Seguidores

domingo, 28 de junho de 2020

O INFELIZ CHICO PEREIRA!

Por José Mendes Pereira
Colorizado pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Diz o pesquisador e colecionador do cangaço Dr. Ivanildo Alves da Silveira que Chico Pereira foi um dos homens mais destemidos do sertão paraibano, que fez justiça com as suas próprias mãos. Quando foi julgado pela morte do assassino do seu pai o coronel João Pereira foi absolvido em júri popular, lá no Estado da Paraíba. Mas por via do destino, infelizmente, ele foi injustamente acusado pelas autoridades de um crime que não cometeu no Estado do Rio Grande do Norte. 

Apesar de sempre cair em falha contra as autoridades e geralmente era apadrinhado pelo governador da Paraíba mesmo assim, após as acusações que lhe foram atribuídas conduziram o cangaceiro para o nosso Estado, e aqui entregue à justiça para ser julgado, e na sequência, misteriosamente foi assassinado. 

Clique no link para ver a família Pereira Dantas:

No período em que Francisco Pereira Dantas foi morto pelos policiais da época já havia completado vinte e oito anos de idade. Dona Maria Egilda sua mãe não teve pelo menos o desprazer de enterrar o seu filho, tendo recebido orientação do advogado da família o doutor João Fernandes Campos Café Filho, fazendo grande alerta aos familiares do cangaceiro que não fossem pisar em terras do Estado do Rio Grande do Norte, para ser apanhado como vingança por parte das autoridades que chacinaram o cangaceiro Chico Pereira. 

Diz ainda o Doutor Ivanildo Alves da Silveira que a tragédia continuou com o assassinato inesperado do irmão de Chico Pereira o Aproniano. E a morte do outro irmão, Abdon, que estudava medicina no Rio de Janeiro e faleceu de tuberculose. 

Conversas entre os dentes diziam que os mandantes da morte do coronel João Pereira, o pai de Chico Pereira eram pessoas importantes da sociedade de Sousa. Um deles, um senhor que era destacado cidadão de nome Otávio Mariz. 

Dos quatro filhos que nasceram do amor do coronel João Pereira e dona Gilda o único que sobreviveu e viveu muito foi o Abdias que veio a falecer no dia 28 de julho de 2004, com cento e três anos de idade. 

Como dizia o escritor Alcino Alves Costa: 
“Minhas inquietações”. 

1 - Se analisarmos cuidadosamente é provável e óbvio que o Dr. Café Filho não participou da tragédia do cangaceiro Chico Pereira, mas com certeza, muito antes deste dia, ele já sabia da trama dos militares, e tinha razão de não ficar contrário às autoridades policiais da época, porque, mesmo ele sendo advogado do réu poderia se complicar, vez que as autoridades queriam sigilo total, e não há dúvida. 

2 - Se Café Filho achava que o seu cliente poderia ser morto naquele dia como foi que tomou conhecimento, se ele não era detetive, psicólogo ou outra coisa parecida? 

3 - Se ele iria no seu automóvel atrás da escolta para acompanhar o seu cliente, por que lhe causaria tanto medo assim? 

4 - Qual o motivo da Dona Maria Egilda a mãe de Chico Pereira ser alvo dos militares, se ela tivesse ido apanhar o cadáver do seu filho, já que o verdadeiro marginal era ele, e não ela? 

Desculpa-me dr. João Fernandes Campos Café Filho, mas o senhor conhecia bem o malabarismo dos policiais. No meu entender, o senhor estava sabendo de toda trama. Essa é que é a verdade, e sendo advogado, saiu-se muito bem, obrigado!

José Mendes Pereira – Mossoró-RN.
Fontes de pesquisas: Ivanildo Alves da Silveira, Romero Cardoso e Wolney Liberato.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário