Muitas
histórias podem ser contadas sobre São José do Belmonte, algumas mais vivas nas
memórias, outras mais documentadas nos papéis dos arquivos, outras ainda
imaginadas a partir de indícios mais ou menos eloqüentes. Semanalmente
transcreverei aqui relatos de nossa história urbana, social, econômica e
política, a partir das publicações nos antigos periódicos estaduais e nacionais
dos finais do século XIX e século XX.
BELMONTE:
CHUVAS E A ABSOLVIÇÃO DE CHICO CHICOTE
“Abundantes
chuvas vem há dias fertilizando o solo ressequido e esbrazeado onde até ontem
não medrava o mais insignificante vegetal. Com o advento do inverno promissor
tudo se anima: comércio, indústria e lavoura. Espera-se com ansiedade o tempo
da safra da borracha de maniçoba que este ano será extraordinária, excedendo as
raias do verossímil.
Esteve de
passagem por esta cidade, onde se demorou alguns dias em visita as suas
propriedades e respectivos maniçobais o simpático padre Olímpio de Mello,
virtuoso vigário de Belo Jardim.
A 29 do
corrente realizou-se a primeira sessão periódica do júri deste município,
presidindo os trabalhos no impedimento do juiz de Direito da comarca o dr.
Felisberto dos Santos Pereira, juiz Municipal.
Foram julgados
e absolvidos os réus Pedro Dâmaso e Manoel João, co-autores na morte do infeliz
Norberto de Souza, ocorrida há meses no lugar “Bola” deste município; Francisco
Pereira de Lucena, vulgo “Chico Chicote”, pronunciado no artigo 294 parág. 1º
do Código Penal, e os soldados do destacamento, José Alves de Siqueira e João
Galdino de Oliveira, responsáveis pela evasão do sentenciado Gabriel Pereira
Barbosa, fato ocorrido na manhã do dia 20 de dezembro transacto.
A 28 do
corrente chegou dessa capital o coronel José de Carvalho e Sá Moraes, chefe
político desta localidade, seguindo para ai nessa mesma data o coronel Luiz
Gonzaga Gomes Ferraz, abastado comerciante e fazendeiro.
Cogita o atual
prefeito municipal, major Francisco Alves de Carvalho Pires de antes do término
do seu governo, lançar os alicerces do Paço municipal. A idéia é digna de
elogios.
Belmonte, 1 de
abril de 1916.”
(Diário de
Pernambuco, quinta-feira, 13 de abril de 1916 – p.5)
Valdir José Nogueira de Moura
https://www.facebook.com/valdirjose.nogueira
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