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sexta-feira, 3 de julho de 2020

LAMPIÃO E O CÓDIGO DO CANGAÇO


Osvaldo Abreu (Abreu)
Alto da Compadecida, 3 de julho de 2020

Lampião não era falaz,
Homem de raro riso,
Candeeiro falava demais,
Abri a boca era seu vício.
Devemos ficar com a orelha atrás
Ao ouvir aquilo ou isso.

É difícil estabelecer
O que é história ou estória do cangaço?
A vaidade do homem sempre vai ter,
O mentiroso sempre cai no laço.
Havia um código cangaceiro; “Nada a dizer.”
No silêncio é difícil de cair em embaraço.

Alguns ex-cangaceiros falaram demais,
A maioria fugiu e prefiro o silêncio.
Volta Seca tinha a fantasia do pequeno rapaz.
O cemitério guarda segredo imenso.
Descobrir o silêncio quem é capaz?
Para o bom viver; calar e não ser extenso.

Os fiéis ex-cangaceiros correram dos jornais
Tiveram medo e receio da imprensa,
A discriminação era demais.
Não valia a pena dizer o que se pensa.
O Massacre de Angico, em 38, não se desfaz,
11 cangaceiros mortos no sertão de crença.

Os sobreviventes foram mais do que o dobro,
Fuzil não enfrenta metralhadora,
Correr, correr foi o melhor sopro.
Balas pra lá e pra cá não são acolhedoras,
Corrida entre espinhos e muitos topos.

Volante e cangaceiros eram gente sofredora.
A verdadeira história cangaceira
Foi levada no caixão,
A resposta está em cada caveira
Que foi fiel ao capitão.
Não se pode acreditar em gente faladeira,
Boca calada tinha Lampião.

No meio, Lampião cumprimentando o fotógrafo Benjamin Abraão, Maria Bonita e Cangaceiros - 1936.


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