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quarta-feira, 26 de abril de 2023

FAMÍLIA LIMÃO – GUERRA DO PARAGUAI, CANGAÇO E REVOLTA DOS QUEBRA- QUILOS

Por Epitácio de Andrade Filho 

A família Limão era um grupo étnico que no século XIX resistiu ao recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai, combateu o Cangaço de Jesuíno Brilhante e participou ativamente da Revolta dos Quebra-Quilos.

Corria o ano de 1866, o alferes Francisco Alves Brasil, sobrinho e amigo de Jesuíno Brilhante, comandava um pelotão de recrutamento forçado para a Guerra do Paraguai, quando foi emboscado por Chico Limão e sua gente, sendo ferido fatalmente por uma descarga de bacamarte. Durante o velório do parente, Jesuíno então com 22 anos, retira um pouco de sangue dos ferimentos do delegado morto, faz uma cruz em seu “Bargado” e jura revide, iniciando o ciclo de cangaço por vingança. O direcionamento para tornar os Limões recrutas da guerra era justificado porque este se voltava aos pobres, negros e indígenas. O fato narrado ocorreu entre Patu e Catolé do Rocha e está descrito na Revista de História em Quadrinhos sobre Jesuíno Brilhante (2ª edição- 1987), elaborada por Emanoel Amaral e Alcides Sales.

Em Solos de Avena (1964), Alício Barreto faz referência a uma agressão de Jesuíno contra o jovem Zé Limão, após entrega de uma junta de bois, que motiva uma série de contraofensivas dos Limões aos Brilhantes, sendo a mais conhecida a desferida em Lucas Brilhante no Povoado da Conceição, zona rural de Catolé do Rocha.

Em dezembro de 1871, ocorreu o assassinato a punhal de Honorato Limão por Jesuíno Brilhante em Patu.

Alício Barreto também se reporta à participação da família Limão na Revolta dos Quebra-Quilos.

Em Patu, a ocorrência dessa importante insurreição ficou registrada na denominação de uma comunidade rural. O Sítio “Quebra-Quilo” fica localizado às margens da estrada que liga a cidade ao município de Messias Targino, nas proximidades do pórtico alusivo à ”Terra do Voo Livre”. Aliado à sua singular historicidade, os Limões foram agricultores pertencentes à Fazenda Dois Riachos (Major Zé Lobo) na era escravista e almocreves (Tropeiros) no início do século XX, segundo lúcido relato do senhor José Firmo Limão aos 99 anos. Durante entrevista, o agricultor Zé Limão, também conhecido como ‘Zé Catonho’, afirmou que coube ao cearense José Rodrigues de Barros a proteção do clã contra o preconceito remanescente do período cangaceiro. A maioria dos Limões da geração pós-cangaço está sepultada no cemitério antigo de Almino Afonso, no médio-oeste potiguar.

Os Limões resistiram ao Recrutamento Forçado para a Guerra do Paraguai, participaram ativamente da Revolta dos Quebra-Quilos e combateram o cangaço de Jesuíno Brilhante até o episódio final, que resultou em sua morte, no mês de dezembro de 1879. O crânio do cangaceiro foi trasladado para o acervo do médico psiquiatra Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, e se encontra perdido para fins de identificação.

Família Limão - Brasão

Jesuíno Brilhante - Recrutamento Guerra do Paraguai.

João carga d'água, líder da revolta quebraquilos - Campina Grande.

Zé Firmo Limão, objeto de museu.

Zé Firmo Limão 99 anos.

Zé Limão

Casa grande da fazenda dois riachos.

Patu Pórtico Vôo.

Túmulo da família Limão no cemitério antigo de Almino Afonso.

Juliano II.

Enviado pelo o autor.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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