Manoel Belarmino
Ao cair da
tarde, cheguei à cidade, entrando pela Rua Velha, e um som no Bar do Cido
tocava a música "Concerto para Um Verão". Era a Rua Velha que se
preparava para uma noite de seresta. Os violões dos seresteiros já estavam
sendo afinados, e o som devidamente testado.
As moças, as
mais lindas(todas lindas) de vestido, de cabelos longos e soltos, sorrindo, já
apareciam nas janelas das suas casas na Rua Velha. Nas outras ruas e na Rua
Nova acontecia o mesmo. Moças e rapazes se preparavam para a noite de seresta
na Rua Velha da cidade de Pedro Alexandre da Serra Negra.
E eu, um
rapazinho matuto, mas quase poeta; um caatingueiro, mas quase escritor, quase
poeta, quase boêmio; um romântico perdido naquela noite da cidade, quase
embriagado pelas mais belas músicas tocadas e cantadas pelos seresteiros. Uma
noite perfumada, mágica, encantada estava começando na Rua Velha.
As poucas
luzes da cidade deixavam a Rua Velha em penumbra, permitindo que os boêmios
enxergassem a Lua e as estrelas. Músicas, Lua e estrelas se misturavam naquela
noite de seresta na Rua Velha.
Sob a luz da
Lua e das estrelas, a Rua Velha encantada se transformava em poesia. Naquele
momento, a música "Paixão de Um Homem" de Valdick Soriano era
executada de forma mágica. E todos cantavam e dançavam sob a luz da Lua e sob
os olhares das estrelas.
Na calçada da
igrejinha da Matriz e nas janelas, já se avistava casais de namorados. A noite
de seresta recebia a madrugada em festa como um noivo recebe a noiva.
Às vezes, a
nostalgia toma conta de mim, e ponho-me a escrever, escrever, escrever... E,
quando escuto a música “Os Verdes Campos da Minha Terra” na voz de Agnaldo
Timóteo, as lágrimas dos olhos inundam por inteiro a minha alma.
E, ali estou
eu, um Belarmino menino, "Ébrio de Amor" na Rua Velha da Serra Negra.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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