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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

UM SER HUMANO QUE NEGA

Por José G. Diniz

Um ser humano que nega
De onde vem suas raízes
Não esta entre os mais felizes
Nem com ele mesmo se apega
E quando dorme não sossega
Sonha vendo uma outra face
E por não ter muita classe
Mente, não fala de onde veio
Enxerga o seu passado feio
E o seu presente é só disfarce
Mesmo que um besta negue
O seu sotaque é que lhe entrega
Confirmando ser um brega
E por matuto o mesmo segue
Andando em lombo de jegue
Sendo honesto não esconde
Que o carro de boi seu bonde
E andou em osso no cavalo
Sou beradeiro e ainda falo
Oxente, pru que e por onde
Nasci e me criei no sitio Exu
Lanchando tripa com cuscus
Não sabia que existia filé de avestruz
Só conhecia piaba, traíra e muçu
Jantava munguzá ou angu
A arma, uma espingarda lazarina
O claro era de uma lamparina
A festa favorita, um bom forró
Se sou filho natural de Jerico
Para que falar que sou de Campina
Minha rede tinha um buraco
No teto da casa, botei vara por ripa
E para esconder um pouco a tripa
Usava um caução feito de saco
Com palha de milho fumei tabaco
Fiz o beiju e torrei a farinha
Fui um bom galo de briga na rinha
De afoito quase que me estrepo
Usava uma percata currulepo
Por ser a melhor que tinha
Torrava os grãos e fazia o pó
Para saborear um bom café
Do boi nunca comi um filé
Era o coxão de dentro e mocotó
Cacei no serrote muito mocó
Um primo irmão do preá
Sentindo o cheirinho do gambá
Ficava bêbado e alucinado
Me orgulho em ter chupado
A poupa da pitomba e do Juá.

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