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quinta-feira, 2 de julho de 2020

O REMORSO DE LAMPIÃO.


Por João Filho de Paula Pessoa

Contaram os moradores de Calumbi/Pe, que por volta de 1927 Lampião chegou à cidade num Domingo de feira, surpreendeu os moradores e foi acertar as contas com um desafeto seu que morava na cidade, Sr. Laurindo Cipriano, que ao saber da presença de Lampião, não teve tempo de fugir, pois os cangaceiros já estavam próximo à sua casa. Sr. Laurindo estava em companhia de seu filho de seis anos e só teve tempo de fechar a porta da casa e se armar. O Bando se posicionou em frente à sua casa e ordenou que Laurindo saísse, momento em que este gritou que não se entregava a bandido e o bando abriu fogo contra sua casa. Sr. Laurindo armado apenas com um rifle, enquanto os cangaceiros eram muitos e tinham forte armamento, não se rendeu e lutou bravamente. Após alguns instantes de tiroteio e percebendo que os tiros da casa cessaram, os cangaceiros arrobaram a porta e invadiram a casa, ao entrar se depararam com Sr. Laurindo ajoelhado e morto, ainda com o dedo no gatilho e seu filho de seis anos chorando e atingido na perna. Lampião ao ver a cena, silenciou, o bando também silenciou, Lampião enxugou os olhos e disse, “este homem não era para ter morrido, um sertanejo desse tinha que viver para tirar raça”. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 15/01/2020.


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