Por José Mendes Pereira
Diz o jornalista Alexandre
Gurgel que o verdadeiro nome do cangaceiro Massilon era Benevides Leite que
havia nascido e deixado suas raízes sólidas no chão sertanejo da aba da
Serra de Luís Gomes, no Sítio Japão aqui no Estado do Rio Grande do Norte.
Adquiriu um pseudônimo para si,
“Massilon”. Apesar de ter se tornado cangaceiro, mas antes era um
jovem que gostava de preservar as suas amizades com os que lhe rodeavam, pois
ainda não havia exposto as suas maldades contra ninguém. Os seus bons
divertimentos eram: frequentar diariamente casas onde eram colocadas cartas de
baralhos sobre a mesa; e gostava muito de estar presente a bares para ingerir
bebidas alcoólicas, principalmente uma boa cachaça.
Cangaceiros que tentaram invadir Mossoró
Massilon Leite era obcecado
pela almocrevaria, trazendo algodão para Mossoró, e com os bons lucros que lhe
rendeu durante as suas viagens como comboieiro, transportando algodão sobre
o lombo de animais, posteriormente conseguiu ser proprietário de um
caminhão, e, a partir daí, começou a transportar o produto no seu
automóvel. Mas infelizmente ele foi obrigado a deixar a vida de
caminhoneiro, devido as estradas não ofereciam boas condições para rodar.
Certa vez, lá em Belém do
Brejo do Cruz, no Estado da Paraíba, em confronto com a polícia Massilon
assassinou um soldado, e temendo ser justiçado conseguiu fugir em direção às
caatingas, e lá se incorporou ao bando de Lampião. O tempo foi se passando e
aos poucos ele foi se tornando um homem paparicado pelo capitão.
Mais ou menos no mês de
abril ou possivelmente no princípio do mês de maio de 1927, Massilon já se
sentindo um homem de confiança de Lampião, e confiante de alguns acordos feito
com Décio Holanda e o coronel Isaías Arruda, ambos cearenses, fez-lhe a
proposta ao rei para juntos fazerem uma invasão à Mossoró no Estado do Rio
Grande do Norte, afirmando o cangaceiro que era a maior cidade potiguar, sendo
bem estruturada, com um comércio que rendia muito, e além do mais, tinha bancos
com bons movimentos, e com certeza, assaltando-a, sairiam daqui com os bolsos e
bornais abarrotados de dinheiro.
Mas diz ainda Alexandre
Gurgel que Massilon era apaixonado por uma das filhas do prefeito Rodolfo
Fernandes, e sendo astucioso, sabendo que se os seus compassas aceitassem
invadir Mossoró, ataque que ele tinha plena certeza que daria certo, seria uma
boa oportunidade levá-la consigo para as caatingas do nordeste.
Mas Lampião não sabia que o maior interesse de Massilon pelo ataque à Mossoró era a paixão irresistível que ele tinha pela filha do prefeito. É claro que se ele antes tivesse tomado conhecimento desse desejo incontrolado do assecla, pela moça, com certeza, não teria dado a mínima atenção às suas palavras, e nem tão pouco vindo à Mossoró.
E para que o plano de atacar a cidade potiguar desse certo Lampião confiava em alguns bandidos que conheciam bem a região, os quais eram:
1 - Um senhor de nome Cecílio Batista, mais conhecido por Trovão, que em anos remotos, havia morado na cidade de Assu, e já era dono de um currículo de maldades arquivado na delegacia de polícia, sendo por desordens.
2 - José Cesário que vulgarmente era chamado “Coqueiro”, que antes ganhava o seu ordenado mensal prestando serviços em Mossoró.
3 - Júlio Porto, um dos antigos motoristas da firma algodoeira “Alfredo Fernandes”, com a alcunha de Zé Pretinho.
4 - E um dos
idealizadores do ataque à Mossoró, o próprio Massilon que não poderia estar de
fora, e tinha conhecimento de todas as estradas que faziam chegar à cidade
mossoroense. Mas entre outros delinquente.
O mais interessante que eu me pus a pensar, é que Lampião tão estrategista que era, caiu na conversa de Massilon, que era um aspirante cangaceiro, que não conhecia tão bem o que era ser cangaceiro como os outros, isto é, da velha guarda do capitão.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
.jpg)

Nenhum comentário:
Postar um comentário