Por José Mendes Pereira
O primeiro livro que li sobre
cangaço foi "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico",
do famoso Alcino Alves Costa, e este, me foi indicado e emprestado pelo
bancário e pesquisador do cangaço Chagas Nascimento, natural de Porto do Mangue,
no Rio Grande do Norte, mas radicado por muitos anos em Mossoró. E o primeiro
blog sobre este tema foi o Cariri Cangaço, do pesquisador Manoel Severo, e logo
o Lampião Aceso do Kiko Monteiro, ambos indicados pelo Chagas Nascimento. Mas
depois vieram outros, como o Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros,
seguido do blog do escritor João de Sousa Lima, e o aparecimento do pesquisador
Kydelmir Dantas e outros, e assim, tomei gosto ao tema, não tendo muito
domínio, mas já tenho boas informações sobre ele registradas nas minhas páginas
sociais e gravadas na minha mente.
O escritor Alcino Alves Costa diz
no seu famoso livro que após ter assassinado o vaqueiro Antonio Canela nos
Camarões, o cangaceiro Mané Moreno com o seu poderoso bando de marginais, tomaram
rumo a Porto da folha. Com o grupo estava um jovem chamado Chiquinho de Aninha,
sendo que este serviu para trazer os animais de volta que os cangaceiros levaram
consigo.
O bando fez parada em Jaramataia
para descansar, e naquela localidade, trabalhava um senhor conhecido por Pedro
Miguel, sendo este pai do futuro cangaceiro Elétrico. A presença do grupo de
cangaceiros ali, deixou Pedro Miguel chateado, e resolve procurar o proprietário
da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica Cia", o afamado e perverso
capitão Lampião, e fez sua queixa contra aqueles malfeitores, e dele receber apoio, prometendo-lhe que os cangaceiros não iriam mais atanazá-lo.
Mas mesmo assim, o cangaceiro
apareceu com os seus comandados, talvez ainda não havia sido encontrado pelo
capitão para proibir a sua visita naquela região. E lá, permaneceu com os seus
homens por alguns dias, e depois foram para Porto da Volta, na intenção de
passarem o São João por lá.
O comandante de volante policial
Odilon Flor estava na região à procura de cangaceiros, e conversou com Pedro
Miguel sobre paradeiros de malfeitores, e ele o informou que os cangaceiros estavam no Poço da Volta.
Nessa região, um riacho passa
entre Poço da Volta e Palestina. É na fazenda Palestina, que estava havendo um
baile, e lá, os bandidos estavam na maior farra, bebendo e dançando. Mané Moreno
rodopiava no salão com a sua amada Áurea; os outros aconchegaram às mulheres, que
não faltavam no momento. A bebida era franca entre os festeiros.
Na calada da noite e escura,
Odilon Flor foi chegando ao forró. De longe, ele ouviu os gritos dos festeiros,
o fole roncava e demais instrumentos fazem a algazarra, divertindo os dançarinos. A festa era na base do candeeiro, que a luz avermelhada, fazia com que a volante
descobrisse o local do forró. A noite está mais para volante do que para
cangaceiro. Os malfeitores brincavam despreocupados, e a morte estava por ali. A volante observava e imaginava qual seria a melhor maneira de ataque.
E sem muita dificuldade, a
volante se aproximou, e de imediatamente, colocou-se em posição de extermínio ao
grupo. Escolhido o primeiro alvo, o casal de cangaceiros Mané Moreno e sua
querida caíram já sem vida. Os festeiros gritaram em pânico, e correram sem direção.
Todos queriam sair o mais rápido possível daquele inferno.
O cangaceiro Gorgulho, mesmo com a
perna quebrada, consegue furar o cerco dos policiais, e se salva, e aos poucos,
se arrastando, desaparece na escuridão da noite, sem nenhuma perseguição
policial contra a ele.
Segundo o escritor Alcino Alves Costa, os escritos afirmam que Gorgulho foi morto neste combate, mas na verdade, quem foi assassinado foi o cangaceiro Cravo Roxo. Gorgulho foi se tratar nos altos do Cajueiro, onde recebeu a ajuda de Lisboa, um dos irmãos Félix. Quando se recuperou, deixou o cangaço e foi embora para a sua terra Salgado do Melão
A vitória do policial Odilon Flor
e seus comandados foi muito valiosa, agora era só tomar para si os pertences
dos cangaceiros Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea.
O facínora Mané Moreno era primo
legítimo dos cangaceiros Zé Baiano e Zé Sereno. Zé Sereno era primo carnal de
Zé Baiano.
Algumas fotos no texto, são apenas para ilustrar o meu simples trabalho.
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