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sexta-feira, 4 de maio de 2012

A Patente de Capitão a Virgulino Lampião.

Por: Mário Correia Júnior

Como este título fora outorgado ao Rei do Cangaço?
Tendo em vista que, a Região do Cariri, principalmente as cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha, receberá os mais ilustres estudiosos, pesquisadores e escritores do cangaço; resolvi fazer uma pesquisa a respeito, com referência ao titulo de Capitão a Virgulino Lampião. É do conhecimento público que a grande maioria dos estudiosos sobre o tema “Lampião”, é de acordo que o Rei do Cangaço recebera o título da parte do governo; a patente de capitão. Entretanto, não há precisão, onde e como este título fora outorgado. Quem pessoalmente condecorou-lhe e fez a entrega da comenda? Não encontrei registros precisos. Temos conhecimento de que o Padre Cícero fora visitado por Lampião. E aí indagamos: teria sido nesta ocasião da visita ao Patriarca de Juazeiro do Norte, que o Rei do Cangaço recebera a respectiva comenda? Não encontramos, também, afirmações precisas, contudo é presumível.
Continuamos os questionamentos: Das mãos de quem teria recebido o papel-patente? Teria sido das mãos do Padre Cícero? Presumível. Apenas probabilidades. Para uma maior reflexão, vejamos o conteúdo do documento de nomeação da patente de Capitão:
“Nomeio ao posto de Capitão, o cidadão Virgulino Ferreira da Silva; a primeiro tenente, Antonio Ferreira da Silva; e a segundo tenente, Sabino Barbosa de Melo, que deverão entrar no exercício de suas funções logo que deste documento se apossarem”.
Publique-se e cumpra-se.
Dado e passado no Quartel-General das Forças Legais em Juazeiro, 12 de Abril de 1926. Façamos uma análise mais acurada neste documento. O mesmo tem a data de 12 de abril e Lampião havia estada em Juazeiro no dia 4 de Março. Portanto, na data do documento, o Rei do Cangaço não se encontrava mais em Juazeiro. E a redação do documento e a mando de quem o fora redigido? A responsabilidade é tão apenas do Agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa?
Continuemos a fazer mais uma análise com referência a esta patente de Capitão ao Rei do Cangaço. Há fortes indícios de que o autor intelectual de toda esta trama de Lampião no Ceará, a patente e ordem para combater a Coluna Prestes tenha partido de Floro. Mas, o Floro viajara para o Rio de Janeiro, em 18 de Fevereiro de 1926. No período de 4 à 7 de março, em que o rei do Cangaço estivera no Juazeiro, o Floro se encontrava em agonias irreversíveis no Rio, fulminado pela angina péctoris. Veio a falecer no dia 8 de março, e na data anterior, ou seja, 7 de março o Lampião abandonara a Terra do Padre Cícero.
Enfim, os estudos demonstraram que em face da morte de Floro, o mesmo não pode assumir pessoalmente o que havia encaminhado. Conseqüentemente, deixando para o Presidente Artur Bernardes, para o Governador Moreirinha, para os setores Militares e para o Patriarca do Juazeiro uma herança de cunho ético, pois o convite ao Rei do Cangaço com a intenção de combater a Coluna Prestes, resultara em um fracasso. Tenho a plena convicção, de que estes questionamentos e outros serão com certeza, esclarecidos neste Seminário.
Mário Correia de Oliveira Júnior
Advogado e Professor de Direito da Universidade Regional do Cariri
Fontes de pesquisas: Marcha da Coluna Prestes Através do Ceará- Pe.Geraldo Oliveira Lima-1970.

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