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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Praça da Redenção, Mossoró, RN.

José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

Logradouro histórico, localizado no Centro da cidade de Mossoró-RN, denominado por Praça da Redenção, cujo quadrilátero é ladeado pelas Ruas 30 de setembro, a oeste; Dr. Almeida Castro, a leste; Almino Afonso, ao norte; e ao sul, o prédio da União Caixeiral onde funciona a Biblioteca Municipal Ney Pontes. Anteriormente, esta praça foi denominada de Praça da Independência e de Praça da Liberdade. Em 08/10/1883, passou a chamar-se de Praça da Redenção, em homenagem à data da Libertação dos Escravos em Mossoró, 30/09/1883, sendo esta praça o palco destes históricos eventos.

Em 30 de setembro de 1904, deu-se a inauguração do Momento à Liberdade, nesta praça, em homenagem a data da Abolição da Escravatura da cidade de Mossoró. A construção do monumento e do coreto deveu-se a iniciativa do promotor público da Comarca de Mossoró, Sebastião Fernandes de Oliveira, (1880-1941), que na época, dirigia a Comissão de Socorros Públicos, órgão responsável por estas obras.

Monumento à Liberdade, Pça. da Redenção, em 2010.

O artista escultor foi Francisco Paulino da Silva, (1872-1927), não era um arquiteto, mas um mestre-de-obras muito talentoso, "o hábil artista que de uma argamassa de cimento construiu uma bela estátua da liberdade", assim descreve a ata da Câmara que registrou este evento. Informações diversas, em diferentes autores, atestam que este monumento foi inspirado na Estátua da Liberdade, do Estado de Nova Iorque, EUA.  Conforme Câmara Cascudo, na obra abaixo referenciada, esta data foi celebrada com "festa ruidosa pelos discursos e poesias, ao som das músicas sonhadoras da banda musical Fênix Mossoroense, do Mestre Alpiniano Justiniano de Albuquerque, (1862-1909)". A imagem 02 retrata o Monumento da Liberdade.

Atualmente, tanto Alpiniano Justiniano quanto Francisco Paulino são patronos de ruas nesta cidade.

Na foto ilustrativa 01, vê-se, à direita, a Rua Almeida Castro, com o casario antigo, e ao fundo, uma edificação maior, que deva ser a Cadeia Pública que foi a sede do antigo Paço Municipal, e hoje, o Museu Municipal. Contudo, o fotógrafo preferiu priorizar a rua, à direita, do que a praça, pois, dela, vê-se apenas, à esquerda, uma pequena parte com as árvores, ou, ao ser escaneada, uma parte da imagem foi indevidamente "cortada". Pela projeção das sombras, a foto foi feita em torno do meio-dia. É uma imagem, provavelmente feita por fotógrafo de algum jornal, já que a mesma mostra certos aspectos técnicos, como o enquadramento, perspectiva aplicada, e também, nota-se que a câmera utilizada possuía lentes de longo alcance. Mas, não foram obtidos dados sobre a autoria da mesma.

A data de 1918 foi considerada, de maneira aproximada, para esta imagem, levando-se em conta os seguintes detalhes mostrados pela mesma: os postes de iluminação elétrica, pois em 30/12/1916 foi a data que a cidade recebeu iluminação de energia elétrica. Após aplicação do zoom na imagem, constatou-se que o chão da rua está na condição de chão batido, sem calçamento, e, de acordo com as pesquisas feitas, nesta data, a cidade contava apenas com umas 4 ruas pavimentadas, somente a partir de 1935, as demais ruas principais receberam pavimentação. A importância da imagem fotográfica é justamente por ela mostrar uma realidade inquestionável.

Não foi possível adicionar mapa ilustrativo, pois, a Praça da Redenção não consta do Google Maps. Desafortunadamente, a cidade de Mossoró-RN, gradativamente vem perdendo a nomenclatura histórica dos seus logradouros, e substituindo-a por nomes comuns que nada representam para a história local.

Atualmente, a administração municipal local conseguiu descaracterizar o sentido histórico e iconográfico desta praça. Para prestar uma homenagem póstuma ao jornalista mossoroense, Dorian Jorge Freire, (1933-2005), a administração tapou o sol com uma peneira, rebatizou o logradouro com a denominação Praça da Redenção Dorian Jorge Freire, aplicou uma solução simplista como se acrescentasse mais um sobrenome a alguém.  O descaso cultural que assola as terras tupiniquins é incomensurável.


Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos.

Fontes: 1. Cascudo, Luís da Câmara.  maio de 2001; 2. Centro de Memória-TRE-RN; 3. Memorial do Ministério Público do RN; 4. Fonte do arquivo fotográfico P&B. 5. Anotações do Comércio de Mossoró; 6. Imagem 2 - Blog do Mendes & Mendes; 7. Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Este artigo foi postado originalmente em novembro/2009, no telescope.zip.net.
Posted 4th January by Télescope

Enviado por:

José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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