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terça-feira, 30 de abril de 2013

Cronologia do cangaceiro Antonio Silvino - 1875 - 1944 - Parte X

Por: Frederico Pernambucano de Melo

Em 1909, a 5 de Janeiro, o sargento José Pedro da Silva prende o cangaceiro Labareda em Bom Jardim. à imprensa o bandido revela o lado de negociante e agiota de seu ex-chefe. 

Ângelo Roque - O cangaceiro Labareda

A 19 de Fevereiro, ataca os povoados de Salgado e Cachoeira de Cebola, na Paraíba. A 7 de Abril, na Matinha, localidade entre Garanhuns, Canhotinho e São Bento,Pernambuco, é morto o célebre chefe de subgrupo Tempestade, pela força do tenente Bernardo Lucas de Figueiredo.

O fato é aproveitado por Leandro Gomes de Barros em dois folhetos de grandeza poética extraordinária: A morte de Tempestade e As lágrimas de Antonio Silvino por Tempestade. Alegando fazer coro com o povo, Leandro chama Silvino de rifle de Ouro e Governador do Sertão.

O cangaceiro Antonio Silvino

Em 1910, a 28 de Maio (Antonio Silvino), embosca e mata com um tiro no ouvido o famoso alferes Maurício, da polícia da Paraíba, que  o perseguia à frente de 14 homens e que alardeava que iria explodi-lo a dinamite. 

Após sangrar, findo o combate, o rastejador e um soldado que se achava ferido, mutila o cadáver do alferes, apossa-se da dinamite que este de fato conduzia e lhe esmigalha a cabeça com uma pedra.

O fato se dá num grotão de Taperoá, Paraíba, e repercussão é extraordinária. Maurício era considerado o mais tenaz perseguidor de Silvino naquele Estado. Refugia-se no Rio Grande do Norte, em visitas pacíficas a Currais Novos, Jardim do Seridó e São Miguel de Jucurutu.

Aparece folheto A vingança de Antonio Silvino - A morte de Maurício, de Francisco das chagas Batista. Conserva-se quase todo ano na Paraíba, área do sertão do Cariri, assinalando-se escaramuça com os alferes \ramalho e Mendonça, o último dos quais lhe arrebata uma túnica negra com galões de major e um crucifixo de ouro em combate verificado em São João do Cariri.

Nos meses de Maio, Junho e Dezembro, sua presença é assinalada no Rio Grande do Norte, novamente na área do Seridó. O cangaceiro Serra Branca foge do presídio de Fernando de Noronha e volta ao grupo de Silvino, que o eleva a "capitão-ajudante".

Em 1912, em Belmonte, alto sertão de Pernambuco, entra em combate em Julho, com o alferes João Luís de Carvalho, delegado de Vila Bela. A 11 de Julho, ataca o engenho do major João  Florentino da Cunha Azevedo, em Bom Jardim, que resulta ferido no tiroteio.

Encomenda de desafeto; um outro senhor de engenho... Prejuízos avaliados em 160 contos de reis. Em Setembro, volta ao Rio Grande do Norte e se estabelece em Serra Negra com casas de jogo e bilhar, atraindo para lá todos os seus grupos-satélite, chefiados por Antão Godê, Mãezinha, Pinta-Manta, Quinta-Feira, e Mariano, Cheio de respeito, visita a baronesa de Serra Branca, em Santana dos Matos.

A 25 de Novembro, celebra-se no Recife um convênio entre Estado anfitrião e os  da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, no intuito de consertar planos conjuntos de repressão ao cangaço, sobretudo em questão o problema representado por Antonio Silvino, cuidando-se ainda de remover os embaraços político-jurídicos ao desenvolvimento de tal ação.

É preciso fazer com que as fronteiras interestaduais não mais continuem a ser aliadas do bandido. De  Guarabira, Paraíba, Silvino novamente telegrafa para o Governador do Estado, agora Dr. Castro Pinto, ridicularizando o acordo recém-celebrado.

Em 1913, em Fevereiro, é visto em Nazaré, Pernambuco. A 10 de Março enfrenta em Soledade, Paraíba, a volante do alferes Irineu Rangel, que lhe toma um rifle e caixas de munição.

CONTINUA...

Fonte:

Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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