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sábado, 29 de janeiro de 2022

FALECE NANÔ, UMA LENDA SERTANEJA QUE SE VAI...

 Por Rangel Alves da Costa

Muito eu já escrevi sobre o amigo Nanô, principalmente pela figura emblemática que representava em Poço Redondo. Mais lembrado como Nanô do Bar, tendo sua porta e balcão na atual Avenida Alcino Alves Costa, ali era sempre encontrado com o seu jeito peculiar de ser: uma firmeza até ríspida que muito contrastava com o seu jeito humanista de ser, com a brandura de sua alma. De pouco sorriso, mas de palavras boas, sinceras, experientes e cativantes. Um olhar que parecia reencontrando o passado sertanejo em suas entranhas, suas lides e lutas, suas histórias. E quanta história guardava Seu Nanô! Filho de família fincada na terra, vindo de raízes que fartamente brotaram nos sertões poço-redondenses, de uma estirpe que tanto orgulhou e ainda honra Poço Redondo. 

Da família dos Vicente, dos Souza, dos Dué, de linhagens que se cruzaram na formação de grandes sertanejos. Pelo ser humano que era, pelo seu jeito peculiar de ser, agora parte já deixando imensa saudade. Saudade naqueles que um dia tiveram o prazer de seu proseado, daqueles que frequentaram o seu balcão, daqueles que tanto prezavam pela sua amizade. E saudade até naqueles que um dia não tiveram a pinga no copo e ainda ouviram que ali não era lugar de fiado não. Assim era nosso amigo que agora se despede. Depois que fechou o famoso Bar de Nanô, toda vez que eu encontrava sua esposa logo perguntava: “Onde tá aquele velho enjoado?”. E sorrindo ela me respondia: “Tá lá teimoso, ajeitando as coisas pelo quintal e cuidando de gatos”. Sim, ultimamente era isso que fazia, andejando pelo quintal, cuidando de alimentar os bichos. Parte deixando família imensa e de linhagem tão nobre como a da velha raiz. E parte deixando um vazio imenso em Poço Redondo e sua história. Que Deus o receba amigo Nanô!

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