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domingo, 28 de outubro de 2018

O FIM DO DIABO LOIRO


Por Valdir José Nogueira

Antônio Martins, Manoel Severo e Valdir José Nogueira


Cristino Gomes da Silva Cleto que mais tarde tornou-se conhecido como Corisco, nasceu em Matinha de Água Branca, Sertão de Alagoas, e, ainda muito jovem, entrou para o bando do mais famoso de todos os cangaceiros, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

De acordo com alguns pesquisadores, Corisco era conhecido por sua beleza, seu porte físico atlético e cabelos longos, que o deixavam com uma aparência agradável além da força física. Por estes motivos, também foi apelidado de “Diabo Loiro” quando entrou no bando de Lampião, com apenas 17 anos.

Além das características da aparência, Corisco tornou-se conhecido pela crueldade com as quais tratava suas vítimas, que eram submetidas a castigos, torturas e mutilações e todo tipo de maldades físicas.


Quando numa estratégia para enganar a polícia e aumentar seu poder, Lampião dividiu seu grupo em subgrupos, Corisco já considerado um homem de confiança de Virgulino, assumiu o comando de um desses grupos.

A mulher de Corisco, Sérgia Ribeiro da Silva, a “Dadá”, foi raptada por ele da casa dos pais dela quando tinha apenas 13 anos de idade em Belém do São Francisco (PE). Ela conviveu com ele no bando como cangaceira. Corisco permaneceu com ela até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.

Em 1940, o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá já haviam decidido deixar o cangaço desde 1939, quando, no ano seguinte, estavam no Estado da Bahia, em um povoado próximo a cidade de Barra do Mendes. O casal repousava em uma casa de farinha após almoçar e estava supostamente desarmado. O ataque foi comandado pela volante de Zé Rufino, juntamente com o tenente José Otávio de Sena. Corisco foi surpreendido, mas não se entregou, dizendo a Zé Rufino que não era homem de se entregar. Foi metralhado na barriga.

Dadá sobreviveu, mas precisou amputar a perna direita. Com as mortes de Lampião (em 1938) e Corisco (1940), o cangaço nordestino enfraqueceu-se e acabou se extinguindo. 

Natural de São José do Belmonte, Sertão de Pernambuco, José Rufino participou de inúmeros combates, tendo matado mais de duas dezenas de cangaceiros. Ele se tornou um dos mais respeitados chefes militares no ensejo da perseguição aos cangaceiros do outro lado do São Francisco. Cangaceiros conhecidos pelos apelidos de Pai Véi, Mariano, Barra Nova, Zeppelin, Canjica, Zabelê, etc., foram mortos pelo comandante volante e seus soldados, sendo o último cangaceiro que matou – Corisco – o que mais notoriedade lhe rendeu.

O belmontense Zé Rufino, inspirou o personagem “Antônio das Mortes” no clássico filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, cuja característica impressiona em razão do diretor tê-lo colocado a serviço do poder em todas as formas.

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