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quinta-feira, 12 de junho de 2014

DA HISTÓRIA AO MITO: 82 ANOS DE RESISTÊNCIA DE MOSSORÓ AO BANDO DE LAMPIÃO


Michaell Magnos Chaves de Oliveira. Graduado em Ciências Sociais e em Direito. Servidor UERN. E-mail: michaellmagnos@bol.com.br.

Resumo

A Resistência de Mossoró ao grupo do cangaceiro Lampião completou 82 anos neste dia 13 de junho. O cangaço foi um movimento predominantemente nordestino e sertanejo do final do século XIX e início do XX. Em parte, condicionado pelo meio social de miséria e opressão e, também, pelo banditismo e violência gratuitos, os cangaceiros foram homens que contrariaram a ordem vigente. Vivendo em uma sociedade paupérrima, caracterizada por um modelo agrícola produtivo baseado na concentração e no latifúndio, na qual os poderosos tinham um grande poder de retaliação, o banditismo era uma estratégia de sobrevivência. Este trabalho objetiva entender o fenômeno do cangaço e as causas do insucesso na invasão da cidade de Mossoró – RN que, na época, já despontava como um centro comercial promissor. Foi realizado um levantamento bibliográfico (CHIAVENATO 1990, FERNANDES 1985, NASCIMENTO 2002.) e documental acerca do tema. Procedemos com o levantamento histórico das informações, utilizamos uma análise de discurso. Os resultados obtidos revelam que a resistência ao grupo de Lampião à investida contra a cidade de Mossoró foi, sem dúvida, um marco para o estudo do fenômeno-cangaço e para a história do município. Essa resistência foi sobretudo o resultado da união de forças da municipalidade com os setores abastados do município. Como critério inovador, tratamos da defesa, enquanto fenômeno espacial, circunscrito ao centro da cidade, onde concentrava-se as casas comerciais e demais instituições de poder. A revisão da História “oficializada”, a desconstrução de mitos é fundamental para o estabelecimento da pesquisa histórica, podendo contribuir de forma significativa para as concepções adotadas para o ensino da História.

Palavras Chave: Lampião; Mossoró; Resistência.

Introdução

A Resistência de Mossoró ao bando do cangaceiro Lampião completa neste dia 13 de junho, oitenta anos, este fato tão marcante na memória dos mossoroenses constitui-se num elemento de investigação neste texto.

Objetiva-se entender o fenômeno do cangaço, e as causas do insucesso na invasão da cidade, que na época já despontava como um centro comercial promissor, que soube organizar-se e defender o seu patrimônio.

Este movimento de defesa concentrou-se no centro da cidade, onde a riqueza do município era concentrada e resultou de um esforço incansável do prefeito Rodolfo Fernandes e de sua população.
Mossoró da Época

Há exatos oitenta anos, a cidade de Mossoró travava uma luta armada em defesa de seu território, de seu povo. Uma luta de resistência à invasão do bando do destemido cangaceiro Lampião à cidade.

Nos anos vinte do século passado, a cidade de Mossoró vivia um período de desenvolvimento econômico invejável, mesmo estando situada no semi-árido nordestino, o comércio e a indústria viviam um expansionismo singular. Segundo Geraldo Maia do Nascimento, a cidade:

Possuía o maior parque salineiro do país, três firmas comprando, descaroçando e prensando algodão, casas compradoras de peles e cera de carnaúba, contando com um porto por onde exportava seus produtos e sendo, por assim dizer, um verdadeiro empório comercial, que atendia não só a região oeste do Estado, como também algumas cidades da Paraíba e até mesmo do Ceará. (NASCIMENTO, 2002, p.57).

As informações de Raul Fernandes (1985) e de Geraldo Maia do Nascimento (2002) indicam que a população do município de Mossoró girava em torno 20.300 pessoas, para se ter uma idéia, a capital do Rio Grande do Norte, Natal, na época contava com uma população de aproximadamente 30.600 habitantes, isso tudo alimentava ainda mais a rivalidade entre os dois municípios, já que no início do século XX, do ponto de vista econômico, a cidade de Mossoró desfrutava de maior destaque do que Natal.

Havia na cidade repartições públicas federais e estaduais, uma agência do Banco do Brasil. Contava ainda com estradas de rodagem, energia elétrica, uma estrada de ferro, que se estendia do povoado de São Sebastião, atual município de Governador Dix-Sept Rosado, até o litoral.
Três jornais circulavam na cidade: “O Correio do Povo”, “O Nordeste” e “O Mossoroense”, considerado o mais antigo, pois fora fundado em 1872, e funcionavam quatro estabelecimentos de ensino: a Escola Normal, a Escola do Comércio, o Colégio Diocesano Santa Luzia e o Colégio Sagrado Coração de Maria.

Por tudo isso, Mossoró despertava a cobiça de grupos de bandidos armados que aterrorizavam os rincões dos sertões nordestinos, os temidos grupos de cangaceiros.

Os Cangaceiros

Na busca de uma definição do que viria a ser cangaceiro, vale-mo-nos de uma conceituação de Júlio José Chiavenato.

O cangaceiro lutava pela mera sobrevivência. Era perigoso não só para suas vítimas como para a estrutura falida do Nordeste. Seus atos degeneravam em simples banditismo. Precisava usar de toda a astúcia para sobreviver, porque era caçado como elemento desestabilizador da ordem. (CHIAVENATO, 1990, p.17).

O autor nos dá uma definição de cangaceiro como vítima da ordem social da época, o cangaço sob essa ótica, aparece como uma forma de revolta espontânea ao controle social dos coronéis. Vivendo em uma sociedade paupérrima, na qual os poderosos tinham um grande poder de retaliação, o banditismo era uma estratégia de sobrevivência.

Dessa forma, não podemos conceber o cangaço sem levar em conta que esses homens, sertanejos, foram vítimas do desajustamento da sociedade da época, eram explorados de várias formas e sob vários aspectos pelo Estado, pelo mandonismo dos coronéis, enfim, por um modelo agrícola produtivo baseado na concentração e no grande latifúndio de terra.

Então, o cangaço originou-se a partir dessa desumana estrutura vigente, da época. A era do boi, do grande país do couro e do mundo do fanático, do jagunço e do cangaceiro, tudo e todos controlados pela soberania do coronel. Muitos sertanejos entraram para os bandos de cangaceiros por não mais se acharem capazes de trabalhar sob a grande submissão nas fazendas. Outros fatores foram relevantes como: o desemprego, a fome – em virtude das secas – e sem dúvida nenhuma, o ódio intenso às volantes que perseguiam, além dos cangaceiros, o pobre caatingueiro que, às vezes, dava abrigo aos bandos. (ADELINO, 2003, p.11).

Não queremos descartar aqui as atrocidades cometidas pelos cangaceiros, e não condicioná-los apenas como fruto de um meio social degradante, vários foram os fatores que originaram este movimento e também vários foram os motivos que levaram os sertanejos a pegarem as armas e abraçarem esta vida errante.

Elucidante é a classificação dada por Kydelmir Dantas, dos tipos de cangaceiros:

1 – Injustiçado – Entrou no cangaço para fazer justiça com as próprias mãos, à procura de vingança.(...)

2 – Aventureiro – Devido o fascínio que o cangaço exercia. Aqueles homens e meninos, acostumados com a seca, a força, a vingança e a ouvir os 'causos' e coisas daqueles bandoleiros errantes, que enchiam-lhes a imaginação, tornando-os com heróis.(...)

3 – Facínora – Entrou, em qualquer grupo apenas para se proteger da perseguição policial; era assassino ou ladrão, que continuou a cometer as suas tropelias, amparado pelos companheiros, mas, geralmente, não tinha a confiança de todos. (OLIVEIRA, 1997, p.15).

Por esta classificação e pelas notícias de atrocidades cometidas pelos cangaceiros, temos que ter em mente a banalização da violência, o espírito sanguinário e vingativo, a crueldade e a total insensibilidade à honra e a dignidade da vida humana, em muitas das ações cometidas por esses grupos.

Destacamos o massacre de três rapazes, ocorrido nas imediações da cidade de Martins, pelo bando de Lampião, quando dirigiam-se a Mossoró, narrado por Raul Fernandes.

Os bandidos liquidaram os feridos com selvageria, despojando-os de tudo. 'Capuxu' vendo Bartolomeu Dias da Costa, baleado, prostrado por terra, mandou o refém Manoel Barreto segurá-lo. Em seguida, apunhalou-o várias vezes. Barreto ficou apavorado.

Ao entardecer, os martinenses vêem entrar na cidade, as redes com os corpos dos inditosos rapazes. Assistem compungidos à triste cena. O laudo cadavérico revelou o modo cruel como foram assassinados. Bartolomeu teve os olhos arrancados, ventre dilacerado e várias mutilações. Sebastião Trajano e Francisco Camelo, além dos ferimentos à bala, foram esfaqueados. (FERNANDES, 1985, p. 106 e 107).

Sobre Lampião

Antes de liderar um dos maiores bandos de cangaceiros do Nordeste, Lampião atuou em três diferentes grupos. O primeiro foi no bando dos irmãos Porcino, mas não ficou por muito tempo. Por volta de 1920, Lampião perdeu os pais em virtude das constantes brigas com os 'cabras' de Nazaré, especialmente, Zé Saturnino e daí, passou a atuar em outro grupo, o de Antônio Matilde. É ainda neste mesmo período, que os irmãos mais velhos da família Ferreira, de fato, ingressam no cangaço. É no bando de Sebastião Pereira (Nhô Pereira) que Virgulino, Antonio e Livino são bem aceitos. (ADELINO, 2003, p.14).

Lampião passa a liderar o bando de Nhô Pereira por volta do ano de 1922, quando este deixa o cangaço. Virgulino observava de modo severo o cumprimento das regras por todos os componentes do bando. Suas ações ousadas e destemidas ganharam a admiração, o respeito, o temor e a fama nos sertões nordestinos. Estendendo os limites da fama além Nordeste, pois até hoje em dia, Lampião é o expoente do cangaço mais lembrado em todo o Brasil. “Havia vários anos lampião corria os sertões do Nordeste levando o medo à sua frente e deixando em seu rastro uma legenda de vinditas que crescia ininterrupta pelos pequenos povoados, vilas ou cidades”. (PEDROSA, 1997, p. 47).

As Primeiras Ações do Grupo de Lampião no Rio Grande do Norte

Nos primeiros meses de 1927, o Rio Grande do Norte é atacado pelo bando de Lampião.

Em 10 de maio de 1927, um grupo liderado por Massilon, vulgo Benevides, saqueia a cidade do Apodi, eles entram pelo Ceará e depois de ameaçarem, surrupiarem e depredarem prédios na pequena cidade oestana, na manhã do dia seguinte, roubam o vilarejo de Gavião, atual cidade de Umarizal. O Bando chefiado por Massilon passou ainda pelo vilarejo de Itaú e depois retornaram ao Ceará para o encontro marcado com Lampião.

No dia 10 de Junho, a marcha penetra no município potiguar de Luís Gomes, tendo sua primeira investida contra a Fazenda Nova, localizada no sopé da Serra de Luís Gomes. Adentram o município de Pau dos Ferros, próximo à vila de Vitória (atual Marcelino Vieira). No dia 11 de junho penetram no município de Martins, em Boa Esperança (atual cidade de Antonio Martins).

No dia 12 de junho, adentram o município de Umarizal, na época Gavião, depois a cavalgada far-se-ia na Chapada do Apodi. Folgam na Fazenda Santana.

A cidade de Mossoró, através do Prefeito e da classe abastada, começou a ficar inquieta, com insegurança perante as notícias vindas da Chapada do Apodi. O Intendente Cel. Rodolfo Fernandes, de imediato, reuniu essa classe em seu seu palacete, mediante preocupação com o número de contingentes que resguardava a cidade. O 'desassossego' foi geral, pois muitos tinham certeza do ataque do bando a essa cidade, especialmente, o prefeito. (ADELINO, 2003, p.33).

A Organização da Defesa

Após a reunião, o prefeito Rodolfo Fernandes e os demais comerciantes da cidade apuraram uma quantia de aproximadamente vinte e três contos de réis, com os quais, comprariam o armamento para defesa, segundo Raul Fernandes (1985), o cunhado do prefeito, o Sr. Alfredo Fernandes ficou encarregado pela compra.

A resistência se daria principalmente no centro da cidade, onde predominava as casas comerciais, industriais, os estabelecimentos de ensino, as igrejas, as repartições públicas, o Banco do Brasil e as casas dos senhores abastados da cidade.

A defensiva foi uma tarefa árdua, pois desde os primeiros rumores o prefeito não recebeu tantas adesões à organização das forças. A população na sua grande parte zombava da possibilidade de a cidade ser atacada pelo grupo de Lampião, em virtude de fatores como a localização geográfica e o porte da mesma. (PAIVA NETO, 2001, p. 161).

As Trincheiras

Construídas para garantir a defesa dos pontos estratégicos da cidade, as trincheiras espalharam-se pela cidade.

Nessa altura dos acontecimentos, os mossoroenses já convencidos do intento dos cangaceiros, tratavam de preparar a defesa da cidade. O tenente Laurentino era encarregado dos preparativos. E como tal, distribuía os voluntários pelos pontos estratégicos da cidade. Haviam homens instalados nas torres das igrejas matriz, Coração de Jesus e São Vicente, no mercado, nos correios e telégrafos, Companhia de Luz, Grande Hotel, estação ferroviária, ginásio Diocesano, na casa do Prefeito e demais pontos. (SCHULTZ, 2004, p.72).

Observamos a organização da classe mais privilegiada da população, que se organizou na defesa de seus negócios, seus bens, sua terra, recrutando seus empregados, serviçais e populares que ficariam nas trincheiras aguardando o comando de defesa.

As informações davam conta de que o bando se aproximava da cidade, no dia 12 de junho, o bando seqüestra o Coronel Antonio Gurgel do Amaral, o qual é quem escreve uma carta ao prefeito de Mossoró, informando da exigência de 400 contos de réis para a não invasão do bando à cidade.

O prefeito responde ao bilhete informando que a cidade não dispõe da quantia exigida e que encontra-se preparada para receber o bando.

No mesmo dia, o bando de Lampião chega durante à noite ao povoado de São Sebastião (atual Governador Dix-Sept Rosado) realizando verdadeiro estardalhaço no pequeno lugarejo, o jovem Aristides de Freitas Costa, que se encontrava na estação ferroviária liga para a cidade de Mossoró avisando que o bando já chegara a São Sebastião. 

Eram onze horas da noite.

O Alarme

O prefeito de Mossoró ordena que o alarme seja tocado.

Súbito, às onze da noite, os sinos de bronze da matriz, em carrilhonar contínuo, ressoaram em ritmo lento e grave, enquanto os das igrejas menores de São Vicente de Paulo e Coração de Jesus repicavam aceleradamente. O badalar, desordenado e macabro, despertou a população da letárgica descrença. Ninguém conciliou mais o sono, face à terrível certeza da tragédia, prestes a se desenrolar. Ao angustiante aviso, somavam-se os apitos das caldeiras a vapor da Usina Força e Luz e de outras empresas, retidos, a cada instante. (FERNANDES, 1985, p. 121).

A cena que se repetiu, segundo vários autores consultados foi de verdadeiro caos, a população inicia-se a deslocar-se pelas ruas na incerteza de conseguir transporte, desalinhados, deslocavam-se em disparada, em direção à costa, vagavam em busca de parentes e amigos. A ordem era de que quem estivesse desarmado, saísse da cidade.

A praça da Estação de ferro lotava, era o ponto de embarque para o comboio em direção á Areia Branca durante toda a noite e pela manhã do dia 13 de junho.

Nas ruas, o povo tentava deixar a cidade de qualquer maneira. Mulheres chorando, carregando crianças de colo ou puxadas pelos braços, levando trouxas de roupas, comidas e água para a viagem, vagando na multidão sem rumo. Era uma massa humana surpreendente que se deslocava pelas ruas da cidade na busca de transporte, qualquer que fosse o meio, para fugir antes da investida dos cangaceiros. (NASCIMENTO, 2002, p. 62).

O Confronto

O bando de Lampião deixa o vilarejo de São Sebastião por volta das cinco horas e trinta minutos da manhã do dia 13 de junho, chegando à comunidade chamada de “Saco”, situada a 2 quilômetros de Mossoró, apearam-se e trataram dos últimos ajustes para a invasão.

O bando atravessa a estrada de Ferro e penetra no Alto da Conceição pela Avenida Alberto Maranhão.

Somente à tarde ouviram-se os primeiros tiros. Dezenas de homens correndo em zigue-zague, atirando para o interior das casas de um lado e outro da rua, atravessaram o subúrbio do Alto da Conceição, aos gritos de 'Eita Mossorózinho de açúcar' e rumaram diretamente para a praça principal. (PEDROSA, 1997, p. 48)

Sabino liderava o bando na entrada da cidade, logo dirigiu-se ao patamar da Igreja São Vicente, vestido de militar, para confundir os homens das trincheiras, no entanto, minutos depois veio a ordem para atirar, a partir desse momento, ocorre a troca de tiros entre os cangaceiros e os defensores da cidade. “Tiros partiam de trincheiras localizadas em vários pontos do centro da cidade, o cerco estava fechando-se, o cangaceiro Colchete é alvejado e sucumbe pelas mãos do comerciante Manuel Duarte.” (ADELINO, 2003, p. 38).

O cangaceiro Jararaca tentando auxiliar Colchete, foi alvejado no tórax pelos resistentes da torre da igreja de São Vicente. Recebendo outro tiro na perna fica privado de correr e no dia seguinte é preso, ficando aquartelado na Cadeia Pública, sendo morto no dia 18 de junho do mesmo ano.

Sabino, atirando para o alto, convoca os integrantes para a retirada.

E com estas duas baixas
O bando foi recuando
E, aos poucos, da cidade
Estavam se retirando,
Sem daqui nada levar
Como estavam planejando.
Para o chefe dos bandidos,
Foi grande o prejuízo,
saiu daqui derrotado
Por não crer em nosso aviso
além de sair correndo
ainda saiu mais liso.
(HONORATO, 1977, p.17)

O combate durou cerca de uma hora e meia, por volta das cinco e meia da tarde, Lampião já havia fugido, deixando dois cangaceiros importantes para o bando. Estava consolidada a defesa da cidade empreendida pelo prefeito Rodolfo Fernandes e pelo povo de Mossoró.
Considerações Finais

O cangaço foi um movimento predominantemente nordestino e sertanejo que consistiu numa ação de resposta ao mandonismo dos coronéis e à concentração fundiária presentes no final do século XIX e início do XX.

Em parte, condicionado pelo meio social de miséria e opressão e também pelo banditismo e violência gratuitos, os cangaceiros foram homens que contrariaram a ordem vigente e impuseram medo e terror aos sertões.

A resistência ao bando de Lampião à investida contra a cidade de Mossoró foi sem dúvida um marco para o estudo do fenômeno-cangaço e para a história do município, essa resistência foi um resultado da união de forças da municipalidade, através do prefeito Rodolfo Fernandes com os setores abastados do município, como comerciantes e industriais, destacando-se também a participação de populares que estiveram na linha de frente, posicionando-se nas trincheiras espalhadas pelo centro da cidade.

O estudo e o conhecimento sobre o tema do cangaço e suas singularidades nunca esgota-se, é passível de revisões e de contribuições, com isso reforçamos o nosso intento nestas páginas. A revisão da História “oficializada”, a desconstrução de mitos é fundamental para o estabelecimento da pesquisa histórica, podendo contribuir de forma significativa para as concepções adotadas para o ensino da História.

Referências Bibliográficas:

ADELINO, Lucimeire Almeida. Lampião e a Resistência de Mossoró. 2003. 43 f. Monografia (Especialização em História do Brasil República) – Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Assu.
CHIAVENATO, Júlio J.. Cangaço: a força do coronel. São Paulo: Brasiliense, 1990.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio Século XXI Escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rev. Ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
FERNANDES, Raul. A marcha de Lampião: assalto a Mossoró. 3ª ed. Natal: Ed. Universitária da UFRN, 1985.
GASTÃO, Paulo de Medeiros. Quem é quem no cangaço: dicionário dos escritores da cangaço. [S.l.:s.n.], 2002. Volume XXX. (Coleção Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBSC).
HONORATO, Aldivan. 13 de junho: 1927-1977. [S.l.:s.n.], 1977. (Coleção Mossoroense. Série B – Folhetos, nº 264).
NASCIMENTO, Geraldo Maia. Fatos e Vultos de Mossoró: acontecimentos e personalidades – coletânea de artigos. Mossoró: Coleção Mossoroense – Série C. Número 1310, 2002
OLIVEIRA, Antonio Kydelmir Dantas de. Síntese Cronológica do cangaço. In.: ______, Mossoró e o Cangaço: coletânea de artigos. Mossoró: Fundação Vingt-Un Rosado – Coleção Mossoroense, Série C – Vol. 950, 1997. p. 14-18. (Coleção Sociedade Brasileira do Cangaço – volume V).
PAIVA NETO, Francisco Fagundes. Liturgias Políticas do “País de Mossoró”. In.: ROSADO & MAIA, Carlos Alberto de Souza & Isaura Amélia de Souza Rosado (Organizadores). Seminário Dix-sept Rosado: 5 meses de Governo 50 anos de História. Natal: Normalize: SerGraf, 2001 ( v. 2: il, Coleção Mossoroense, Série “C”, v. 1230). Conteúdo: v.2. - Os Rosado em tese.
PEDROSA, Milton. A invasão de Mossoró. In.: OLIVEIRA, Antonio Kydelmir Dantas de. Mossoró e o Cangaço: coletânea de artigos. Mossoró: Fundação Vingt-Un Rosado – Coleção Mossoroense, Série C – Vol. 950, 1997. p. 47-50. (Coleção Sociedade Brasileira do Cangaço – volume V).
SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 6ª ed. Revisada. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
SCHULTZ, Rinaldo Difforene. O Tiro de Guerra de Mossoró: uma história de civismo. [S.l.:s.n.], 2004 (Projeto Rota Batida II).

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Um comentário:

  1. Anônimo08:57:00

    Excelente matéria caro Mendes, esta sobre sua Mossoró. Parabéns ao articulista Michael Chaves.
    Antonio Oliveira - Serrinha

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