Por Doizinho Quental
Os
historiadores do cangaço sabem que, apesar do tenente João Bezerra ter dizimado
o bando de Lampião, em circunstâncias não muito convincentes, para alguns
autores, a polícia nunca foi o seu mais temível rival. Os Jurubebas, cabras de
Vila Bela, estes sim, foram os mais ferozes, persistentes e audazes inimigos, a
quem Lampião sempre respeitou, por saber da coragem que estes homens tinham.
Afinal, eram farinha do mesmo saco, como costumavam dizer. Por serem
destemidos, foram requisitados pela polícia para formarem volantes, no que
foram muito respeitados, suplantando em destreza e valentia os próprios
“macacos”.
Muitos se destacaram nestas empreitadas sangrentas. Manuel Neto, o Cachimbo Azedo, ou Mané Fumaça, como o grupo de Lampião denominava, Clementino Quelé, ou Tamanduá Vermelho, são cantados em verso e em prosa pelos violeiros do sertão. Os repentistas não deixavam por menos; sempre após uma brigada, aproveitavam a oportunidade para fazer graça, mangofa, sarcasmo, tanto de um lado como do outro, através dos seus versos apimentados de humor.
Muitos se destacaram nestas empreitadas sangrentas. Manuel Neto, o Cachimbo Azedo, ou Mané Fumaça, como o grupo de Lampião denominava, Clementino Quelé, ou Tamanduá Vermelho, são cantados em verso e em prosa pelos violeiros do sertão. Os repentistas não deixavam por menos; sempre após uma brigada, aproveitavam a oportunidade para fazer graça, mangofa, sarcasmo, tanto de um lado como do outro, através dos seus versos apimentados de humor.
Abaixo
lembramos alguns deles:
Versos
a favor de Lampião:
Gonzaga
tava drumindo
Quando
Lampião chegô
Você
hoje paga a surra
Qui
mandô dá in Iôiô.
Olê
mulé rendêra!
Olê
mulé rendá!
Si
chorá pru mim num fica
Soluçô
vai no borná.
Gonzaga
pru tê dinhêro
Pensava
qui nunca murria
Mais
Iôiô já tá vingado
Isso
mermo eu prometia.
Olê
mulé rendêra! Etc.
A
aliança de Gonzaga
Custô
um conto de rêis...
Lampião
butô no dedo
Sem
custá nem um derréis!
Olê
mulé rendêra....
Alerta,
alerta negrada
Qui
na serra bala é trunfo,
Houve
faca e munto sangue
Na
cidade de Triunfo!
Olê
mulé rendêra...
Lampião
foi passeá
La
na serra da Cruêra
E
chamou Quilimintino
Prá
dança mulé rendêra
Olé
mulé rendêra...
Capitão
Zé Caetano
Já
pidiu a dimição
Só
cum mêdo do galope
Do
rife de Lampião.
Olê
mulé rendera...
Zefinha
quero dinhêro
Pra
comprá um cinturão
Qui
a vida milhó do mundo
É
si andá com Lampião.
Olê
mulé rendêra...
Quilimintino
Quelé,
Tá
zangado e cum razão
No
fogo da Santa Cruz
Perdeu
ele dois irmão
Olê
mulé rendêra...
O
tamanduá vremeio
É
valente de caculo
Mais
eu tenho paciença
Ele
um dia perde o pulo...
Olê
mulé rendêra...
Os
home da Paraíba
Tá
zangado sem razão
Dá
dez conto a quem matá
Virgulino
Lampião!
Olê
mulé rendêra...
www.kantabrasil.com.br/Lampiao.../Lampião%20e%20outras%20Históri...
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Mendes: Precisamos dizer ao autor desses últimos textos que você vem postando: Parabéns caro Doizinho Quental pelas constantes informações a nós fornecidas.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio Oliveira