Por Guilherme Velame Wenzinger
Jornal Pequeno(PE) - 13 de outubro de 1913.
Relativamente ao tiroteio havido entre praças de polícia, em Jatobá do Brejo, com o grupo do scelerado Antão Godê, facto de que nos occupámos, temos a fornecer aos leitores notas mais detalhadas, dadas ao repórter desta folha pelo sargento Francisco Nicoláo de Macedo, do 3.º batalhão, que commandava, por determinação do dr. Francisco Porpínio, chefe de polícia, uma força volante, no interior do Estado, para prender cangaceiros.
O alludido inferior da Força Publica do Estado, que chegou ao Recife ante-hontem, às 7 horas da noite, pelo comboio da Great Western, secção Central, conduzindo um dos cangaceiros, de nome Gonçalo Gomes, mais conhecido por Quinta-feira, apresentou-se ao chefe de polícia, que o mandou ouvir em auto de perguntas.
Eis o que soubemos, por intermédio do sargento Francisco Macedo. Às 2 horas da tarde do dia 3 do corrente, quando passava em Jatobá, acompanhado de 5 praças embaladas, teve um encontro com o grupo do celebre Antão Godê, que os recebeu à bala.
Todos os cangaceiros estavam municiados, sendo que, Quinta-feira, trazia mais de 800 cartuchos. Para ver se conseguia prende-los, enfrentou o grupo com a força, havendo um forte tiroteio, que durou, pelo menos, duas horas, terminando com a morte do irmão do chefe do grupo Antão Godê, de nome Manoel Godê, e ferimentos em Gonçalo Gomes, o Quinta-feira, e outro alcunhado Canna-brava. Terminado o fogo, foi preso Gonçalo Gomes, ou Quinta-feira, fugindo 3. Foram apprehendidas várias armas, cartuchos, etc.
- Na foto, o cangaceiro Antão Godê.
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