Por Augusto Júnior Vasconcelos
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Os cangaceiros foram homens do
Sertão que cansados da vida dura, da opressão dos coronéis e do governo,
viveram à margem das leis, fazendo as suas próprias, a chamada lei do cangaço.
Originalmente eram, sertanejos,
vaqueiros e jagunços de coronéis, mas por alguma insatisfação se debandaram
para o cangaço.
O cangaço teve sua origem no
final do século XVIII com José Gomes, vulgo Cabeleira e o mais famoso deles foi
Virgulino Ferreira da Silva “O Lampião” que para muitos era um bandido e para
outros, herói.
O término do cangaço ocorreu na
época da Era Vargas e pouco se sabe sobre histórias de cangaceiros no estado do
Piauí. Por ser uma região limítrofe com outro estado, em Castelo do Piauí os
cangaceiros passavam porque a região era corredor migratório entre o Ceará e o
Maranhão e também por ser lugar de vegetação semiárida, onde esses bravos e
destemidos homens costumavam se esconder.
Uma das primeiras descrições
abrangentes sobre a Vila de Marvão (atual Castelo do Piauí) em relação ao
banditismo foi escrita em documento pelo ouvidor da Capitania do Piauí, Antônio
de Moraes Durão, que disse:
“Esta Vila de Marvão é a pior de
toda a Capitania porque se acha no sítio mais seco e fúnebre da mesma. Tem
únicas três casas ou moradores, para melhor dizer, pois ainda que aquelas sejam
mais, não tem inquilino algum. O vigário, o juiz, o escrivão e o pior é que nem
esperança deixa desses aumentos por lhe faltarem todos os princípios
condizentes para os mesmos”.
No texto Durão comenta
principalmente o problema do incontrolável banditismo nas regiões limítrofes
com o Ceará, o que pode caracterizar o começo do Cangaço.
Mais recentemente na década de 1930
a localidade Brotas que dista 12 km da sede do município de Castelo do Piauí,
uma furna como dizem os populares se referindo a cavernas, serviu de abrigo e
moradia para um cangaceiro de nome Joaquim Francisco.
O cangaceiro Joaquim Francisco
Sua origem é desconhecida,
sabe-se apenas que ele desertou de um grupo que passou por aqui e teria ficado
na região das Brotas. Contam alguns moradores mais antigos do lugar que o
cangaceiro usava uma das furnas da localidade para se esconder da polícia e que
no local existia um tesouro.
Seria parte dos roubos que o
cangaceiro guardava?
Certo dia, tudo transcorria como
de costume, Joaquim fez seu café usando rapadura para adoçar a bebida. O
silêncio era total, quebrado de vez em quando pelo vento e canto das aves que
ecoava ao longe.
A hora do almoço se aproximava e
sentado tranquilo no interior da furna, Joaquim assava um pedaço de carne seca
em uma trempe montada próximo dele que parecia está supimpa, quando de repente
foi surpreendido por uma guarnição da polícia.
O ataque surpresa foi oriundo de
dias de observação dos passos do cangaceiro, que alvejado pelas costas, caiu
morto ali mesmo.
O cangaceiro morreu sem sequer
ter tempo para alguma reação e segundo se ouvia falar em outrora, ele teria
sido traído por um companheiro de bando que viu todo o quiprocó escondido no
mato e voltou para procurá-lo e ir atrás de parte do roubo que fizeram no Ceará
e que Joaquim teria escondido na Vila de Marvão, na região das Brotas quando
por aqui passaram fugindo de uma volante.
Vale mencionar também aqui que a
Furna das Brotas é um sítio arqueológico que apresenta muitos indícios da
presença do homem primitivo em suas paredes rochosas.
Texto: Augusto Júnior
Vasconcelos.
Fotos: Juscelino Reis
Foto do cangaceiro meramente
ilustrativa retirada da internet.
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