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domingo, 2 de abril de 2017

A MONUMENTAL OBRA LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA, "... E O VENTO LEVOU" AGORA TAMBÉM É CORDEL


A monumental obra literária e cinematográfica, "... E o Vento Levou" agora também é cordel. A Cordelaria Flor da Serra, editora de folhetos estreante no mercado sente-se lisonjeada pela publicação desse livro que tudo tem para, no futuro, se transformar em um grande clássico da literatura de cordel. A adaptação é do poeta Stélio Torquato Lima, as ilustrações de Anilton Freires e tem dois lançamentos agendados na Bienal do Livro do Ceará, que ocorre de 14 a 23 de abril desse ano. A primeira será na Sala do professor e a segunda na Praça do Cordel, dia 23. Assim como o filme, a obra em versos de Stélio Torquato é uma superprodução. É o maior cordel, escrito até então. São 1020 estrofes e mais de 7.000 versos e 12 ilustrações internas. Para ilustrar a grandiosidade desse trabalho é importante destacar um trecho do texto do poeta Marco Haurélio sobre a obra: "Stélio Torquato, ao verter a história para o cordel, baseou-se tanto no filme quanto no romance. A capa, assinada pelo quadrinista Anilton Freires, reproduz a clássica cena do beijo entre Scarlett e Reth, durante o incêndio de Atlanta. 

O livro é dividido em capítulos e, para facilitar a vida do leitor neófito, há uma descrição do início da guerra, num belo trabalho de contextualização histórica e só depois, somos apresentados à família do patriarca Gerald O’Hara. Inovadora, a história traz 12 ilustrações internas e, fazendo jus à monumentalidade da obra de Margareth Mitchell, é contada em incríveis 1020 sextilhas, perfazendo um total de 7140 versos pentassílabos. 

Dizer mais, neste depoimento que não se pretende apresentação, estragaria a surpresa que eu, cinéfilo de longa data, tive ao reencontrar as clássicas personagens do meu filme favorito, atuando em outro cenário, o do cordel nordestino-universal, sem perder as suas características definidoras, vestidos de poesia, drama e grandeza. Leia as 16 estrofes iniciais do prólogo de "...E o Vento Levou" e para ler a obra completa faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 999569091.

VELHO SUL – foi esse o nome
De uma civilização.
Foi terra de cavalheiros
E de campos de algodão
Que há muito tempo existiu.
Entretanto, ela ruiu
Com a Guerra da Secessão.

Aquele mundo bonito
Foi o último lugar
Dos honrados cavalheiros,
Das belas damas sem par,
De senhores muito bravos
E de seus negros escravos,
Que tinham um duro penar.

Findou-se a galanteria
Quando esse mundo acabou.
Hoje não passa de um sonho
O que a História registrou.
Busque nos livros, então,
Essa civilização
Que um dia o vento levou...

A Guerra da Secessão,
Que pôs fim àquele mundo,
Teve origem num impasse
Violento, vil e profundo
Entre o Sul escravagista
E o Norte abolicionista,
Questão que agora aprofundo.

O Norte, industrializado,
A escravidão não queria.
Porém o Sul, onde o escravo
Plantava e também colhia,
Rejeitava a abolição,
Pois tinha na escravidão
A mola da economia.

Logo após Abraham Lincoln
Ter vencido a eleição,
Alguns estados do Sul
Tomaram uma decisão:
Novo país formariam.
Portanto, se afastariam
Da grande Federação.

A Jefferson Finis Davis
Tais estados confiaram
O cargo de Presidente
Da nação que eles formaram.
O estadista disse “sim”
E ficou até o fim,
Quando as lutas se encerraram.

Como senador, mostrou-se
Contrário à secessão.
No entanto, ele defendia
Com grande convicção
Que os estados possuíam
Soberania, e podiam
Se separar da União.

Como além de estadista
Também era militar,
O presidente Abe Lincoln
Chamou-o pra liderar
O exército da União.
No entanto, ele disse “não”,
Não quis o posto aceitar.

De início, a diplomacia
Foi o caminho buscado
Pra que o embate civil
Pudesse ser evitado.
Sem se encontrar uma saída,
O que se viu em seguida
Só foi sangue derramado.

Tentou, mas nenhum país
Deu o reconhecimento
À nação confederada
Sob seu gerenciamento.
E o que a guerra consumia
Levou a economia
Do Sul ao esgotamento.

No contexto militar,
Foi por ele convocado
Robert Edward Lee, que era
Um general renomado.
Com este e uma corte egrégia,
Definiu cada estratégia
Do embate já anunciado.

No ano 61,
A 12 e 13 de abril,
No célebre forte Sumter
Começa a guerra civil:
Na Carolina do Sul,
Opõe-se o cinza ao azul
Sob o terror do fuzil.

Nessa primeira batalha,
Que em Charleston ocorreu,
O exército dos ianques
Grande derrota sofreu,
Pois terrível bombardeio
Contra o forte sobreveio,
E o sangue ianque verteu.

A vitória trouxe ao Sul
Uma indisfarçável euforia,
Fazendo os Confederados
Crerem que fácil seria
Derrotar seu oponente,
E que, consequentemente,
A guerra não duraria.

O que ocorreu, todavia,
Foi justamente o contrário:
Por ordem de Abe Lincoln,
Todo o apoio necessário
Foi dado às tropas do Norte,
Que saíram, ainda mais forte,
Pra enfrentar o adversário.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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