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sábado, 9 de agosto de 2025

A MORTE DE MANÉ MORENO, ÁUREA E CRAVO ROXO NO COMBATE DO POÇO DA VOLTA.

Por José Mendes Pereira

O primeiro livro que li sobre cangaço foi "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico", do famoso Alcino Alves Costa, e este, me foi indicado e emprestado pelo bancário e pesquisador do cangaço Chagas Nascimento, natural de Porto do Mangue, no Rio Grande do Norte, mas radicado por muitos anos em Mossoró. E o primeiro blog sobre este tema foi o Cariri Cangaço, do pesquisador Manoel Severo, e logo o Lampião Aceso do Kiko Monteiro, ambos indicados pelo Chagas Nascimento. Mas depois vieram outros, como o Tok de História do historiógrafo Rostand Medeiros, seguido do blog do escritor João de Sousa Lima, e o aparecimento do pesquisador Kydelmir Dantas e outros, e assim, tomei gosto ao tema, não tendo muito domínio, mas já tenho boas informações sobre ele registradas nas minhas páginas sociais e gravadas na minha mente.

O escritor Alcino Alves Costa diz no seu famoso livro que após ter assassinado o vaqueiro Antonio Canela nos Camarões, o cangaceiro Mané Moreno com o seu poderoso bando de marginais, tomaram rumo a Porto da folha. Com o grupo estava um jovem chamado Chiquinho de Aninha, sendo que este serviu para trazer os animais de volta que os cangaceiros levaram consigo.

O bando fez parada em Jaramataia para descansar, e naquela localidade, trabalhava um senhor conhecido por Pedro Miguel, sendo este pai do futuro cangaceiro Elétrico. A presença do grupo de cangaceiros ali, deixou Pedro Miguel chateado, e resolve procurar o proprietário da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica Cia", o afamado e perverso capitão Lampião, e fez sua queixa contra aqueles malfeitores, e dele receber apoio, prometendo-lhe que os cangaceiros não iriam mais atanazá-lo.

Mas mesmo assim, o cangaceiro apareceu com os seus comandados, talvez ainda não havia sido encontrado pelo capitão para proibir a sua visita naquela região. E lá, permaneceu com os seus homens por alguns dias, e depois foram para Porto da Volta, na intenção de passarem o São João por lá.

Policial Odilon Flor

O comandante de volante policial Odilon Flor estava na região à procura de cangaceiros, e conversou com Pedro Miguel sobre paradeiros de malfeitores, e ele o informou que os cangaceiros estavam no Poço da Volta.

Nessa região, um riacho passa entre Poço da Volta e Palestina. É na fazenda Palestina, que estava havendo um baile, e lá, os bandidos estavam na maior farra, bebendo e dançando. Mané Moreno rodopiava no salão com a sua amada Áurea; os outros aconchegaram às mulheres, que não faltavam no momento. A bebida era franca entre os festeiros.

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Na calada da noite e escura, Odilon Flor foi chegando ao forró. De longe, ele ouviu os gritos dos festeiros, o fole roncava e demais instrumentos fazem a algazarra, divertindo os dançarinos. A festa era na base do candeeiro, que a luz avermelhada, fazia com que a volante descobrisse o local do forró. A noite está mais para volante do que para cangaceiro. Os malfeitores brincavam despreocupados, e a morte estava por ali.  A volante observava e imaginava qual seria a melhor maneira de ataque.

https://www.shutterstock.com/pt/search/dan%C3%A7ando-forro

E sem muita dificuldade, a volante se aproximou, e de imediatamente, colocou-se em posição de extermínio ao grupo. Escolhido o primeiro alvo, o casal de cangaceiros Mané Moreno e sua querida caíram já sem vida. Os festeiros gritaram em pânico, e correram sem direção. Todos queriam sair o mais rápido possível daquele inferno.

Gorgulho é o último da direita.

O cangaceiro Gorgulho, mesmo com a perna quebrada, consegue furar o cerco dos policiais, e se salva, e aos poucos, se arrastando, desaparece na escuridão da noite, sem nenhuma perseguição policial contra a ele.

Segundo o escritor Alcino Alves Costa, os escritos afirmam que Gorgulho foi morto neste combate, mas na verdade, quem foi assassinado foi o cangaceiro Cravo Roxo. Gorgulho foi se tratar nos altos do Cajueiro, onde recebeu a ajuda de Lisboa, um dos irmãos Félix. Quando se recuperou, deixou o cangaço e foi embora para a sua terra Salgado do Melão

A vitória do policial Odilon Flor e seus comandados foi muito valiosa, agora era só tomar para si os pertences dos cangaceiros Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea.

O facínora Mané Moreno era primo legítimo dos cangaceiros Zé Baiano e Zé Sereno. Zé Sereno era primo carnal de Zé Baiano.

Algumas fotos no texto, são apenas para ilustrar o meu simples trabalho.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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