Por Ricardo Crisanto
No começo do
ano de 1926 a coluna Miguel Costa - Carlos Prestes, margeava o Estado do Ceará.
As autoridades caririenses era quem governava o Estado do Ceará naquele tempo e
essas autoridades tiveram contato direto com o presidente do Brasil solicitando
ajuda para combater o movimento Rebelde. Logo Dinheiro arma e munição foram
mandados do Rio de Janeiro diretamente para Juazeiro do Norte e outras cidades
que estavam se preparando para um possível confronto com a coluna Prestes, já
que era assim o nome mais popular deste movimento. As autoridades cearense
sendo liderada por Floro Bartolomeu da Costa, que era o líder supremo do
Cariri, tendo em suas mãos mais dinheiro do que homens, decidiram fazer o
recrutamento de homens de toda espécie para fazer o engrossamento das tropas patrióticas e foi assim que foi criado o Batalhão patriótico de Juazeiro. Logo
o nome do rei dos cangaceiros começou a ser falado pelas autoridades que eram
compostas por coronéis. estes homens eram quem mandavam em cada região onde
morava, seja cidade ou vila, e alguns deles tinham ligações com o próprio
Lampião. Naquela época era normal um coronel posso ir vários cangaceiros ou
jagunços. O resultado disso é que um bilhete saiu assinado de Juazeiro pelo
Padre Cícero e neste bilhete constava um convite que vinha acompanhado de uma
nomeação de Capitão dos batalhões patrióticos caso o rei dos cangaceiros
topasse a empreitada de enfrentar os revoltosos da coluna Prestes. Foi este o
motivo pelo qual o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva popularmente
conhecido por (Lampião), fez uma visita a Cidade de Porteiras no Estado do
Ceará. A história conta que Lampião adentra o Estado do Ceará através da cidade
de Jati(Antiga Macapá) no dia 2 de março de 1926, em Jati Lampião foi recebido
com seu bando de 49 cangaceiros pelo próprio delegado de polícia chamado Manoel
Pereira(Né Pereira). A Vila fez uma grande festa pois na quele tempo todos
sabiam que Lampião estava indo brigar contra os maiores inimigos do governo do
Brasil, veja só, o governo federal autorizou cangaceiros brigarem contra
oficiais legítimos da Pátria, tudo porque estes homens eram contrário ao
governo. Ironicamente Lampião foi recebido em Jati como um herói ou um Salvador
da Pátria. Na ocasião Lampião chamou toda a população e disse que estava em
paz, logo uma grande festança sacudiu a vila e Lampião usando de sua
inteligência jogava moeda para as crianças cantarem, (jogava moedas no murussu,
era assim que se falava na época ). A cachaça e a alegria se fazia aparecer no
semblante dos sertanejos de Jati, e virando a noite Adentro, os cangaceiros
dançavam até levantar a poeira do chão. De manhã cedo no dia 03 de março, o
grupo saiu de Jati e fez passagem pela fazenda Piçarra onde Antônio Teixeira
Leite(Antônio da Piçarra)e lá chegando fizeram parada. Antônio da Piçarra matou
umas criações e os cangaceiros se abasteceram com a primeira refeição do dia.
Foi ali o primeiro encontro de Lampião com o seu mais famoso coiteiro Antônio
da Piçarra. Depois do meio-dia o grupo arrumou sentido Juazeiro do Norte
fazendo o percurso pela cidade de Porteiras, onde finalmente chegaram em
aproximadamente 5 horas da tarde do dia 03. Ali na Vila o bando de cangaceiros
Foi recebido pelo prefeito Franklin Tavares Pinheiro como um herói igualmente
aonde a cabroeira avia passado. Lampião foi direto para o Quartel policial que
se localizava ao lado da antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição. Um dos
encontros mais hilários de toda a história do Cangaço foi justamente esse pois
a situação era tão controversa que mais parecia trágica. Ali na delegacia Os
cangaceiros entravam e saiam como se fosse a casa da mãe Joana. Logo uma roda
de carteado(jogo de baralho), surgiu entre os cangaceiros em frente à delegacia
e a população curiosa se aproximava dos bandoleiros para ver o que estava
acontecendo. O prefeito da cidade falou para Lampião ficar em uma boa casa na
localidade para que Lampião se hospedasse com mais conforto, e para o seu bando
foi oferecido janta e redes reque foram instaladas nas árvores que rodeavam a
antiga igreja e alguns dos cangaceiros dormiam ali De frente para a delegacia.
Nenhum cangaceiro quis dormir dentro da delegacia, pois aí já era até demais.
Os cangaceiros estavam muito cansados e a ressaca da cachaça ainda era grande e
outra cena estranhíssima aconteceu pois os soldados da delegacia ficaram
responsável pela segurança de todos que estavam ali, e no meio dos cangaceiros
os soldados transitavam e alguns deles chegaram a negociar bugigangas com os cangaceiros como fumo, facas, fósforos e Outros tantos. Em Porteiras o bando
ficou à vontade depois de quase 48 horas sem dormir. finalmente o repouso os
convidou e Lampião se sentiu em casa estando em Porteiras. Às 5:00 da manhã o
bando já estava de pé e um grande café foi oferecido pelo prefeito Franklin Tavares
Pinheiro. Entre 5:00 horas da manhã e às 7:00 horas, o bando recebeu a visita
de alguns amigos e Lampião em seguida o rei dos cangaceiros Romaria sentido
Juazeiro do Norte para se consultar com os doutores do poder e receber a sua
patente para combater a coluna Prestes.
Publicação:
José Francisco Gomes de Lima.
Capa: Helton
Araújo.
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