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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O PADRE CABRA MACHO


O Padre Jeferson Diniz (Monsenhor) nasceu em Catolé do Rocha-PB no dia 20 de julho de 1804. Aos 5 ou 6 anos de idade mudou-se com a família para Vila Bela (onde nasceu Lampião). 


Ordenou-se sacerdote em 17.02.1917, em Floresta do Navio-PE. O pai dele, Elias Valgueiro, era filho do Major Valgueiro, descendente de José Lopes Diniz, fundador da Fazenda Panela d’Água, em Floresta do Navio, no século XVIII.

Padre Jeferson foi vigário das paróquias de Parnamirim, Carnaíba das Flores e Belo Jardim, em Pernambuco. Faleceu em 12 de maio de 1974, como pároco emérito de Santo Antônio de Pádua (Estado do Rio de Janeiro), onde chegou em 11.02.1950. 

Numa ocasião, quando o Monsenhor era vigário de Belo Jardim (cidade do Agreste de Pernambuco), Dom José Antônio Oliveira Lopes, Bispo de Pesqueira, recebeu uma carta do pai de uma moça dizendo que o padre havia “roubado” sua filha para casar e pedia providências para o caso.

Manou então, D. José, chamar o sacerdote e mostrou-lhe a carta.

- É verdade, eu “roubei” a moça – disse-lhe o padre, - mas não foi para casar comigo. Ela namorava com o meu motorista e o velho não queria o casamento porque o rapaz era meu “chauffer”. – Que é que tem “chauffer” de padre, que não pode casar? “Roubei” a moça e fiz o casamento.

Homem de coração imenso, mas às vezes, impulsivo, o Padre Jeferson Diniz era uma parada dura. 

Em 1920, os soldados de algumas volantes, no Sertão, andaram carregando animais para seguir nos mesmos atrás da Coluna Prestes, em sua famosa marcha através do Brasil. Um sargento passou pela residência do padre, em Vila Bela e levou a burra do vigário.

Quando o padre voltou para casa e deu por falta do animal, perguntou à empregada que o havia levado – Foi um soldado, respondeu a mucama.

O Padre Diniz arranjou um cavalo emprestado, botou um bacamarte na cintura e saiu atrás de sua burra estradeira. 

Encontrou-a mais adiante, já do outro lado do Rio Pajeú.

- Ei, gritou o padre para o homem (era um sargento) – para onde vai o senhor com essa burra, que é minha?

- Não, “seu” Padre. Essa burra era sua. Agora é nossa.

- Como meu filho? O que foi que você disse?

- Agora a burra não é mais sua. É nossa.

O Padre Jeferson desmontou do cavalo, agarrou o sargento por uma perna e o empurrou da sela, para o outro lado, caindo o soldado de pernas pro ar. O praça foi logo engatilhando o fuzil, mas o monsenhor, no entanto, já estava com o bacamarte apontado para a cabeça do homem.

- Se você se mexer eu o mato – falou o padre.

Luis Soares, sobrinho do monsenhor e que o havia acompanhado tomou a frente da briga e disse, à parte, ao sargento: - Meu camarada, esse padre é doido. É o Monsenhor Jeferson Diniz. Se você se mexer com esse fuzil, ou qualquer dos seus soldados, ele o mata mesmo.

O sargento desconversou então e disse para o Padre Jeferson:

- Pode levar a burra “seu” vigário.

- “Pode levar”, não. Eu vou levar porque a burra é minha e eu a levaria de qualquer jeito. Você não está me fazendo favor para dizer que “eu posso levar”. E o padre montou no animal e deixou Luis conversando com o sargento.

Conta-se ainda, que em sua cidade, no Estado do Rio de Janeiro, um casal vivia a namorar, a certas horas da noite, na porta da Igreja. O Padre Diniz reclamou duas vezes. Na terceira meteu bala no namorado, ferindo-o gravemente.

Fonte: “Roteiro de Velhos e Grandes Sertanejos” Volume II– Luiz Wilson

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