Por Geraldo Maia do Nascimento
Relendo
o livro “A Diocese de Mossoró e suas Marcantes Realizações”, com resenha e
apreciações de Reynaldo de la Paz, publicado em 2 de fevereiro de 1939 pela
“Typographia Carneiro”, de Ramos & Pouchain, Fortaleza/CE, chama a atenção
do leitor o apêndice no final do livro intitulado “Reportagens e Annuncios”.
São mais de trinta páginas, onde quase a metade é de anúncios das empresas que
patrocinaram a obra. Nesses anúncios, que na época eram chamados de “Reclames
Publicitários”, tomamos conhecimento de várias empresas que existiram aqui em
Mossoró naquele início do século XX. Esses reclames são bastante interessantes
para um futuro estudo sobre o comércio e a indústria de Mossoró. Vamos rever alguns:
Casa
Octavio, de J. Octavio. Depositário exclusivo da fábrica “Pelikan” de Gunther
Wagner Ltda., Hanover e Rio de Janeiro, da Agfa Photo e da química Bayer Ltda.,
do Rio de Janeiro. Contava com sessão de livraria, papelaria, fotografias e
artigos religiosos. Todas e quaisquer publicações escolares, educacionais,
literárias, de direito e medicina. Artigos de escritório em geral e religiosos,
atelier fotográfico moderno, artístico retratos a cores naturais em ricas
molduras. A Casa Octávio ficava na Rua Cel. Gurgel, nº 300, em prédio próprio.
A
Primavera, de Joaquim Felício de Moura, sucessor de Joaquim Felício & Cia.
Colossal e variado sortimento de ferragens, miudezas, louças, tecidos,
perfumarias e modas, etc. Ficava na Rua Cel. Vicente Saboya, 83
Casa
Francisco Marcellino, de João de Hollanda Cavalcanti, sucessor de Francisco
Marcellino & Cia. Armazem de Ferragens, cobre, aço, chumbo, tintas,
flandres, cimento, ferro de engomar, máquina de costura, louça esmaltada e
completo sortimento de artigos para a lavoura. Era ainda Agente Autorizado da
Ford Motor Company, Exports, Inc. Ficava na Rua Idalino de Olivira, 300.
S.
Gurgel & Cia. Armazém de tecido em grosso. A casa foi fundada em 1912 e
tinha como lema: “Servir bem, vender barato para merecer cada dia mais a
preferência da freguesia”. Anunciava que “a título de propaganda mantem uma
seção de vendas a dinheiro, na qual a mercadoria é cedida pelo custo exato”.
Ficava na Rua Cel. Vicente Saboya, 156/162.
Officinas
Ayres, de José Ayres & Filho. Fabricação de grandes moinhos para salinas.
Tinha oficina mecânica, fundição de ferro e outros metais, reparos em caldeiras
e máquinas a vapor, com fabricação e conserto de qualquer peça metálica. Era
especializada em engenhos para açúcar. Dispunha ainda de cilindros para
padaria, bombas para água, forno para “gaz-ogenio”, empastador e alimentador
para máquina de descaroçar algodão, etc. Ficava na Rua Frei Miguelinho e
Avenida Rio Branco.
www.azougue.org
Alfredo
Fernandes & Cia. Exportadores de algodão, sal, couros de boi, cera de
carnaúba, paina samaúma, penas de ema e outros gêneros do país. Tinha matriz em
Mossoró com filial em Fortaleza/CE. Era sócio em negócios de sal com Wilson Sons
& Co. Ltda., com escritório no Rio de Janeiro, na Rua da Alfândega, nº 41 –
7º andar, salas 715/16 do edifício Sulacop.
Fábrica Brasil Oiticica - Fortaleza - www.fortalezaemfotos.com.br
Brasil
Oiticica S.A. Pioneira da indústria do óleo de oiticica, com fábricas em
Fortaleza/CE, Pombal e Piancó, na Paraíba e em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A matriz era no Rio de Janeiro.
Fábrica
de Sabão Santa Amélia, de Paula & Irmão, que fabricava os sabões Combate e
Baraúna.
Marcenaria
Mossoró, de João Dias Bezerra. Fabricantes de móveis, carpintaria e colchoaria.
Tinha a fábrica na Praça Felipe Câmara, 164 e o depósito na Praça Rodolfo
Fernandes, 51.
Casa
Menezes, de José Menezes. Tecidos, perfumaria e artigos de moda. A casa de
melhor sortimento e melhores preços.
Nenhuma
dessas empresas resistiu ao tempo. Dos seus proprietários, muitos deixaram
registros importantes, alguns pequenas notícias e outros, escassas e perdidas
memórias. Mas todos contribuíram para tornar Mossoró o que é hoje.
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Fonte:
http://www.blogdogemaia.com/
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