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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

CEGO ADERALDO FAZ O RETRATO DE LAMPIÃO EM VERSOS

Acervo do José João Sousa

Em Arapiraca, Alagoas, certa vez, quando me perguntaram que ideia eu fazia de Lampião, peguei a viola e cantei esse improviso que ainda hoje é repetido pelos sertões do Nordeste:


O retrato de Lampião

Eu descrevo com capricho:

Não brigando, era simpático,

Dentro da luta era um bicho,

Com o seu terno de mescla

E alpargata de rabicho...


Pulava igualmente a gato,

Com o rifle e a cartucheira

Mais um rifle pequenino

Que tinha na bandoleira

E um revólver Anagão

Chamado espanta-ribeira.


Ostentava na cabeça

Um grande chapéu de couro,

O seu pescoço era ornado

Com um lindo colar de ouro.

Se lia no rosto dele:

“Não suporto desaforo.”


Zé Antonio do Fechado

Foi um grande valentão:

Zé Dantas, João Vinte e dois

Era uma assombração...

Jesuíno brigou muito,

Mas não como Lampião.


Fonte: Jornal de Poesia

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