Clerisvaldo B. Chagas, 19 de dezembro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.155
Como todo
mundo pensa, por que nós os adolescentes da década de 60, não podíamos pensar?
E eu sempre estava pensando naquele poço que era a diversão máxima de adultos e
adolescentes da época. Um poço que não secava nunca. Com cheias ou sem cheias,
o Poço dos Homens assegurava o lazer arriscado de que quem o
amava. Já imortalizamos o poço dos Homens com inúmeros trabalhos,
sendo o máximo nas páginas de IPANEMA, UM RIO MACHO. Ali tomávamos banhos, pescávamos
de litro, de anzol... disputávamos os saltos mais ornamentais, urinávamos em
cima dos nós que dávamos nas roupas alheias e apreciávamos juntos o voo das
andorinhas e a paisagem do entorno.
Poço dos homens
Todavia nos
devaneios da juventude, eu pensava na possibilidade de haver alguma coisa boa
no fundo do poço, trazida pelas cheias. Quem sabe, até um tesouro ali guardado
por muitos e muitos anos. O poço era dividido em três partes: Estreitinho,
Largo e o Raso. Este último, para quem estava aprendendo a nadar, e que
geralmente, utilizava duas cabaças amarradas à cintura, como boias. Mas o Largo
e Estreitinho eram fundos. O Largo, muito mais fundo. Mas isso não impedia o
surgimento dos exibicionistas. Uns dando sapatadas seguidas, sem emergir a
cabeça. E alguns que mergulhavam e exibiam areia trazida do fundo do poço.
Quando se mergulhava a mais de um metro, a água se tornava geladíssima. Então,
o poço era fundo sim, mas alguns bons de fôlego alcançavam o piso. Não eu.
Ora, já
completamente adulto e no ocaso da idade, fui surpreendido pelo sonho de outro
poeta que convergia para o mesmo ponto do antigo poço da minha juventude. O
cantor, compositor, raizeiro, cozinheiro e pescador, guardião do rio Ipanema,
FERREIRINHA, de saudosa memória, me mostrava uma canção que falava de um tesouro
escondido no fundo do poço dos Homens. Tão presente era a canção que sugeria
absoluta verdade. Foi preciso o próprio compositor me dizer que era apenas
imaginação. Mas... Que imaginação! Que coincidência entre décadas e
décadas do mesmo sonho nunca antes compartilhado! Com você, caríssima leitora e
caríssimo leitor, já aconteceu algo semelhante?
Explique.
Explique que
eu não sei explicar.
Orgulho em ser
sertanejo santanense!
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2024/12/o-tesouro-do-poco-clerisvaldo-b.html
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