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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

SANTANA: HISTÓRIA E O DOIDO DA GRAVATA

Clerisvaldo B. Chagas, 30 de janeiro de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.056

Aqui em Maceió precisando de um capoteiro lembrei-me da minha rua, lá em Santana do Ipanema. Enquanto a Rua Nova (Benedito Melo) era a rua dos músicos, a Antônio Tavares era a rua dos artífices. Sou capaz de descrever todos eles, personagens da minha juventude. Iniciando no sentido Comércio – Bairro São Pedro, conheci Seu Quinca, alfaiate; Zé Lopes fazia cachaça; Vavá de Nésio e Pedrinho de Tô eram capoteiros; Basto Dionísio fabricava selas; Antônio Alfaiate, o nome diz; Jonas, também alfaiate; Gerson Sapateiro fazia “couraças”; Antônio Quiliu confeccionava bicas de zinco: Antônio Januário era marceneiro, sua esposa Maria Néris, costureira; Josefina trabalhava com flandres fazendo candeeiro; João Barbosa consertava móvel; Zé Limeira fazia malas... Nos fundos, Elias com fábrica de calçados.

RUA ANTÕNIO TAVARES. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 130).
O único músico que eu conheci na Rua Antônio Tavares, foi o Zé Bicudo, também chamado Zé de Lola, esposa filha do cientista Agenor que trabalhava na Empresa de Força e Luz. Se não me engano, tocava clarinete ou sax, também era motorista.
A Rua Nova tinha quatro ou cinco músicos e ainda teve escolinha musical do senhor Miguel Bulhões e Ivaldo Bulhões. Na parte inclinada e última da Rua Nova, defronte a Igreja Batista, foi fundado o Bar Seresta, por um músico vindo do Bairro São Pedro, talvez de nome Aloísio. A novidade não durou muito tempo. O lado direito desse trecho, dava para os quintais das casas da Rua Antônio Tavares, separado por alto, contínuo e áspero muro avermelhado e bruto de barro e areia. Portões aqui, acolá.  Em tempo de eleição, o muro aparecia com propagandas de candidatos, coisas que se perpetuavam naquela parede de lixa.
Nunca esqueci uma pintura que só desapareceu décadas e décadas depois quando muro e quintais foram se transformando em residências da Rua Nova:
“Para deputado estadual, Oceano Carleial”


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