Por Alfredo
Bonessi
Uma história
que divide opiniões, com livros escritos sobre o tema, nesse momento
farei breves comentários sobre a vida Mari Todd, a esposa do Presidente Lincol.
De uma família
sulista abastada, Mari Todd era baixinha, inquieta, sanguínea, extrovertida,
alegre, bem disposta e compulsiva na hora de fazer compras.
Lincol chegou
a Springfield sem um centavo no bolso e assim passou toda a sua vida. O casal
se conheceu e ensaiaram alguns passeios de charrete – segundo ele, amizade apenas. O tempo passou e Mari Todd viu
em Lincol um grande futuro, não se sabe como. Lincol era grandão, desajeitado,
falava baixo, mansamente, olhos azuis profundos, tinha crises de abatimento e
constantemente um vazio invadia a sua alma que o levava a depressão. Anos
difíceis aqueles.
Estabelecido
um namoro entre ambos os familiares foram veemente contra. Mari Todd lutou com
todas as forças possíveis para manter o relacionamento. Pessoas que os
conheceram a época afirmam que feitos os preparativos para o casamento, festa
pronta, convidados, noiva de véu e grinalda, Lincol não apareceu e assim
ficaram sem ver por dois anos. Um dia, por acaso se encontraram e voltaram a
trocar juras de amor. Lincol volta a pedir Mari Todd em casamento: só se for
hoje, hoje a noite – disse ela, e o casamento foi feito
naquele dia, as pressas. Algumas pessoas afirmam que Mari Todd tinha uma paixão
não correspondida e que amava um ex-namorado que a deixou. Outros dizem que
não, que Lincol e Mari Todd se amavam muito e trocavam juras de amor por carta
e pessoalmente.
Após o
casamento o casal foi viver modestamente e Mari Todd foi ser prenda do lar, com
todos os encargos que uma mulher comum enfrentava naquele momento: o cuidado da
casa, a lavagem de roupas, o cuidado da horta e também zelava pelo marido. Vida
de muito sacrifício.
Comenta-se que
Mari Todd passava o tempo a criticar Lincol: a maneira de sentar a mesa, o
jeito de andar, de comer, a corcunda –
criticava constantemente o jeito de ser do marido.
Lincol passou
de advogado a senador muito rapidamente. As coisas melhoraram nas rendas e a
casa deles começou a receber os filhos. Mari Todd estava firme no posto.
Veio a
campanha presidencial e Lincol ganhou. Quando Mari Todd chegou a Casa Branca
tinha as mãos cheias de calos. Enfim Mari Todd teve o seu sonho realizado, ser
a esposa do presidente.
Imediatamente
estourou a Guerra Civil Americana – uma tragédia para
todo o país. Não é preciso aqui relatar esse acontecimento histórico e as
dificuldades porque passaram toda a sociedade americana da época: incertezas,
destruição, miséria, assaltos, roubos, estupros, assassinatos por ambos os
lados, aflição, dúvidas sobre quem ganharia a guerra, desolação, incêndios,
desemprego e muita recessão. Lincol se desdobrava por todas as frentes de
batalha orientando e levando animo a todos os combatentes. Na Casa Branca Mari
Todd com os filhos e alguns filhos de famílias amigas levavam uma vida alegre e
de brincadeiras, e gastava muito. Reformou a casa Branca e gastou $ 16,000,00 – quando Lincol soube comentou: gasto desnecessário – os soldados não possuem nem cobertores. Nota-se aí o desvio
de finalidade de vida do casal. Enquanto Lincol lutava com dificuldades para
manter a União, Mari Todd pensava em comprar e gastar compulsivamente.
Mari Todd era
odiada pelos americanos. Os nortistas a chamavam de sulista imunda; os sulistas
a chamavam de traidora. A critica era ferrenha contra ela: se fazia alguma
coisa era atacada pela imprensa; se deixava de fazer era criticada da mesma
maneira.
Depois que
Mari Todd foi mãe, Lincol passou a chamá-la de Mãe, ou Mãezinha – uma forma carinhosa de lidar e tratar a inquieta esposa.
Conselhos não adiantavam. Lincol passou a ser um mediador de conflitos entre a
índole tempestiva da esposa e os acontecimentos ao redor dela. O clima chegou a
tal ponto de Lincol comentar com amigos: não tenho vontade de ir para a casa.
Algumas
pessoas afirmam que Lincol era apaixonado por um jovem, chegando a morar com
ele por quatro anos.
Enquanto a
guerra recrudescia violentamente a sorte começou a pender para o lado da União,
graças às medidas tomadas pelos generais nortistas Chermam, Grant e Sheridam,
que optaram por destruir tudo por onde as tropas sulistas deveriam passar. O
sul, com uma frente muito ampla, começou a entrar em colapso.
Na vida dos
Lincol a morte começou a rondar a casa deles. Filhos após filhos
foram morrendo – isso levou o casal a dor e ao
desespero profundo. Foram três mortes seguidas dos filhos mais queridos,
ficando apenas um que não se dava bem com a mãe. Mari Todd estava devastada e
Lincol também.
http://desciclopedia.org/wiki/Abraham_Lincoln
Veio a
reeleição e a vitória do Norte sobre o Sul. Festas, comemorações, alegrias por
toda as partes, Lincol estava feliz e era ovacionado e bem aceito por ambos os
lados. Começou a usar barba porque uma menina escreveu uma carta a ele dizendo
que com a barba ele ficaria mais bonito. Em uma viagem o trem parou em uma
estação e a menina teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o Presidente.
Trocaram algumas palavras e Lincol seguiu viagem.
O lance
histórico que atentou contra a imagem de Mari Todd foi quando ela e algumas
esposas de alguns generais foram convidadas para passarem revistas a tropa da
união, em uma solenidade militar. A carruagem da Mari Todd se atrasou e Lincol
passou em revista a tropa com uma outra senhora, mais nova e mais bonita do que
ela, esposa do General Grant. Mari Todd sabendo disso e em uma
reunião social, na presença dos generais e demais esposas, atacou essa senhora
com palavrões e descompostura, chegando Lincol a intervir educadamente, e sem
solução, se limitou a ficar olhando com tristeza para a esposa briguenta.
Mari Todd
endividada e temendo que os lojistas cobrassem Lincol na Casa Branca – eles estavam a fim disso porque tinham perdido a paciência
com ela, começou a pedir ao Partido Republicano que pagassem as suas contas.
Alguns políticos aceitaram e até pagaram, mas a dívida era enorme, e Lincol não
sabia de nada.
Lincol ganhava
por ano, como presidente, $ 25,000.00 e Mari Todd devia no comércio
$ 75,000.00 – três anos de dívidas a
frente do salário do marido.
O fim do
sofrimento
Um grupo de
sulistas inconformados com os destinos da guerra, imaginou que
poderia realizar uma contra revolução, assassinando as principais autoridades
nortistas, inclusive o Presidente dos EUA. Plano feito,
passaram a prática.
Escritores
afirmam que foi Mari Todd que insistiu com Lincol para ir ao teatro; outros
dizem que não, que ele manifestou o desejo de sair naquela
noite. Anteriormente Lincol tivera um sonho em que perguntava a uma
pessoa: quem está morto ali ? – o que essa pessoa
respondeu: o presidente. Foi assassinado. Apesar da premonição foram ao teatro.
Mari Todd contemplava constantemente a face alegre do marido que
estava presa as cenas que se desenrolava no teatro. Um vento frio tomou conta
do ambiente. Lincol se levantou pegou o sobretudo e vestiu, tornou a sentar-se.
Escutou-se um tiro e Lincol caiu para frente. A bala entrou do lado esquerdo da
cabeça, cruzou o cérebro e foi se alojar no parietal direito. Lincol ficou
inconsciente e foi levado para uma casa de fronte ao teatro. Os médicos pouco
puderam fazer, mas quando o cirurgião quis explorar aonde se encontrava a bala
uma hemorragia intensa se apresentou e ao amanhecer Lincol foi declarado morto.
Mari Todd entrou em pânico, se descontrolou e não encontrou mais consolo na
vida.
Para a sorte
de Lincol, ele morreu e não ficou sabendo das dívidas da esposa.
Mari Todd
recebeu de herança de Lincol pouco mais de $ 110,000.00 –
e continuou a gastar. Pediu uma pensão ao Senado Americano que a princípio
negou, mas depois concedeu a ela uma pensão de $ 3,000.00.
O fim
Uns dizem que
Mari Todd foi internada em um manicômio por ordem do filho que não gostava
dela, devido a vida desregrada que ela tinha, gastando
mais do que podia. Outras pessoas afirmam que Mari Todd acabou os
seus dias na casa de uma irmã, triste, sozinha, encolhida em uma
cama, onde adormecera e não acordara no dia seguinte, aos 74 anos de
uma vida atribulada, agitada, cheia de sonhos irrealizados, que não sabemos
culpar a quem, se a ela ou ao destino. Deixo esse julgamento aos leitores.
Alfredo
Bonessi
Enviado pelo pesquisador do cangaço capitão Jorge Alfredo Bonessi
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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