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sábado, 18 de outubro de 2025

LAMPIÃO FOI MAL INFORMADO QUE DARIA CERTO UM ASSALTO EM MOSSORÓ-RN.

 Por José Mendes Pereira

Diz o jornalista Alexandre Gurgel que o verdadeiro nome do cangaceiro Massilon era Benevides Leite que havia nascido e deixado suas raízes sólidas no chão sertanejo da aba da Serra de Luís Gomes, no Sítio Japão aqui no Estado do Rio Grande do Norte.

Adquiriu um pseudônimo para si, “Massilon”.  Apesar de ter se tornado cangaceiro, mas antes era um jovem que gostava de preservar as suas amizades com os que lhe rodeavam, pois ainda não havia exposto as suas maldades contra ninguém. Os seus bons divertimentos eram: frequentar diariamente casas onde eram colocadas cartas de baralhos sobre a mesa; e gostava muito de estar presente a bares para ingerir bebidas alcoólicas, principalmente uma boa cachaça.

Cangaceiros que tentaram invadir Mossoró

Massilon Leite era obcecado pela almocrevaria, trazendo algodão para Mossoró, e com os bons lucros que lhe rendeu durante as suas viagens como comboieiro, transportando algodão sobre o  lombo de animais, posteriormente conseguiu ser proprietário de um caminhão, e, a partir daí, começou a transportar o produto no seu automóvel.  Mas infelizmente ele foi obrigado a deixar a vida de caminhoneiro, devido as estradas não ofereciam boas condições para rodar. 

Certa vez, lá em Belém do Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba, em confronto com a polícia Massilon assassinou um soldado, e temendo ser justiçado conseguiu fugir em direção às caatingas, e lá se incorporou ao bando de Lampião. O tempo foi se passando e aos poucos ele foi se tornando um homem paparicado pelo capitão. 

Mais ou menos no mês de abril ou possivelmente no princípio do mês de maio de 1927, Massilon já se sentindo um homem de confiança de Lampião, e confiante de alguns acordos feito com Décio Holanda e o coronel Isaías Arruda, ambos cearenses, fez-lhe a proposta ao rei para juntos fazerem uma invasão à Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte, afirmando o cangaceiro que era a maior cidade potiguar, sendo bem estruturada, com um comércio que rendia muito, e além do mais, tinha bancos com bons movimentos, e com certeza, assaltando-a, sairiam daqui com os bolsos e bornais abarrotados de dinheiro.

Mas diz ainda Alexandre Gurgel que Massilon era apaixonado por uma das filhas do prefeito Rodolfo Fernandes, e sendo astucioso, sabendo que se os seus compassas aceitassem invadir Mossoró, ataque que ele tinha plena certeza que daria certo, seria uma boa oportunidade levá-la consigo para as caatingas do nordeste. 

Mas Lampião não sabia que o maior interesse de Massilon pelo ataque à Mossoró era a paixão irresistível que ele tinha pela filha do prefeito. É claro que se ele antes tivesse tomado conhecimento desse desejo incontrolado do assecla, pela moça, com certeza, não teria dado a mínima atenção às suas palavras, e nem tão pouco vindo à Mossoró.

E para que o plano de atacar a cidade potiguar desse certo Lampião confiava em alguns bandidos que conheciam bem a região, os quais eram: 

1 - Um senhor de nome Cecílio Batista, mais conhecido por Trovão, que em anos remotos, havia morado na cidade de Assu, e já era dono de um currículo de maldades arquivado na delegacia de polícia, sendo por desordens. 

2 - José Cesário que vulgarmente era chamado “Coqueiro”, que antes ganhava o seu ordenado mensal prestando serviços em Mossoró. 

3 - Júlio Porto, um dos antigos motoristas da firma algodoeira “Alfredo Fernandes”, com a alcunha de Zé Pretinho. 

4 - E um dos idealizadores do ataque à Mossoró, o próprio Massilon que não poderia estar de fora, e tinha conhecimento de todas as estradas que faziam chegar à cidade mossoroense. Mas entre outros delinquente.

O mais interessante que eu me pus a pensar, é que Lampião tão estrategista que era, caiu na conversa de Massilon, que era um aspirante cangaceiro, que não conhecia tão bem o que era ser cangaceiro como os outros, isto é, da velha guarda do capitão.

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