Por Laura
Macedo
Para quem não
conhece a fantástica história dos Índios Tabajaras ela poderá, à primeira
vista, parecer inverídica. Principalmente considerando-se de onde vieram -, são
índios brasileiros autênticos, da raça tupi-tabajara, nascidos na remota e
agreste serra de Ibiapaba, dentro do então isolado município cearense de
Tianguá, na divisa com o Piauí -, e tendo alcançando, no chamado mundo
civilizado, o que alcançaram.
Na língua
tupi, receberam os nomes de Muçaperê e Erundi, que significam O Terceiro e O
Quarto, pois estavam nessa ordem de nascimento dos filhos do cacique Ubajara,
ou Senhor das Águas, ao todo trinta e quatro irmãos.
Em 1933, a
família migrou a pé rumo ao Rio de Janeiro. A caminhada durou cerca de três
anos nos quais a dupla entrou em contato com cantadores e violeiros das regiões
pelas quais passaram.
Chegando ao
Rio de Janeiro, por interferência do tenente Hildebrando Moreira Lima,
registram-se com novos nomes, Antenor e Natalício. Em torno de 1945, fizeram
uma primeira apresentação na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro utilizando
o nome de Índios Tabajaras.
Em 1953,
gravaram pela Continental um disco com o baião "Tambor índio" e o
galope "Acara Cary", ambas de Muçaperê. Em 1954, gravaram, também
pela Continental, a polca "Pássaro Campana", motivo popular com
arranjo de Muçaperê e a toada chilena "Fiesta Linda", de Luiz
Bahamondes. Gravaram ainda no mesmo ano, os boleros "Maran Criun" e
"Nueva Ilusion" ambos de Muçaperê. Por essa época, excursionaram pela
Argentina, Venezuela e México, realizando estudos de música. Em seguida rumaram
para os Estados Unidos onde ficaram se apresentando durante três anos.
Em suas
apresentações varia o repertório do clássico ao popular. Para o clássico,
apresentavam-se de smoking e interpretavam músicas eruditas, principalmente de
Villa-Lobos, Tchaikovsky, Sibelius, Tárrega, Chopin ou então de Natalício, que
compusera uma série para violão. Para o repertório popular apresentavam sambas
e motivos folclóricos.
Em 1960,
retornaram ao Brasil e suspenderam as atividades artísticas por três anos. Após
esse tempo retornaram para os Estados Unidos. Em seguida, apresentaram-se no
Japão, Europa, China e outros países asiáticos. Em 1968, retornaram ao Brasil e
gravaram um disco cantando músicas havaianas.
Instalaram-se
então nos Estados Unidos. No início dos anos 1970, gravaram um LP com músicas
japonesas com destaque para "Sakura-Sakura". O maior sucesso da dupla
foi "Maria Helena", fox que vendeu mais de 1 milhão de cópias.
(Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, na internet).
Transcrição
Sálvio Siqueira
Fonte/foto blogln.ning.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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