoteada pelos cascos dos animais dos feirantes, a estrada se transformou em um " Barrocão ou valado, que ainda hoje perdura. É lugar triste e sem atrativos.

Ao lado esquerdo da estrada, a mais ou menos 3 km de Barbalha-Ce, há montículos de terra e pedras, encimados nos quais foram executados os " Fuzilados do Leitão ".

Fuzilados:

1) " Lua Branca ", que era um adolescente, o único Cangaceiro dos cinco Fuzilados, o mais jovem dos três Marcelinos, que entraram no cangaço pelo abuso de autoridade do delegado de polícia Ioiô Peixoto, da vila de Caririzinho, distrito do município pernambucano de Moreilândia, atualmente.

2) Pedro Miranda, que Luiz Ayres de Alencar no seu diário " Notas Cronológicas ", classifica que apenas " um rapaz aparvalhado ", um debilóide que se comprazia em ser moleque de recado dos Marcelinos. Sob nenhuma hipótese era Cangaceiro!

3) Manoel Toalha, um vendedor de pão pelos sítios, usando uma surrada toalha sobre o balaio de pão, o que lhe valeu o epíteto de Toalha. Não era Cangaceiro, mas apenas outro moleque de recados dos Marcelinos!

4) Joaquim e João Gomes, irmãos, que também não eram Cangaceiros, como os anteriores. " Não passavam de espoletas, leva-e-traz, Coiteiros se quiserem ", segundo José Peixoto júnior, no Livro " Bom de Veras e seus Irmãos ".

Dos cincos Fuzilados, somente um foi Cangaceiro. Isto aumenta a culpabilidade do Sargento José Antônio, frio executor do " Fuzilados do Leitão", todos mortos, obviamente, como queima de arquivo, para esconder da imprensa o sujo relacionamento Coronéis-Cangaceiros-Policias. Os truculentos comandante de volantes polícias " casavam e batizaram ", absolutamente certos de que não seriam investigados e muito menos punidos!

É bom acrescentar que os Fuzilados cavaram suas próprias sepulturas, um valado na terra dura e vermelha daquele histórico sítio, não ficando daquele inusitado episódio sequer um registro, nos órgãos polícias do Ceará. Foi como se fuzilassem bichos e não homens indefesos, com o agravante de quatro dos cinco não serem Cangaceiros!

Os Marcelinos:

" João 22 " nasceu em 1903 e recebeu este epíteto por ser parecido com tigre do número 22 da roleta de Caririzinho.

" Bom de Vera " nasceu em 1905 e recebeu este apelido do próprio Lampião quando, no sítio Serra do Mato, o Coronel Santana o apresentou dizendo: "Este é um cabra bom de vera, perseguido pela polícia de Pernambuco" - bom não confundir com outro do mesmo nome, do grupo de Lampião

" Lua Branca " também recebeu este nome do próprio Lampião, por ser branquelo, descorado. Foi fuzilado aos 18 anos de idade, jovem ainda, de fisionomia assustadiça e infeliz.

Fonte: Napoleão Tavares Neves

Cariri: Cangaço, Coiteiros e Adjacências

Pág - 44 - 46.

LUÍS BENTO

JATI 28/03/21/.

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