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segunda-feira, 21 de maio de 2018

O QUE DISSERAM OS JORNAIS "DIÁRIO DE PERNAMBUCO", "A NOITE" E O "JORNAL DO BRASIL" SOBRE OS CANGACEIROS LUIZ PADRE E SEBASTIÃO (SINHÔ) PEREIRA 2ª PARTE


Por Antonio Corrêa Sobrinho

CANGACEIROS EM AÇÃO


Acentua-se o sobressalto da população do povoado Bom Nome, no município de Belmonte, com a notícia de um ataque por parte dos grupos de cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira.

Já são inúmeras as depredações praticadas naquele município e no de Vila Bela pelos dois referidos chefes de facínoras.

Agora eles concentram cangaceiros em Barro, no Ceará e na serra do Catolé que apenas dista três léguas de Bom Nome, para o projetado ataque a esse povoado.



A esse respeito o senhor desembargador chefe de polícia tem recebido telegramas, não só das autoridades de Vila Bela, como de negociantes e outras pessoas residentes nas imediações, os quais se acham aterrorizados com a aproximação dos criminosos. S. s. vai providenciar para a remessa de forças a fim de evitar o ataque.

A força existente em Vila Bela é composta de 100 homens assim distribuídos: no município acima referido 45; em São Francisco, 15; no município de Belmonte 25, e em Bom nome 15.

Esse pequeno número de praças no povoado preferido pelos cangaceiros, parece não ser suficiente para evitar a entrada dos mesmos, cujo número sobe a 100 homens.

- Telegrama recebido ontem, à noite, de Belmonte e que nos foi mostrado adianta que Luiz Padre e Sebastião Pereira, chefes dos bandoleiros se acham na fazenda Carnaúba e no lugar Algodão, tendo para ali seguido um oficial da força pública em diligência.

“Diário de Pernambuco” - 26.05.1919

CANGACEIROS EM AÇÃO

Vão se confirmando afinal as notícias chegadas a esta capital, procedentes do município de Belmonte, sobre a ação depredativa dos cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, os quais se obstinam em atacar o povoado de Bom Nome, daquele município.

Temos noticiado, por mais de uma vez, plano que os facínoras tentam pôr em prática ainda esta semana, segundo as últimas notícias chegadas daquela procedência.

Ainda ontem, o senhor desembargador chefe de polícia recebeu os seguintes telegramas do capitão Batista da Cruz e tenente Manoel Gomes, respectivamente delegados de Vila Bela e Belmonte:

“Comunico a Vossa Excelência que se acham novamente neste município grupos de cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira. Os bandidos se acham homiziados nas imediações da fazenda Carnaúba. 

Comuniquei ao delegado de Vila Bela, a fim de juntarmos forças em Bom Nome para atacarmos o reduto ocupado pelos cangaceiros.

Devido a força aqui estacionada ser insuficiente, estou aliciando alguns paisanos para auxiliarem o ataque amanhã”.

- “Tendo o delegado de Belmonte solicitado auxílio a fim de debandar o grupo de Luiz Padre que opera nas imediações da fazenda Carnaúba, sigo em diligência, a fim de atender ao pedido do mesmo”.

Pelo teor dos telegramas acima é de se supor que as forças dos dois municípios, em ação conjunta, ataquem o reduto dos cangaceiros evitando que os mesmos pratiquem depredações em Bom Nome.

Entre este povoado e Belmonte, consta que os criminosos cortaram a comunicação telegráfica.

Em face da gravidade da situação o senhor desembargador chefe de polícia esteve ontem, às 20 horas, no telégrafo nacional, comunicando-se com as autoridades de Belmonte e Vila Bela.

As informações colhidas por s. s. pouco diferem dos constantes dos despachos telegráficos. No entretanto, o senhor desembargador chefe de polícia, tomou diversas providências a fim de obstar o projetado ataque ao povoado Bom Nome.

“Diário de Pernambuco” - 27/05/1919

CANGACEIROS EM AÇÃO

Já começaram a ser praticadas nos municípios de Belmonte e Vila Bela, as depredações planejadas pelos facínoras chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira.

Apesar da ação conjunta da polícia dos dois referidos municípios, ora em caminho de Bom Nome, a fim de evitar o projetado ataque a esse povoado e garantir a sua população, os bandoleiros, talvez conhecedores do destino da força policial, bandearam-se para outros lugares, praticando toda sorte de crimes.

Ontem, à tarde, o senhor desembargador chefe de polícia recebeu um telegrama de Belmonte, comunicando que Luiz Padre e Sebastião Pereira estão concentrando gente armada no povoado São Francisco, do município de Vila Bela, ignorando-se qual seja o objetivo dos referidos criminosos.

Adiantava o despacho telegráfico que um numeroso grupo de cangaceiros havia incendiado a propriedade denominada Várzea do Meio, pertencente aos Pereiras, constando terem saqueado outras.

O senhor desembargador chefe de polícia espera que a força reunida, de Belmonte e Vila Bela, possa perseguir e debandar os perigosos facínoras.

“Diário de Pernambuco” - 28.05.19

NOVAS DEPREDAÇÕES EM BELMONTE E VILA BELA

Os cangaceiros de Luiz Padre e Sebastião Pereira ameaçam todo o interior pernambucano.

RECIFE, 23 (A.A.) (Retardado) – Já começam a ser praticadas, nos municípios de Belmonte e Vila Bela, as depredações planejadas pelos facínoras chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, apesar da ação conjunta da polícia dos referidos municípios, ora em caminho para Bom Nome, com o fim de evitar o projetado ataque a esse povoado, e garantir a sua população. Os bandoleiros, talvez conhecedores do destino da força policial, bandearam-se para outros lugares, praticando toda a sorte de crimes.

Ontem, à tarde, o desembargador Antonio Guimarães, chefe de polícia, recebeu um telegrama de Belmonte comunicando que Luiz Padre e Sebastião Pereira estão concentrando gente armada no povoado de S. Francisco, município de Vila Bela, ignorando-se qual seja o objetivo dos referidos criminosos. Adianta o despacho telegráfico que numeroso grupo de cangaceiros incendiou a propriedade denominada Várzea de Maio, constando terem os bandidos saqueado outras. O Sr. Chefe de polícia espera que a força reunida de Belmonte e Vila Bela possa perseguir e fazer debandar os perigosos facínoras.

“A Noite” - 29.05.1919

Mais um crime de morte do cangaceiro Luiz Padre

CRATO (Ceará), 4 (Serviço especial da “A NOITE”) – Na vila Mauriti, município de Milagres, o célebre cangaceiro Luiz Padre assassinou barbaramente Francisco Leite, empregado do comércio. Patrocinou-o o chefe dos cangaceiros José Ignácio, que acampou no sítio do Barro. O bandido Padre fugiu e a polícia, apesar de todos os seus esforços, ainda não pôde prendê-lo. É acusado de mais de dez mortes feitas no Ceará, Paraíba e Pernambuco.

“A Noite” - 04.06.1919

A SITUAÇÃO EM VILA BELA

Durante o dia e noite de ontem nenhuma notícia havia recebido o senhor desembargador chefe de polícia de Vila Bela, sobre a ação depredativa dos cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, os quais, na véspera haviam assaltado a fazenda Chocalho, naquele município.

Ao local dos acontecimentos já deveria ter chegado a força do comando do capitão Manoel Holanda Cavalcanti, segundo comunicação que o mesmo fez ao senhor desembargador chefe de polícia de ter seguindo par a propriedade assaltada.

Ontem foram designados pelo senhor coronel comandante da Força policial, os primeiros tenentes José do Rego Barros e Horácio Isaias Carneiro de Almeida, a fim de seguirem para Belmonte e Bom Nome, respectivamente.

“Diário de Pernambuco” - 15.06.1919

A SITUAÇÃO EM VILA BELA

Cangaceiros em ação – Assassinato de um popular – Roubo de animais – As providências da polícia.

Voltam a figurar no noticiário dos jornais, depois de um curto período de relativa clama, novos fatos delituosos praticados por um grupo de cangaceiros capitaneados pelos indivíduos Luiz Padre e Sebastião Pereira, que centralizaram a sua ação no município de Vila Bela. Há cerca de um mês o mesmo grupo de indivíduos praticou depredações na fazenda Chocalho, de propriedade do senhor Mario Lira, pondo-se em seguida em fuga, homiziando-se em localidades vizinhas. A ação repressiva da polícia fez-se sentir em perseguição dos bandoleiros, tendo o senhor desembargador chefe de polícia assentado providências no intuito de evitar que maiores depredações fossem levadas a efeito. Mas, os facínoras puseram-se em fuga.

Agora, aproveitando quiçá a permanência da força destacada em Vila Bela, no município de Triunfo, para perseguição dos assassinos do coronel Deodato Monteiro, voltam os criminosos a fazer incursões em Vila Bela, praticando assassinatos e roubos.

No dia 29 do mês findo, os cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, encontrando no lugar denominado Cachoeira, o popular de nome Manoel Natal, assassinaram-no a tiros e punhaladas.

A vítima da sanha dos perigosos incursionistas conduzia na ocasião numerosas rezes de propriedade do senhor Antonio Ignácio, fazendeiro naquele município, para evitar mesmo que os bandoleiros tentassem assaltar a sua propriedade agrícola, roubando-lhas.

Após a perpetração do crime, os cangaceiros apoderaram-se dos animais que eram pastoreados pela vítima, evadindo-se.

Logo que teve conhecimento do fato, o senhor capitão Tiburtino do Nascimento, delegado de polícia de Vila Bela, encetou as diligências recomendadas em lei, partindo acompanhado da força de que dispunha, para mover perseguição aos assaltantes.

“Diário de Pernambuco” - 02.07.1919

O senhor governador do Estado recebeu ontem telegramas de Triunfo e Vila Bela comunicando que no município de Princesa do vizinho estado da Paraíba, se encontra um numeroso grupo de indivíduos armados, no propósito de invadir o território de Pernambuco, por Triunfo que, como se sabe é limítrofe do citado município.

Os telegramas adiantam que, à frente de tal gente, se encontram os mesmos facínoras que há pouco assassinaram o coronel Deodato Monteiro, apontando-se entre eles, Luiz Leão, Cabral, Salu, Ventania, Luiz Padre e Sebastião Pereira, os dois últimos, criminosos foragidos recentemente de Vila Bela. 

O senhor doutor chefe de polícia comunicou ao seu colega da Paraíba as notícias recebidas, solicitando a sua ação no sentido de serem batidos e desarmados esses malfeitores que, acoutados em território paraibano, continuam a perturbar a paz dos nossos sertões.

Existem presentemente naquela região alguns destacamentos de força policial em constante vigilância e o governo está providenciando no sentido de reforçar esse policiamento.

O concurso do governo da Paraíba seria, entretanto, bastante eficaz neste momento, no sentido de impedir que tais indivíduos encontrem asilo no território de sua jurisdição.

A serem verdadeiras as informações transmitidas para aquele governo do Estado, devemos supor que as providências do governo paraibano não se façam esperar, no interesse comum da ordem pública e do sossego da população pacífica em ambos os estados.

“Diário de Pernambuco” - 03.07.1919

OS CANGACEIROS DE VILA BELA

RECIFE, 2 (A.) – Voltam a figurar no noticiário dos jornais novos fatos deliciosos praticados por grupos de cangaceiros capitaneados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, que centralizaram sua ação no município de Vila Bela.

No mês findo esse grupo praticou depredações na fazenda Chocalho, de propriedade do Sr. Mario Lira, pondo-se em fuga para evitar a ação repressiva da polícia, quando se fez sentir a sua perseguição.

Os bandoleiros agora, aproveitando-se da permanência da força destacada em Vila Bela, no município de Triunfo, onde está em perseguição dos assassinos do coronel Deodato Monteiro, voltam a fazer incursões na primeira (...) praticando assassinatos, roubos e outros crimes.

Ainda no dia 29 do mês findo os cangaceiros Luiz Padre e Sebastião Pereira, encontrando no lugar denominado Cachoeira o popular Manuel Natal, assassinaram-no a paulada. A vítima da sanha dos perigosos incursionistas conduzia, nessa ocasião, numerosas rezes de propriedade do fazendeiro Antônio Ignácio, residente naquele município, que as retirava mesmo para que os bandoleiros não tentasse assaltar a fazenda de sua propriedade, roubando-lhe o gado.

Após a perpetração do crime os cangaceiros apoderaram-se de todos os animais pastorados pela vítima, evadindo-se.

“Jornal do Brasil” - 04.07.19

Os Cangaceiros Ameaçam Atacar Milagres

JUAZEIRO (Ceará, 5 (Serviço especial da “A NOITE”) – Telegramas de Milagres noticiam que correm ali boatos de que numerosos grupos de cangaceiros, homiziados nas fronteiras, vão atacar a cidade, chefiados, segundo informam por Luiz Padre.

“A Noite” - 05.07.1919

A VERGONHA DOS SERTÕES NORTISTAS

Um Terrível Bando de Cangaceiros

CRATO (Ceará), 15 (A.A.) (Retardado) – Começou a debandada do núcleo de cangaceiros que obedecem às ordens do José Ignácio, aliado célebre do criminoso Luiz Padre, terror dos sertões do Nordeste, o qual, há dias, ameaçara de assaltar a cidade de Milagres, onde se dera um roubo na casa do D. Praxedes, avaliado em mais de trezentos contos de réis, sendo o mesmo grupo acusado de autoria do tal crime. Todo o Cariri sente-se com falta de garantias nas condições anormais que atravessa, contando-se mais um roubo, anteontem praticado em casa do Dr. José Ferreira por uma quadrilha de salteadores, que conduziram os utensílios domésticos e dinheiro da vítima. A “Gazeta de Cariri” profliga, chamando para eles a atenção do governo do Estado.

“A Noite” - 15.07.1919

OS CANGACEIROS NA BAHIA

JUAZEIRO (BA), 15 (Serviço especial da "A NOITE") – Estão acantonados cerca de mil praças da polícia em Milagres, em virtude dos boatos alarmantes de que os cangaceiros, chefiados por Luiz Padre, pensam em atacar aquela cidade. O juiz de direito, sentindo-se sem garantias, deixou o Termo.

“A Noite” - 16.07.1919

EM VILA BELA

Cangaceiros assaltam a fazenda Santa Rita

Voltam os cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, a praticar depredações no município de Vila Bela, que tem sido o ponto preferido constantemente pelos facínoras.

Quando praticam saques e incêndios os criminosos se afastam de Vila Bela, temporariamente, parecendo tentar, assim, desviar a ação repressiva da polícia.

Ainda anteontem, um numeroso grupo chefiado por Luiz Padre assaltou a fazenda Santa Rita, próxima aos limites do estado da Paraíba, saqueando e roubando.

Comunicado o ocorrido ao capitão Teófanes Torres, este, a frente de uma força policial, seguiu para a fazenda assaltada, em perseguição dos facínoras, que não foram encontrados.

Os cangaceiros ameaçam atacar também a fazenda Jardim.

Ontem o senhor desembargador chefe de polícia recebeu um telegrama do delegado de Vila Bela, narrando as ocorrências.

“Diário de Pernambuco” - 06.08.1919 

EM BELMONTE

CANGACEIROS EM AÇÃO

A propósito da incursão de grupos de bandidos em localidades do interior deste Estado o senhor desembargador chefe de polícia recebeu, de Belmonte, o seguinte telegrama:

“Cientifico a Vossa Excelência que este município está aparentemente calmo, constando, todavia, que os grupos de bandidos chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira, saquearam a fazenda Barra, no estado do Ceará, de propriedade do Sr. José Ignácio.

Os cangaceiros se destinam a Pernambuco, e de acordo com o capitão Teófanes Torres que aqui se acha, sigo em diligência para o povoado Santa Maria e com destino ainda a outros pontos seguiram os capitães Teófanes e Costa Gomes, julgando desnecessários os serviços do tenente Cordeiro – (a) Comandante das forças volantes.”

“Diário de Pernambuco” - 07.08.1919

Do seu noticiário:

“VILA BELA, 6 – (Do nosso correspondente). – Hoje, pela manhã, na ocasião em que o senhor Joaquim Timóteo de Lima ia saindo à porta da casa de sua residência, no sítio São Domingos do município de Triunfo, foi alvejado por diversos tiros de rifle, desfechados por um grupo de cangaceiros do bando de Luiz Padre, de cujo grupo foi conhecido um cangaceiro de nome Luiz Macário.

O senhor Joaquim Timóteo, que é um ancião, saiu ferido em um pé quando corria, sempre perseguido pelo referido grupo de cangaceiros, que o não mataram devido a uma retaguarda que chegou em socorro da vítima, travando-se, então, grande tiroteio entre esta e o grupo de cangaceiros, recuando este, finalmente.

O senhor Timóteo é pai do distinto tabelião público deste 
município, capitão Antonio Timóteo, onde é muito estimado por todas as pessoas de bem desta cidade.

Os membros da família Timóteo já se achavam retirando suas famílias para esta cidade, temendo serem vítimas a qualquer hora, em virtude dos numerosos grupos de cangaceiros existentes atualmente nestes municípios do sertão, pois pessoas da família Timóteo, ainda não faz um mês, tiveram o prejuízo de seis animais roubados por um grupo de cangaceiros do referido sítio São Domingos.

Penso que os autores do citado roubo foi o mesmo grupo de cangaceiros que voltou novamente, não para roubar mais animais e sim a vida do velho Timóteo ou de algum de seus filhos.”

“Diário de Pernambuco” - 08.08.1919

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