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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A HISTÓRICA DEPOSIÇÃO DO CORONEL.

 Por Luis Bento

No Nordeste Brasileiro, o Cariri cearense foi um dos pontos onde o coronelismo mais teve força. A região sentiu a força do cangaço e teve líderes políticos que comandaram a " ferro e fogo ", deixando marcas definitivas na formação Cultural do povo. O Coronel José Belém de Figueiredo foi um deles.

Conhecido e temido pelas inúmeras arbitrariedade que cometia ele foi deposto em 1904 após um movimento de residência liderada pelo Coronel Antônio Luis Alves Pequeno cerca de um ano

antes. O movimento nasceu numa reunião ocorrida no sobrado de Pequeno. A vigência de um regime republicano, contudo teve seu efeito na queda de Belém.

O Crato enfrentava uma série crise política, agravada depois de um grupo de jovens, enquanto realizava uma serenata, ser atacado a bala pela guarda de Coronel Belém. O episódio ocorreu cerca de um mês após a reunião no sobrado e vitimou Horácio Jácome Pequeno, um desses jovens, familiar do Coronel oposicionista.

Os contrários a Belém promoveram fortes campanhas contra o governo. A mobilização ganhou forte adesão popular por conta do assassinato de Horácio, cujo cadáver acabou transformando em símbolo de resistência. Ao ponto de o Jornal Correio do Cariry publicar um tributo proclamando o jovem como herói.

O culto a Horácio, a vigência de um regime republicano e a insatisfação popular quase que generalizada tornaram a gestão de Coronel Belém insustentável. A reposição dele é considerada um Marco de uma conguista do poder pela população a partir de ideias liberais.

Nomear o ' povo ' como agente responsável pela deposição do Coronel Belém não é somente uma retórica, uma figura de linguagem usada para dar maior intensidade ao fato de si. Trata-se de uma estratégia de apropriação de uma comunidade, cujo protagonismo maior cabe ao coletivo, senhor de suas ações e projeções, frisa o Historiador Carlos Rafael Dias.

A queda do Coronel Belém alçou Coronel Pequeno ao posto de liderança mais importante do Cariri. Ele já tinha sido aclamado anteriormente a esta condição na reunião ocorrida no sobrado de sua casa, quando ficou decidido o enfrentamento ao já instável oligarca. Foi então, no período de seu mandato como intendente que o Coronel Antônio Luis se veria em meio a um ferrenho embate político entre as lideranças do Juazeiro e do Crato.

" O Juazeiro era, então, um próspero distrito do Crato, iniciando, naquele momento, uma campanha separatista visando sua autonomia política, tendo a frente Padre Cícero e um aguerrido pelotão de soldados da causa, com destaque para o médico Floro Bartolomeu, o Padre Joaquim Alencar Peixoto e o Professor José Marrocos", acrescenta Carlos Rafael.

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APOIO, Prefeitura Municipal de Jati-Ce

DIRETOR DE CULTURA

Luís Bento de Sousa.

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